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All Access To Aquiles Priester’s Drumming – Shopping Iguatemi (Cinemark) – 06/03/19
Postado em 15 de abril de 2019 @ 00:04


Por Vagner Mastropaulo

Agradecimentos a Thiago Rahal Mauro, à TRM Press e ao próprio Aquiles Priester

Aquiles inova em grande produção proporcional ao seu talento e à vocação ao trabalho

 Aquiles Priester é brasileiro e não desiste nunca! Irrequieto, encaixa-se perfeitamente no mote criado pelo ex-técnico Muricy Ramalho, hoje comentarista: “Aqui é trabalho, meu filho!”. Porque só ele para achar tempo de lançar o terceiro DVD solo em formato vídeo-aula e integrar a banda de Edu Falaschi e o Hangar, isso sem citar seu legado no Noturnall (três full lengths, um single e um ao vivo), no Angra (três álbuns, dois singles, um EP e um ao vivo) e sua participação na escolha ao sucessor de Mike Portnoy no Dream Theater em outubro de 2010. E só ele para organizar um evento de divulgação em plena quarta-feira de cinzas às nove da manhã…

A convite do próprio e da TRM Press, nossa equipe foi ao Cinemark do Shopping Iguatemi a fim de colher mais informações e participar da exibição de parte de All Access To Aquiles Priester’s Drumming, em nova produção da Foggy Filmes. Exatamente às 9:05, Júnior Carelli, ex-tecladista do Noturnall e parceiro de empreitada, oficializou a entrada à sala fazendo a convocação, enquanto Aquiles, já lá dentro, recepcionava e cumprimentava um por um. Passados quinze minutos para todos se acomodarem, Juninho destacou o pioneirismo da iniciativa como “um momento inédito para o metal com um documentário institucional no cinema” e pediu para que todos se levantassem para receber Aquiles em uma salva de palmas.

Participando da sessão havia amigos convidados, imprensa e cento e um fãs que adquiriram entrada a vinte e cinco reais para assistir a duas horas e dez minutos das mais de quatro horas e meia de material em três DVDs. Após os protocolares agradecimentos e sem mais delongas, o baterista abriu o sorteio de cinco prêmios aos pagantes dos ingressos, nesta ordem: um prato Paiste Splash Rude 10” (valor de mercado em torno de mil reais, de acordo com o músico); um par de luvas Pro-Mark (trezentos e cinqüenta reais, segundo ele); uma pele HD Dry 14”; um par de baquetas Pro-Mark signature Aquiles Priester; e um fone Xtreme Ears.

Terminada a premiação, Aquiles revelou os primeiros detalhes e curiosidades do projeto: tendo iniciado a estudar as músicas para registrá-las em 20/06/18 e encerrado a gravação em 19/08/18, o plano original era lançar tudo na turnê do Hangar do ano passado e o adiamento se deu em função de um problema: “achar os tamanhos certos dos arquivos e dos menus”. Então fez questão de agradecer aos envolvidos no projeto: Juninho, diretor de vídeo; Rudge Campos, diretor de fotografia; Adair Daufembach, engenheiro de som responsável pela mixagem e masterização de todo o trabalho; Arthur Galvão e Júlio Mendonça, câmeras; e patrocinadores.

Gente fina, em bela demonstração de humildade, Aquiles fez as honras da casa como mestre de cerimônias e citou os bateristas nacionais presentes ao evento: Dino Verdade (fundador do Bateras Beat), Bruno Valverde (Angra), Marcus Dotta (banda nacional da carreira solo do saudoso Warrel Dane), Edu Garcia (John Wayne), Sérgio Facci (Vodu e Volkana), Giorgio Karatchuk (Acid Tree – curiosamente chamada de “Ice Tea” pelo dono da festa, provocando risadas em Juninho), Ivan Copelli (ex-Kiara Rocks) e Apollo Moreira (amigo pessoal das antigas).

Às 9:40, iniciou-se a projeção quase integral de Interviews, material do terceiro DVD: na real, depoimentos de dois funcionários da Harman e de Aquiles e equipe focando na parceria e confiança mútua. Dizer mais do que isso seria dar spoilers e matar a graça em assistir ao conteúdo que até poderia estar incluído no Making Of, exibido mais tarde, mas optou-se por uma dinâmica em separado. Em seguida, pulou-se para a faixa batizada Talking About Hangar do primeiro DVD, em que o batera revela que Stronger Than Ever (2016) originou-se por conta de um infortúnio: o cancelamento da turnê com o guitarrista Tony MacAlpine, diagnosticado com câncer em setembro de 2015. No mais, veja e descubra porque um tourbus da banda foi apelidado de “Maestro”, entre estórias interessantes acerca do processo de criação do álbum, causos e percalços superados e contados de modo bem-humorado.

Partindo para a ação, a parte prática da vídeo-aula trouxe cinco faixas de Stronger Than Ever, não necessariamente na ordem do álbum, embora a primeira tenha sido Reality Is A Prison, seguida de The Silence Of Innocent, Forest Of Forgotten, A Letter From 1997 (MHJ), The Hangar Of Hannibal e The Glory Of The Sacred Truth, esta do EP homônimo de Edu Falaschi, de 2018. Vale fazer duas ressalvas: a) cada faixa é devidamente creditada: título, nomes dos compositores, dos letristas, da banda, do CD e da gravadora; b) foi interessante testemunhar, no cinema, a galera aplaudindo entre cada uma das canções e às vezes tirando onda aos gritos de: “lindo”, “cavalo” e “Aquiles, seu maldito!”.

O critério de gravação foi deixar as mais rápidas para o final, para melhor aquecer o corpo, otimizando a performance, e o DVD ainda traz The Revenant e Beauty In Disrepair (ambas do Hangar) e Streets Of Florence (a outra faixa do EP de Edu), nenhuma das quais incluídas no evento. A captação de imagens foi feita por doze câmeras (seis na bateria e seis externas), um deleite para bateristas, fãs do músico e do gênero em si. Discorrer sobre a técnica de Aquiles seria desnecessário e falar sobre cada uma das canções mataria a graça principal em ver tudo em casa. Obviamente o foco está nas execuções, com os demais instrumentos e vocal ao fundo, como guia. E é evidente o cuidado em montar uma linda bateria majoritariamente vermelha com trinta e cinco peças exclusivamente posicionadas para o projeto, além do impecável trabalho de edição, privilegiando sempre a melhor tomada.

A escolha em não mostrar tudo trouxe vida à sessão e espaço para o Making Of, também quase em sua totalidade, com um singelo: “Ah, vai tomar no cu!”, de Aquiles, arrancando gargalhadas logo de imediato. O destaque reside no balanço entre as relações de amizade e profissional entre Aquiles, Juninho, Adair e Rudge, naquela máxima masculina de xingamentos que apenas realçam a camaradagem e o respeito. Sincero, o batera admite ter tentado fazer os melhores takes possíveis, editando apenas quando acontecia algum erro ou no caso de queda de alguma peça (como a de dois pratos, exibidas).

A seguir, mostrou-se Talking About Noturnall, mais sucinta comparada às falas sobre o Hangar, mas com revelações de Aquiles sobre ter tido que remodelar seu jeito de tocar e sobre um pedido do vocalista Thiago Bianchi nas composições: “Enfie uma quantidade impossível de notas nas músicas!”. Indo à parte prática, também com aplausos entre cada uma delas, cinco músicas do Noturnall: Nocturnal Human Side, Moving On, Sugar Pill, Zombies (The Holy Trinity) e No Turn At All (ficaram de fora Zombies, Hate! e Saint Trigger, todas no segundo DVD). E deve ter sido trabalhoso escolher quais fariam parte da vídeo-aula, uma vez que foram extraídas dos três registros de estúdio do grupo: Noturnall (2014), Back To Fuck You Up! (2015) e 9 (2017).

Finalizando a parte dentro da sala de cinema, três minutos e meio com o que ficara faltando do Making Of e de Interviews e os créditos finais do primeiro DVD. Então foram feitas as tradicionais fotos coletivas do evento (ao invés de “Xis”, a fala para o sorriso foi um hilário “Sujo e maldito”) e Aquiles pediu a palavra pela última vez às 11:50, realçando todo o trabalho requerido entre 20/06/18 e 06/03/19 (início do projeto e exibição), agradecendo à Free Note e Die Hard pela pré-venda em seus sites, a quem adquiriu o produto antecipadamente e a todos pela presença, encerrando com uma promessa: “Foi uma sessão muito emocionante. É muito foda você se ver numa tela desse tamanho. E quando eu vender mais DVDs, a gente faz uma outra sessão. E aí vou fazer de graça para dar de presente para a galera”. Será?

Do lado de fora, organizou-se uma fila para fotos com o baterista e autógrafos, nos DVDs e blu-rays lançados, em especial, e respectivamente vendidos a setenta e oitenta e cinco reais, ainda em preço da pré-venda. Carismático e paciente, Aquiles atendeu a todos por cinquenta minutos, encerrando a festa às 12:40, e ainda fez uma análise geral exclusiva à nossa equipe: “Cara, achei incrível! Gostei muito, principalmente por estar cercado de pessoas que são meus fãs, gente que gosta do meu trabalho. A parte mais legal é poder dividir um momento tão importante da carreira com pessoas que te acompanham. O evento não tinha fim lucrativo e sim cultural: trazer meu novo blu-ray a uma sala de cinema com qualidade Cinemark”.

E além do já dito, o que mais foi deixado de lado? Conforme descrito pelo próprio músico, “para que o fã tenha acesso ao material bruto”, o segundo DVD traz um Drum Tuning no menu, com três takes “caseiros” feitos por ele mesmo, sem cortes (e com nada sutis variações na captação de som) sobre: afinação de caixa, bumbo e surdo/tom-toms. Basicamente, são vídeos com especificações técnicas mais recomendados aos colegas de instrumento. Para leigos, vale a pena uma tentativa para formação de opinião, até por conta das brincadeiras (as mais legais são as impróprias para menores, evidentemente), do tom didático, da retórica, das dicas práticas e das “mandingas” do músico, como o encaixe da pele da caixa.

O terceiro DVD traz quatro conteúdos não exibidos: a) Adair Daufembach Talking About Harman Gear – entre descrições técnicas, o engenheiro de som fala de microfones, captação de som e software utilizado; b) Júnior Carelli And Rudge Campos Capturing The Emotion – dividido em dois momentos: com Aquiles dirigindo e Juninho e Rudge de passageiros falando sobre a produção em si e ambições da Foggy Filmes antes de começarem as gravações em Los Angeles, no Harman Experience Center, e após, com Rudge e Juninho dando detalhes de iluminação, por exemplo; c) Drum Exercises / Breaking It Down – exercícios curtos e específicos, com enfoque visual para cada uma das dezessete músicas dos DVDs, sem falas, apenas as câmeras e com informações na tela, como os bpms de cada uma; d) Drum Monitoring – a parte mais difícil para não-bateristas assimilarem, embora Aquiles mostre tudo com vagar: fones utilizados para o estudo e prática diária, características técnicas, iPod e seu uso, metrônomos, PA com duas caixas, mixer, direct Box, trigger… uma compilação de dados de um especialista a bateristas. Como ele deixa claro: “Isso aqui é só para praticar aquelas partezinhas que você acha que tem que melhorar”. Para entendedores do riscado! Por fim, não custa dizer há legendas para absolutamente todo o conteúdo: em inglês quando os depoimentos são em português (a imensa maioria) e vice-versa (quando fala equipe americana, em Interviews).

 

O projeto em números, segundo Aquiles e equipe:

– 3 DVDs ou discos de blu-ray em All Access To Aquiles Priester’s Drumming;

– cerca de 20 profissionais envolvidos no projeto;

– 7 músicas do Hangar e 2 de Edu Falaschi no primeiro disco;

– 8 músicas do Noturnall no segundo disco;

– 278 minutos de material total;

– 2 dias de gravação: 18 e 19 de agosto de 2018;

– 12 horas tocadas por dia, das 9 às 21;

– 35 peças na bateria;

– 28 microfones;

– 12 mil Watts de luz;

– 12 câmeras: 6 delas na bateria e 6 externas;

– 101 pagantes para a exibição do DVD/blu-ray triplo;

– 70 reais o DVD e 85 reais o blu-ray na pré-venda e durante o evento;

– 85 reais o DVD e 100 reais o blu-ray após o evento.

 

DVD 01

Hangar

01) Talking About Hangar – 14’11”

02) Reality Is A Prison – 5’09”

03) The Silence Of Innocent – 5’18”

04) Forest Of Forgotten – 6’02”

05) The Revenant – 4’34”

06) A Letter From 1997 (MHJ) – 7’21”

07) Beauty In Disrepair – 7’30”

08) The Hangar Of Hannibal – 5’22”

Edu Falaschi

09) Streets Of Florence – 3’58”

10) The Glory Of The Sacred Truth – 4’24”

Créditos

11) Créditos Finais – 0’46”

 

DVD 02

  1. a) Noturnall

01) Talking About Noturnall – 5’25”

02) Nocturnal Human Side – 5’10”

03) Moving On – 4’53”

04) Sugar Pill – 4’42”

05) Zombies – 4’29”

06) Hate! – 5’18”

07) Saint Trigger – 5’26”

08) Zombies (The Holy Trinity) – 6’03”

09) No Turn At All – 5’03”

Créditos

10) Créditos Finais – 0’44”

  1. b) Drum Tuning

01) Snare Drum Tuning – 33’40”

02) Bass Drum Tuning – 11’29”

03) Rack Toms And Floor Toms – 17’41”

 

DVD 03 – Plus

01) Making Of – 23’01”

02) Interviews – 22’05”

03) Adair Daufembach Talking About Harmon Gear – 8’55”

04) Júnior Carelli And Rudge Campos Capturing The Emotion – 25’13”

05) Drum Exercises – Breaking It Down – 7’15”

06) Drum Monitoring – 25’20”

 

Produced And Directed By Aquiles Priester

Recorded, Mixed And Mastered By Adair Daufembach

Filmed By Foggy Filmes

Video Director – Júnior Carelli

Director Of Photography – Rudge Campos

Executive Producer – Aquiles Priester

Filmed At Harman Experience Center (Los Angeles/CA), On August 18th and 19th, 2018

Editing – Júnior Carelli And Aquiles Priester

Colorgrade And Post Production – Rudge Campos And Júnior Carelli

Cameras – Arthur Galvão And Júlio Mendoza

Making Of And Interviews Edited By Renan Paiva, William Paiva And Júnior Carelli

DVD And Blu-Ray Authoring – Heinoê Ferreira At 2L Produtora

Cover Artwork And Booklet Design – Patrícia T. Priester

Subtitles – Susanne Conradt

 
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