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Basement :::22/07/17 ::: Clash Club
Postado em 06 de agosto de 2017 @ 01:23


Texto: Marcelo Ferraz 

Fotos: Flavio Santiago

Agradecimentos: Erick Tedesco

Um dos grandes pontos positivos sobre morar na cidade de São Paulo definitivamente é ter a chance de assistir música ao vivo em todos os formatos e com todos os tipos de artistas possíveis. De uma banda irlandesa que esgota quatro noites seguidas em um estádio de futebol a shows de ilustres e talentosos desconhecidos pelas galerias do metrô da capital paulistana, o repertório é extenso. Em uma cidade onde sua população é conhecida por ser impaciente e estressada, os fãs de música seguem um perfil oposto, tendo feito São Paulo historicamente famosa pelo entusiasmo com a música ao vivo e por abraçar a diversidade de gêneros musicais e nacionalidades como poucos lugares no mundo fazem, tornando a cidade uma parada obrigatória no roteiro de qualquer turnê sul-americana para artistas estrangeiros.

Com um histórico assim, as expectativas acabam se tornando um pouco altas quando bandas internacionais fazem a sua primeira apresentação por aqui, algo que foi prontamente reconhecido pelos headliners da noite de 22 de Julho na Clash Club, os ingleses do Basement. “Nos disseram no começo da turnê que nós não estávamos preparados para São Paulo. E estavam certos!”, chegou a dizer em um ponto da noite o guitarrista Alex Henery, impressionado com a empolgação da plateia e dos crowd surfers que constantemente entravam e saiam do palco, usando-o como trampolim para voltar para a pista em completo êxtase.

As luzes diminuíram para o êxtase do público que ali se encontrava: era hora do Basement mostrar a que veio ao subirem ao palco pela segunda vez na noite. Sim, segunda vez, pois os ingleses mostraram que são uma banda totalmente pé no chão ao aparecerem no palco antes do show para afinar os seus instrumentos e fazer uma última checagem de som, tarefa normalmente encarregada aos roadies e técnicos da equipe de produção de palco. E pontualmente às 20h40, os primeiros acordes de “Whole” encheram a casa e deram fôlego para o pulmão dos paulistanos, que cantaram todas as frases da música para a alegria imediata do quinteto britânico. Os fãs ainda prepararam uma recepção a base de muitos balões de festa para o ar em comemoração pelo aniversário do vocalista Andrew Fisher na última quarta-feira (19), com direito até a ursinho de pelúcia de presente.

“Aquasun“, o segundo single do disco Promise Everything, apareceu logo em seguida no repertório, também prontamente abraçada pelo coral paulistano que dava claros sinais de que essa seria uma noite para entrar para a história do Basement. O repertório marcado por uma mistura equilibrada entre músicas do disco colourmeinkindness (como “Covet”, “Bad Apple”, “Pine” e “Wish”), I Wish I Could Stay Here e do recente Promise Everything deixou uma sensação boa de estar assistindo uma banda que poderia muito bem ser comparada a nomes gigantescos como Nirvana, Weezer e Smashing Pumpkins, mas que é ambiciosa e talentosa o suficiente dentro dos seus acordes menores abertos, melancólicos, furiosos e distorcidos para ter a própria identidade e potencial de ser simplesmente o Basement por si só, com as próprias pernas. Essas características da sonoridade da banda ganham mais volume ao vivo ainda por estarem acompanhadas da voz imponente, rasgada e ao mesmo tempo melódica quando deve ser de Andrew.
O ponto alto do set, que teve um pouco mais de 1h de duração somente e com 3 músicas no bis, veio com a poderosa faixa que leva o mesmo título do álbum de trabalho atual, “Promise Everything“. Após ter dito “isso é inacreditável São Paulo. Inacreditável, inacreditável” com cara de quem estava realizando um sonho de infância, o simpático e empolgado guitarrista Alex convidou quem estava no fundão para chegar mais perto do palco antes de soltar os facilmente reconhecíveis primeiros acordes do atual single de trabalho da banda. “When I’m high, I’m high. When I’m low, I’m low”, cantavam em uníssono os britânicos e os brasileiros, formando uma grande banda que já não pertencia somente ao palco, mas a todos os cantos do clube.

Em certo ponto do set, o vocalista Andrew disse que era “uma absoluta honra estar tocando no Brasil” e que a mãe dele devia estar orgulhosa assistindo de casa (a banda transmitiu trechos do show através de sua página do Facebook). Torcemos para que a opinião da Sra. Fisher lá da Inglaterra tenha sido positiva mesmo, porque para os fãs paulistanos a honra foi definitivamente nossa por poder receber o Basement em casa.

 

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