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Between The Buried And Me ::: 15/03/2020 ::: Fabrique Club
Postado em 21 de abril de 2020 @ 21:36


Between The Buried And Me estréia em São Paulo, no adeus ao mundo como o conhecíamos…

Agradecimentos: Erick Tedesco / Powerline ; Rogerio Torres (John Wayne)

Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Flávio Santiago

March Madness! Este é termo que a sociedade norte-americana, capitaneada pela imprensa esportiva especializada, cunhou para batizar as finais do campeonato universitário de basquete devido à imensa quantidade de jogos em poucosdias. A nossa ‘Loucura de Março’ deveria aludir ao absurdo e maravilhoso número de turnês por São Paulo, sem precedentes em um mesmo mês, comparando-se apenas ao final de setembro e começo de outubrodos anos ímpares, no ‘rebote’ do Rock In Rio, e mesmo aí o paralelo não se verifica, uma vez que o volume de concertos por aqui este mês não teria como concorrer, em apelo popular, com os headliners do festival carioca. Quis uma mutação genética que quase tudo fosse para o espaço e forçasse literalmente o planeta inteiro a repensar prioridades e a se adequar a uma nova ordem. E o pior ainda está por vir…

Antes de o Corona varrer o mundo e afetar a segunda quinzena dos shows que teríamos por aqui no mês, o pico desta deliciosa insanidade musical seria dia 22: Tokio Hotel (Carioca Club), Tribal Seeds (Fabrique), Edu Falaschi (Teatro Net SP), Gong e Steve Hillage (Teatro Opus), Ratos de Porão (Z Largo da Batata), Offspring (Audio, apresentação acústica) e Sammy Hagar (Espaço das Américas, o primeiro a cair), fora o Circuito Sesc. O Visions Of Atlantis também estava agendado para o mesmo dia, noBackstage Studio Hall, mas em 16/01 a produtora alterou data e local (Jai Club, 08/11), sem relação com o maldito vírus. Com o cenário de adiamentos e cancelamentos, as últimas alegrias ao vivo dos fãs de rock e metal da cidade, em sabe-se lá até quando, acabaram sendo: o Overload Beer Fest, com Cerberus Attack, Manger Cadavre?, Desalmado, Surra, Periferia S.A e D.R.I., no Carioca Club; e o Between The Buried And Me, na Fabrique.

Indo de metrô, já se notava a Barra Funda mais vazia e silenciosa e o mesmo era observado do lado de fora da casa, com as pessoas um pouco mais ‘apreensivas’, por falta de um termo melhor. Pontualmente às 19:00, conforme prometido, a pista ainda se enchiapara a abertura do John Wayne, mas sem fãs usando máscaras, como no The Hellacopters na véspera, no Carioca Club. Nada disso intimidou Guilherme Chaves (vocal), Rogerio Torres e Júnior Dias (guitarras), Denis Dallago (baixo) e Edu Garcia (bateria), divulgando Purgatório, lançado em novembro, com o nome do quinteto e o do álbum projetados no telão de fundo, decorando o palco. Utilizada como intro, A Ilha ecoava quando o vocalista fez saudações: “Boa noite, São Paulo! Da hora, demais! Vamos colar aqui para a frente e curtir essa festa aqui hoje” e mandaram bronca com Abel, bebendo na fonte do Lamb Of God em seus tempos de Burn The Priest, especialmente nos vocais.

Amuleto veio a seguir e o frontman se empolgou: “Satisfação do caralho! Em tempos de Corona, ver a casa relativamente cheia é muito bom. Vamos curtir a festa aí, rapaziada, na moral!”, antes de Demasia fechar quadra do álbum em promoção(contando a intro),aliando vocais agressivos a melódicos à la Killswitch Engage. Pedindo a palavra, Denis foi grato e aplaudido: “Muito obrigado! Valeu pra caralho fazer esse show aqui no dia de hoje. Muito obrigado à PowerLine pelo convite, valeu a todo mundo que está aqui. Legal apresentar o nosso som para uma galera que provavelmente não o conheça tanto. Espero que vocês tenham gostado aí”. Quatro Velas trouxe poderoso instrumental, inaugurando Dois Lados – Parte I (2015), com pitadas de Suicide Silence. Do mesmo play, Pesadelo Real e sua rifferama dos infernos encerrou a primeira parte do set após nova interação de Guilherme: “Muito obrigado, rapaziada! É um dia muito importante para nós, muito obrigado!”.

O vocalista tornou a agradecer: “Muito obrigado! Satisfação do caralho, São Paulo! Mas, na moral, quem que está preparado para o Between The Burried And Me? Porra, o som dos caras é incrível, mas antes, este é um dia muito especial para a gente, poder abrir o show dos caras. Satisfação mesmo, não tenho nem palavras aí. Valeu por tudo”.Pulando para Tempestade (2012), Tormentafoi usada como intro para a faixa-título e,reconduzindo o set a Purgatório, o cantor descreveuCair Do Céu: “Vamos que esse som é pesado, mano”, com riffs ganchudos, até Caminho Das Pedras vir praticamente emendada, mais groovada e mostrando variação de repertório. Midas cravou uma trinca do álbum, outra com trechos de vocais mais melódicos, como a anterior.

Com interessante parada no meio, Lágrimas acelerou tudo após sincero pronunciamento do carismático Guilherme: “Do caralho, mano! Estamos chegando aí ao final do setlist. Quero avisar que o merchan de nossa banda está logo ali. Quem curte o nosso som, ajude a cena atual, ajude os músicos do metal. A gente está precisando, aqui no Brasil, ainda de mais uma força. Hoje é um dia muito importante para a gente exatamente por estar abrindo, curtindo o Between The Buried And Me. Do caralho! Sem palavra alguma, coisa linda, velho, ver muita gente aqui curtindo metal de qualidade! Satisfação, rapaziada! Obrigado!”. Agradecendo pela enésima vez,despediu-se: “Satisfação, São Paulo. Muito obrigado, de verdade, de coração mesmo. Bom, vamos para a saideira aí então, satisfação demais. Estamos juntos, obrigado por terem curtido o show”,com o público gradativamente turbinado, espalhado confortavelmente e buscando respeitar a sugerida distância de um metro e meio. A pá de cal foi a faixa-título do single Aliança, Pt. II (2018) e a única parte dispensável foi um afoito ‘fã’ subindo ao palco para um stage diving –e mais estava por vir…

Por Whatsapp, iniciamos contato com Rogerio Torrespara um importante esclarecimento sobre o nome do grupo que, para surpresa geral, não presta tributo ao Duke: “Na verdade todo mundo faz essa associação do nome ao ator, o caubói. Desde sempre foi assim, mas sempre que a gente tem a oportunidade de esclarecer o real sentido, a gente deixa claro que é por causa do John Wayne Gacy, o serial killer norte-americano conhecido como ‘Palhaço Assassino’, que tem um pouco mais a ver com o estilo agressivo do som da banda. Apesar disso, a gente tem a filosofia de não-violência, de ser totalmente pacífico e tentamos passar, nas nossas letras, o contrário do que ele fez. É como se fosse uma forma de protesto, realmente, usar esse nome para chamar atenção para algo muito grave: os assassinatos e as coisas bizarras que ele fez. A gente não quer chamar atenção para os atos dele e sim ser contra, fazer um protesto contra isso aí”.

As parcerias em estúdio para Aliança, Pt. II também entraram em pauta: “Aliança teve uma Pt. I gravada em 2011, foi um single lançado em 2012 e depois relançada no nosso primeiro CD full, Tempestade. Ela teve a participação de dois vocalistas de estilos diferentes, já que somos uma banda de metal, hardcore e deathcore. Um era mais melódico,o Bruno Figueiredo, então vocalista da Timeline (hoje ele está na Black Days), e o outro foi o Rodrigo Brandão, à época no Gaia, que já não existe mais, um vocalista de hardcore. Em Aliança Pt. II, quisemos manter a mesma filosofia. Chamamos o Yuri Lemes, mais melódico, do Aurora Rules, uma banda que a gente gosta muito, e um dos meus sonhos, como compositor e artista, era ter a participação dele que, para mim, é um dos melhores vocalistas do Brasil. E o Milton Aguiar, do Bayside Kings, é um dos nossos grandes amigos também, um vocal de hardcore. Então mantivemos a mesma fórmula da Aliança IemAliança II. Os convites foram super tranqüilos, pessoalmente abordei os dois e eles toparam na hora. Essa música foi um grande boom na cena, trouxe bons frutos para o John Wayne e para os participantes, que tiveram grande reconhecimento e exposição. E a gente fica super feliz pelo fato de saber que uma música que a gente fez deu certo e, além de nos ajudar, ajudou outros artistas que são muito bons e de quem também somos fãs”.

Trouxemos à tona o desenvolvimento do conjunto desde a abertura para o Meshuggah, no Carioca Club, em setembro/16, quando este escriba vira o John Wayne pela última vez: “Realmente, em quatro anos, deu tempo de a gente evoluir muito, tanto musical quanto pessoalmente. Como compositor, as músicas melhoraram bastante, na minha opinião, e o Purgatório é uma realização muito grande, um disco bem maduro, com músicas mais diretas e mais simples até, de certa forma. Nesse tempo, com certeza a gente evoluiu muito, está tocando melhor, melhoramos como músicos, como profissionais da música e tudo isso contribui para termos um show melhor. Hoje a gentetambém tem mais recursos de equipamentos e de som. Tudo vai melhorando com relação ao tempo, a banda vai amadurecendo, nós já vamos fazer, neste ano, onze anos de carreira, então realmente, em quatro anos, dá para amadurecer muitas coisas”.

Parte da franca melhora na sonoridade indiretamente se deve à troca de vocalistas e indagamos o guitarrista quanto ao assunto: “O Fabio Figueiredo decidiu sair em 2018, foi opção dele por questões de trabalho e de agenda. Ele é tatuador profissional e body piercer então, na crise, precisando de mais grana e tendo que trabalhar mais, ele não tinha mais tempo para se dedicar à banda. Ele pediu para sair numa boa e somos amigos até hoje. Enfim, abrimos uma seleção, o Guilherme foi o vencedor e acredito que foi uma das melhores coisas que já aconteceu a esta banda. Ele trouxe juventude e frescor.É um cara novo, de vinte e dois anos, com potência vocal diferenciada e, para mim, é um dos melhores do Brasil, quiçá do mundo, no estilo. Ele tem a técnica muito em dia, avançada, é um cara estudioso e inteligente e que entende pra caramba de técnicas de vocal, de ‘berro’. Com certeza ele trouxe um ar novo para nós, uma energia diferente que veio a agregar muito emPurgatório e também nos shows. A galera gosta muito dele, a receptividade do público com ele foi impressionante e a gente não esperava que fossem abraçar ele tão facilmente porque sabíamos que é muito difícil trocar de membro, ainda mais o vocalista. O Fabio estavana banda havia nove anos, saiu e,ao entrar outro cara, estávamos bem com medo de como seria, mas a galera ama e abraçou o Guilherme em pouco tempo. Isso com certeza veio a agregar muito para nós e vemos um futuro brilhante para esse ‘menino’ aí e para nós também”.

Formado em 2009 no bairro de Perus, o Facebook do próprio John Wayneo classifica como metal e hardcore. Ao vivo, o vocal de Guilherme trazinfluências de Randy Blythe (Lamb Of God) e o som passa por Suicide Silence, porém com características próprias e pitadas de Killswitch Engage. Para encerrar o bate-papo, abordamos Rogerio acerca do assunto: “Você acertou na mosca! Três das principais grandes influências do John Wayne são essas bandas, principalmente o Suicide Silence porque, quando começamos, eles estavam muito em alta com o falecido Mitch Lucker. Então foi uma época em que o estilo deathcore estava bem em alta e realmente foi uma das nossas grandes influências no começo. Particularmente gosto muito do Killswitch Engage e vi quatro shows deles no Brasil. O Lamb Of God também já vi duas vezes e são bandas que fazem parte das nossas principais influências para compor os riffs e as linhas de vocal, melódicas e de berro, com vocais guturais. São bandas que são três grandes referências para a gente, sim. Você acertou aí!”.

Com tudo pronto às 20:22, oito minutos adiantados,imediatamente após Mordecai, do próprio Between The Buried And Me, começar e ser cortada na discotecagem e,o trecho ‘leve’ deNaked By The Computer foi utilizado como intro até Tommy Giles Rodgers Jr. (vocal e teclados), Paul Waggoner e Dustie Waring (guitarras), Dan Briggs (baixo) e Blake Richardson (bateria)a concluírem até a parte sem vocal (1’56” emBetween The Buried And Me, de 2002), emendando-a a Astral Body, com baixo som do vocal em seu início, falha prontamente resolvida. De cara notava-se substancial aumento de público, pulverizado, na casa dos trinta anos e cativo a ponto de uma incrédula chorar copiosamente ao lado deste escriba,emocionada com o quinteto.Verdadeiro esporro, Lay Your Ghosts To Rest veio colada, como em The Parallax II: Future Sequence (2012), parecendo ainda se tratar da mesma música, e surpreendeu o fato de ela não ter aberto uma roda, de tão brutal. E então, quando o verso “The fail safe way back ‘home’” era vociferado pela primeira vez, o imponderado, o ‘Sobrenatural de Almeida’ de Nelson Rodrigues simplesmente se deu…

Está lembrado do ‘afoito fã’ acima? Ele tomou impulso e brotou frente a Paul Waggoner. No rompante, seu corpo nada astral colidiu com o pedestal do microfone usado pelo guitarrista nos vocais de apoio, levando-o de encontro ao músico, estarrecido com o gesto. Com enorme categoria, ele ‘matou no peito’, reposicionou o equipamentosem parar de tocare só não saiu jogando porque a continuação do movimento do imbecil (se você achou o termo forte, troque-o por: otário, idiota, toupeira, energúmeno, mentecapto ou animal de teta) tombou o suporte de vez, finalmente desconcentrando e enfurecendo o único membro da formação original do BTBAM além do vocalista, forçando-o a parando de tocar. Alheio ao mal que causara, o Zé Ruela fez novomergulho, e sabe-se lá Dio como não se machucou gravemente, pois mal houve tempo de a galera entender o que se passava para tentar segurá-lo. Tudo rolou em questão de segundos, muito mais rapidamente do que você levou para ler este parágrafo, e, sob olhares descrentes do frontman, com seus colegas não mais tocando, envergonhado, o mais novo Joselito rapidamente se dirigiu ao fundo da casa, torcendo para ser esquecido aocortar o barato da atmosfera danoite. Parabéns a você, mané, que colocou sua própria vida e as dos outros em risco por quinze segundos de fama ao vivo, carinhosamente homenageado aqui no site nestasdoces linhas.

Recompondo-se, mas compreensivelmente PUTO, Waggoner foi sucinto e surpreendeu ao não citar o susto ou possíveis danos às pedaleiras, caso o ato se repetisse: “Por favor, não escalem o maldito palco! Essa porra tem uns três metros de altura!”.Estimativa um tanto inflacionada,beirandopouco além da metade, mas mesmo assim foi aplaudido. Calmo e visando retomar, Tommy questionou: “Onde estávamos? Vamos ter que descobrir onde estávamos”. Transcorridos quase dois minutos sem música, da dividida platéia surgiram pedidos de desculpas e dedicatórias à pobre mãe do demente causador da pausa forçada, até o frontman soltar um “Beleza!” e, como se nada tivesse ocorrido, justificando o entrosamento da formação, junta desde 2005,os cinco retomaramLay Your Ghosts To Restpouco antes de “That would be far too selfish”, finalmente a encerrando sem maiores intercorrências e com Tommy incitando a massa ao gritar: “São Paulo!”.

As três seguintesseriam filhas únicas de três plays distintos, respectivamente de The Silent Circus (2003), Coma Ecliptic (2015) e Automata I (2018), puxadas pela mesma Mordecai de outrora, agora sim tocada, mais detonante ao vivo, tão fulminante no início(com performance de outro mundode Blake) quanto melodiosa e tocante do meio em diante. The Coma Machinee Condemned To The Gallows(com um quê de Alice In Chains na última estrofe) foram as próximas, de difícil separação para os não-iniciados, em meio à sonzeira sem pausas para dialogar com os fãs.Repetindo a tática de tocar faixas consecutivas do mesmo lançamento e batendo na casa de quarenta minutos de um espetáculo que voava, de The Great Misdirect (2009) vieram Mirrors, quase inteira instrumental e bela calmaria, e Obfuscation(o próprio setlist de palco as separava apenas com uma mera barra), concluída com um breve “Obrigado!” de Tommy. A última antes do encore foi assim por eleanunciada, em sua primeira fala mais elaborada: “Conseguimos, estamos aqui! Foram vinte anos! É ótimo estarmos aqui. Muito obrigado! Estão se divertindo? Vamos nos divertir! Esta se chama Voice Of Trespass”, de fato uma divertidíssima e saborosa doideira jazzy – além do Dillinger Escape Plan, quem mais ousou mesclar o clássico estilo ao metal?

Regressando, Tommy resumiu: “Como estão se sentindo? Vocês parecem bem. Este show quase não aconteceu, algumas vezes. Então estamos muito felizes por estarmos aqui. É inacreditável! Muito obrigado por virem, é um momento meio assustador para todos nós. Vamos todos para casa tomar banho, lavar nossas mãos. E veremos TV pelo próximo ano, ou por aí, certo? Se divertiram esta noite? Ótimo! Esta se chama Selkies: The Endless Obsession”, com performance de Waggoner de tirar o chapéu,certamente influenciado por John Petrucci, sem o fade out de Alaska (2005), mas emendada a Viridian, a mais curta do set, esta sim instrumental, preparando terreno para sua sucessora em Colors, como abonança antes da tempestade emWhite Walls, a mais longa da noite, portentosa e derradeira.Duas curiosidades: o setlist de palco não juntava as composições do mesmo play e sim as duas iniciais do encore; e o esmero de um fã que imprimou “Informal Gluttony” (a terceira do álbum de 2007)numa folha sulfite e a ergueu para os músicos, em vão. Só faltou o mesmo partir insatisfeito, pois, transcorridos quase noventa minutos com ao menos um título de cada full length, só caberiam críticasexageradas às escolhas por não incluírem nada de The Parallax: Hypersleep Dialogues, o EP com três músicasde 2011.Em nome dos colegas, o cantor fez questão de se despedir, com a saideira ainda em execução: “São Paulo, boa noite! Somos o Between The Buried And Me. Muito, muito obrigado por virem esta noite. Cheguem seguros em casa. Nos vemos na próxima. Obrigado!”.

Em 15/04, o termômetro social era outro e não havia como comparar o cenário mundial da data do evento com o do momento em que você lê este texto, mas foram louváveis os esforços da produtora em bancar o show, assim como a coragem da banda em fazê-lo. Medo, aliás, nunca esteve presente no repertório do conjunto criadoem 2000 em Raleigh, Carolina do Norte, donos de sonoridade extremamente intrincada e ousada, com direito a um honesto cover de Bohemian Rhapsodyem seu catálogo – não o ouça comparando-o à versão original do Queen, mas pense-oe sinta-o como uma releitura em celebração que inclui até o brasão inglês na capa do single de 2016. Agora a Terra está em pausa e certamente haveráconsequências dos mais variados tipos, respingando na indústria do entretenimento. Até o momento da publicação destaresenha, Kiss e Metallica já haviam reagendado suas vindas a São Paulo para novembro e dezembro, mesmo mês do Lollapalooza, e o maior impacto não se verificará em espetáculos deste porte, mas em grupos como o BTBAM, pois será que as produtoras vão ter bala na agulha para trazerem outrosartistas que nunca passaram por aqui? Só o tempo dirá, mas como cantava o R.E.M.: “It’s the end of the world as we know it”, só excluamos o “and I feel fine”, pois aí seria loucura. Uma loucura de março.

 

Setlists

John Wayne

Intro: A Ilha

01) Abel

02) Amuleto

03) Demasia

04) Quatro Velas

05) Pesadelo Real

Intro: Tormenta

06) Tempestade

07) Cair Do Céu

08) Caminho Das Pedras

09) Midas

10) Lágrimas

11) Aliança, Pt. II

Outro: Adeus

 

Between The Buried And Me

Intro: Naked By The Computer

01) Astral Body

02) Lay Your Ghosts To Rest

03) Mordecai

04) The Coma Machine

05) Condemned To The Gallows

06) Mirrors

07) Obfuscation

08) Voice Of Trespass

Encore

09) Selkies: The Endless Obsession

10) Viridian

11) White Walls

 

GALERIA DE FOTOS: 

 

 
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