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Chico César e Bárbara Santos :::11/02/18 :::Sesc Belenzinho
Postado em 13 de fevereiro de 2018 @ 22:54


Texto: Marialva Lima

Agradecimentos: Sesc Belenzinho (Jacqueline / Marianna)

Chico César e Bárbara Santos: CAMARADAS – FANTASIA – PARA DUETO, CAMARATA, CAMARIM, ATENTADO E PASSEATA no SESC Belenzinho em 11/02/18

O espetáculo lírico-musical a partir do livro “Versos Pornográficos”, de Chico César, faz parte da programação LIBERTÁRIA. Mostra que integra programação de cinema, dança, literatura, música e teatro, a partir de um eixo de curadoria que privilegia a potência das poéticas dissidentes, questionadoras de normativas de gênero, corpos insurgentes, e discursos artísticos libertários. Programação para adultos. De janeiro a março de 2018. (SESC Belenzinho)

Por três noites consecutivas, nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro, o cantorChico César e sua mulher, a atriz Bárbara Santos proporcionaram ao público presente o privilégio de participar de seu ato de amor e revolução.

Às21h, as cortinas se abriram, revelando o belíssimo e instigante cenário eróticoidelizado por Marisa Bentivegna. Para a surpresa de todos, os artistas estavam dentro de um pufe e foram, aos poucos, se mostrando. Sentados no chão do palco, um de frente ao outro, com seus corpos nus, começaram sua apresentação encantadora, corajosa, instigante e provocadora.

O show é um namoro entre as canções de Chico e as poesias declamadas com muita paixãopor Bárbara. Eles intercalaram poemas presentes no livro “Versos Pornográficos”— lançado pelo cantor em 2015 (Editora Confraria do Vento)—assim como alguns da própria atriz,com músicas do álbum “Estado de Poesia”, de 2015.

A plateia pôde maravilhar-se com a performance calorosa e ousada de Bárbara, bem como cantar as canções de Chico César. A naturalidade da nudez de ambos, a masturbação dela enquanto declamava, a leitura de insultos vindos de comentários de Internet, a coragem de compartilhar um amor includente, o elogio a um erótico libertador e a cumplicidade dos artistasfez com que as duas horas de espetáculo passassem desapercebidas.

Ao final, agradeceram à equipe e Bárbara escolheu versos curtos e explícitos para encerrar, pois Chico, nas palavras dele mesmo, queria que o público fosse para casa cheio de tesão. Todos juntos, artistas e plateia terminaram cantando “O Amor é Um Ato Revolucionário”.

 

Para fins de ilustração, segue abaixodois poemas declamados por Bárbara Santos.

 

(Sem Título)

 

recitar e excitar

até que esporraria

tudo em teus grandes lábios de veludo

depois ao cubo

ao cu iria

 

 

“Casta” deChico César

 

“em público casta
mas quando de mim
em privado se acosta
mulher de palavra
depravada
diz como se falasse ao espelho do que gosta
mais de frente
mas também de costas
diz que a saliva seca
e se faz molhada a cona
e piscante o rego
mamilos duros
que mesmo mamá-los
não lhes traz sossego
que o clitóris
grão grilo e grelo
salta ciciante entre a espuma dos lábios
e os dedos sábios
a socorrem sem medo
quando aí se acaricia
e a funda fenda inunda
como tempestade a raiar o dia”

 

As músicas presentes no espetáculo são:

 

O Amor é Um Ato Revolucionário

Museu

Faz Sol Aqui em Casa

Caracajus

Templo

Anjo da Vanguarda

Utopia

Da Taça

Pra Cinema

Abaeté, Abaiacu e Namorado

Sem Ganzá Não é Côco

Dentro

 A Marcha da Calcinha e A Marcha da Cueca

Pelado

Estado de Poesia

 
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