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Don L faz show com convidados no Auditório Ibirapuera
Postado em 07 de março de 2018 @ 11:09


O rapper Don L lançou o álbum “Roteiro pra Aïnouz, Vol.3” em 2017 e dando sequência aos shows de apresentação do disco mais recente e de destaque de sua carreira, chega ao palco do Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer na noite de 16 de março, sexta-feira, às 21h. O músico faz show ao lado de sua banda, formada por Terra Preta (voz), DJ Roger e Guilherme Held (guitarra), e convidados especiais, como Diomedes Chinaski, Lay, Nego Gallo e Terra Preta.

Vindo de Fortaleza e radicado em São Paulo há quatro anos, o rapper Don L se firma, com o novo trabalho, como um dos mais inovadores, ousados e provocadores artistas do rap e da música brasileira atual. O espetáculo conta com cenário assinado por Camila Schmidt e desenho de luz da dupla Mirella Brandi & Muep Etmo, e promete levar ao público um contexto especial.

 

Mais sobre o álbum “Roteiro pra Aïnouz, Vol.3”:

Produzido por Don, juntamente com Deryck Cabrera (Emicida, Criolo, Rashid), a obra conta também com pós-produção e mixagem de Luiz Café. Com  nove faixas, o volume inaugura uma trilogia reversa que conta a história da vinda do artista de Fortaleza para São Paulo e homenageia o cineasta Karim Aïnouz. A capa é novamente feita pelo artista gráfico Felipe Felippo com fotos da americana Autumn Sonnichsen. A direção artística é assinada por André Maleronka, editor-chefe da VICE Brasil.

Pelo que se escuta aqui, foi um percurso bruto, mas também terno e reflexivo, como prenunciava a já clássica mixtape “Caro Vapor: Vida e Veneno de Don L”, de 2013. “RPA3” ainda é o champanhe derramado misturado com sangue no chão, mas hoje a brisa marítima e as ruas que lhe deram seu primeiro flow, no Conjunto São Pedro, em Fortaleza, dão lugar a uma camada de fuligem que, pousada sobre a densidade de suas criações, faz a essência do rapper e produtor vibrar e soar de forma diferente.

Entre estas cinzas de uma São Paulo depressiva, a mesma sede que ganhou projeção nacional com a mixtape “Dinheiro Sexo Drogas e Violência de Costa a Costa” (2007) pulsa em veias e artérias de leão, mas é o coração de gelo que determina a temperatura do brinde. Esse é o cenário da terceira parte do roteiro autobiográfico que Don L constrói como um personagem que sai das telas de um filme do cineasta Karim Aïnouz. Conterrâneo do rapper, o diretor de obras como “O Céu de Suely” e “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, que reside hoje em Berlim, também aborda temas como o êxodo e a sensação de descoberta e de não-pertencimento a um lugar.

O disco abre com a parageusia de “Eu Não te Amo”, onde o arranjo progressivo de ambições sinfônicas ganha camadas vocais com o apoio de Terra Preta e atinge um ápice de desilusão, para abrir caminho da participação angustiante de Diomedes Chinaski, seu protegido, um jovem rapper em ascensão vindo das periferias de Recife.

Como se o desconforto virasse alimento para raiva, a acelerada “Fazia Sentido” reflete raivosamente sobre o hip hop brasileiro, e desemboca numa negação do niilismo, procurando de novo o brilho de seus olhos jovens em “Aquela Fé”, já aclamada pelo público como um dos hits do disco. A terceira faixa tem beat de DJ Caíque e se apresenta dividida em duas partes, à primeira vista aparentemente distintas. O tema da desilusão adulta é destrinchado primeiro por Don, depois por Nego Gallo, seu parceiro dos tempos de Costa a Costa, em batidas diferentes. Ambiciosamente, a conclusão musical alinhava tudo: som, ideia, sentimento – afinal de contas, “uma frase muda o fim do filme”.

Daí Don L grita eletrificado pelas ruas como Belchior, outro conterrâneo famoso, para buscar sua sanidade analógica num mundo tão digital – é “Cocaína”, uma tour de force que se espraia amplamente pelas guitarras distorcidas de seu também conterrâneo Fernando Catatau (Cidadão Instigado). É uma improvável canção de amor, ou talvez apenas verse sobre o real poder libertador de se desligar numa época em que todos são tão dependentes da rapidez viciante das redes sociais. No interlúdio free-jazzístico que vem, “Cocainterlúdio”, Don atua só e plenamente como produtor, alistando músicos que traduzem sua visão de caos, destruição e reconstrução. Ali brilha o saxofonista Thiago França (Metá Metá), acompanhado por Maurício Fleury (Bixiga 70) no teclado, bateria de Thomas Harres (Jards Macalé/Curumin) e baixos de Gustavo Portela e Maurício Coei. O som denso é o ponto de inflexão do disco.

O sexo vem em uma cama de sons sintéticos feita por Don e Deryck em cima de um beat de Sants, destaque da cena Bass e Future Beats no Brasil e um dos criadores do Beatwise Recordings. O diálogo entre Don e a rapper revelação Lay não vem sem uma tristeza latente, como se fosse indissociável o hedonismo de suas causas e consequências. É uma ode sobre a entrega e também um hino anti-revenge porn (também chamado no Brasil de “caiu na net”) – sua sonoridade eletrônica não é uma coincidência. Ainda sobre causas e consequências, eletrônica e densidades, chega “Ferramentas”, que conta com o mesmo time de produção da faixa anterior. O áudio do rapper Gato Preto, integrante do clássico grupo de rap A Família e amigo de Don que foi assassinado em 2016, no final da faixa, dá a dimensão das escolhas e de qual é a busca por aquela fé mencionada no início da jornada. É a liberdade do conhecimento adulto, por mais duro que isso possa ser.

Com a produção do carioca Luiz Café, considerado o melhor engenheiro de som em atividade no rap brasileiro, “Se Num For Demais” é formada por loops nas batidas e letras, um som circular, cíclico. É aceitar a queda, o rolê no inferno, e falar “OK, era só isso memo? Pode ficar com o troco”. E parte pra uma nova reconstrução, uma redescoberta de si mesmo. Com batida do também carioca Leo Justi (Heavy Baile/ M.I.A.), “Laje das Ilusões” fecha o disco e traz o renascimento das ilusões. É como um apanhado geral de imagens dos três volumes do RPA, em velocidade ultra-rápida, como as imagens de uma vida na mente de alguém passando por uma EQM (experiência de quase-morte). É o momento de olhar pra trás e observa o quanto se andou, é sobre o tempo, e o quanto ele custa. A canção ganhou um clipe assinado pela fotógrafa Autumn Sonnichsen, que também é responsável pela foto da capa de “RPA3”.

Sob um céu de nuvens carregadas de informações, em meio a distrações de de Youtube, colecionando cicatrizes, Don L carrega as marcas de um flow único e proprietário e de um estilo sofisticado de composição. É um rapper intelectual que expõe insatisfações, triunfos e análises como quem escreve um ensaio assertivo artístico e marginal sobre beats ora sinuosos e melancólicos, ora furiosos, como sua forma de cantar.

O show de RPA3 é um esforço coletivo de fugir das fórmulas convencionais dos shows de rap. A interpretação visual do disco vem em um cenário com estrutura de andaimes assinado por Camila Schmidt e design de luz da dupla Mirella Brandi& Muepetmo, e representa a desconstrução e construção propostas na obra. Idealização e roteiro por André Maleronka e Mateus Potumati.

 

Mais em:

https://www.youtube.com/watch?v=ET8FuO6ZgGk

SERVIÇO:

 

16 MAR 2018 | 21h

Don L

Show do álbum Roteiro pra Aïnouz, Vol. 3

duração: 90 minutos (aproximadamente)

ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada) – Valores atualizados em fevereiro de 2018.

classificação indicativa: 14 anos

A apresentação contará com interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras).

informações: www.auditorioibirapuera.com.br

tel.: 3629-1075 ou info@auditorioibirapuera.com.br

 

Ingressos a venda nos canais da Ingresso Rápido e na bilheteria do Auditório Ibirapuera.

Horários da bilheteria:

Sextas-feiras e sábados, das 13h às 22h.

Domingos, das 13h às 20h.

 

Ingressos:                                                     

Sistema Ingresso Rápido, pelo site www.ingressorapido.com.br e pontos de venda espalhados por todo o Brasil. Telefone: 4003-1212.
Formas de Pagamento: American Express, Visa, MasterCard, Dinners Club, Aura, Hipercard, Elo, Vale Cultura Sodexo e Vale Cultura Ticket, todos os cartões de débito e dinheiro. Não aceita cheques.
O serviço de reservas pelo site do Auditório está suspenso temporariamente para adequação ao aumento da demanda e melhor atendimento ao usuário.
Meia Entrada:
– Estudantes: apresentar na entrada Carteira de Identidade Estudantil.
– Professores da Rede Estadual, Aposentados e Idosos acima de 60 anos: apresentar RG e comprovante.

– Menores de 12 anos, acompanhados pelos pais, têm direito a 50% de desconto do valor da inteira, quando Censura Livre.

Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer

Desde 2011, o Auditório Ibirapuera é gerido pelo Itaú Cultural, em parceria com a Prefeitura de São Paulo. O instituto e a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo renovaram o convênio de gestão, vigente até 31 de dezembro de 2019. O trabalho inclui a gestão da Escola do Auditório, voltada à formação de música para estudantes da rede pública de ensino da capital. Esta parceria público-privada de cultura e formação já impactou mais de um milhão e meio de espectadores.

Capacidade: 806 lugares

Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque Ibirapuera

(Entrada para carros pelo Portão 3)

Fone: 11.3629-1075

info@auditorioibirapuera.com.br

http://www.auditorioibirapuera.com.br/

Ar-condicionado. Acesso a pessoas com deficiência. Proibido fumar no local.

Estacionamentos / Transporte:

Estacionamento do Parque Ibirapuera, sistema Zona Azul – R$ 5 por duas

horas. Dias úteis das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados das 8h às 18h

Ônibus:

Linha 5154 – Terminal Sto Amaro / Estação da Luz

Linha 5630 – Terminal Grajaú / Metrô Bras

Linha 675N – Metrô Ana Rosa / Terminal Sto. Amaro

Linha 677A – Metrô Ana Rosa / Jardim Ângela

Linha 775C/10 – Jardim Maria Sampaio / Metrô Santa Cruz

Linha 775A/10 – Jd. Adalgiza / Metrô Vila Mariana

O Auditório Ibirapuera não possui estacionamento ou sistema de valet. O estacionamento do Parque Ibirapuera é Zona Azul e tem vagas limitadas. Sugerimos que venha de táxi ou transporte público.

 
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