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Jeff Scott Soto ::: 13/07/19 ::: Manifesto Bar
Postado em 12 de outubro de 2019 @ 14:35


Texto: Vagner Mastropaulo

Soto cumpre promessa, volta à cidade para cantar Queen e arrasa! E dá-lhe caipiroska!

“A única razão pela qual eu fiz isso foi para informá-los que tenho um anúncio a fazer: voltarei para cá dentro de dois meses, em julho. Terei BJ, Edu e Leo Mancini comigo no Manifesto fazendo um show-tributo ao Queen. Sim, é isso aí: voltarei a São Paulo em julho!”. Foi assim, após sentar-se no kit de bateria e puxar a famosa levada de We Will Rock You, que Jeff Scott Soto, na volta para o encore da banda Soto no Carioca Club em 05/05, lançou a promessa do regresso à cidade e, mantendo a palavra, encheu o bar (as mesas tiveram de ser retiradas, deixando somente os sofás). Conforme anunciado, a trinca do Tempestt acompanhou-o: na guitarra solo, o ex-Shaman e ex-Noturnall, Leo; BJ na guitarra base e teclados; e o baterista Edu Cominato (os dois últimos, também integram o grupo que leva o nome do cantor). Completando o line-up, o baixista do R4 e produtor musical Henrique “Baboom” Canale.
A casa abriu pontualmente às 22:00, porém, a apresentação do quinteto se iniciaria apenas à 01:00, mesmo que a informação obtida na entrada deste escriba junto a um segurança indicasse o começo “lá pra 00:00, 00:30, com duas entradas”. Para passar o tempo, só restava bater papo, checar mensagens no celular, beber ou comer algo e circular pela área comum. Houve quem não segurasse a onda, como uma fã que heroicamente deu breves pescadas em pé, até ser ‘importunada’ e acordada por uma garçonete que ‘ousou’ trombar de ombros com a pobre dorminhoca. Ao som de Procession, extraída de Queen II (1974), os músicos tomaram seus postos e a escolha da intro não poderia ter vindo mais a calhar, uma vez que a imagem de Freddie na capa do álbum era usada como decoração no telão, com a adição de um par de asas realçando a arte inspirada em uma pose de Marlene Dietrich em O Expresso De Shanghai (1932). Uma excelente versão de Tie Your Mother Down foi só a primeira paulada e quebrou a ordem de The Jeff Scott Soto Queen Concert – Live At The Queen Convention, registro em DVD do cantor interpretando o conjunto inglês em 2003 e iniciado por Let Me Entertain You, não tocada aqui.
Vestido todo de branco, exceto pelos óculos escuros e cachecol preto, antes de Another One Bites The Dust, o americano checou: “Estão prontos, Manifesto? Parece que há uma festa aqui esta noite. Temos que fazê-la pelo Sr. Freddie Mercury, que nos observa, cantar para ele ficar orgulhoso. Cantem comigo. Caramba! Baboom, me dê o baixo”. Ao brincar novamente com seu público, fazendo-o imitar suas vocalizações (área de especialização do frontman do Queen), Soto foi só elogios: “Seus filhos da puta, eu não sei o que fazer! Para onde vamos daqui? Já sei para onde ir, já sei! Mandem ver” e retomou-a a partir da repetição do título. E enquanto BJ fazia a introdução de I Want To Break Free no teclado, o cantor averiguou: “Até aqui, Manifesto, estão se sentindo bem? Querem cantar mais um pouco? Caipiroska!”, somente a primeira da noite antes da divertida faixa de The Works (1984), que combinou perfeitamente com seu timbre de voz e teve solo perfeito de Leo, vez por outra auxiliando BJ nos vocais de apoio.
Comunicativo e espirituoso, Soto soltou um “Do caralho! Yes! Puta que parió”, arrancando risadas e combinando sotaques em três línguas, até prosseguir: “Antes de continuarmos, quero fazer um anúncio, pois é inacreditável, as circunstâncias são inacreditáveis: trinta e quatro anos atrás, no dia de hoje, o Queen tocava no Live Aid! No mesmo dia, o Queen tocava no Live Aid trinta e quatro anos atrás! Não pegamos essa data, não a escolhemos, é uma total coincidência, mas, cara… eu sei que o Freddie Mercury está olhando aqui para baixo em São Paulo com um grande sorriso esta noite. Eu geralmente não faço mais estes shows do Queen, pois, como sabem, ando meio ocupado com outras coisas, mas quando me pediram para fazê-lo, tive que agarrar esta oportunidade porque, em primeiro lugar, amo o Queen com todo o meu coração. Amo a banda mais do que amo caipiroskas! E, em segundo lugar, sei que vocês partilham o mesmo amor pelo Queen que eu. Portanto, façamos uma bela festa ao Queen esta noite, certo? Vamos fazer uma agora que não tocamos da última vez que fizemos um show do Queen, mas eu quis incluí-la hoje, pois é uma das minhas favoritas deles em todos os tempos. Ela se chama Spread Your Wings”, que, de tão inesperada, botou uns e outros a cantar em alto em bom som e foi curioso ver Soto fazer o final no teclado enquanto Leo solava e BJ o cobria na guitarra. E a festa pegou fogo de vez com uma versão bem animada da contagiante Crazy Little Thing Called Love, com baixo em evidência e Leo no violão, fazendo do bar uma verdadeira pista de dança. Ao ver como a casa a cantava, Soto discretamente tirou onda: “Ei, esta é a minha parte!”.
Após agradecer, em português mesmo, com um “Obrigado”, o cantor recebeu um mimo de uma fã e, até notar que se tratava de uma presilha de cabelo, ao ver embalagem usada para a surpresa, tirou sarro: “O que é isso? Pensei que estava me dando um absorvente! Oh, isso não é de comer, é de se usar. Obrigado! Se eu beber caipiroskas o suficiente, vou comer isso mais tarde. Ok, não quero falar, quero cantar. E vocês, querem cantar?”, virando-se aos colegas que, exceto por Henrique, o auxiliaram no forte coro de Fat Bottomed Girls, finalmente fazendo a galera cantar alto (um detalhe: não foi a versão do Greatest Hits, de 1981, e sim a estendida e original). Em suma, a faixa de Jazz (1978) finalmente incendiou a platéia em um momento de virada, até por ser poderosíssima. Foi aí que algo chamou a atenção, pois tirando os gestos e maneirismos que apenas Freddie era capaz de fazer, Soto o interpretava de fato, não tentando equiparar vozes, mas fazendo verso a verso como nos álbuns e provando o quanto é fã do quarteto, pois só repetidas audições de cada uma das faixas automatizaria a reprodução ao vivo.
Enquanto isso, imagens se sucediam no telão, ora do frontman ou seus tantos trabalhos, como a banda Soto e o Sons Of Apollo (para alegria de um fã que vestia a camiseta: “Portnoy, Sherinian, Bumblefoot, Sheehan, & Soto”), ora de Freddie, do Queen como um todo ou de capas de álbuns. Continuando a homenagem, o vocalista esclareceu: “Do caralho! Preciso aprender um pouco mais de português. Sabem, estou junto desses caras há vinte anos e sei somente: ‘Obrigado’, ‘Do caralho’”, até BJ completar: “E São Paulo”. Então Soto deu show de pronúncia: “Mas eu sei dizer São Paulo”, com o som nasal certinho, “E não San Paulo ou Sao Paulo”. Foi aclamado e apresentou seus colegas: “O BJ é meu professor! Antes de continuarmos, falando de São Paulo, na guitarra, conheço esse homem há muito tempo… agora fique quieto aí, é o meu show, BJ. Um de meus amigos mais antigos, uma das primeiras pessoas que conheci aqui em São Paulo: na guitarra, Mr. Leo Mancini. E, no baixo, também de São Paulo, Henrique Baboom!”.
Estendendo a honraria a amigos, Soto demonstrou gratidão: “Agora esses outros dois caras que eu conheci em 2002. Estamos em 2019, então são dezessete anos desde que a irmandade começou, graças ao grande Mr. Carlos Chiraoni [nota: da Animal Records, primeiro a apostar em Soto e trazê-lo à cidade]. Cadê o Carlos? É por sua causa que recebo todo esse amor em São Paulo! Na guitarra, cantando, tocando teclado, batendo uma, fazendo sanduíches, ele faz de tudo: conserta seu carro, limpa a entrada da garagem, faz de tudo. Aplaudam o BJ! E esse cara que, quando o conheci, parecia um Tom Cruise retardado e agora, para mim, está melhor do que o Tom Cruise: na bateria, Edu Cominato. Também quero agradecer ao Silvano e ao Paulo Baron, vocês os conhecem? [nota: Silvano Brancati, do Manifesto; e o empresário do Angra e da Top Link, que recentemente lançou Rocking All My Dreams] Eles são os caras que fizeram essa noite possível, de modo que possamos: nos divertir, estar juntos, ouvir toda essa música maravilhosa e cantar juntos. É tudo sobre amor e música. Obrigado a vocês dois! E vocês, estão prontos para o martelo?”, aludindo a Hammer To Fall, outra em que sua voz se encaixou muito bem, emendada a Don’t Stop Me Now, com baixo destacado, em especial no solo de Leo, com BJ no teclado, e que “se tornará a maior canção já feita pelo Queen. É adorável ver como as pessoas a abraçam agora. Acho que é pelo otimismo da letra”, segundo depoimento de Brian May à edição de julho da Mojo. Bem possível, uma vez que o bar outra vez virou pista de dança.
Caminhando para o encerramento da primeira entrada, o dono do show encorajava os fãs: “Cara, está tão seco aqui! Estou fazendo meu melhor para tentar ficar hidratado. Isso é pura vodka, uma caipiroska com sabor de vodka e vai resolver. Comecem: ‘Vira, vira, vira’”, enquanto BJ indagava: “Cadê a minha?”. Na zoeira, Soto completou: “BJ, isso foi como entrar num quarto de pau duro, pronto para a ação, e te dizerem: ‘Espere, preciso ir ao banheiro’. Eles estavam fazendo o ‘Vira, vira, vira’ e você cortou o barato”. Quebrando de vez o clima, não é que saiu uma briga na lateral esquerda da pista, mais perto do bar? O ocorrido forçou o cantor a soltar vários: “Ei, tranquilo”, em espanhol, e completar: “Qual é? É música! É amor! Tranquilos. Bebam algo. Ei, puto, não é por aí. Beba algo”, até mandar mais uma dose de caipiroska goela abaixo e se declarar: “Amo esse país! Estão prontos para ‘It’? Querem tudo?”, referindo-se a I Want It All. E, já que a noite era de mistura de idiomas, no melhor estilo ‘just in case’, o mesmo segurança que informou o horário já portava refis da bebida favorita de Soto em nosso país. Na real, o que impressionou mesmo foi o final bem mais acelerado da faixa extraída de The Miracle (1989), emendada a outra rápida e de Sheer Heart Attack (1974), Stone Cold Crazy, que mais parecia a versão-locomotiva do Metallica do que a própria original (já te ocorreu o quanto a canção foi inovadora em seu tempo, precedendo a NWOBHM?!?!). E após um “Uma breve pausa e já voltaremos”, os cinco rumaram ao camarim, cravando cinqüenta minutos do ‘primeiro ato’.
Vinte e cinco minutos de intervalo. Este foi o tempo de descanso e, supõe-se, de mais caipiroskas até a volta às 02:05, quando o tom da apresentação ficou sério com Soto pedindo a palavra: “Olá, tudo bem? Então, eu mencionei antes que nesta noite estamos fazendo um longo set do Queen trinta e quatro anos depois, na data de hoje, de eles tocarem no Live Aid. Mas agora levarei o show a outro lugar. A próxima que faremos, quero dedicá-la ao grande e único André Matos. Mas queria que se dessem conta de outra coisa, pois já passou da meia noite e é oficialmente domingo, 14 de julho. Dois anos atrás, nesse dia, em 14 de julho, perdi um de meus melhores amigos, meu irmão David Z. Então o Leo e eu queremos fazer esta especialmente para André e David. Espero que me ajudem a cantar” Love Of My Life, como feita no Rock In Rio 1985 em voz e violão de doze cordas, reconhecida no primeiro dedilhar de Leo e dividida entre platéia e um emocionado Soto, em particular antes do “Hurry back, hurry back” da última estrofe. De olhos marejados, ele a concluiu apontando para cima, em linda e tocante homenagem!
Tentando controlar os sentimentos, o vocalista destacou mudanças de figurino: “Ok, sem mais emoções. Parei! Vejam, na primeira entrada, eu estava usando tudo branco. Nesta segunda entrada, estou usando tudo preto. Isso significa que vou precisar de vocês ainda mais, pois vamos cantar algumas músicas juntos”. Então a massa propôs outro “Vira, vira, vira”, mas como já haviam iniciado Somebody To Love, o cantor prometeu beber após terminá-la. Vale destacar que a troca de cores foi citada exatamente antes de uma faixa de A Day At The Races (1976), de capa majoritariamente preta, o sucessor de A Night At The Opera (1975), de tons brancos, justamente de onde foi tirada Love Of My Life. Saltando para Innuendo (1991), penúltimo play da vasta discografia do Queen e último com Freddie vivo, o grupo sacou These Are The Days Of Our Lives, dando uma quebrada no clima, mas valeu pelo registro. Daí por diante, só clássicos: a começar por Under Pressure, mais uma em que o baixo de Baboom soou vibrante, assim apresentada pelo mestre de cerimônias: “Vamos nos divertir. Serei duas pessoas em uma”, rimando, ao menos em inglês: “Two in one, have some fun”, repetindo a frase aos fãs.
Após cumprir a promessa e efetivamente virar outra dose, veio Radio Ga Ga com adesão coletiva para as palmas, seguida da versão mais alternativa, por assim dizer, feita na noite: We Will Rock You, que não chegou ao ponto de soar como o cover do Viper em Evolution (1992), pois seu final se aproximou da original no bumbo e caixa, mas ficou diferente e justificou a grafia “Fast Version” do setlist de palco. A seguinte? Sua irmã siamesa. Será que alguma vez o próprio Queen separou We Will Rock You de We Are The Champions? Com novas apresentações, Soto tirou sarro e transformou o encore em algo prático: “BJ, Baboom, Leo, Edu. E meu nome é Paul Rodgers! Querem mais? Íamos deixar o palco para voltar”. E após BJ secar uma caipiroska (a questão era saber como ele ainda estava de pé, tendo participado do Angra & Friends na Praça da República), cada membro da banda se aproximou do cantor com uma nova dose em mãos, exceto Edu, assustando o frontman: “Isso é como um pesadelo dos infernos, com tudo de uma vez. Todos estão me dando bebidas ao mesmo tempo”. Então o baterista fez a levada inicial de Rosanna (Toto) e Soto entrou na onda, fazendo um trecho. E já que era hora de improviso, fez um snippet vocal de Mustapha, faixa de abertura de Jazz, emendando-o a Bohemian Rhapsody, deixando a parte do coral em playback, afinal de contas, o próprio Queen assim a fazia.
Colada a outra que casou bem com seu timbre de voz, The Show Must Go On deveria ter encerrado o informal encore, mas Edu imediatamente fez uma levada na bateria que forçou o vocalista a dar satisfações públicas: “Sabem o que eles fizeram comigo? O que eles fizeram comigo eu vou fazer com vocês”. Após fazer um coro, continuou: “Deveríamos fazer músicas do Queen” e ao retomá-lo, iniciou I’ll Be Waiting, do álbum de estréia de seus tempos de Talisman, que agitou os fãs. Grato, Soto elogiou-os, com a música ainda em andamento: “São Paulo, vocês nunca me desapontam!”. Foi hilário ver Leo deixar o palco no meio da faixa e, é claro, o americano não deixou quieto: “O Leo não mijou no intervalo e precisa ir ao banheiro”. Sem o guitarrista, ele improvisou: “Vou ter de inventar algo” e cantou o refrão de We’re Not Gonna Take It (Twisted Sister). Ainda esperando por Leo, aceitou o enésimo incentivo/desafio de “Vira, vira, vira”: “Ok, farei isso, mas apenas se vocês, ao acordarem amanhã e ouvirem a notícia: ‘Jeff Scott Soto morre em São Paulo’, disserem: ‘Bullshit!’”. Com o time todo, retomaram e acabaram I’ll Be Waiting, com o guitarrista fazendo gestos, como se fossem libras, no refrão da canção.
Após agradecer em português e em inglês, o cantor tentou partir: “Dizemos ‘Boa noite’ a vocês! E agradecemos”. Ele só não contava com outra pegadinha de seu baterista, fazendo na caixa as batidas iniciais de Stand Up, composta por Sammy Hagar e que integra a trilha de Rock Star (2011). Brincando, Soto mostrou o dedo do meio a Edu: “Está me zoando? E vocês, estão loucos?” e fez a versão da fictícia Steel Dragon, com ele mesmo na gravação. Ao seu final, sinalizou para Edu que não tinha mais condições de cantar, antes que este fizesse mais graça. Vale ressaltar o sensacional solo de Leo, perfeita reprodução do trabalho de Zakk Wylde em estúdio! Ainda houve tempo de o vocalista fazer os derradeiros agradecimentos: “Muito obrigado, São Paulo! Amo vocês! Obrigado. Inacreditável!”.
Como curiosidade, o setlist de palco não continha as duas últimas e sugeria que God Save The Queen viria na discotecagem durante as despedidas, como fazia o Queen, mas alguém se esqueceu de apertar o play e o que rolou mesmo no som ambiente foi Cum On Fell The Noize (o cover do Quiet Riot, não a original do Slade). E tudo bem, pois já passava das 3:20 della mattina, com quase sessenta minutos de segunda entrada, hora de levantar acampamento. Ainda mais porque o próprio Soto faria participação no show do Malta no domingo, por volta das 19:00, na Rock Fun Fest, evento da Rádio Kiss FM em comemoração ao Dia Mundial do Rock, na Praça da Luz, cantando Queen, é óbvio! Quem quiser ter uma noção de como foi o show, basta acessar: https://www.turbinado.art.br/site/artigos/noticia/malta-agita-o-publico-com-convidados-especiais-no-final-de-semana-do-rock. E agora, Soto? Qual sua nova promessa?

Setlist
Primeira Entrada
Intro: Procession
01) Tie Your Mother Down
02) Another One Bites The Dust
03) I Want To Break Free
04) Spread Your Wings
05) Crazy Little Thing Called Love
06) Fat Bottomed Girls
07) Hammer To Fall
08) Don’t Stop Me Now
09) I Want It All
10) Stone Cold Crazy
Segunda Entrada
11) Love Of My Life
12) Somebody To Love
13) These Are The Days Of Our Lives
14) Under Pressure
15) Radio Ga Ga
16) We Will Rock You [Fast Version]
17) We Are The Champions
“Encore”
18) Bohemian Rhapsody
19) The Show Must Go On
20) I’ll Be Waiting [Talisman Cover]
21) Stand Up [Steel Dragon Cover]

 
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