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Orquestra Petrobrás Sinfônica – Metallica – Black Album – Allianz Parque – 30/06/19
Postado em 09 de julho de 2019 @ 22:05


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Flavio Santiago

Agradecimentos: Costábile Salzano Jr / Agência Taga

Nada mais importava a não ser ouvir o Black Album orquestrado

 A quem leu a introdução do texto sobre a apresentação do sábado no Allianz Parque, Orquestra Petrobrás Sinfônica – Queen – Bohemian Rhapsody, e estranhou a não menção ao Metallica, saiba que a ausência foi proposital para servir de introdução a esta matéria. Se em S&M (1999), o Metallica tocou no Berkeley Community Theatre (Berkeley, Califórnia) com a Orquestra Sinfônica de San Francisco, à época regida por Michael Kamen (falecido em novembro/03), vinte e três anos depois e aqui no Brasil, foi uma orquestra que tocou Metallica, a mesma do espetáculo acima, outra vez regida por Felipe Prazeres e, conforme prometido no site oficial do concerto, com “arranjos inéditos de Ricardo Cândido”, o baixista do palco.

A rigor, este foi o primeiro evento programado em uma série de quatro no formato Allianz Parque Hall. Cronologicamente, uma vez feitas a logística e a divulgação para o Black Album, aproveitou-se toda a estrutura de palco e anunciou-se a referida apresentação com músicas do Queen. E mais, em proposta inteligente, já com tudo pronto, incorporaram-se mais shows: na quinta, Jorge Aragão e Fundo de Quintal; e, na sexta, o Encontro Marcado de 14 Bis e Sá & Guarabyra, com participação especial de Flávio Venturini e abertura do Nós do Rock Rural, de Ricardo Vignini (Moda de Rock), Tuia, Zé Geraldo e Guarabyra. Com a pausa no Brasileirão para a Copa América (com jogos no Morumbi e em Itaquera), o estádio não vem sendo utilizado e assim todos saíram ganhando num final de semana com atrações para todos os gostos.

Para os marujos de primeira viagem, a empreitada levantava questionamentos simples já a partir da compra do ingresso, afinal de contas, sem o barato visual de estar perto de James, Kirk, Robert e Lars, valeria a pena comprar cadeira vip? Ou o ponto era apenas escutar e tanto fazia onde? Questão de gosto e de bolso. Para quem leu o texto sobre o concerto da véspera, com parte da trilha sonora de Bohemian Rhapsody, algumas sutis mudanças: ainda que dentro dos padrões da apresentação, o baterista ‘castigou mais’ seu instrumento, se comparado ao ‘Roger Taylor’ do sábado; evidentemente, o público era mais ‘metalhead’, orgulhosamente exibia camisetas do grupo e Master Of Puppets (1986) era a estampa campeã; houve mais disposição para cantar (sem spoiler, a primeira do bis quase pareceu show dos americanos); e, beirando o preconceito, como a noite tinha o ‘selo metal’, policiais estavam de prontidão na Rua Padre Antônio Tomás durante a entrada (não vistos um dia antes) e, na saída, um marronzinho por ali ‘orientava’ o trânsito (na noite anterior não tinha ninguém).

Outra diferença era o preço, mais salgado, talvez pela adição de dezenove músicos, totalizando cinqüenta no palco: cadeira vip, deck vip e cadeira premium saíam por 180, 210 e 100 reais as inteiras, respectivamente (é ótimo quando todo mundo é vip ou premium, não?). E sem o mascote oficial do estádio para tirar fotos, as opções de espera reduziam-se e a alternativa era comer ou beber algo oferecido pelos mesmos vendedores ou tentar reconhecer rostos familiares da véspera. Até o fotógrafo oficial era o mesmo (os orientadores no setor vip eram outros) e quanto à discotecagem, alguns sons como Under The Bridge (Red Hot Chili Peppers) e Ramble On (Led Zeppelin) se repetiram. Com atraso de quinze minutos, passava de 19:45 quando vieram ao palco os músicos e Felipe Prazeres, filho do português Armando Prazeres, fundador da orquestra em 1972, mas que apenas quinze anos mais tarde passou a contar com o patrocínio da Petrobrás. O regente, que também é sobrinho de Perfeito Fortuna, fundador do Circo Voador, na boêmia Lapa carioca, fez as honras da casa:

– Boa noite, galera! Boa noite a todos! Que maravilha é estar aqui mais uma vez. Ontem já foi uma arraso e hoje o metal vai pesar, mas vai pesar muito, a vibe é outra, a energia é outra! Queria agradecer demais ao Allianz Parque pelo carinho com que nos recebeu ontem e no ano passado, quando a gente veio tocar Pink Floyd e foi muito legal, pela Petrobrás, a nossa mantenedora, que está com esta orquestra há 32 anos e a gente espera que continue por muito tempo. E bem-vindos à Série Álbuns, hoje sim a Série Álbuns da Petrobrás Sinfônica. A gente começou essa série três anos atrás tocando álbuns do pop e do rock nacional e internacional, exatamente da forma que o CD, ou disco, foi concebido. Tocamos Los Hermanos, depois Thriller, do Michael Jackson, depois Pink Floyd e agora o Black Album e vocês devem estar pensando… Podem aplaudir o Black Album porque ele é muito bom! Vocês devem estar pensando: “O que essa galera quer inventar aqui e tocar esse álbum? Como assim uma orquestra sinfônica?”, mas esta orquestra sinfônica quer provar justamente que está aberta a qualquer tipo de repertório, que está aberta tocar Metallica e muito, e a qualquer outro estilo, porque ele é um organismo dinâmico que pertence a uma época, pertence a todas as épocas, se renova e se reinventa.

Então Felipe deu maiores detalhes sobre como seria a noite e destacou os arranjos:

– A gente não pode se esquecer, jamais, do nosso arranjador, que é da casa aqui hoje, Ricardo Cândido, que está logo ali. E eu vou dar um briefing rápido aqui: a guitarra-base está com as violas, com os cellos e com o contrabaixo. A voz, em alguns momentos, com os violinos, com o naipe de madeiras (tem flauta, oboé, corne-inglês, clarinete e fagote), depois os metais dando mais peso e a cozinha toda ali atrás dando mais peso ainda. E, desta vez também, a gente trouxe mais peso com instrumentos friccionados acústicos e elétricos. Vou pedir ao Mateus, que está com um violoncelo elétrico, para dar uma canja e mostrar o instrumento para vocês, sem distorção e depois com distorção [nota: palhinha de Enter Sandman levando a galera ao delírio].

E quanto às partes soladas de Kirk Hammet?

 E os solos, cabeludíssimos, de guitarra, em praticamente todas as músicas, se não me engano, estão a cargo de dois spallas, primeiro o Ricardo Amado. Dá uma canja aí, Ricardo! E mais uma guitarra, são duas guitarras: a outra com o Carlos Mendes. Manda aí, Mendes! [nota: ambos foram ovacionados, mas Ricardo fez o solo de Wherever I May Roam e depois Carlos o de Sad But True]. Bom, é isso, galera! Queria agradecer demais aqui ao nosso engenheiro de som, Alexandre, que está ali na maior responsa. Você manda muito bem, Alexandre. Valeu! E ao Marquinhos, que é papai e não está aqui, e ao João Magalhães, que trouxeram essas idéias maravilhosas para esta orquestra e fica aqui o nosso carinho. E ao nosso diretor artístico Isaac Karabtchevsky, que não está aqui hoje, mas esteve aqui ano passado, com o dobro da minha idade. Eu tenho 42, ele tem 84, veio reger o Pink Floyd aqui e isso é muito legal. Vamos começar o concerto então e eu não o interrompo mais. A gente toca uma abertura que normalmente é tocada nos shows do Metallica, do Ennio Morricone, The Ecstasy Of Gold. Vamos começar com essa abertura e tocamos na seqüência do CD, ou do vinil ou da fita cassete. Tocamos algumas, fazemos um pequeno intervalo para a gente ‘virar o disco’ e depois a gente volta com o final. Aí, se vocês gostarem realmente, pois se vocês não gostarem, não tem o menor problema, a gente pode ir para casa, mas aí a gente pode tocar um bis, se vocês quiserem. É isso, galera! Divirtam-se! Black Album com a Orquestra Petrobrás Sinfônica!

E se você já viu o Metallica ao vivo, conhece o frisson gerado pela intro extraída de The Good, The Bad And The Ugly (1966), de Sergio Leone e com Clint Eastwood. Ouvi-la com uma orquestra não tem a excitação da ansiedade em ver o conjunto em minutos, mas ficou bem mais poderosa ao vivo do que em uma mera discotecagem. Ela trouxe um pequeno trecho de The Unforgiven, mas, obviamente, o que abriu a noite foi Enter Sandman, com gritos a partir de “Exit light, enter night” muito mais fortes do que qualquer cantoria do sábado. O solo? Ficou a cargo de Ricardo Amado, aplaudido como se fosse Kirk Hammet. Até a oração recitada pelo filho do produtor Bob Rock no álbum, iniciada em “Now I lay me down to sleep”, rolou ao fundo e foi interessante ouvir o rearranjo de algo tão icônico que possui releituras indo da respeitosíssima versão do Motörhead ao bizarro cover de Pat Boone em In A Metal Mood (1997), um play com a vibe do Quinteto (ou Sexteto) do Jô Soares, em seus tempos de entrevistador na TV, com a voz de um crooner (quem arriscar a audição do álbum terá a garantia de boas risadas). Concluindo-a, um “We’re off to never-never land” sussurrado, no que pareceu ser a própria voz de James, terminou por arrepiar a platéia, aplaudindo em êxtase e ‘forçando’ a orquestra se levantar agradecida após a primeira do ‘set’. Que início!

Sad But True contou com cantoria mais forte a partir de “They! The betray, I’m your only true friend now” e manteve o pique em alta, especialmente nos sensacionais solos, desta vez executados por Carlos Mendes, e no urro final do título. Holier Than Thou abriu o conjunto de faixas obscuras do álbum e não custa relembrar que o nome oficial do quinto registro em estúdio dos americanos é Metallica e não Black Album, como se convencionou chamá-lo em função da capa. A rigor a ‘bolacha’ possui uma clara separação entre seus gigantes cinco singles e sete canções hoje praticamente esquecidas pelo conjunto ao vivo. Então, o barato me ir a um ‘show’ como este, para alguns era pelos hits, para outros poder ouvir faixas como a terceira, surpreendentemente cantada em alguns trechos e aplaudida ainda em sua execução, outra vez com alguns dos músicos sorrindo ao sair da formalidade de um concerto padrão, novamente vestindo camisetas e blusas pretas, jeans pretos ou azuis e calçados confortáveis, como o regente, que exibia camiseta com nome, logo da banda e um “Since 1981” estampados.

O que dizer de The Unforgiven? Com tantas vindas do Metallica ao país, há quem não agüente mais escutá-la e prefira canções ignoradas pelo grupo. Mas foi consenso que até estes fãs mais rigorosos se emocionaram com cinqüenta pessoas a tocá-la, ainda mais com o substancial apoio no refrão e mais um senhor solo de Carlos Mendes, merecidamente aplaudido após terminá-lo sorrindo. Foi outra aplaudida de pé, levantando de novo a grata orquestra. Como não poderia deixar de ser, Wherever I May Roam veio a seguir, poderosa desde a batida no gongo e despertando gritos de aprovação e espanto. E, finalizando o primeiro ato, por mais que o regente tenha sido explícito sobre ‘virar o disco’, será que a escolha em ir para o intervalo após Don’t Tread On Me foi consciente neste sentido? Ou apenas por cravar metade das doze músicas? Como o álbum saiu como LP duplo, cada um dos quatro lados continha três músicas, e a faixa separava justamente o primeiro do segundo vinil. Coincidência? Restará a dúvida…

Após vinte minutos de descanso, a simbólica Through The Never reabriu o segundo ato. Se você assistiu à primeira parte de A Year And A Half In The Life Of Metallica (1992), vai se lembrar que é ao som dela no documentário que os fãs insana e ansiosamente se amontoavam nas lojas para adquirir cópia de Metallica, à espera do primeiro minuto de 12/08/91, data oficial do lançamento. Quase vinte e oito anos depois, foi possível testemunhar uma orquestra tocando-a, algo inimaginável lá atrás. Nothing Else Matters foi ovacionada logo nas primeiras notas e soou lindíssima, talvez por toda a refinada melodia contida já no original. Outra possível explicação a tanta aceitação reside no fato de ela já ter uma versão orquestrada, desenvolvida a partir de arranjo feito pelo mesmo Michael Kamen de S&M e conhecida mundo afora como Nothing Else Matters – Elevator Version. Mas o mais espetacular, de fato, foi o crescer de vozes no decorrer do último dos mencionados cinco singles extraídos do álbum, mesmo tendo sido cantada desde o início. Seu solo, talvez o mais magnífico do Black Album, ficou a cargo de Ricardo Amado. Muito aplaudida ao seu término, a orquestra fez questão de novamente se erguer e a versão ficou tão rica que só restava torcer por sua inclusão no bis.

A partir de Of Wolf And Man, o espírito era: ‘o que vier é lucro’. Mas um tremendo lucro pela oportunidade de ouvir quatro canções que dificilmente serão conferidas ao vivo, a não ser que role por aqui uma turnê com apresentações específicas celebrando o disco, como de 07/05 (Praga, República Tcheca) a 10/06 (Nickelsdorf, Áustria) no giro europeu de 2012, além de seu próprio Orion Fest, marcando vinte anos do lançamento, sempre com a pegadinha da ordem invertida. The God That Failed, por sua vez, trouxe a redescoberta do quanto seu baixo inicial é intenso e do quão potente é seu solo, feito por Carlos Mendes. Ela até contou com um gracejo da orquestra, encerrando-a com um “Hey” inesperado e coletivo, também feito durante sua execução. Pomposa, My Friend Of Misery, tema que abre as duas partes do citado A Year And A Half In The Life Of Metallica, também ressuscitou acentuada linha inicial de baixo, reforçada pela marcação de palmas, mas trouxe estranha microfonia pouco antes do solo de Carlos Mendes, talvez porque seu volume estava bem mais alto em relação ao restante da orquestra.

Fechando oficialmente o segundo ato e o álbum, The Struggle Within teve curiosamente a mesma duração de 3’52” de estúdio e contou com chifrinhos feitos por alguns músicos durante os aplausos. Então a expectativa passava a ser: surpresa ou ir direto ao bis? Primeira opção! E com bônus de causar palpitação: a maravilhosa Master Of Puppets, mas que deixou um gostinho de ‘quero mais’ por ter sido encerrada na primeira parte, antes de sua parte mais melódica, o dedilhar nas guitarras. Após mais agradecimentos com músicos e platéia em pé, Felipe foi objetivo: “Mais uma? A gente só tem música do álbum agora! Tá bom, já entendi! Beleza! Vambora!”. Enter Sandman surgiu com merecido replay, cantada a plenos pulmões, com todos de pé. Então o regente averiguou: “E agora, pessoal, beleza? Tchau, valeu! E agora, Nothing Else Matters ou The Unforgiven?”. Obviamente, pediram as duas, mas ele separou: “Quem quer Nothing Else Matters? The Unforgiven?”. Ganhou a primeira no pleito popular, com a violonista Camila Barros, erguendo seu celular com a lanterna acesa, dando a dica ao público, que aderiu.

Em vão, o condutor até tentou partir, mas sabia que não obteria sucesso: “Valeu, galera! E agora? Master? Uma antes de Master? Gente do céu, só tem especialista aqui. Sad But True! Sad But True! Sad But True?”, que ficou de bom tamanho, teve coro de “Hey, hey, hey, hey”, foi muito bem cantada, teve seu título urrado no último verso outra vez, mas a tal “uma antes de Master” teria sido um arregaço, fala sério! E, na indisponibilidade de Battery, foi mesmo o replay de Master Of Puppets que encerrou a noite, de novo na versão ‘coito interrompido’. Ao menos o telão exibia a bela imagem de um fã true metal, com agasalho jeans e patches exclusivos da banda, agitando com uma senhora idosa, provavelmente sua mãe. Muito bonito!

Após a saideira, Felipe fez os agradecimentos: “Valeu! Muito obrigado! Maravilhoso esse público aqui. Valeu!”. Nas despedidas, surgiam interações inusitadas entre músicos e platéia, como um “Posso apertar sua mão?”, de uma educada senhora e um: “E aí, curtiu?”, de uma das violonistas a um fã. Só causou estranhamento o evento estar oficialmente esgotado com uma parcela substancial das cadeiras vips laterais desocupadas. Partindo para o metrô, este escriba testemunhou uma conclusão de um fã que traçava análise com seus amigos: “Vejam como são as coisas: quando o Master saiu, eu tinha dezessete anos. Ouço a banda desde então, as pessoas torciam o nariz para o som que eu curtia e hoje uma orquestra toca Metallica num estádio. Quer dizer: eu estava certo lá atrás!”. Não há como contestar. A lamentar, apenas o aviso encontrado no site da promotora do evento: “Os assentos da cadeira vip e da cadeira premium não são reservados. Os setores são ocupados por ordem de chegada”. É fato que, em shows que tomam o estádio inteiro, o mesmo procedimento é adotado, mas se até para o Radiohead, em formato arena, todas as cadeiras do estádio foram marcadas, custava facilitar a vida de quem comprou a idéia e o ingresso, numerando os assentos em capacidade reduzida?

E para quem curtiu a experiência, comemorando vinte anos de S&M, vale lembrar que o Metallica anunciou que gravará S&M2 em 06 e 08/09, com a San Francisco Symphony, desta vez em San Francisco mesmo, inaugurando musicalmente o Chase Center, novo ginásio do Golden State Warriors, que deu adeus à Oracle Arena na sexta partida das finais da NBA ao fechar a série com derrota por 4×2 para o Toronto Raptors em 13/06. A regência ficará a cargo de Edwin Outwater, com participação especial de Michael Tilson Thomas, que conduzirá parte do show, neste que é seu último ano como diretor musical da sinfonia. E mais, para atiçar a curiosidade, o telão do estádio mostrou um singelo: “Vem aí… Em breve – Led Zeppelin – In Concert”. Que tal? Já pensou ouvir em Kashmir orquestrado? Feliz e verdadeiro…

 

“Setlist”

Black Album

“Primeiro Ato” – 19:45 até 20:30

Intro: The Ecstasy Of Gold [Ennio Morricone] – 2’59” (3’19” na trilha sonora de The Good, The Bad And The Ugly, de Sergio Leone)

01) Enter Sandman – 5’04” (5’29” no álbum) – Solo: Ricardo Amado

02) Sad But True – 5’01” (5’21” no álbum) – Solo: Carlos Mendes

03) Holier Than Thou – 3’46” (3’45” no álbum) – Solo: Ricardo Amado

04) The Unforgiven – 6’20” (6’24” no álbum) – Solo: Carlos Mendes

05) Wherever I May Roam – 6’22” (6’40” no álbum) – Solo: Ricardo Amado

06) Don’t Tread On Me – 3’27” (3’59” no álbum) – Solo Dividido Em Fraseados Alternados

Intervalo – 20’

“Segundo Ato” – 20:50 até 21:30

07) Through The Never – 3’58” (4’01” no álbum) – Solo: Ricardo Amado

08) Nothing Else Matters – 6’30” (6’26” no álbum) – Solo: Ricardo Amado

09) Of Wolf And Man – 3’52” (4’14” no álbum) – Solo: Ricardo Amado

10) The God That Failed – 4’45” (5’06” no álbum) – Solo: Carlos Mendes

11) My Friend Of Misery – 6’22” (6’45” no álbum) – 1º Solo: Carlos Mendes; 2º solo: Ricardo Amado

12) The Struggle Within – 3’53” (3’53” no álbum) – Solo: Carlos Mendes

“Bonus Track”

13) Master Of Puppets – 3’32” (8’32” no álbum) – Sem Solo

Bis – 21:30 até 21:55

14) Enter Sandman – 5’07” (5’29” no álbum) – Solo: Ricardo Amado

15) Nothing Else Matters – 6’29” (6’26” no álbum) – Solo: Ricardo Amado

16) Sad But True – 4’58”– (5’21” no álbum) – Solo: Carlos Mendes

17) Master Of Puppets – 3’24” (8’32” no álbum) – Sem Solo

 

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