RHAPSODY ::: 07/01/2018 ::: TOM BRASIL / SP

Postado em 17 de janeiro de 2018 @ 00:51

Texto: Renata Penteado

Fotos: Flavio Santiago

Agradecimentos: Damaris e Miriam

Após pedidos abundantes de fãs e grande sucesso pela Ásia, o Rhapsody voltou a São Paulo em apenas seis meses (a passagem anterior também havia sido no Tom Brasil, dia 07/05) e, não tendo esgotado a casa no ano passado, era improvável que tocassem por aqui tão cedo, mas como a turnê passará por 17 cidades latino-americanas, por que não começar aquecendo pelo Brasil? A abertura ficou a cargo do Souspell, pioneiros no estilo Metal Ópera em nosso país, com quatro álbuns lançados mundialmente e letras que contam estórias de um jovem chamado Timo.

O show começou pontualmente às 18:30, com três instrumentistas no palco: Leonardo Erba (guitarra), Heleno Vale (bateria) e Daniel Guirado (baixo e vocal), além dos cinco vocalistas do conjunto: Pedro Campos, Victor Emeka, Jefferson Albert, Daisa Munhoz e Talita Quintano, que se intercalavam para compor o espetáculo, cujo figurino incluía capa preta e roupa medieval, camisas e calças pretas e até mesmo uma espada empunhada. As meninas usavam vestidos longos pretos e passavam parte do show dançando ao lado da bateria.

E quando todos os vocalistas iam à frente do palco, suas vozes se harmonizavam e aí a teatral apresentação se fortalecia. Houve o tocante momento em que Daisa homenageou Marco Linhares (vocalista do Dark Avanger que falecera na semana anterior), ressaltando sua grande importância para o Soulspell. Após apenas uma hora, o curto show se encerrou, mas serviu para mostrar o trabalho do grupo de Lençóis Paulista. Após seu final, seus membros foram ao espaço do merchandising e atenderam aos fãs que pediam por fotos, autografando o que fosse, incluindo os próprios produtos da banda, como camisetas, CDs e canecas.

Antes de desembarcarem por aqui, Fabio Lione (vocal), Luca Turilli (guitarra), Dominique Leurquin (guitarra), Patrice Guers (baixo) e Alex Holzwarth (bateria) gravaram alguns vídeos, disponíveis no perfil do Facebook da produtora Top Link, explicando que estavam atendendo a muitos pedidos e como seria o show. Os italianos prometiam repertório bem variado em suas épicas apresentações, incluindo: Holy Thunderforce, Emerald Sword, Symphony Of Enchanted Lands, Wisdom Of The Kings, Knightrider Of Doom, Dawn Of Victory e Lamento Eroico.

Com leve atraso de dez minutos, o Rhapsody veio ao palco às 20:10 e durante o show, por repetidas vezes, Lione disse que todos estavam muito felizes por voltarem ao Brasil e que fariam um setlist bem diferente. E assim foi, com os fãs mais fíeis demonstrando, a cada música, que todo esforço valia a pena, cantando todas as letras com muita alegria.

O que faz uma banda obter sucesso, além do talento, é claro, é o carisma, algo que sobra em TODOS os integrantes do Rhapsody, esbanjando amor ao que fazem e por seus fãs. Em Wings Of Destiny, Felipe Andreoli e Rafael Bittencourt (parceiros de Lione no Angra) surgiram abaixados e ficaram sentados abaixo do palco, prestigiando o vocalista durante algumas canções.

O repertório foi, de fato, variado, e o conjunto tocou músicas que nunca haviam sido executadas ao vivo, além dos clássicos que não poderiam ser deixados de lado. Leoni brincou misturando as línguas que fala, dirigindo-se à platéia em português, na maior parte do tempo, mas com pitadas de italiano e espanhol, falando com seus companheiros em inglês, e chegou até a perguntar se a galera queria que ele arriscasse algo em francês (ao menos Dominique Leurquin e Patrice Guers entenderiam).

Mas o ponto alto da noite, pelo menos no quesito surpresa, foi quando Lione contou como conheceu Andrea Bocelli, e com esta deixa e sua incrível habilidade no canto lírico não podia deixar de homenagear seu mais novo amigo, cantando Con Te Partirò. Também houve solo de solo e bateria, mas curtos e satisfatórios, sem cansar o público, e servindo para que cada músico pudesse demonstrar seu potencial.