Here’s Your Warning
Definite Choice
New Wind
Regress No Way
We’re Gonna Fight
Not Just Boys Fun
This Is the Angry
Satyagraha
Tied Up in Rhythm
Sooner Or Later
Remains to Be Seen
Somebody Help Me Scream
Still Believe
Walk Together, Rock Together
Change In My Head
Young ‘Til I Die
In Your Face
Leave a Light On
99 Red Balloons(Nena cover)
Encore:
You Lose
Trust
The Crew







Texto e Fotos: Flavio Santiago
O 7 seconds propiciou no gélido dias dos pais uma noite bonita e barulhenta, o Fabrique Club ficou com aquele cheiro de história quando a banda subiu ao palco para sua primeira visita ao Brasil desde 2015 — dez anos depois, a lenda de Reno voltou para lembrar por que o hardcore ainda é, acima de tudo, comunidade e melodia em alta rotação. Produzido pela Powerline/ New Direction, o rolê já vinha sendo tratado como encontro geracional, e foi exatamente isso que rolou.
Quando Kevin Seconds pegou o microfone, a casa já era um coral. “Here’s Your Warning” abriu como sirene e grito de largada, colada em “Definite Choice” e “New Wind”, trinca que resume o DNA da banda: velocidade com coração. A sequência “Regress No Way”/“We’re Gonna Fight” bateu como manual de resistência — braços erguidos, mosh respeitoso, caretas felizes. “Not Just Boys Fun” foi daqueles momentos em que o refrão parece maior que o PA; “Satyagraha” e “Tied Up in Rhythm” mostraram como o 7 Seconds equilibra urgência e positividade sem soar panfletário.
No meio do set, “Sooner or Later” e “Remains to Be Seen” mantiveram o compasso acelerado, e “Somebody Help Me Scream” serviu de reset para a parte final, quando “Still Believe” virou declaração coletiva.
Tudo desembocou nos hinos: “Walk Together, Rock Together”, “Change In My Head” e “Young ’Til I Die” — três linhas do tempo comprimidas em um único abraço no pit.
Teve espaço para sorriso e surpresa: “99 Red Balloons”, cover da Nena, manteve o astral lá em cima (e provou que dá pra ser leve sem perder a pegada). O bis veio enxuto e certeiro: “You Lose”, “Trust” e “The Crew”, esse último com cara de foto de família onde todo mundo cabe — das camisetas esgarçadas aos tênis novos, dos quarentões nostálgicos aos garotos que conheceram a banda no streaming.
No fim, a sensação era de missão cumprida: o 7 Seconds voltou a São Paulo não só para matar a saudade, mas para reafirmar o pacto do hardcore — caminhar e tocar juntos. Dez anos depois, as canções ainda soam como bilhetes passados de mão em mão, urgentes e gentis. Se o set parecia um passeio pela discografia, o espírito foi o mesmo de 1981: melodia, atitude e zero cinismo. E isso, numa noite de domingo na Barra Funda, disse mais do que qualquer discurso.































