A canção “Saturno”, que dá nome para o terceiro CD do cantor e compositor Chico Teixeira, uma singela homenagem ao seu irmão, João Lavraz, a saudade, o tempo, o violão como morada e jornada vão compondo sentidos sobre a sensação que se tem ao olhar para o céu e se sentir pequenino. Nessa canção pungente, que descreve em poema/sentimento a condição de se estar no limiar da contemplação do espaço e poder fechar os olhos e imaginar, quem sabe daqui algum tempo, ser visto/imortalizado, adquire na voz e no talento de Chico Teixeira a capacidade que tem a música de revigorar caminhos e preencher a vida de sonhos.
Nesse terceiro álbum, com “Song Swan”, Chico Teixeira também homenageia Geraldo Roca, compositor de “Trem do Pantanal”, que convida para outras paragens, desde as lembranças de “mais um fugitivo da guerra” até as que tocam “eu vi os Himalaias”, passando pelos darmas/caminhos dos ritmos das músicas regionais, que falam de travessias, amores, do tempo.
Os sotaques e “a cara da gente”, outra canção de Chico Teixeira, agora com Rodrigo Hid, expressam bem as características das canções que tomam como referência o lugar, a identidade, a noção de pertencimento.
Chico Teixeira é dessa nova geração que vai “tocando em frente”, com estilo próprio e qualidade musical, e que traz na origem a influência de seu pai, Renato Teixeira, com quem faz parceria em “Fique com Deus no Peito”, e que juntos estão percorrendo estradas “muito além dos horizontes”, uma expressão que, na música, indica o sentimento que se tem de proximidade/ distanciamento/cumplicidade: “vai comigo seu olhar; quando for outro dia; eu mando poesias; mando notícias; só não lhe digo; qual é o dia que eu vou voltar”.
As parcerias de “Saturno” são enriquecidas pela participação especial de João Carreiro com “A Vida é Feita de Sonhos”, incorporação que demonstra o cuidado no álbum de valorizar a cultura brasileira, a regionalidade, e de Roberta Campos, com as “Tardes de Maio”, que agrega/potencializa a qualidade musical da nova geração que tem no Folk, no Pop, na MPB continuidade de projetos com experimentações acústicas e de estilos harmônicos. Irene Atienza e Carolina Delleva, com a participação especial em “Mãe da Lua”, composição de Chico Teixeira com Jayme Monjardim”, em complemento, conferem leveza e o sentido mais universal da música que “ultrapassa as cordilheiras”.
Prof. Dr. Belarmino Cesar G. da Costa
Diretor da Faculdade de Comunicação da Unimep
Depoimentos:
Gosto tanto de Saturno que sinto até um pouco ciúmes ao vê-lo decolando nesse céu brasileiro poluído por canções duvidosas. Afinal Chico é meu filho e só eu sei a beleza do seu trato com a musica, a delicadeza com que elabora seus versos e a emoção que, um ser humano diferenciado pela sua arte, coloca em sua obra.
Chico é a sexta geração de músicos da nossa família. A arte musical está no DNA do Chico e no meu. Oitenta e dois músicos representados. Um verdadeiro legado musical dos Teixeira.
É bom ver o Chico participando pra valer desse renascimento musical que sua geração esta promovendo na musica brasileira. Escutem e percebam; uma nova historia começa a acontecer.
Eu vou ficar na minha; como pai, sempre ao seu lado.
Como musico, muito satisfeito com o resultado que ele tem conseguido com sua arte onde a qualidade e popular se somam para levar emoção qualificada pro nosso povo.
Vai lá garoto…
Por Renato Teixeira
“Numa tarde de maio, me sentei no chão com meu violão e comecei a dedilhar alguns acordes e junto a eles me veio algumas frases, descrevendo o que sentia…me lembrei de imediato do meu querido amigo Chico Teixeira. Fazia tempo que eu queria compartilhar com ele minha arte, começar nossa parceria…mandei pra ele e logo em seguida ele me mandou a outra parte da nossa primeira canção. Numa outra tarde de março recebi o Chico em minha casa para celebrarmos nossa primeira parceria de outras que já vieram e virão, a nossa amizade!!
“Saturno” é cheio de amor, poesia, amizade…é um disco intenso, forte em cada nota, em cada palavra, é o caminho de casa! Que sorte a minha, que de certa forma, já moro em“ Saturno”.
Por Roberta Campos
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