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Amenra – Fabrique – 01/03/20
Postado em 14 de julho de 2020 @ 20:06


Em tempos sombrios, a saída é a união!

 

Agradecimentos: Luiz Mazettoe Marcelo Fonseca (Basalt) e Erick Cruxen (Labirinto)

Fotos: Fernando Yokota

 

1º de março, 2020 – Coronavírus aterrorizando o imaginário coletivo com a confirmação da segundainfecção no Estado, último dia dos bloquinhos na cidade (graças a Dio), causando o maior furdunço nometrô Barra Funda, sem contara estranha virada de tempo que afastou o fotógrafo titular deste site da estréia do Amenra em São Paulo – mas não no país, pois eles tocaram no Rio de Janeiro (Solar de Botafogo) e em Belo Horizonte (A Autêntica) nas noites anteriores. E o termo mais preciso para definir o clima do evento certamente foi ‘camaradagem’, uma vez queLuiz Mazetto, guitarrista do Basalt e autor de Nós Somos A Tempestade – Conversas Sobre O Metal Alternativo Pelo Mundo (2014), entrevistou, no Vol. 2 (2016), a espinha dorsal do Labirinto, que tambémfez as três datas,e doismembros do grupo belga. Um deles, Mathieu Vandeker ckhove, guitarrista do quinteto de Kortrijk (e do Kingdom e do Sembler Deah, ambos com o co-fundador e vocalista do Amenra, Colin H. Van Eeckhout, vulgo ‘CHVE’), destacou no livro o espírito de parceria no heavy metal, ao explicar como se desenhou sua primeira vinda ao país em 28/11/14, sob seu codinome, no Dissenso Lounge de Erick Cruxen e Muriel Curi, guitarrista e baterista do Labirinto: “Conheci a Murielno dunk!festival, na Bélgica. Ela me viu tocar com o Syndrome, nós começamos a conversar e ela disse que gostaria de levar o Syndrome ao Brasil, pelo que sou muito agradecido”.

Formado por Marcelo Fonseca (vocal), Pedro Alves (guitarra), Leonardo Saldiva (baixo), Victor Miranda (bateria) e o citado Mazetto, o Basalt veio ao palco pontualmente às 18:30, comoprometido, e pautou o show emseu segundo full length, Silêncio Como Respiração, com previsão de lançamento para 12/06, de cara com Dias De Passado No Presente, pesada e dando a impressão de ser mais melódica (dentro dos padrões do grupo)do que o observado ao cobrirmos o quinteto abrindo para o Enslaved em março/19 no Carioca Club. Única de O Coração Negro Da Terra (2016), Terra Mortafoi um verdadeiroparedão sonoro, especialmente pelos riffs animais, e foi seguida de Anamorfose, que tirou um pouco o pé do acelerador em seu início, com vibe de guitarra que, meio de longe, lembrou Down To None(Machine Head) – há umagravação ao vivo de Anamorfoseno YouTube feita exatamente na Dissenso Lounge. Camaradagem, lembra?

Contundente, Marcelo deu o recado: “Obrigado! A gente é o Basalt, para quem não nos conhece, daqui de São Paulo. Queria agradecer à toda organização, ao Labirinto e ao Amenra, pela oportunidade de estar tocando aqui. É uma chance de que a gente consiga tocar para pessoas para quem a gente normalmente não tocaria, a gente também não é uma banda que toca muito. E a ocasião é muito especial porque congrega pessoas diferentes, de lugares e com idéias diferentes e, no momento que a gente vive, em que parece que tudo tem que ser quadradinho, seguir ordens, obedecer líderes, ter pessoas tão diversas e fora da norma é um privilégio para uma banda como a gente. Queria estender nosso apoio a toda a galera do Pará, que organiza eventos fora dos grandes centros, com suas condições locais e viraram o prato cheio do momento para ministro se preocupar em autuar fãs por causa de cartaz. O ridículo dessa situação toda me faz lembrar do caso de um amigo meu, muito próximo e ligado à cena de Goiânia, que foi processado por um político local por se sentir ofendido de ter sua imagem vinculada a um cartaz de punk”.

Sério, retomou: “Então, cara, não sou eu que estou falando.Desde 1968, as bandas estão aí, sendo ‘contraventoras’, nicho dos desvairados e dos desvalidos.O rock nunca foi espaço para comodidade e para conservadores. Desculpa se tem algum aí, entendeu? Mas o grande lance é o seguinte, mano: se você não é parte da solução, então você é parte do problema, tá ligado? Então esse rolê não é para você. Basicamente isso”.Aplaudido, concluiu: “A gente vai tocar um som aí do próximo disco e se chama Silêncio Como Respiração. Nesse momento em que muita gente fala, fala, fala, fala e compartilha, compartilhar o silêncio é muito melhor”, pedrada nada silenciosa e que falou por si só. Sem decoração de palco e apostandoapenas no talento, houve espaço para uma inédita, até então sem título (posteriormente apuramos com Marcelo, por Whatsapp, que ela se chamaráLiturgia e não estará no novo álbum), seguida de Melancolia, umaporrada e tanto! Caminhando para o final, o frontman foi grato novamente: “Queria agradecer aí, primeiramente a todo mundo que veio, que se dispôs a chegar cedo para ver a gente, agradeço imensamente. E a gente vai tocar o último som, uma música que é o primeiro single aí do disco novo”, quando foi interrompidocom um pedido. Rindo, o vocalistaexplicou: “Não vai ter Aurora hoje, mano”.

E prosseguiu: “Enfim, a gente soltou um clipe aí dias atrás e ficou muito contente com a resposta.Muito contente também que muita gente veio falar conosco porque, apesar de estarmos aqui no alto, a relação para nós é igualitária. Nós somos como vocês e a gente acredita que todas as bandas que estão tocando aqui hoje pensam da mesma forma. Vejo muita gente enfurecida com o momento atual, falando para quebrar tudo. Eu também penso um pouco nisso, mas acho que a gente tem que dar um passinho atrás e pensar. Porque antes de começar a revolução, a gente tem que começar lavando os pratos de casa. A gente tem que começar vendo nossas falhas para poder cobrir algo maior. Essa música se chama Circumspice e, quando você vir um monumento, olhe ao redor e veja quem é o filho da puta que está na estátua”, em discurso que dialoga com o editorial de Mino Carta na edição 1101 da Carta Capital, de 15/04/20, intitulado “A história é outra – os brasileiros não sabem que país é este”, com foto de uma estátua, assim legendada: “O retrato de Borba Gato não é obra de Michelangelo, mas saibam que ele desbravava para matar índios e escravos fugidos”. O recado final do set de quarenta minutosfoi sucinto: “Obrigado aí a todo mundo, por tudo. A quem tiver interesse, tem CD e camiseta na barraquinha lá atrás. É isso aí! E foda-se o Bozo, hein? Na moral!”.

No intervalo de meia hora, algumas pérolas na discotecagem, entre as quais:Shock Me, cantada pela galera, do Baroness, que coincidentemente se apresentou na casa em junho/19; e A Shadow Memory e A Sun That Never Sets, ambas do Neurosis, sabidamente de grande influência para asonoridade do Amenra. Às 19:40, dez minutos além do anunciado, com público cativo e bem recebidos logo ao abrir das cortinas, subiu ao palco o Labirinto dos mencionados Erick e Muriel, acompanhados de Jones Pereira (guitarra), Luis Naressi (sintetizador e guitarra), Hristos Eleutério (baixo) e Lucas Melo (percussão), mandando bronca com Agnus Dei, de Divino Afflante Spiritu (2019) – e já adiantamos que, dos seis petardos do set de cinqüenta minutos, quatro foram dele extraídos. A grande novidade, ao menos para este escriba, que havia visto o grupo somente no Overload Music Fest de junho/16 no Carioca Club, junto a Vincent Cavanagh (Anathema, em performance solo), Alcest e Katatonia, residiu na inclusão de linhas vocais de Eric Paes – um híbrido agressivo entre Mikael Stanne (Dark Tranquillity) e Angela Gossow (ex-Arch Enemy) – na pancada que abriu a apresentação, com assinatura de Elaine Campos (Rastilho) no álbum.

No embalo vieram mais duas cantadas, ambas inéditas: Lira Ao Antifascismo, um dueto com Bruno Araújo; e Vastidão, um arregaço com apenas Eric a interpretá-la, enquanto luzes oriundas do fundo da pista projetavam um feixe as cabeças sobre os presentes, até o palco. E em meio às percepções sonoras e visuais, este escriba se deu conta do desafio que é resenhar um show do Labirinto, indo além da qualidade das composições e competência dos músicos, pois tudo foge ao padrãoconvencional, sendo às vezes difícil saber em qual música já estão. E é ótimo ver gente sair da mesmice, elevar o nível criativo e botar jornalistas e fãs para refletir. Voltando ‘apenas’ aoinstrumental de Divino Afflante Spiritu, Eleh Ha Devarim foi sensacional porretadae aí já era claro que todos sabiam muito bem o que estavamfazendo no recinto,curtindo cada detalhe.

Sucessora também no play, Demiurgefoi outra surra, trouxe imagens viajantes no telão, do princípio ao fim, teve início atmosférico (a lembrar ambientações do Fantômas de Mike Patton – um de seus incontáveis projetos) em desaceleração e foi encerrada sem o fade out de estúdio, mas com Luis e Jones, sem suas guitarras, formando ummuro percussivo que, somado ao trabalho de Lucas e Muriel, provou que as sementes plantadas por Chico Science, Nação Zumbi e Sepultura reverberam influências no metal nacional até hoje. Emendada, possivelmente para não cortar o clima, a saideira foi a faixa-título, com final apoteótico e esporrentopouco além de 20:30, em set de prender a respiração com o Labirinto passando o carro e tendo todo seu esforço recompensado em efusivos aplausos e gritos da massa. Foi o único momento em que Erick se dirigiu aos fãs: “Obrigado! Obrigado a todo mundo que veio ver o showzão do Amenra e o show do Basalt. Eu queria agradecer a vários amigos que estão presentes, ao Basalt, ao Kaká, da Xaninho Discos, que promoveu o show e deu a possibilidade de a gente tocar com uma das bandas que é nossa referência há muito tempo e que a gente ama. Muito obrigado mesmo! Obrigado ao Zé aí, pelo som, à galera que ajudou muito e a todos vocês. Para não falar muito, curtam o som do Amenra, que é foda pra caralho! Falô!”. Missão cumprida com louvor!

Por Whatsapp, abordamos o guitarrista acerca dasinovações, especialmente em Agnus Dei: “Fizemos a música e deu uma ‘sensação’ na gente, apesar de ela ter várias partes, tanto que ela não é cantada o tempo todo. Quando a gente fez a letra e convidou a Elaine para cantar, ela surgiu de uma parte.E dela em diante a gente viu que ficaria bem legal e, se você analisar, ela não vem desde o começo com o vocal. Foi super natural, a gente sentiu vontade e fez, sem ficar preso por sermos uma banda instrumental”. Aprofundamos o tema para saber se a recente adição se trata de algo passageiro ou de uma tendência definitiva: “A gente não sabe ainda como vão sair as músicas novas.Pode ser que tenha mais com vocal, pode ser que não, pode ser que só uma tenha, ou não”. E a partir desta indagação, o que era para ser uma mera apuração se transformou em um elaborado bate-papo, embora informal, pelo simples fato de o músico ser muito, mas MUITO, gente fina. Para não alongarmos a resenha, a transcrição total da conversa está em um outro link.

Aparada derradeira,beirando trinta minutos, foi temática e cobriu cinco músicas do A Dead Forest Index: as quatro primeiras e a sétima de In All That Drifts From Summit Down (2016), ou seja, Tide Walks a Cast Of LineseIn Greyness The Water, cortada para a entrada do Amenra às 21:00 em ponto, com meia hora de atraso em relação ao horário divulgado. Se o abrir das cortinas provocou imediato frisson nopovo, a gritar, bastou Boden começar, com os já citados Colin e Mathieu, Lennart Bossu (guitarra) e Levy Seynaeve (baixo),todos de costas, e o baterista Bjorn Lebon, este de frente,para testemunharmos o que Nelson Rodrigues chamava de ‘um silêncio ensurdecedor’, tamanha a fervorosa devoção coletiva. Do álbum em promoção sacaram Plus Près De Toi(‘Mais Perto De Você’ em português, curioso título ironicamente não aplicável em tempos de Corona), com destaque para a tocante calmaria a partir de “Je te cherche toujours”, ruptura ainda mais bela do que em Mass VI (2017), em tensão de reter ofôlego até o peso ressurgir.

Enquanto a casa cheia buscava digerir uma autêntica aula audiovisual, com o telão em preto e branco e por vezes cobertopelas sombras do próprio quinteto, empunhava-se um mar de celulares para eternizar valiosos registros. Além do peso das composições, o que saltava aos olhos era a entrega de CHVE, um tanto quanto messiânica até, sem qualquer tipo de comparação a um certo político que tem feito de tudo para virar mártir. O paralelo, aliás, se dá pela oposição, devido à contagiante performance do frontman, justificando tanto o fato de todos os álbuns do grupo serem Mass (‘Missa’ em inglês), numerados cronologicamente de I a VI (não estranhe a grafia do quarto ser IIII, em vez do tradicional IV romano), quanto o depoimento dado no segundo tomo de Nós Somos A Tempestade: “Nossos discos são momentos de auto-reflexão para nós. Colocamos em perspectiva as coisas que acontecem conosco, tentamos entendê-las. É para isso que servem as missas, encontrar respostas para as questões que te atormentam. Nós buscamos ajuda”.

De Mass IIII (2008) e identificada de bate-pronto, Razoreaterfoi marcante, afinal de contas, nela CHVE se virou de frente pela primeira de quatro vezes em todaa noite! Sim, é isso mesmo: o set de setenta minutos foi inteiramentedesenvolvido com ele de costas, exceção feita a quatro efêmeros momentos! E com tudo melhor absorvido, foi possível percebero padrão peculiar na transição das músicas: o ecoar de um barulhosimilar a uma ventania, uma espécie de ‘névoa sonora’a pairar até a próxima paulada, sempre sob aplausos e gritos de aprovação, como em Thurifer, Et Clamor Ad Te Veniat, do mesmo play e simplesmente reduzida à primeira palavra no setlist de palco.Também reconhecida de imediato, a poderosaSolitary Reignsoou bem mais brutal do que em estúdio, mas menos arrastada e espectral e trouxe contribuições do baixista nos backing vocals, exibindo sua camiseta do Neurosis.

Com as luzes do fundo da pista novamente projetadas até o palco, Nowena ǀ 9.10, ou apenas Nowena, como no setlist de palco, foi puxada a partir de seu trecho mais animal – em 2’03” de Mass V (2012), excluindo-se a parte recitada que culmina em “Look into my eyes” – e terminou sem o fade out, mas agitou os cinco músicos e contou com a segunda chance de os fotógrafos clicarem o rosto do vocalista, ainda no princípio da execução. Mais antiga do set e reduzida a Am Kreuz no setlist de palco, Die Strafe. Am Kreuz. Ich Schreibe Eine Bibel In Blut representou Mass III (2005) e houve quem cravasse leve semelhança a Bulls On Parade (Rage Against The Machine) no início. Sem camiseta,Colin exibiasua bela tatuagem verticalnas costas enquanto o telão trazia o cartaz de divulgação do evento com o mapa do Estado por trás de umacaveira – e não custa lembrar que a mesma arte foi utilizada no Rio de Janeiro e emBelo Horizonte, trocando-se apenas o detalhe geográfico. A porretada sonoraofereceu a terceirapossibilidade de fotografar de frente o cantor, que ‘ostentou’ ao assim permanecer por cronometrados trinta e nove segundos!

Inspirada na “agonizante experiência” de ter o “filho de seis anos de Colin diagnosticado com um tumor cerebral”, segundo entrevista por ele dada a Steve Appleford em 20/12/17 para o site da revista Revolver(até onde foi veiculado, o menino recuperou-se de duas cirurgias), Diakenfoi a saideira e começou com o ‘backman’ajoelhado (a rigor já desde o final da anterior), talvez para respirar e melhorse recompor, levantando-se apenas na pesada explosão da canção, no equivalente a 2’25” em estúdio. E a faixa, que também conclui Mass VI, trouxe aoportunidade final deregistro frontaldo cantor, ao encarar o público por um longo minuto e meio! Como pregava a Mãe Mundinha, personagem interpretada pela falecida Maria Teresa (a comediante que fazia a fofoqueira Dona Vamércia em A Praça É Nossa): “Quem furunfou, furunfou! Quem não furunfou, não furunfa mais”.E para quem ainda não notara o nível de exigênciacorporal de CHVE ao vivo, ao menos três extensos vergões eram claramente visíveis entre seu peito e sua barriga.

Como os integrantes do Neurosis no Carioca Club em dezembro/17, os belgasentraram mudos, saíram calados e partiram ovacionados, tão exauridos física e emocionalmente quanto a platéia, de queixo caído com tamanha demanda de energia, enquanto Frontier, dos australianos do Dead Can Dance, rolava no som ambiente, com genial batida tribal que coincidentemente tanto diz respeito à nossa herança musical. Para quem curtiu as projeções do Amenra atrás da bateria, incluindo a do nome do grupo ao término do show, saiba que seu Instagram oficial é todo em preto e branco, conforme apontado a este escriba, com a apresentação ainda em andamento, por Maria Correia (Metal No Papel) e Gustavo Diakov (Sonoridade Underground), amigos de sites co-irmãos. E o perfil, bem como os setlists de palco, traz a insígnia da Church Of Ra, um coletivo de artistas como Oathbreaker, Wiegedood, Hessian, DehnSora e The Black Heart Rebelliona partilhar a ética e mentalidade ‘faça você mesmo’ do Amenra.

Por falar nisso, não há melhor maneira de encerrar o texto a não ser redestacando a relevância da camaradagem, conforme relatou Mathieu: “A banda significa simplesmente tudo para mim. Começamos em 1999 e, naquela época, nunca imaginei que ficaríamos juntos por todos esses anos. A irmandade é o ingrediente principal e o que mantém a banda junta até hoje. União é uma palavra que vai sempre ser importante na nossa história, essa é a nossa força (…) E a coisa da qual tenho mais orgulho é o sentimento de irmandade no Amenra. O fato de que os laços entre nós continuam tão fortes mesmo após todos esses anos”; e também Colin, ambos a Mazetto em sua publicação: “Não falávamos ou pensávamos sobre ficar juntos tanto tempo no começo, mas agora falamos bastante. É algo impressionante, até mesmo para nós. A amizade é uma coisa bonita. A banda me fez ser quem eu sou agora. Significa tudo para mim”. Só isso já basta!

 

Setlists

Basalt

01) Dias De Passado No Presente

02) Terra Morta

03) Anamorfose

04) Silêncio Como Respiração

05) Liturgia

06) Melancolia

07) Circumspice

 

Labirinto

01) Agnus Dei [Participação Especial: Eric Paes]

02) Lira Ao Antifascismo [Participações Especiais: Eric Paes e Bruno Araújo]

03) Vastidão [Participação Especial: Eric Paes]

04) Eleh Ha Devarim

05) Demiurge

06) Divino Afflante Spiritu

 

Amenra

01) Boden

02) Plus Près De Toi

 
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