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Animals As Leaders ::: 05/12/22::: Carioca Club
Postado em 25 de dezembro de 2022 @ 19:18


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Flavio Santiago

“São Paulo é um de nossos lugares favoritos no mundo para tocar porque vocês são insanos!”

 

Este escriba assistiu à estréia do Animals As Leaders em São Paulo, no próprio Carioca Club em julho/17, e não se envergonha em admitir mal ter compreendido a sonoridade do trio formado pelos excelentesTosinAbasi e Javier Reyes (guitarras) e Matt Garstka (bateria). A rigor, a grande lembrança éa do impacto provocado, simplesmente de deixar qualquer um boquiaberto! Enfim, voltando àcidade e àcasa, uma sutil e importante diferença: seu público aumentou!Se insuficiente para lotar as dependências, havia mais gente do que outrora, principalmente se levarmos em conta ser uma segunda-feira de leve garoa e pouco após a Seleção derrotar a Coréia do Sul por 4x1nas oitavas-de-final da Copa Do Catar.

Caso o nome do dueto de aberturanão soe familiar, ao menos de imediato, a presença de Paulo Xisto perto da fila de entrada já dava o primeiro indício. Agendados para inaugurar a festa às 20:20, dois míseros minutos de atraso mostraram-se irrelevantes e Eloy Casagrande e João Hanysz basicamente cobriram oúnico EP lançado, excetuando-se a terceira faixa, Opaque, com a adição de duas inéditas e um “cover”. Resumindo, foram quarenta e um saborosos minutos de total aceitação coletiva evamos dar logo voz ao baterista, embora o início de sua fala tenha ocorrido de microfone desligado:

“Aí, agora sim! Boa noite a todos! Que do caralho, puta que pariu, foda! Somos Casagrande &Hanysz, a gente está muito feliz e agradecido por estar aqui. É o nosso segundo show na história [nota: débutem 04/02 no Blue Note] e a gente está muito agradecido pela recepção de todos vocês, pelo carinho que temos recebido na internet. É ‘nóis’, certo, Hanysz?”, que completou: “Certíssimo! Obrigado pela presença de todos aí! É uma grande honra! É isso aí”. O batera contextualizou: “Não temos muito tempo hoje, então a gente vai dar uma acelerada para conseguir tocar mais. As duas primeiras foram Tentative e Hope Refuge, que estão no nosso primeiro EP, que está em todas as plataformas digitais. E agora vamos tocar uma música nova que se chama Unlikely porque é uma música que, quando a concebemos, achávamos que não seria possível fazê-la, mas aí deu certo”.

O membro do Sepultura seguiu pondo todos a par: “E a quarta música que vamos fazer é NowHere, que também está no nosso EP [nota: curiosamente grafada “Nowhere” no Spotify]. A quinta, na seqüência, é ToNotBelong, também no nosso EP. Então, para a próxima música, mentalizem o improvável; para a segunda música que tocaremos, mentalizem algo mais no momento, de estar presente, a NowHere, sobre aproveitar o momento. E acho que está bom já, se a gente mentalizar isso, criamos todo um espectro diferente para a gente, certo? Vamaê então!”, enquanto observávamos apenas o título do projeto no telão como decoração.

Tudo ia bem, até acontecer um bug no laptop do guitarrista de São Bento do Sul. Ele mesmo se dirigiu à platéia: “O computador resolveu não cooperar, sorry! Peço desculpas e tal. Vamos entrar de novo”. Se o plano era repeti-la, foi possível perceber Eloy sinalizar algo do tipo “Não dá tempo!” e, simplificando, o catarinense “rebobinou” a base a um ponto específico e dali continuaram. Quebra de clima? De jeito nenhum! Foram é ovacionados em função da espontaneidade e o batera tirou sarro do percalço em ToNotBelong:

“Galera, deu um certo problema aqui na nossa ‘banda contratada’, a gente está pagando mal e os músicos resolveram nos atrapalhar ali! É muito bizarro, né? A gente tenta confiar na tecnologia, mas às vezes não dá certo e é por isso que gosto do bom e velho analógico, cara: madeira, pele, metal, aço… Essa porra aí, esse computadorzinho enche o saco, mas beleza! Cara, a gente não tem muito tempo, só mais dez minutos, então vamos tocar as duas últimas e gostaria de agradecer imensamente ao Hanysz por estar aqui, por ter vindo. E um agradecimento mais do que especial ao Animals As Leaders porque foi um convite dos caras para tocarmos aqui!”.

Brevemente interrompido por palmas, retomou: “Foi muito foda, os caras destroem tudo, são gente finíssima. A gente passou a tarde aqui com eles e os caras já quebraram tudo na passagem de som! É surreal o que eles tocam, eles são pessoas incríveis, então vão quebrar tudo. Esperem pelo show. Vamos lá, bora! Fale suas considerações finais”. E João as fez: “Obrigado, pessoal, de coração, a todo mundo que veio. Ao Eloy, por mais uma vez confiar no meu trabalho. E ao Animals As Leaders, é claro, porque… Vocês vão ver, a banda é incrível, cara! Ah, também à Overload, por ter chamado a gente. É uma grande honra, tanto para mim quanto para o Eloy. E é isso aí, bora!”

A penúltima foiTelephone, de Lady Gaga com participação deBeyoncé, com a dupla deixando-a de fundo para e meterpor cima um instrumental denso de respeitoem idéia genial! E a saideira foi Resolution, ainda indisponível nas plataformas digitais e com performance final absurda de Eloy, a ponto de João parar de tocar para contemplar o solo do parceiro. Partiram extremamente aplaudidos e recomenda-se a audição deEdge OfChaos (21) para conferir a simbiose dos dois eo quanto ofamoso músico vem expandindo seus limites, dando vazão à criatividadealém do Sepultura.

Oficialmente programados para as 21:30, o Animals As Leaders efetivamente veio ao palco quatro minutos depois e,somente numa tacada,executaram: ToothAndClaw, Arithmophobia e Ectogenesis, dados os descontos para trocas de equipamentos.Especialmente na terceira, pudemos verificar: o que se ouve nos plays e se pensa ser um baixo vem diretamente doinstrumento de TosinAbasi – belas marteladas amerecer estudo aprofundado! Encerrado o combo, ele deu as boas-vindas: “São Paulo! Sim, somos o Animals As Leaders, é muito bom estar de volta ao Brasil e ver todos vocês! Então, lançamos um álbum no começo do ano chamado Parrhesia. Vocês o ouviram? Sim? Ok! Esta é a primeira faixa do álbum”, ConflictCartography.

A esta altura, tornava-se interessante olhar as pessoas mexendo o pescoço em aprovação,curtindoa apresentação e se perdendo no ritmo nas intrincadas composições. Outra cena bastante corriqueira era notar fãs petrificados e embasbacados com o que viam ali à frente, tamanha a destreza do grupo. Em pausa para ajustes, Javier fez o riff inicial Refuse/Resist, parando na parte do vocal, feita por alguns, inclusive, maso que rolou, de fato, foi ThoughtsAndPrayers, até TosinAbasi se comunicar outra vez: “Então vocês bateram a Coréia na Copa do Mundo hoje! Acho que ninguém ficou surpreso que vocês ganharam da Coréia, mas tudo bem… Mas, parabéns! Agora vocês têm que ver a gente tocar”.Pena termosrodadocontra a Croácia uma fase adiante…

Na seqüência, mandaramGestaltzerfall, um tanto mais palatável e “fácil” de se agitar, sempre dentro do complexo repertório dos caras, ea paulada GordianNaught, rumo a um agradecimento com ligeira “aula”em nosso idioma: “Obrigado! Como vocês dizem ‘circle pit’ em português? Ok, ‘circle pit’!”, enredo perfeito para algobatizadoMicro-Aggressions, fechando cinco consecutivas do full length em divulgação. Ah, ela teve circle pit e Paulo Xisto no “pit”, porém no dos fotógrafos e não no meio da galera.Furando o padrão, viajaram no tempo para WaveOf Babies com nova interação após Tosin terminá-la com a língua para fora, pedir um pequeno descanso e esbanjar camaradagem:“Bem, estendam as palmas para o Eloy, que tocou antes e é fodido pra caralho! Pudera eu levá-lo para o restante da turnê, seria o máximo!”.

Sem decoração alguma, os três preferiram que a música falasse por eles e nada tira da cabeça deste repórter: o fim de Nephele, a judiar dos pescoços alheios,é homenagem ao Pantera, em 3’42” de estúdio e evidenciada ao vivo. Chegando a uma hora de show, fizeram RedMiso eo setlist de palco indicava The Brain Dance, excluída porque as cordas de nylon arrebentaram, de acordo com o técnico de som da banda, um ucraniano chamado Igor, absolutamente gente boa e prestativo a esclarecer as dúvidas deste a vos escrever. Só ficaremos devendo o incompreensível sobrenome…

Prontamente reconhecida e com apoio em gritos de “Hey! Hey! Hey! Hey!”, PhysicalEducationantecedeu curta elaboração de Tosin: “MatthewGarstka na bateria! Beleza, temos mais algumas para vocês, galera!”. A primeira foi Monomyth, em conclusão alucinante com os guitarristas próximosao citadomúsico, emendada a mais palavras: “Obrigado! Ok, São Paulo, é nossa última música esta noite. Queremos agradecer a todos por terem vindo esta noite. Fazia bastante tempo desde que estivemos aqui. Muito obrigado!”. A derradeira do set regular? The Woven Web.

Atendendo o clamor por “One more song! One more song!”, regressaram para o encore com elogios renovados: “Vocês são sensacionais, sim! São Paulo é um de nossos lugares favoritos no mundo para tocar porque vocês são insanos! Então, querem mais uma música?”. E ao escutar um espirituoso admirador soltar um “¡Te quiero!” endereçado a Javier, este retrucou: “¡Te quierotambién, puta!”, aludindo ao Rammsteinsem querer e arrancando gargalhadas gerais.A sensacional CAFO foi a saideira, representante singular de Animals As Leaders (09) e mais antiga da noite, em cerca de uma hora e meia de um espetáculo ímpar!

Com Closing Time, do Semisonic, disparada na discotecagem, encontramos Jean Patton, guitarrista do Project 46 no fundo da pista, como na véspera, quando o Exodus passou o carro no Carioca Club! Fomos embora constatando que o material de Weightless (11) acabou preterido ecom a certeza de termos sacado um pouco melhor o potencial do Animals As Leaders! De todo modo, seria ótimo um rápido retorno ao Brasil que eles amam tanto!

 

Setlists

Casagrande&Hanysz

01) Tentative

02) Hope Refuge

03) Unlikely

04) Now Here

05) To Not Belong

06) Telephone [Lady Gaga Feat. Beyoncé]

07) Resolution

 

Animals As Leaders

01) Tooth And Claw

02) Arithmophobia

03) Ectogenesis

04) Conflict Cartography

05) Thoughts And Prayers

06) Gestaltzerfall

07) Gordian Naught

08) Micro-Aggressions

09) Wave Of Babies

10) Nephele

11) Red Miso

12) Physical Education

13) Monomyth

14) The Woven Web

Encore

15) CAFO

Outro: Closing Time [Semisonic]

 

GALERIA FOTOS:

 
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