ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022
Website by Joao Duarte - J.Duarte Design - www.jduartedesign.com

ANTHRAX / ACCEPT :::09/11/17 ::: TOM BRASIL
Postado em 23 de dezembro de 2017 @ 20:50


Texto por: Vagner Mastropaulo

Fotos por: Flavio Santiago

Agradecimentos: Heloisa Vidal (FreePass)

Em época de crise, turnês com duas ou três bandas consagradas acabaram se tornando uma saída economicamente viável e mesmo quando não viajam conjuntamente, apenas tocando no mesmo local, o pacote se mostra mais atraente aos fãs, que assistem a mais de um show pelo valor de só um ingresso. A rigor, chamar de ‘festival’ um line-up de duas referências do metal e um grupo nacional abrindo a noite soa um pouco exagerado, mas o nome em si pouco importou para quem foi ao Tom Brasil e se sentiu respeitado com demonstrações de pontualidade da casa e/ou produção. E quando a escalação tem Accept e Anthrax na mesma noite, aí é jogo ganho, ainda que a segunda edição do Free Pass Metal Festival tenha acontecido em uma quinta-feira e terminado após a meia-noite, complicando a vida de quem cogitava voltar para casa de transporte coletivo.

Às 20:30, como divulgado, entrou em cena o King Of Bones, banda paulistana que tocou oito músicas em aproximados trinta e cinco minutos, na linha tênue entre rock e metal, tendo boa receptividade. A casa ainda estava às moscas quando a interessante e acústica Intro (sim, esse é seu criativo nome!) inaugurou o set de Júlio Federici (vocal), Renê Matela (guitarra), Rafael Vítor (baixo) e Renato Nassif (bateria), seguida por No Way Out e Hold Me Closer, na prática as três primeiras de Don’t Mess With The King (2016), com os músicos tendo de tocar praticamente alinhados, uma vez que o palco já estava montado para as outras duas bandas. Então Júlio deu boa noite, mencionou a honra de abrir para “dois monstros do heavy metal mundial” e, simpático, continuou: “E a partir de agora, cada um de vocês faz parte do King Of Bones, beleza?”, antes de chamar Find Your Salvation, do primeiro álbum. A decoração do palco espremeria a bateria entre dois banners com coroadas cabeças de porcos centralizadas e um “Your money” na testa, enquanto dois outros suínos laterais traziam “Your freedom” e “Your life” grafadas. O canhoto Renê encaixava bem os riffs e registrava o show com uma filmadora presa ao headstock de sua guitarra, enquanto Rafael cobria os buracos nos solos, em seu baixo de cinco cordas. Mesmo com as duas pistas ainda vazias (havia um vendedor de cerveja com um cooler na premium, tamanho o sossego, exatamente como no show do Anthrax em 2005 no antigo Credicard Hall), o quarteto não se intimidou e mandou Walking On The Edge, com quatro grandes bolas arremessadas à galera, que se divertia. Após apresentar a banda, o vocalista anunciou We’re Stronger, do single lançado em abril, e as bolas seguiam fazendo a alegria dos fãs, exceto a de um distraído cidadão que perdeu sua cerveja após ser atingido. As duas últimas seriam do primeiro álbum: Heroes e a faixa-título We Are The Law (curiosa semelhança nominal com I Am The Law, tocada pelo Anthrax mais tarde), que teria lançamento de notas falsas em papel reciclado feito por Júlio, com o burocrata da capa do segundo álbum na frente das notas e foto e informações sobre o conjunto no verso. Com um “Valeu, São Paulo! Muito obrigado a todos vocês! Nós somos o King Of Bones” do vocalista, o grupo se despediu fazendo um set curto que agradou aos presentes.

Com passagens recentes pela cidade no Monsters de 2015 e no Carioca Club ano passado, ambas no mês de abril, provavelmente batendo o recorde de intervalo entre shows após meros treze minutos, e divulgando o recém-lançado The Rise Of Chaos, o Accept viria ao palco às 21:20 detonando com Die By The Sword e seu poderoso refrão, perfeito para os fãs cantarem junto. Decorando o palco, quatro representações de maquinário pesado que, em perspectiva com o pano de fundo, davam efeito 3D à capa do álbum. Em frente ao gigantesco kit de Christopher Williams, Wolf Hoffmann e Uwe Lulis traziam suas Flying Vs, Peter Baltes vinha no baixo e Mark Tornillo nos vocais, tão inseparável de seu boné quanto Jeremias, da Turma da Mônica. Stalingrad manteve os ânimos com seu coro de “ô, ô, ô, ô” e a belíssima execução de trecho do hino russo nas seis cordas, como na versão de estúdio, feita por Hoffmann, que ainda tocou lado a lado de Lulis e Baltes. Restless And Wild seria o primeiro grande clássico e London Leatherboys começaria com marcante presença do baixo de Baltes, que deve ser algum irmão distante de Lips, do Anvil, tamanha a similitude! E só então Tornillo daria “Boa noite, São Paulo”, para anunciar a acelerada Final Journey, com sensacional solo que apenas comprova o senso de melodia de Hoffmann, a alma do Accept, aliás! Então mais duas do álbum da turnê: Analog Man, com riff inicial puxado por Hoffmann e backing vocals de toda a banda (ela facilmente poderia integrar algum play do AC/DC) e No Regrets, verdadeira pedrada com riffs cortantes, encerrada por um “Obrigado! Vamos cantar algumas hoje à noite, tudo bem? Estão prontos?”, do sutil vocalista, até pela limitação de tempo. Com pedidos do baixista: “Deixe-me ouvi-los, São Paulo!”, a excelente Princess Of The Dawn transportaria novamente o show para 1982, em música de relativa simples execução (em boa parte da canção, Baltes toca apenas uma nota, por repetidas vezes) que comoveu os fãs e fez a banda assistir à cantoria da platéia, para só retomá-la após incentivar os coros. Uma autêntica aula de heavy metal ao vivo!

Objection Overruled, outro arregaço sonoro, seria a próxima, seguida por outro petardo: Fast As A Shark, cantada em uníssono já a partir do introdutório “Hei-di, heido, heida” no som ambiente. O solo no meio da canção foi mais um flerte de Hoffmann com a música clássica, finalizada com um “Obrigado”, do vocalista, em português mesmo. Metal Heart manteria o sangue quente, com o careca guitarrista solando Für Elise, como na versão de estúdio (olhando em retrospectiva, não é de espantar o lançamento de Headbangers Symphony, segundo álbum solo de Hoffmann, com indícios clássicos pipocando desde 1985). A canção contou com uma pausa para o músico interagir com a platéia pedindo por palmas e maior participação no coro para a música de Beethoven, antes de Williams detonar na bateria em seu final. Coberta de aplausos e mantendo a empolgação, a música foi emendada a Teutonic Terror, já perto do final da apresentação. O que encerraria o set, todos já sabiam, mas, mesmo assim, Hoffmann manteve o suspense por alguns segundos antes de começar o riff inicial de Balls To The Wall, ironicamente uma leve retirada de pé no acelerador, se comparada à velocidade das anteriores. Cantada por todos, o maior clássico da banda terminou com coreografia feita por todos menos Williams, pois alguém tinha de ditar o ritmo, e foi a cereja do bolo de um show que manteve o nível alto do começo ao fim, agradou aos fãs que foram ao Tom Brasil por conta do Accept e fez novos fãs, lá presentes em função do headliner. Após Tornillo agradecer com um “Obrigado, Deus os abençoe, boa noite!”, ouviu-se o trecho de Bound To Fail eternizado como ‘outro’ em Staying A Life (segundo registro ao vivo do conjunto, gravado em 1985, e lançado apenas cinco anos depois). Aplausos, distribuição de palhetas e fotos ante à platéia, estava encerrado o show de uma hora e quinze minutos do quinteto alemão, com som perfeito.

Ainda na expectativa para a entrada do Anthrax as fichas começavam a cair: com a vinda do grupo à cidade, fechou-se o ‘Ciclo Big 4 2017’, com as quatro bandas tocando em São Paulo no mesmo ano pela primeira vez na história, ainda que em eventos isolados: Slayer no Maximus Festival em maio e Metallica no Lollapalooza em março, ambos no Autódromo de Interlagos, e Megadeth no Espaço das Américas semana passada. Algo similar, só no biênio 1993/94, com Metallica na antiga versão do Palestra Itália (em maio de 93), Anthrax (duas datas em junho de 93) e Megadeth (duas noites em dezembro de 94), ambos no extinto Olympia, e a primeira vez do Slayer no Brasil no Monsters de agosto de 94 no Pacaembú. Outra constatação foi que, exceção feita à ultima passagem por São Paulo, em março de 2015, abrindo para o Iron Maiden no Allianz Parque, este era o terceiro show seguido da banda na mesma casa de espetáculos, tocando em abril de 2012 junto com o Misfits, com outro nome para o local, e em maio de 2013 com o Testament.

Usada como intro The Number Of The Beast seria o primeiro indício de que tudo estava por começar, às 23:00, seguida de I Can’t Turn You Loose, dos Blues Brothers. Ao seu término, cortinas abertas e a capa de For All Kings era vista como bandeirão, compondo o cenário com duas escadas de cinco degraus cada e duas rampas de acesso a duas plataformas com cerca de um metro de altura, uma de cada lado da bateria de Charlie Benante. Among The Living iniciaria o massacre thrash oitentista, com o baixista Frank Bello postado na plataforma direita, os guitarristas Scott Ian e Jonathan Donais na frente do palco e o vocalista Joey Belladonna, último a dar as caras, calmamente andando, a princípio, para logo em seguida começar a agitar. O maior pecado era o som, pois só se ouviam as guitarras e o vocal, com baixo e bateria estranhamente baixos para uma platéia insana a cerrar os punhos e gritar “Among! Among! Among! Among!”, coordenados pelo figuraça Belladona. Antes de Caught In A Mosh, Scott Ian apenas sinalizou com o indicador da mão direita e o recado foi dado: roda! Frank Bello puxou seu começo e perguntava junto de Scott Ian e Charlie Benante: “What is it?”, para Joey Belladonna e platéia responderem: “Caught in a mosh”! Começo devastador, com as duas ainda soando contemporâneas, mesmo trintonas e mais velhas do que muitos presentes no show. Então o vocalista se dirigiu ao público pela primeira vez: “Beleza! Como vão vocês? Estão cansados?”, para a banda manter o velocímetro a mil por hora em Got The Time, o primeiro cover da noite, de Joe Jackson, com Frank Bello parecendo tocar todas as notas do mundo em pouco menos de três minutos, tamanha a insanidade de sua performance. Ao seu final, o vocalista oficialmente deu boa noite, agradeceu, disse que era bom ver todos e elogiou os fãs, antes de chamar Madhouse.

Após rápida pausa para troca de guitarras, luzes apagadas, aos gritos de “Anthrax! Anthrax”, a banda retoma o show martelando em Fight’Em ‘Til You Can’t, com Charlie Benante esbanjando técnica entre caixa e dois bumbos e Joey Belladonna em estado de puro entretenimento ao tomar distância e correr até a borda do palco, como se fosse saltar, ou cercando a bateria como um maluco antes do solo de Jonathan Donais. Então o carismático Scott Ian agradeceu com um “Obrigado, São Paulo”, em português mesmo, e continuou: “Olá, meus amigos! É muito bom vê-los de novo. Da última vez que estivemos aqui, fomos muito sortudos porque tocamos com o Iron Maiden em um estádio!” e, reagindo a um ‘fãfarrão’, seguiu: “Eu estava lá também. Foi o melhor show da turnê, aliás, então obrigado”. Sucedendo a única de Worship Music, e com coro logo de entrada, viria a primeira do álbum da turnê, Breathing Lightning, fazendo a alegria dos que descobriram o quinteto nova-iorquino após o retorno de vocalista à banda. Para a felicidade destes fãs e dos mais antigos, a próxima seria Medusa (a mais antiga do set ao lado de Madhouse, ambas de Spreading The Disease, de 1985), anunciada após Belladonna garantir estar ouvindo todos se divertindo, e agradecer, com certa dose de exagero, especialmente na conta: “Obrigado por nos receber. É um enorme prazer estarmos aqui na América do Sul, com todos que amam metal. Sinto que estamos nos conhecendo muito bem, pois já são 35 anos vindo aqui [sic], conhecemos todos vocês e nos sentimos muito bem”. Em tempo, o vocalista só estreou na cidade fazendo show solo no Manifesto Bar em julho de 2008, e só retornaria quatro anos mais tarde, já com o Anthrax.

Confusões à parte, a já citada I Am The Law implodiria de vez a roda e algo que estava na cara desde o início saltos aos olhos: com exceção do vocalista, que vestia a mesma camiseta vendida aos fãs, com uma caveira usando um cocar e os escritos “Wardance – Pale Ale” (em alusão à cerveja da banda, anunciada em janeiro), os outros quatro integrantes estavam uniformizados, vestindo coletes pretos com o pentagrama estilizado da banda e um “HTK” no ombro direito, com mangas para a dupla de guitarristas e sem para o baixista e o baterista, que tocava de luvas. Também foi curioso notar que o vocalista utilizava microfone wireless, porém com suporte, para apoiar a mão esquerda e dar firmeza ao microfone, segurado pela mão direita. Voltando ao show em si, e sem Belladonna no palco, o auto-cover March Of The S.O.D. (já que tanto Scott Ian quanto Charlie Benante gravaram Speak English Or Die, álbum de estréia do Stormtroopers Of Death, em 1985), foi, na prática uma introdução a Blood Eagle Wings, a última de For All Kings, com direito ao vocalista imitando Bruce Dickinson ao pedir que todos erguessem as mãos ao seu comando, durante o solo de Jonathan Donais. A seguir, Scott Ian faria os primeiros dedilhados de Be All, End All, com resposta imediata da platéia em coro, e o atencioso vocalista arremessando uma garrafa de água a um portador de necessidades especiais, antes de a música novamente incendiar a pista. Ao seu término, Belladonna daria a deixa para a seguinte cantando: “Wasting your life, no future is bright. Dancing on your grave, living like a slave”, de Efilnikufesin (N.F.L.), e enquanto Scott Ian fazia seu começo, um fã levantou o uniforme branco de Richard Sherman, cornerback do Seattle Seahawks, que romperia o Tendão de Aquiles, infelizmente, afastando-se do restante da temporada, na vitória fora de casa contra o Arizona Cardinals, abrindo a décima semana da NFL, em partida concomitante ao show em São Paulo. Reconhecendo o uniforme, o vocalista simulou um lento field goal. Caminhando para o final do show, a última antes do encore seria Antisocial, o terceiro e último cover da noite, este da banda parisiense Trust (sim, o original é em francês!), com mais coros no começo, no meio e a eterna brincadeira entre banda e público, em alternância ao cantar “An-ti-so-cial! An-ti-so-cial!”, em seu final, antes de todos os músicos saírem do palco.

Ao som de “Olê, olê, olê, olê! Anthrax, Anthrax!”, a locomotiva humana Charlie Benante regressou ao palco para puxar o começo da saideira Indians. Como se tocar suas partes fosse algo trivial, o baterista fazia bola de chiclete… Tudo seguia bem até o início da Wardance, quando Scott Ian parou tudo e, incentivando maior participação, afirmou: “Joey está de olho em vocês. Ele sempre observa, meus amigos. E a razão de estar de olho é porque ele quer ter certeza que vocês estão se divertindo o máximo possível. Esta é a Wardance. Eu sei que alguns de vocês não querem entrar no pit porque é louco demais para vocês entrarem no meio. Então, amigos, apenas façam o que estavam fazendo. Se você não quer entrar no pit, você pode chacoalhar sua cabeça, pode pular e se for bem preguiçoso, pode apenas mexer as mãos”, e aí sim a Wardance explodiu de vez, sem maiores intercorrências até o final do show. Com Scott Ian e Frank Bello empunhando seus instrumentos, Joey Belladona mandou beijos e disse: “Acreditem em mim, não dá para termos muito mais do que isso, amamos vocês! Que noite!”. E após mais elogios e em meio à chuva de palhetas, o vocalista tomou todos de assalto ao cantar sozinho: “And the men who hold high places must be the ones who start to mold a new reality …” para que todos terminassem o refrão cantando “… Closer To The Heart”, e Belladonna confessasse estar no clima de Rush. Scott Ian também agradeceu, fez juras de amor ao país, prometeu voltar logo e deu boa noite, antes de o vocalista arrematar o show chamando por Long Live Rock ‘N’ Roll, do Rainbow, no som ambiente, com a banda saindo do palco.

Realmente, que noite! Com o promissor King Of Bones representando o metal nacional e Accept e Anthrax matando a pau! Para a banda alemã, seis músicas dos anos 80, seis de 2010 para cá e uma dos anos 90, em distribuição equilibrada. Para o Anthrax, empurrando Got The Time para os anos 80 (matematicamente, 1990 é o último ano da década), foram onze antigas e apenas três de desde 2011, com lamentos por ignorarem a discografia com os outros cantores, não tocando nada de Fistful Of Metal, com Neil Turbin, nem de toda a fase John Bush (não cabia nem Only?). Perfeição mesmo, só se tudo tivesse começado mais cedo, não forçando o Anthrax a encerrar o festival à 00:40, e com o som melhor equalizado, pois houve relatos de ‘som embolado’ em seu show para quem estava na pista comum. Após estréia ocorrida em dezembro de 2014, na Audio Club, com Gotthard, Hammerfall e Edguy, que não leve mais três anos para a terceira edição do festival!

 

Setlists

King Of Bones

01) Intro

02) No Way Out

03) Hold Me Closer

04) Find Your Salvation

05) Walking On The Edge

06) We’re Stronger

07) Heroes

08) We Are The Law

 

Accept

01) Die By The Sword

02) Stalingrad

03) Restless And Wild

04) London Leatherboys

05) Final Journey

06) Analog Man

07) No Regrets

08) Princess Of The Dawn

09) Objection Overruled

10) Fast As A Shark

11) Metal Heart

12) Teutonic Terror

13) Balls To The Wall

 

Anthrax

01) Among The Living

02) Caught In A Mosh

03) Got The Time [Joe Jackson Cover]

04) Madhouse

05) Fight’Em ‘Til You Can’t

06) Breathing Lightning

07) Medusa

08) I Am The Law

09) March Of The S.O.D. [Stormtroopers Of Death Cover]

10) Blood Eagle Wings

11) Be All, End All

12) Efilnikufesin (N.F.L.)

13) Antisocial [Trust Cover]

Encore

14) Indians

 

CONFIRA GALERIA DE FOTOS : ACCEPT

 

CONFIRA GALERIA DE FOTOS : ANTHRAX

 
ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022