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ARMORED SAINT :::03/06/18 ::: FABRIQUE CLUB
Postado em 14 de junho de 2018 @ 01:12


Texto: Vagner Luis

Fotos: Flavio Santiago

Com a cidade gradativamente voltando à normalidade após a greve dos caminhoneiros, o Armored Saint pisou em solo nacional pela primeira vez e atropelou quem encarou o frio e foi até o Fabrique Club aditivar o domingão. Aquecendo o evento e formado pelo vocalista Bill Martins, Vulcano na guitarra, o baixista JR e Daniel Person na bateria, mas sem seu outro guitarrista Daniel Job, em viagem pelo exterior, o Hellish War subiu ao palco às 19:10 e fez set curto de apenas seis músicas, além de um trecho de The Quest usada como introdução, mostrando seu metal tradicional bebendo na fonte do Iron Maiden, com sutis pitadas de Queensrÿche, especialmente nos vocais.

Keep It Hellish, com riffs galopantes, abriu o set, emendada a The Challenge, como em Keep It Hellish, de 2013. Durante sua execução, as poucas testemunhas dispostas a prestigiar o então quarteto de Campinas notaram a presença do atencioso Steve Grimett, vocalista do Grim Reaper, que se apresentou no Mineiro Rock Bar em Osasco na noite anterior, a circular pelo recinto em sua cadeira de rodas. A contagiante Defender Of Metal veio a seguir, foi dedicada a todos os presentes, em especial a Steve Grimmett, e contou com poderoso solo de Vulcano, que integrou a banda de apoio de Tim Ripper Owens no Gillan’s Inn em maio e setembro do ano passado. Destroyer apresentou vocais mais graves em seu início, seguida de Metal Forever, com Bill divulgando o merchan do grupo no final da pista e pedindo maior participação coletiva em começo que lembrou Wasted Years. We Are Living For The Metal foi outra ode ao estilo e encerrou a interessante apresentação de pouco mais de meia hora do Hellish War, percorrendo seus três álbuns e saindo devidamente aplaudido pelos fãs.

Às 20 em ponto, o Armored Saint veio ao palco com John Bush nos vocais, Jeff Duncan e Phil Sandoval nas guitarras, Joey Vera no baixo e Gonzo Sandoval na bateria. Win Hands Down, a primeira faixa de seu homônimo e mais recente lançamento, abriu o set e, de cara, já deu pra sacar que a banda possui muito mais groove ao vivo. Em uma viagem no tempo até o primeiro lançamento do conjunto, March Of The Saint foi reconhecida de imediato pela platéia, agora lotando dignamente (mesmo com o já famoso golpe do pano preto no fundo casa) e respondendo ao riff puxado por Jeff Duncan. Se nos tempos de Anthrax, John Bush cantava Indians, a temática e a pegada da terceira música emendada não foram diferentes em Tribal Dance, com Gonzo Sandoval puxando seu começo na bateria, auxiliado pelo vocalista nos chocalhos.

Então, antes de After Me, The Flood, que, por incrível que pareça, foi quase dançante, o frontman se dirigiu a todos pela primeira vez citando que o grupo pisava no Brasil pela primeira vez em trinta e cinco anos de carreira e agradeceu aos fãs pela presença (com o Anthrax, o cantor havia se apresentado aqui em 1993 e, junto a Joey Vera, também em 2005, com shows em São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória). Continuando a festa, em Nervous Man, Jeff Duncan pediu por barulho da platéia e antes da contagiante Last Train Home, John Bush ergueu a capa de um LP (sim, um LP mesmo!) do conjunto. E então chegou o momento de os fãs escolherem o que viria a seguir, dentre duas opções de Raising Fear: Chemical Euphoria ou a faixa-título, escolhida pelo público e talvez a mais rápida da noite, com John Bush tirando onda, após pedidos por ambas, ao dizer não ser possível tocar as duas ao mesmo tempo, pois soariam horríveis. Na real, se sua preferência por Chemical Euphoria fosse maior, caberia recurso, pois o barulho na votação foi pau a pau. Symbol Of Salvation e Book Of Blood foram as próximas, esta antecipada por elogios à cidade por parte do vocalista e com uma linda parte acústica que culminou em uma jam, sem o frontman no palco. Antes de Mess, o cantor ressaltou a união na banda, garantindo serem as mesmas pessoas desde sempre.

Dedicada aos fãs old school, Aftermath foi o ponto alto da noite, já a partir do início emotivo e com John Bush deixando o palco. Porém, quando menos se esperava, o vocalista surgiu no bar da casa e subiu em seu balcão para dali começar a cantá-la. Como se isso não bastasse, ele desceu para a pista, com os fãs dando passagem! Quando parou de andar, para melhor interpretação e agitos, ninguém se aproximou, em sincera demonstração de respeito ao ídolo, que, esbanjando carisma e segurança, seguiu seu caminho de volta ao palco abrindo o mar de camisetas pretas. Só isso já teria valido o ingresso, mas tinha mais por vir: Left Hook From Right Field, com final ao vivo ainda mais insano do que no registro de estúdio, e Reign Of Fire. Em meio aos gritos de aprovação da galera após seu final, John Bush foi taxativo: “Esta é a hora em que a banda sai do palco e volta para o encore, mas a salinha ali é uma porra de um closet. Não há razão para irmos para lá. Preferirmos ficar no aqui palco com vocês”.

Com os inúmeros pedidos de músicas vindos da platéia, ao ouvir alguém clamar por Burning Question, John Bush brincou dizendo que teriam que voltar para os Estados Unidos para que reaprendessem a tocá-la, pois se tocassem qualquer outra de Symbol Of Salvation além das presentes no set, todos iriam embora. Então outro fã entregou a capa de March Of The Saint em LP e o vocalista apresentou a próxima: “A segunda faixa deste álbum, é ela que vamos tocar”, e Can U Deliver foi reconhecida de bate-pronto. Terminando a noite, um acelerado hino oitentista, exatamente a faixa seguinte a Can U Deliver em March Of The Saint: Mad House (não confundir com Madhouse do Anthrax). Em seu final, o clima era tão leve que John Bush foi tocar os pratos de Gonzo Sandoval e Joey Vera e Jeff Duncan estenderam seus instrumentos para que os fãs do gargarejo pudessem tocá-los. Passada uma hora e meia de um show que começou tranquilo e gradativamente foi melhorando até terminar com gás total, mesmo sem gasolina em alguns postos, o Armored Saint incendiou a platéia, dando o combustível necessário para que todos fossem embora felizes e prontos para encarar mais uma fura semana pela frente. Agora que o grupo finalmente botou o Brasil no GPS, a torcida é para que passem nos a incluir em suas futuras turnês, sem que precisemos esperar tanto tempo para outro pit stop do quinteto de Los Angeles por aqui.

 

Setlists

Hellish War

The Quest [utilizada como intro]

01) Keep It Hellish

02) The Challenge

03) Defender Of Metal

04) Destroyer

05) Metal Forever

06) We Are Living For The Metal

 

Armored Saint

01) Win Hands Down

02) March Of The Saint

03) Tribal Dance

04) After Me, The Flood

05) Nervous Man

06) Last Train Home

07) Raising Fear

08) Symbol Of Salvation

09) Book Of Blood

10) Mess

11) Aftermath

12) Left Hook From Right Field

13) Reign Of Fire

14) Can U Deliver

15) Mad House

 

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