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Ava Rocha lança Sal Gruesa
Postado em 09 de maio de 2020 @ 23:31


O compacto tem lançamento duplo, internacionalmente pela gravadora americana Names You Can Trust e hoje no Brasil pela gravadora YB, que possui duas capas realizadas por Ava: intervenções em fotos das brasileiras Ynaiê Dawson e Paola Alfamor, respectivamente.

Sal Gruesa apresenta duas músicas em espanhol, de autoria de Ava: “Caminando Sobre Huesos” e “Lloraré, Llorarás”, com instrumentação e arranjos de Los Toscos e colaboração de músicos convidados: os colombianos Camilo Barltesman e Andrés Gualdron, além dos brasileiros Negro Leo, Thomas Harres e Gabriel Mayall. A produção e mixagem é de Benjamin Calais, quem convidou Ava, e também dono da emblemática casa de shows Matik Matik, onde o álbum foi gravado.

Em novembro de 2016, Ava Rocha esteve com o Negro Leo em Bogotá, o mesmo período da votação do acordo de paz na Colômbia entre as FARC e Governo, momento que inspirou a criação das músicas. Ao lidar com vida e morte, paz e guerra, agem como bruxaria sonora e são extremamente atuais devido à sua dimensão festiva, política e espiritual.

Com esse trabalho, a banda colombiana composta por Enrique Mendonza, Santiago Botero e Benjamin Calais continua o projeto que une Los Toscos a outros artistas, como Carmelo Torres e Tonny Malaby, com quem eles lançaram discos que precederam sua parceria com Ava, cujo objetivo principal é a experiência de residências artísticas que resultam em obras sonoras. Músicos de excelência na tradição e vanguarda da música colombiana contemporânea que buscam sons únicos nesses encontros. O próximo lançamento de Los Toscos será com as músicas de Negro Leo.

Ava, por sua vez, que registrou os álbuns Diurno (2011), Ava Patrya Yndia Yracema (2015), Trança (2018) e outras publicações, apresenta Sal Gruesa como uma afirmação de seu trabalho poético e musical no idioma e no seu profundo relacionamento com a Colômbia, país em que viveu na adolescência e é parte fundamental de sua origem e treinamento.

O disco também evidencia a relação de Ava Rocha com a Colômbia, país no qual viveu durante sua adolescência e é parte fundamental de sua formação. Ava é filha da cineasta Paula Gaitán, nascida em Paris e que ainda criança retornou com os pais para Bogotá, onde cresceu; e neta de Dina Moscovici, brasileira judia que viera da Russia, ensaísta e importante diretora de teatro de vanguarda nos anos 60/70, e do reconhecido poeta colombiano Jorge Gaitán Durán. Jorge Gaitán Duran, foi um dos grandes nomes da poesia e do pensamento colombiano, fundador da Revista Mito, suplemento literário da época, que publicou os primeiros textos de Jorge Luis Borges e Gabriel Garcia Marquez. Figura fundamental na literatura latino-americana, tradutor pioneiro de Marques de Sade, companheiro do mexicano Spinoza e Gabriel Garcia Marquez, também publicou importantes livros de poesia e ensaios sobre a politica colombiana. Nesse contexto Paula Gaitán cresceu e foi ao Brasil, onde casou-se com Glauber Rocha. Anos depois, retornou para Colômbia com seus três filhos, Ava, Eryk e Maira. Ava tinha 14 anos na ocasião e lá morou até os 20 anos.

Em seu álbum de estreia Diurno (2011), ela apresentou “Sé Que Esta Vivo”, um poema de seu avô, musicado por ela. Compositora também de músicas em espanhol como “Terrorista del Amor” (em colaboração com Tulipa Ruiz, Gustavo Ruiz, Paola Alfamor e Saulo Duarte), Tengo Piel (em colaboração com Guizado), “Diosa Pajara” (em colaboração com Mauricio Tagliari), “Canción Para Usted e Frio”, que está em seu terceiro álbum, Trança (2018), também fez versões em espanhol do álbum de Céu Tropix e compôs “Mi Dolor” para o longa-metragem de Eryk Rocha “Breve Miraje del Sol”. Ava é uma das artistas mais inventivas de sua geração. Ava Patrya Yndia Yracema (2015) ganhou notoriedade no Brasil e no mundo, ganhando os prêmios Artista Revelação da APCA (Associação Paulisra de Críticos de Arte) e Prêmio Multishow, também como melhor hit com a música “Você Não Vai Passar”. A autora de “Joana Dark” esteve na lista dos melhores do ano do New York Times, segundo Ben Hatlifh, na playlist de Iggy Pop, e em importantes publicações, e rodou países como EUA, China, México, Colômbia, Alemanha, Argentina e Brasil em  importantes festivais, casas de show e feiras do mercado musical, como Festival Normal (MX), Festival BUE (AR), Festival Bananada (BR), Festival ALTAVOZ (COL), CERVANTINO (MEX), Serragem Nacional, Joes Pub, “BB’s king” ( NY), Kennedy Center (EUA), Festival Brasil SummerFest (NY), Globolfest (EUA), HDK (Berlim), Coquetel Molotov (Brasil), entre outros, apresentando shows performáticos e surpreendentes.

Esse trabalho e encontro celebra, então, as raízes e influências latinas, a irmandade entre esses países latino-americanos e a originalidade de seus músicos, artistas e sons, sendo uma ação cultural apaixonada: um impulso musical libertário, ato de amor, criação e união, no intenso cenário político e planetário no qual vivemos.

* crédito da foto – Carolina Amorim

 
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