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Companhia Negra de Teatro estreia Chão de Pequenos no Sesc Pinheiros
Postado em 21 de agosto de 2019 @ 21:52


O espetáculo Chão de Pequenos, da Companhia Negra de Teatro, discute intolerância e preconceito por meio da história de dois jovens abandonados por suas famílias, a partir de uma dramaturgia baseada em histórias reais colhidas em pesquisas e entrevistas da equipe com várias famílias e pessoas relacionadas com o tema da adoção. A peça faz sua estreia em São Paulo, no Sesc Pinheirosdia 12 de setembro, quinta-feira, 20h30. O espetáculo atualmente é indicado do 5º Prêmio Sinparc de Artes Cênicas em sete categorias: Texto Inédito, Espetáculo, Diretor, Ator, Ator Coadjuvante, Criação de Luz e Trilha Sonora.

Formada pelo ator e diretor Felipe Soares, pelo ator e iluminador Eliezer Sampaio e com colaboração artística do ator Ramon Brant, a Companhia Negra de Teatro tem circulado pelo Brasil e pelo exterior com o espetáculo Chão de Pequenos, que tem direção de Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati.

No palco, os atores contam a história de dois jovens, Lucas Silva e Pedro Henrique, entre a infância e a adolescência, marcados pela orfandade e o abandono da própria família. Dos orfanatos às ruas das grandes cidades, a fábula dos garotos revela a importância da empatia, do diálogo e do afeto nos dias de hoje, numa sociedade marcada pela intolerância e pelo preconceito. “Acredito que o espetáculo contribui para que o tema da adoção tenha mais visibilidade e que a discussão se estabeleça também por meio da arte”, diz Ramon. “O espetáculo é, antes de tudo, sobre amizade. Sobre o encontro que presentifica o cuidado no trato com o outro. Sobre querer ser visto em um mundo de visão anestesiada. Existimos por causa dos outros, para os outros, por nós”, completa.

Na trajetória da Companhia Negra de Teatro, os artistas contam também com o apoio de outros colaboradores empenhados em discussões sobre questões raciais no Brasil. Em Chão de Pequenos destaca-se a colaboração da escritora Ana Maria Gonçalves – autora do premiado romance Um Defeito de Cor – que tem textos utilizados na peça. As performances do grupo são sempre autorais e questionam problemas sociais graves, como o racismo e as desigualdades sociais.

“Neste espetáculo abordamos o fato de negros serem mais preteridos do que os brancos no momento de uma adoção”, conta Felipe Soares. O artista destaca ainda outra performance do grupo, chamada Invisibilidade Social, em que uma pessoa negra se deita no chão vestindo um terno e segurando uma pasta, elementos suficientes para recepções muito inusitadas da parte do público. “É muito raro que se humanize um corpo negro deitado no chão da cidade com esse tipo de roupa – houve um dia em que até chamaram a polícia durante a performance. Se o corpo deitado no chão fosse de uma pessoa branca, as reações seriam completamente diferentes”, diz o artista.

“É interessante perceber o que o espetáculo causa principalmente nas mulheres, nas mães e nas pessoas ligadas à maternidade. O tema da adoção é até hoje um tabu na sociedade brasileira, com poucos avanços. A orfandade e a adoção se abraçam entre os públicos que a gente visita”. Ramon Brant

Sobre a Companhia Negra de Teatro

“A companhia nasce da necessidade de criarmos narrativas vindas dos nossos corpos e subjetividades. Primamos pela questão da autoria, da construção de performances que partam das nossas perspectivas e experiências”, conta Felipe. Criada no ano de 2015, em Belo Horizonte, o grupo carrega em seu nome uma homenagem à Cia Negra de Revista, grupo criado no ano de 1926 por artistas negros como Galango, Rosa Negra, Mingote, De Chocolat, Grande Otelo e Pixinguinha, entre outros. E Felipe também reitera que “fomos o primeiro grupo de teatro negro a sair do Palácio das Artes, do curso técnico de teatro, o mais importante de Minas Gerais, o do Centro de Formação Artística e Tecnológica – Cefart, da Fundação Clóvis Salgado”.

A Companhia Negra de Teatro tem trabalhos que buscam escancarar as relações sociais estabelecidas na sociedade com pessoas negras, o que envolve falta de representatividade, ausência de referências em espaços físicos e simbólicos de grande visibilidade, corpos tratados de maneira estereotipada e relações de poder ditadas pelo controle financeiro.  Atualmente, o grupo dedica-se à criação do espetáculo Um Preto.

Mais do que abordar o racismo em suas criações, a companhia busca falar de diversas desigualdades sociais e da importância do diálogo e da empatia entre pessoas de todas as cores, gêneros, orientações sexuais e culturas para o convívio e desenvolvimento humano. Além disso, apresenta uma reflexão acerca da inclusão de pessoas negras nas artes, sobretudo das potências do corpo negro no teatro, cuja presença é, por si só, um discurso para a cena. Política e poética se somam na pesquisa do coletivo. O grupo ainda expande a área de atuação, incorporando as propostas ao formato audiovisual com a o curta-metragem Wanderlust, escrito e dirigido por Felipe Soares.

Trajetória de Chão de Pequenos

Inicialmente criado como uma cena curta em 2013, o espetáculo Chão de Pequenos ganhou a 6ª edição do FESTU – Festival de Teatro Universitário em 2016, no Rio de Janeiro, o que possibilitou sua estreia, num formato mais longo, em 2017, no Festival de Curitiba.  A íntegra do texto da peça foi publicada no livro Teatro Negro(Coleção Teatro Contemporânea, da editora Javali).

Ainda no formato curto, o espetáculo ganhou diversos prêmios: o FESTU (Festival de Teatro Universitário) nas categorias Melhor Cena, Direção e Texto Original, e indicação a Melhor Iluminação e Ator em 2016; o FEESPE (Festival de Esquetes de Petrópolis), também em 2016, nas categorias Melhor Direção, Texto Original e Figurino; o FESQ (Festival de Cenas Curtas de Cabo Frio), em 2015, com Melhor Cena e Direção; no Festival Niterói em Cena, de 2014, com Melhor Texto e indicação a Direção e Cena do Festival (foi a terceira cena mais votada pelo júri popular) e Festival de Cenas Curtas de Sumaré, em 2013, com Prêmio Destaque para a pesquisa e composição de dramaturgia e Prêmio Especial pela atuação coletiva.

O espetáculo, já na sua versão mais longa, integrou os festivais internacionais Fitza – Festival Internacional De Teatro Zicosur (Chile) em 2019 e o Fitlo – Festival Iberoamericano De Teatro De Logroño – Espanha, em 2018. Em festivais nacionais, destacam-se apresentações em unidades do Sesc no interior do estado de São Paulo (Campinas e Jundiaí), Festival Nacional Toni Cunha De Itajaí (2019), Campanha de Popularização do Teatro e Dança BH (2019), Festival De Curitiba (2019), X Semana De Artes UFOP – Ouro Preto (2018), Fentepp – Festival Nacional De Presidente Prudente (2018), Festara – Festival Nacional De Teatro De Araçatuba- SP (2018), Festu – Rio De Janeiro (2017), Temporada De Teatro São João Del Rei (2017), Festival Aquilombô – Belo Horizonte (2017) e temporada na Caixa Cultural do Rio de Janeiro (2017).

Sinopse curta

Dois jovens entre a infância e adolescência, Lucas Silva e Pedro Henrique, são marcados pela orfandade e o abandono da própria família. Dos orfanatos às ruas das grandes cidades, a fábula dos garotos revela a importância da empatia, do diálogo e do afeto nos dias de hoje, numa sociedade marcada pela intolerância e pelo preconceito.

Ficha Técnica

Concepção e atuação: Felipe Soares e Ramon Brant

Direção: Tiago Gambogi e Zé Walter Albinati

Dramaturgia: Coletiva

Textos: Ana Maria Gonçalves, Felipe Soares e Ramon Brant

Provocação Dramatúrgica: Grace Passô

Direção de Movimento e Preparação Corporal: Tiago Gambogi

Iluminação: Cristiano Diniz

Operação de Luz: Cristiano Diniz / Thiago Rosado

Trilha Sonora Original: GA Barulhista

Operação de Som: Sammer Iêgo Lemos

Figurino: Bárbara Toffanetto

Cenografia: José Soares da Cunha e Zé Walter Albinati

Cenotecnia: José Soares da Cunha

Direção de Produção: Gabrielle Araújo

Projeto Gráfico: Estúdio Lampejo e Ramon Brant

Fotografia: Lucas Brito.

Escrita Poética do Processo: Bremmer Guimarães

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques

Realização: Companhia Negra de Teatro

Produção: Caboclas Produções

Serviço

Chão de Pequenos – Companhia Negra de Teatro

Temporada: de 12 de setembro a 12 de outubro de 2019, quinta a sábado, às 20h30

Nos dias 21 de setembro e 12 de outubro, sábados, as sessões serão às 18h

Local: Auditório (3º Andar)

Duração: 55 minutos | Classificação: 12 anos

Ingresso: R$ 25 (inteira), R$ 12,50 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e servidor de escola pública com comprovante) e R$ 7,50 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculados no Sesc e dependentes/Credencial Plena)

Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195
Bilheteria: Terça a sábado das 10h às 21h. Domingos e feriados das 10 às 18h
Tel.: 11 3095.9400
Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: para atividades no Teatro Paulo Autran, preço único: R$ 12 (credencial plena do Sesc) e R$ 18 (não credenciados).Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m

Sesc Pinheiros nas redes: Facebook, Twitter e Instagram: @sescspinheiros

 
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