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Dark Dimensions Folk Festival – 19/11/17 – Carioca Club
Postado em 31 de dezembro de 2017 @ 17:35


Texto e Fotos por: Renata Penteado

Agradecimentos: Costábile Salzano Jr / Dark Dimensions

O Dark Dimensions Folk Festival é um evento que reúne o que há de melhor no quesito música nórdica e sua primeira edição trouxe da Europa as bandas que se destacam no segmento Folk Metal, agradando tanto aos mais fiéis ao estilo medieval quanto à trupe do metal. O mix de bandas teve: abertura dos brasileiros do Armored Dawn; Kalevala, da Rússia; Elvenking, da Itália; e Ensiferum, da Finlândia.

Além dos shows, o festival prometia combates medievais e venda de produtos sobre o tema. De fato, pudemos encontrar tendas e mesinhas com tais mercadorias em um espaço anexo, na lateral da casa: chifres para tomar vinho, runas, acessórios do paganismo e até bonequinhos de cavaleiros medievais, enquanto que os combates aconteceram na pista mesmo, sempre nos intervalos entre as bandas, como aquecimento, com ‘cavaleiros’ usando malhas, capacetes, escudos e espadas ‘lutando’ de modo bem teatral, simples e divertido. Tinha até gente mais empolgada clamando por sangue!

Antes mesmo de as apresentações começarem no palco, os atenciosos Denis Zolotov e Nikita Andrianov, respectivamente baterista e guitarrista do Kalevala, estavam na área adjacente do Carioca Club, em uma discreta mesinha sobre a qual expunham e vendiam seus álbuns, imãs, palhetas e camisetas, além de atender gratuitos pedidos por fotos e autógrafos. Em dado momento, os outros integrantes do grupo também deram as caras: a vocalista Xenia Markevich, o baixista Michaill Kron e Aleksandr Oleynikov, o homem do acordeão. O mesmo expediente (e mesa) foi adotado por membros do Elvenking, porém apenas após o concerto do headliner e já sem a maquiagem do show. Só que, como muitos fãs já estavam de saída do recinto, eles sequer passavam pela lateral da casa e, conseqüentemente, pelo stand.

Já o Armored Dawn tinha sua tenda com um ‘trono’, capacete, malha, machado e pele para que as pessoas pudessem entrar no clima e tirar suas fotos de recordação. Com vinte minutos de atraso, às 15:50, a banda paulistana, formada pelo vocalista Eduardo Parras, os guitarristas Timo Kaarkoski e Tiago de Moura, o baixista Fernando Giovannetti, o tecladista Rafael Agostino e o baterista Rodrigo Oliveira, surgiu no palco divulgando seu ainda vindouro álbum, Barbarians in Black.

De modo geral, o conjunto se encaixou muito bem no festival, pois, apesar de ser uma banda nacional e não ter nada a ver com a época medieval, ela conseguiu mostrar a essência da música nórdica em suas composições. O grupo vem abrindo shows na capital ultimamente (sendo o mais recente para o De La Tierra no começo do mês no Tropical Butantã, com setlist praticamente idêntico) e sempre traz fãs vestidos a caráter, com roupas de cavaleiros e vestidos como se estivessem em plena idade média.

No início do show, Eduardo Parras segurava com uma garrafa, bebendo no gargalo e oferecendo-a ao público no gargarejo, fazendo o mesmo no decorrer do set de quase quarenta e cinco minutos. Apresentação temática, com vestimentas, músicas e até uma espada usada no pedestal, e que despertou a curiosidade de quem se identificava com a Idade Média, com destaque para Rose Tattoo, cover do Dropkick Murphys, e Sail Away, cantada pelos presentes.

Às 17:20, mantendo os vinte minutos de atraso, veio ao palco o Kalevala. Formado em Moscou em 2007 (não confundir com a banda nacional de Campos dos Goytacazes, que lançou Myths And Legends em 1988), o conjunto já havia conquistado a simpatia de alguns atendendo gentilmente as pessoas no setor de merchandise. Tocando, então, a combinação de guitarra e acordeão se mostrou bem interessante: a sensação era de estar ouvindo músicas de festa junina, só que da e na Rússia. A alegria se espalhou de tal modo que havia pessoas dançando e até cantando (ou pelo menos tentando, já que todas as músicas eram em russo, assim como os encartes dos álbuns vendidos), deixando a apresentação ainda mais autêntica.

Promovendo Metel (Blizzard, em inglês, e Nevasca, em português), lançado no mês passado, a faixa-título foi a única do álbum tocada, com maior atenção às canções de Luna I Grosh, como Korochun, que tirou o povo do chão e contou com discretos malabarismos de Denis Zolotov e suas baquetas. Kavelava, a canção, com seu interessante começo, só pode ser algum tipo de country russo. Antes de Nagryanuli, o baixista Michaill Kron agradeceu ao Armored Dawn pelo empréstimo de equipamento, ao citar que os instrumentos da banda russa ainda estavam no aeroporto. Ponto para o metal nacional!

Camaradagens à parte, Xenia Markevich foi quem mais se dirigiu à platéia, agradecendo ora em inglês, ora via um “Obrigada” (e supõe-se que tenha feito também em russo, vá lá saber…)! Curiosamente, o setlist previamente disponibilizado pelo baterista em bate-papo descontraído onde eles vendiam seus produtos continha duas músicas a mais em seu final: Tausen’-Rada e outra a ser escolhida entre Son-Reka e Luchshuyu Spoyu Vam Peshyu. Com apenas quarenta e cinco minutos para se apresentar, infelizmente a banda teve de limá-las.

Após cerca de trinta minutos de intervalo, chegava a hora de testemunharmos a estréia do Elvenking em solo brasileiro, promovendo Secrets Of The Magick Grimoire, recém-lançado, e com Damna (vocal), Aydan e Raphael (guitarras), Jakob (baixo), Lethien (violino) e Lancs (bateria) com os rostos devidamente pintados. O sexteto de Sacile tocou dez canções (fora The Manifesto e Era Theme) em uma hora e empolgou a platéia com Elvenlegions e a mais antiga The Wanderer, que começou com potentes vocais de apoio após o comunicativo vocalista agradecer aos fãs pelo comparecimento e pedir para que dançassem loucamente.

A nova Invoking The Woodland Spirit dinamitou a roda causando leve desentendimento entre dois fãs na pista, nada que a animação com The Winter Wake não pudesse superar, especialmente em seu refrão. Dando continuidade ao show, Damna brincou com os presentes perguntando se estavam cansados por ser domingo e fez interessante discurso garantindo que as letras da banda não tratavam de política, mas em um mundo tão ferrado como o atual, com guerras e violência, tudo que precisávamos era de uma Pagan Revolution.

O cantor ainda pediu para que todos pulassem em The Divided Heart, que teve vocais estranhamente mais baixos. Neverending Nights evidenciou o ganho que um violino pode oferecer ao metal, fez Jakob apanhar seu celular e filmar, tamanha a empolgação da platéia, e foi a última antes do encore, com a banda saindo aos gritos de “Elvenking, Elvenking”. The Loser finalmente fechou o show, com sinceros agradecimentos de Damna e garantias de que estar no Brasil era a realização de um sonho. Final épico para uma apresentação que agradou a quem já conhecia a banda e também serviu para angariar novos fãs.

Às 20:15, o Ensiferum surgiu para um Carioca Club não exatamente cheio, retornando à casa após quatro anos. Composto por Petri Lindroos (vocal e guitarra), Markus Toivonen (guitarra), Sami Hinkka (baixo), Janne Parviainen (bateria) e Netta Skog (acordeão), os finlandeses foram a cereja do bolo e detonaram ao longo de setenta e cinco minutos, tendo mais espaço do que os grupos anteriores, agora que só havia uma bateria no palco. De cara já emendaram o começo de seu mais recente trabalho, Two Paths (à disposição dos fãs desde setembro), utilizando Ajattomasta Unesta como intro e tocando For Those About To Fight For Metal, com seu marcante coro.

As duas seguintes, ambas de One Man Army, foram introduzidas com interação com a platéia: “Boa noite, São Paulo! Hoje vocês serão nossa Heathen Horde, então façam barulho!” e “Muito obrigado! A próxima é bem punk rock, então quero ver um mosh pit para Two Of Spades”, com alucinantes dois bumbos. King Of Storms teria especial participação dos russos do Kalevala agitando perto do bar, na parte da frente da pista, em especial da vocalista Xenia Markevich (membros do Elvenking preferiram ver um trecho do show do Ensiferum no fundo da pista). Com andamento quebrado, Treacherous Gods faria o show viajar do mais recente álbum para o primeiro, seguida da visceral In My Sword I Trust.

Tumman Virran Taa soaria como intro para The Longest Journey (Heathen Throne – Part II), ambas de From Afar. E novamente, as duas a seguir seriam apresentadas à platéia por meio de palavras: “Obrigado! A próxima é de nosso novo álbum e se chama Way Of The Warrior” e “Esta é Token Of Time. Deixe-me ver suas mãos para cima. Quero ver vocês pularem”. Antes da última do set regular, mais palavras: “Muito obrigado. Esta é de From Afar e se chama From Afar. Quero ver mosh pit, São Paulo”, pedido prontamente atendido para um verdadeiro arregaço que não impediu um fã na pista de surpreendentemente dar umas pescadas, em pé mesmo, durante rápido trecho em sua execução!

Voltando para o encore, Lindroos disse: “Temos tempo para mais uma música. Quero agradecê-los por terem nos assistido. Muito obrigado, São Paulo! Última música: LAI LAI HEI”, com seu começo cantado por Toivonen. Além do vocalista, o mais carismático da banda foi Hinkka, com seu baixo de seis cordas e vestindo saia preta. Enquanto a banda se despedia dos fãs e tirava a tradicional foto perante o público, Vanha Suomalaisten Poikain Vitutuslaulu, de Lapinlahden Linnut era tocada no som ambiente, encerrando apresentação contagiante e de forma perfeita.

 

Setlists

Armored Dawn

01) Chance To Live Again

02) Bloodstone

03) Eyes Behind The Crow

04) Men Of Odin

05) Rose Tattoo [Dropkick Murphys Cover] / Bass Solo

06) Survivor

07) Sail Away

08) Gods Of Metal / Keyboard Solo

09) Beware Of The Dragon

 

Kalevala

01) Intro

02) Metel

03) Korochun

04) Bat’ka-Ataman

05) Kavelava

06) Goy Olen’!

07) Nagryanuli

08) Gde Tvoya Nochevala Pechal’

09) Yarilo

10) Uletay Na Kryl’yah Vetra

 

Elvenking

01) The Manifesto [intro]

02) King Of The Elves

03) Elvenlegions

04) The Wanderer

05) Invoking The Woodland Spirit

06) The Winter Wake

07) Pagan Revolution

08) Draugen’s Malestorm

09) The Divided Heart

10) Neverending Nights

Encore

11) Era Theme [intro]

12) The Loser

 

Ensiferum

01) Ajattomasta Unesta [intro]

02) For Those About To Fight For Metal

03) Heathen Horde

04) Two Of Spades

05) King Of Storms

06) Treacherous Gods

07) In My Sword I Trust

08) Tumman Virran Taa [intro]

09) The Longest Journey (Heathen Throne – Part II)

10) Way Of The Warrior

11) Token Of Time

12) From Afar

Encore

13) LAI LAI HEI

 
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