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Edu Falaschi :::21/08/2022::: Tokio Marine Hall
Postado em 28 de agosto de 2022 @ 19:41


   Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Fotos de Gustavo Diakov (Sonoridade Underground)

Produção cinematográfica Classe A beirando três horas de espetáculo!

 

A resenha deste escriba para a recente passagem do Shaman pela Audio em 31/07,contendo Ritual (02) e Rescue (22) no repertório,defendia uma tese: “Álbuns na íntegra podem se tornar facas de dois gumes: é bacana a garantia do que rolará, antes da aquisição do ingresso, mas a parte ruim é idêntica, pois elimina-se o suspense. No máximo, uma dúvida: ordem da gravação ou alterada? E daria para intercalá-los, mas haveria sentido? Enfim, nada diferente disso. Agora, se você aprecia as faixas, aí é jogo ganho!”.

Em proposta igual, o AngratrouxeRebirth (01) de cabo a rabo ao Tokio Marine Hall em 02/07 e, transcorridoscinqüenta dias, o play também foi tocado por inteiro, coincidentemente na mesma casa, além de Vera Cruz (21). Você pode questionar: “Qual a necessidade em associar as bandas?”. Te devolvo: “Tem como dissociá-las?”. Opiniões merecem respeito e sempre haverá quem decida escolher a melhor performance do álbum: a desta noite ou a dogrupo que projetou a carreira de Edu Falaschi? Na incerteza, curta as duas!Elucubrações à parte, o que se sabia da apresentação? A rigor: participações especiais; gravação de DVD; emontagem cinematográfica imitando uma caravela.

Às 20:35, em nome da Foggy Filmes e super bem humorado, Junior Carelli abriu os trabalhos, explicando de leveos procedimentos de filmagem. Antes, porém, o figura teve a manha de divulgar a placa de um carro, fazendo todos suporem se tratar de um comunicado acerca de um roubo ou coisa que o valha (ele tem potencial para stand-up)! Dando o crédito, o ex-tecladista do Noturnall e do Shaman solicitou a presença do “cara responsável por ter garantido que toda a parte técnica acontecesse: Arthur Bevilacqua”. Nunca é demais valorizar os profissionais de bastidores!

Com quarenta minutos de atraso em comparação ao horário oficial prometido de 20:00, abriram-se as cortinas para o citadoEdu, Roberto Barros e Diogo Mafra (guitarras), Raphael Dafras (baixo), Fábio Laguna (teclados), Aquiles Priester (bateria) e, nos backingvocals, Fábio Caldeira (integrante do Maestrick) e Raissa Ramos, não exatamente nesta ordem. A introIn Excelsis dava a senha: começariam por Rebirth, até porque a capa do lendário full length era o temado backdrop.Praticamente numa só tacada, executaram, com destaque para a primeira e quarta, bastante acompanhadas pela cantoria da platéia: Nova Era,Millennium Sun, AcidRain, HeroesOfSand e Unholy Wars, e aqui cabe uma breve digressão: o câmera operando a grua à direita da pista premiuma conhecia e cantarolou seus últimos versos! Terminada, sob gritos de “E-du! E-du!”, sua fala inicial:

“Ah, moleque! Galera, hoje a gente está consolidando aí dois discos, né?Quea gente fez e está fazendo novamente, vinte anos de Rebirth,e não sei se vocês perceberam, com a mesma jaqueta que gravei o primeiro DVD do Angra. Pô, até que tô bem, né? Tá cabendo ainda, né? Isso aqui estava meio mofado, o bicho estava pegando! Mas queria convidar aqui um cara para fazer essa música com a gente e já convidá-lo a voltar. Queria convidar aqui para o palco o brilhante, grande parceiro, Fábio Lima! Moleque! Um dos maiores violonistas do planeta! Esse cara é muito monstro! Sintam um pouquinho do talento deste monstro sagrado: Fábio Lima”. Sozinho, ele fez um rápido número (em quarenta e oito segundos, para ser preciso) e emendou o dedilhado de Rebirth, prontamente reconhecido, como se houvesse surpresa em qual viria. É necessáriomencionar que ela foi vociferada pelo público? Haja pulmão para a belíssimaajuda coletiva!

Durante a faixa-título, este repórter embarcou na inglória tarefa de tomar notas para o detalhamentovisual, em injusta competição, afinal de contas, não importa o que alguém veja, o relato jamais terá o impacto do momento ou de assistir ao DVD no conforto do lar… Tentando humildemente, a reprodução era a de um convés, com duas redes laterais. No andar acima, da esquerda para a direita, ficavam Fábio Laguna, o “polvo” Aquiles (lembrando que era ele o batera em Rebirth) e o par dos vocais de apoio. Abaixo, Diogo, Edu, Raphael e Roberto. Uma porcaria de descrição, certo? É melhoraguardar o DVD ou correr para o Google ou YouTube.

De resto, treze câmeras, segundo Carelli, cinco delas apenas na pista premium (até onde foi possível conferir do posto que ocupávamos), e lotação a tal ponto que, de acordo comdepoimentos de amigos deste que vos escreve, a parte à direita da pista comum tinhatamanhamultidão que, para acessar seu lado esquerdo, a opção foi cortar caminho pela cozinha, escoltados por membros da equipe produtora do evento!

No embalo deJudgement Day vieram as apresentações (visivelmente emocionado, Roberto foi quase às lágrimas) e adoraríamos transcrevê-las, porém quinze longos minutos (!!!!) de material seriam um pouco exagerado. O dono da festa anunciou RunningAlone e,concluída, sangue novo na parada: “Galera, muitas novidades nesta noite, o DVD, sempre uma atenção maior, mas também é uma alegria maior porque a gente tem vários convidados hoje, né? Queria chamar aqui ao palco… Cadê ele? Não sei por onde ele vai vir, masé um grande tenor que a gente tem no Brasil, que é o cantor oficial de O Fantasma Da Ópera, quando vem para o Brasil: Thiago Arancam”, chegando com tudo e empostando a voz:

“O Fantasma Da Ópera está do lado do Edu Falaschi! Boa noite”. Troca de gentilezas com ambos se atropelando e o convidado mandou bala num solo deNessunDorma, de Giacomo Puccini, em versão bem mais fiel à original do que a do Manowar em WarriorsOf The World (02), e permaneceu para VisionsPrelude.Depois de elogios, a despedida temporária de Edu e companhia às 21:56 arredondavauma hora e quinze minutos de espetáculo.

Sem aparecer, o mestre de cerimônias, Juninho Carelli, pediu aos fãs cinco minutos de intervalo, levandoaproximadamente dez, mas ninguém arredou pé. Às 22:05, uma narrativa projetada nos telões sobre os bares contextualizavaVera Cruz, seguida da introBurden e, enquanto o pau comia solto, observávamos as mudanças de cenário: dois gigantescos guerreiros em armaduras e suas espadas cravadas ao chão atrás de escudos separavam Aquiles dos colegas naplataforma superior; uma “freira” caminhou “recolhendo” Jorge, ainda bebê,o protagonista da saga (quem piscou, perdeu!); e um timão centralizado com Edu na “condução” girando-o ao automaticamente ao colarem The Ancestry, agora trajandoum sobretudo vermelho. No mais, quatro canhões disparavam gás carbônicoativamente a cada vez que o frontman chegava ao título da composição na letra.

O mesmo blocoincluiu SeaOfUncertainties e então o vocalista retomou: “Agora embarcamos na grande caravela, Vera Cruz! Galera, vamos comigo! A gente vai fazer uma música agora, uma balada desse disco novo e ela se chama Skies In YourEyes”, com Edu ao violão. Na seqüência,Frol De La Mar rolou no som ambiente e o refinamento da produção se verificava nasminúcias: barris e canhões encerravam o espaço cenográfico; atores vestidos de marujos aprontavam o navio para zarpar comandados por outro encarnando Pedro Álvares Cabral. Tudo antes dos fogos de artifício à frente do palco em Crossese ainda bem que os fotógrafos clicaramsomente três músicas no pit…

Mais extensa do set, Land Ahoy fez Roberto dividir a atenção entre violão e guitarra, obteve maciça resposta geral em suporte e mostrou encenação emduelo com espadas no segundo refrão (quem piscou, perdeu!!). FireWithFire fez a galera pular após um “Sai do chão, São Paulo!” e, repleta de fogos no final, foi sucedida por MirrorOfDelusion. Quer mais convocações? “Obrigado! Queria chamar de volta o parceiro Fábio Lima e, enquanto ele se prepara, não sei se vocês sabem que, nesse disco, o Vera Cruz, tive uma participação, depois de muitos e muitos anos em que a gente trabalhou junto e fez um disco juntos: no Vera Cruz, chamei novamente Tito Falaschi para tocar guitarra. A gente vai tocar uma música agora, cara, que quero que vocês cantem comigo. Olha só, vamos então comigo para BonfireOf The Vanities”.

Partindo para o fechamento, um chamado dobrado: “Galera, a gente vai fazer uma música que, no disco, quem gravou foi o Max Cavalera, mas infelizmente ele não pôde estar hoje aqui com a gente por compromissos. A gente entende, mas, para suprir a ausência, a gente está trazendo dois outros pesos-pesados do som pesado e da música brasileira. E aí, é o seguinte: esse cara, todo mundo já conhece aqui no Brasil.Quem curte metal sabe quem é esse cara, que é uma lenda do thrash metal. Esse cara é foda pra caralho: Marcello Pompeu!”. Rasgação de seda em ida e volta,com direito àreverência retribuídapelo líder do Korzus, e Edu prosseguiu: “Tive a idéia e falei: ‘Cara, e se a gente juntar duas gerações para executar essa música?’. Uma lenda viva, como já falei, representando mais o passado, nossa época da velha guarda do rock brasileiro, mas aí também pensei: ‘Cara, existe uma pessoa que está representando o Brasil como ninguém’ e que faz parte da jovem guarda do death metal brasileiro”: Fernanda Lira, com blusa amarela daCrypta.

A dupla arrebentou em Face Of The Storm, a incorporar novo embate teatral em trios, meio Gigantes do Ringue, meio Odin’sKriegerFest e 100% divertido! O azar foi o rompimento da espada do faz-tudo, Juninho,na luta! E a cereja do bolo estava por vir: “Galera, a gente está chegando agora ao final do Vera Cruz, e obviamente, ao final do show e tive a honra de conhecer… Eu estava no Rio de Janeiro e queria uma cantora comigo nessa próxima música e queria que fosse a Elba Ramalho!”.Extremamente bem recebida,foi ótimo a colaboração ter vingadocom ela detonando em Rainha Do Luar ao vivo, arrematada com fogos e mais fogos, desta feita vindos também por cima.

Pausa simbólica, pois o encore era obrigatório e foipuxado com o ecoar deDeus Le Volt!a preparar terreno para Spread YourFire, saideira e filha única de TempleOfShadows (04), marcando noventa minutos de “segundo ato”, por assim dizer, e cerca de três horas totais às 23:35. Pensa que acabou? Enquanto o povo lentamente se dirigia à saída, quem brotou do nada? Ele, Juninho, engraçado como de costume: “Obrigado, São Paulo! Vocês são foda pra caralho! Aí, galera, vocês viram que na cena a porra da minha espada quebrou, né? Vamos gravar de novo aquele caralho… Agüenta aí, fica aí! Fica aí que vocês vão ver a mentirada que é a fábrica de imagens!”. Não esperamos, natorcida para que,no ato de sua leitura do texto, tudo já tenha sido satisfatoriamente solucionado e registrado… 🙂

Ah, demora muito para lançarem o DVD?Puta show do Carelli, meu!!!

 

Setlist

Rebirth

Intro: In Excelsis

01) Nova Era

02) Millennium Sun

03) Acid Rain

04) Heroes Of Sand

05) Unholy Wars

06) Rebirth [Com Fábio Lima]

07) Judgement Day

08) Running Alone

09)NessunDorma [Giacomo Puccini] [Solo Vocal De Thiago Arancam]

10)VisionsPrelude[Com Thiago Arancam]

 

Vera Cruz

Intro: Burden

11) The Ancestry

12) Sea Of Uncertainties

13) Skies In Your Eyes

Intro: Frol De La Mar

14) Crosses

15) Land Ahoy

16) Fire With Fire

17) Mirror Of Delusion

18)BonfireOf The Vanities[Com Fábio Lima & Tito Falaschi]

19) Face Of The Storm[Com Marcello Pompeu & Fernanda Lira]

20) Rainha Do Luar [Com Elba Ramalho]

Encore

Intro: Deus Le Volt!

21) Spread YourFire

 

E não custa creditar todos os atores: Junior Carelli, Rodrigo Alvarez Esteves, Fábio Taniolo Silvério, Vítor Sawanaka Vital, Ernesto Brodella Sampaio, Paulo Menezes, Roberto Silvério Júnior, Nathalia Celestini, Jamille Morais dos Anjos e Elenice Aparecida Taniolo

 
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