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Edu Falaschi – Tokio Marine Hall– 27/01/24
Postado em 17 de fevereiro de 2024 @ 20:12


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Bel Santos, cedidas pelo site Confere Rock

E agora, Edu? Te esperamos em janeiro de 2025 no mesmo local! Você vem?

Edu Falaschi e Tokio Marine Hall já viraram sinônimo de divulgação de novo play do cantor em São Paulo, pois assim havia sido com a Orquestra Sinfônica Jovem de Artur Nogueiraem janeiro/23 e gravando um DVD em agosto/22 tocando Rebirth (01) e Vera Cruz (21), ambos na íntegra. Eis que chegamos à trinca da frutíferada parceria e, pela segundavez consecutiva, no primeiro mês do ano! Será que tem mais em 2025? Enfim, um passo de cada vez…

Prometido para as 22:00 e sem banda de abertura, o time veio ao palco com oito minutos de atraso inteirado por Diogo Mafra (guitarra), Raphael Dafras (baixo), Fábio Laguna (teclados), Aquiles Priester (bateria) e, nos vocais de apoio, Fábio Caldeira (do Maestrick) e a estreante Juliana Rossi (do SilentCry). Sentiuuma ausência significativa? Depois da intro Quetzalcóatl e Live And Learn, primeirade uma dezena de canções do Angra ao longo da noite, o dono da festa elucidou:

“Obrigado! Fala, São Paulo! Caraca, molecada! Muito feliz em ver vocês aí de novo, caraca! Maior tempo… Uma delícia ver a casa cheia. Mais uma vez, muito obrigado ao Tokio Marine Hall, a toda a produção. Galera, é o seguinte, preciso falar uma parada para vocês. Vocês perceberam que o Roberto deu uma diminuída de tamanho aqui? Ficou mais jovem também, entrou na fonte da juventude! Galera, é o seguinte, vou explicar para vocês, mas a gente tem um vídeo auto-explicativo. Então, se puderem soltar o vídeo aí, para vocês entenderem o que está pegando”.

Na prática, o que rolou?“Fala, galera, beleza? É o Roberto Barros aqui. Estou passando para mandar um grande beijo no coração de todos vocês que estão aí hoje nesta noite linda e maravilhosa. Infelizmente, cara, não posso estar aí hoje, não pude tocar para todos vocês junto com essa banda maravilhosa que tanto amo. Explicando rapidamente para vocês, no dia 31 apareceu um pequeno furúnculo no meu joelho e, no dia 31, entrei no mar na hora da virada do ano e peguei uma bactéria muito forte que entrou por meio desse furúnculo. Uma bactéria muito agressiva que infeccionou toda minha perna, então tive uma infecção muito grave com risco de sepse no sangue e vários outros riscos, mas, graças a Deus, o pior já passou. Ainda tem uma batalha pela frente, mas o pior já passou”.

Tinha mais, com um spoiler que ninguém percebeu devido aos aplausos: “Estou internado desde o dia 02/01, como vocês podem ver, aqui neste hospital. E é isso, estou passando aqui para falar para vocês o que tem acontecido e desejo a todos vocês um show maravilhoso. Peço que vocês recebam com muito carinho o Victor Franco porque tenho certeza que ele vai fazer um ótimo trabalho hoje. Eu queria muito poder estar tocando esta noite, participar desse clipe, mas não foi vontade de Deus. Foi vontade de Deus que eu passasse por tudo isso, aceito com muita garra e tenho certeza que, em breve, vou estar muito bem, tocando com todos os meus amigos de banda. Quero agradecer ao Edu por todo o carinho e apoio, ao Aquiles e a todo mundo da banda, mas principalmente a todos vocês, fãs e amigos que gostam muito do meu trabalho. Muito obrigado de coração e é isso. Um grande show a todos vocês. Valeu!”.

Clipe?Em meio ao barulho, Edudesviou o foco: “Aí, moleque! Só para completar,chamamos, né? O moleque teve vinte dias para tirar o repertório inteiro tocando as guitarras do Kiko e do Roberto. Um cara de vinte e três anos e aproveitei essa oportunidade. Gosto sempre de transformar uma coisa negativa, tentar ao máximo transformar isso em algo positivo. E quero apresentar para vocês o primeiro grande show da vida do Victor Franco. Então é uma honra ter você aqui e a gente lançar mais um grande músico brasileiro. Vambora então!”.

Em combo único, executaram AcidRain, WaitingSilence, Sacrifice (é impressão deste escriba ou os segundos iniciais de seus teclados lembram Changes?Curiosamente o clássicodo Yes foi a intro adotadapelo Angra no mesmo recinto em 03/11 ao promover CyclesOfPain!) e Millennium Sun. E observando o palco, notamos o backdrop ajudando a simular um convés, com canhões, barris, redes, lanternas, fora dois banners laterais elevados e decorativos e dois guerreiros gigantes em suas armaduras, com espadas e escudos. Evidentemente não faltaria o polvo, suspenso no kit de Aquiles, bem como seu rosto nas peles alaranjadas dos bumbos.

No mais, bastaram cinco músicas para todos constatarem o talento deVictor, segurando bem a onda, embora compreensivelmente tímido e mais de canto. Enquanto reparávamos na camiseta do Pantera usada por Edu, ele anunciou o primeiro convidado da noite, Fabio Lima, ao violão para a belíssima e poderosa Land Ahoy e, acalmados os ânimos, tacaram-lhe pau com The TempleOfHate.Para a próxima, duas alterações significativas: primeiro, um boneco inflável com pinta de ornamento contextualizado ganhando forma atrás de Aquiles, mesmo que um pouco bambo; depois a troca de bandeirão, agora aludindo às Pirâmides de Teotihuacán – tudo justamente precedendoTenochtitlán, tida como capital do império asteca, pois, com Edu, nada é por acaso! Encerrada, ele era puro alívio:

“Obrigado! Demais, galera! Putz, vou te falar que a gente se assustou quando teve essa parada aí com o Roberto: ‘Caraca, será, cara? E agora? Vinte dias, né?’ Aí chegou esse monstro! Vinte e três anos, mano! Salvou! A gente tem muito talento no Brasil, né?”. E, mudando de assunto: “Galera, a gente vai fazer agora uma música que se tornou um hit nacional… Todo mundo sabe, essa música foi gravada pelo Calcinha Preta, aí o Gusttavo Lima gravou, Marília Mendonça gravou, vários gigantes do sertanejo aí. Eu queria filmar e mostrar para o Calcinha Preta que a versão em inglês também é foda pra caralho! Eu cantei no DVD deles agora lá: trinta mil pessoas, cara, e me pediram para cantar em inglês! Eu falei: ‘Não, não faz isso comigo!’”.

Tinha mais: “Cara, quando comecei a cantar em inglês, e a galera?Trinta mil pessoas cantando em português. Velho, quase cai minha cabeça. Deu um nó na minha cabeça absurdo. Então eu queria que vocês ligassem as luzes dos celulares, por favor, aí. Vamos fazer uma parada bem bonita aí, todo mundo, vai? Sem preguiça. Aí, pô! Agora sim! Galera, vamos então, mas a versão original: Bleeding Heart. Vamos lá?”. Precisamos relatar que a adesão com as lanternas acesas foi em massa, proporcionando um espetáculo à parte?

Quetzalcóatl foi novamente utilizada como intro, agora como no full-length para Señores Del Mar (Wield The Sword), outra com Fabio Lima ao violão e com direito a um tremendo solo de Victor – esse moleque, no melhor sentido do termo, tem futuro promissor! E está lembrado do spoiler de Roberto? Diga aí, Edu: “Obrigado! Galera, a gente vai tocar mais uma do álbum Eldorado, só que desta vez eu queria muito a participação de vocês, tá? É o seguinte: agora a parada ficou séria, real! Estava tudo muito legal, mas agora a gente vai fazer a gravação do vídeo-clipe, beleza? Vídeo-clipe aqui em São Paulo, no Tokio Marine Hall”.

Ele concluiu: “Então, galera, é o seguinte: queria pedir para vocês: vocês conhecem a música, acredito que sim, então, na hora em que entrar a batera, a gente faz assim, ó! Beleza? Vamos lá, treinar, vamos lá. Beleza? Aí, facinho, vai? Beleza? Mais uma para treinar? É isso aí! Então, quando entrar a batera, vamos fazer todo mundo junto. Isso aqui, filmado, vai ser muito louco, tá? Então vamos parar de falar que o negócio é o seguinte. Vamos então com Eldorado”, ainda com Fabio Lima no violão e saiba que o povo mandou super bem, como se tivessem bolado o ritmo das palmas por conta própria! Espontâneos, de fato, foram os pulos da galera e gritos de “Hey! Hey! Hey! Hey!”, ainda que curtos.

Feliz da vida, o “coreógrafo” fez questão expressar o que sentia: “Obrigado, São Paulo! Caraca, mano do céu! Meu Deus! Vocês não fazem idéia de como ficou bonito essa porra! Caralho! Vocês pegaram essas cenas, né? Se não filmou isso aí, eu mato! Galera, sensacional! Acho que vou dormir com essa visão na minha cabeça. Pelo amor de Deus! Mas, na verdade, a visão com a qual vou dormir mesmo é de um cara. Então, eu queria chamar ao palco, essa lenda, de quem sou fã desde muitos anos. Um cara que escutei muito e foi muito importante para mim, principalmente nos vocais graves e vibratos. Esse cara, para mim, é uma das vozes mais lindas que a gente tem no power metal mundial. E a gente ouve o pessoal chamar ele de ‘A Voz De Deus’, para você ver o nível do cara”.

Virando a chavinha para o inglês, por nós traduzido, sintetizou: “Então gostaria de apresentar a vocês, o mestre do power metal, o rei Roy Khan! A lenda do Conception e do Kamelot. Sim, ele está aqui!”. Extremamente aplaudido, o norueguês retribuiu a gentileza: “Muito obrigado, Edu, por me trazer aqui! Estou muito feliz por estar aqui e sou muito grato! Vocês sabem, faz bastante tempo, quase vinte anos, certo? Estou extremamente feliz por estar aqui esta noite! É muito legal! Espero que vocês se divirtam tanto quanto eu. Só uma coisinha: voltarei com minha banda, o Conception, em breve, sei que alguns de vocês sabem disso. Confiram online e os verei novamente. Estão prontos? Vamos nessa!”, e fizeram HeroesOfSand.

Ah, é fato: o Conception estreará no Brasil no Carioca Club em 08/03 e o grande dilema será escolher entre: o grupo de Roy Khan; Tarja Turunen com MarkoHietalano Tokio Marine Hall; ou o Brant Bjork Trio na Casa… Sim, será tudo na mesma noite!Feitos os agradecimentos de parte a parte, o convidado ficaria para duas estrofes deCry e Center OfUniverse por inteiro, respectivamente do Conception e do Kamelot, até a volta de Edu para Spread YourFire, com DeusLeVolt!de intro.

Chegado omomento de apresentar os colegas(e apenas Edu é capaz de fazê-lo de modo divertido superando dez minutos!), ele identificou Guilherme Isnard na platéia, vocalista da banda Zero, da década de oitenta e ainda na ativa,e achou tempo para elogiar a cidade: “Muito obrigado, São Paulo! É muito legal estar em São Paulo, é sempre muito forte, mas, cara,é uma pressão. A gente sente uma pressão. Parece que não, mas quando a gente toca em outros lugares, sei lá, tudo é mais tranqüilo. Em São Paulo, a gente sente uma vibe tão forte. É bom pra caramba, mas, ao mesmo tempo, dá uma pressão mesmo, né? Então é muito difícil de se fazer. Aí passam a segunda música, a terceira, e a coisa continua difícil. Aí passam a quarta, a quinta e a sexta começa melhor! Galera, então vamos juntos, quero muito que vocês cantem comigo essa música queembalou nossas vidas. Vamos então com uma canção chamada Rebirth”, encerrando o set regular em outra com auxílio de Fabio Lima.

Para o encore, InExcelsis foi a senha para NovaEra, com Aquiles mascarado de polvo, e a “despedida” do anfitrião ao concluí-la: “Muito obrigado, galera! Espero que vocês tenham gostado. Eu amei, não vou me esquecer e, em breve, assim que estiver pronto, a gente vai lançar o vídeo-clipe gravado aqui com vocês da música Eldorado. Bem, fiquem com Deus, a gente se vê muito em breve aí, tem muita novidade nesse ano. Em breve a gente vai ter uma turnê, falou?”.

Com Recognizer, do Daft Punk, de outro e uma leva de gente partindo, Edu pediu que esperassem para fazerem a foto! Eis que uma teimosae seleta parcela de seus admiradores fincou pé berrando: “Saint Seiya Saint Seiya!”, e não foi que funcionou? Em posse da guitarra de Diogo Mafra, o clamor gerou resultado favorável: “Ah, até parece… Um pedido desses não tem como não voltar” – e, inicialmente sozinho, puxouWishYouWereHere. Depois, já com a providencial “escolta” de Fabio Lima, acabaram-naquase por inteiroe fizeram, de fato, a saideira PegasusFantasy, beirando duas horas e vinte minutos de um tremendo espetáculo num sucinto: “Obrigado, São Paulo! Boa noite!”. Nós é que agradecemos!

O saldo? Dez músicas do Angrasimbolizariam sinais dos novos tempos (para não dizer de uma “nova era”) de paz selada entre Edu e sua ex-banda?Também serviu paratornar o repertório mais palatável para o debutante VictorFranco e agradar em cheio ao público, que saiu ganhando com as escolhas, ao invés de Edu “carregar”demais no recente trabalho. Aliás, das cinco autorais, quatro vieram de Eldorado (23) e uma de Vera Cruz (21), Land Ahoy, além dequatro coversnum setlist equilibrado. Enfim, não programe algo sério para daqui a onze ou doze meses! Há risco de bater com uma data de Edu Falaschi no Tokio Marine Hall! Devidamente avisado, será por sua própria conta e risco caso o perca por lá!

 

Setlist

Intro: Quetzalcóatl

01) Live And Learn [Angra]

02) Acid Rain [Angra]

03) Waiting Silence [Angra]

04) Sacrifice

05) Millennium Sun [Angra]

06) Land Ahoy [Com Fabio Lima]

07) The Temple Of Hate [Angra]

08) Tenochtitlán

09) Bleeding Heart [Angra]

Intro: Quetzalcóatl

10)Señores Del Mar (Wield The Sword) [Com Fabio Lima]

11) Eldorado [Com Fabio Lima]

12) Heroes Of Sand [Angra] [Com Roy Khan]

13) Cry [Conception Cover] [Com Roy Khan, Sem Edu Falaschi]

14) Center Of Universe [Kamelot Cover] [Com Roy Khan]

Intro: Deus Le Volt!

15) Spread Your Fire [Angra]

16)Rebirth [Angra] [Com Fabio Lima]

Intro: In Excelsis

17) Nova Era [Angra]

Outro: Recognizer [Daft Punk]

Encore

18) Wish You Were Here [Pink Floyd Cover] [Com Fabio Lima]

19) Pegasus Fantasy [MAKE-UP Cover] [Com Fabio Lima]

 
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