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Emperor ::: 20/05/22 ::: Audio Club
Postado em 14 de agosto de 2022 @ 23:15


Texto por: Vagner Mastropaulo

Fotos: Flavio Santiago / Leandro Godoi (Emperor)

Lenda norueguesa do black metal estréia e se despede dos fãs brasileiros!

Estranhou o título? Fazer o que se foram necessários mais de trinta anos para o Emperorvir a nosso país e em plena tour de despedida? E se sua relevância na cena certamente não se mede pelos“apenas” quatro playsna discografia, quem teve paciência desde outubro/19 (ao anunciarem a data de 28/05/20 para o hoje extintoTropical Butantã,adiadadevido à pandemia), e compareceu à Audio, saiu de alma lavada!

Talvez por se tratar de um evento de black metal e de iluminação propositadamente baixa,se alguém decidiu paquerar bem ali, pode ter tido surpresasna rua… Brincadeiras à parte, Marcello Pompeu fez as honras da casa quase às 20:15: “Boa noite, galera! Tudo bem com vocês? Isso aqui é um show de heavy, black e death metal ou é de Carnaval? Cadê o berro da galera? Boa noite!!! Aí sim, aí já cabe! Tudo bem com vocês? Está todo mundo aqui junto, uma grande causa aqui, puta show fodido que vai ter hoje, mais uma grande produção da HonorSounds. Não se esqueçam de entrar na plataforma deles para ficarem por dentro de todas as ações sociais, além dos shows, que a produtora faz e é legal pra caramba todo mundo participar, tá?”. Ele retomou:

“Depois de muito tempo de pandemia, o rock volta para os palcos. E hoje é o grande dia aqui do death e do black metal, certo? E para a gente começar essa festa bem legal, já vou falar um lance aqui para vocês, essa banda aqui é de São Paulo, que vai começar o primeiro show com um cara que mora aqui no meu coração:Antonio Araújo, guitarrista da minha banda, o Korzus. Além de grandes amigos também, todos da banda, tá? Vocês sabem muito bem quem são. Sabem quem vai tocar agora?               Estão preparados? Para vocês, sem muita enrolação, neste palco aqui:Lockdown!”.

Faltou arremataro restante da formação para o tão aguardado début ao vivo do projeto: João Gordo (vocal, Ratos De Porão);Wescley Ferraz (baixo, o Apollyon do As The ShadowsFall),primo de Antonio e substituindo o titular, Rafael Yamada (Claustrofobia), residente de Las Vegas; e Bruno Santin (bateria, Endrah).Iniciaram o set com intro diferente de Umbral, que abre o EPUnholyCeremonyHeretic (21), único lançamento do quarteto e centro do repertório de meia hora, efetivamente inaugurado por Archangel, enquanto notávamos somente o backdrop com o nome doconjunto a decorar o cenário.

Numa só tacada, se saíram com HymnOfHatee a faixa-título e Gordo “roubou a palavra”, pois pedi-la não foi exatamente o ocorrido num explosivo: “São Paulo, faz barulho, porra!” e qualquer coisa ininteligível, ao estilo death metal, até um “Valeu!”. Coube a Antonio, de fato, se articular: “Que do caralho estar aqui nesta noite! Que noite foda! Emperor, porra! Todos aqui, eu sei, sonharam com esta noite por muito tempo. Eu também e é muito especial estarmos em cima deste palco agora, juntos aqui, fazendo um show death metal para vocês. Do caralho, obrigado, São Paulo! Vamos agitar nessa porra que isso aqui não é música de criança, não! Black DemonsReign”.

Após apresentar seus colegas, o também integrantedo Matanza Ritual soltou um “Brunão, tua hora, porra!”, antecedendo o solo de bateria – e, por curiosidade, uma reflexão:qual foi a última ocasião em que você viu um? Este escriba não se lembra!Noregresso do time completo, duas em português: Desprezo e Máquina Militar, esta do Ratos. Encerrando o sensacional atropelo, outro cover: RainingBlood (Slayer),ato derradeiro com a barulheira final deReign In Blood (86), mas sem Gordo e assim introduzida por Antonio, assumindo o vocal:

“Salve, São Paulo! Metal, porra! Obrigado à HonorSounds, Damaris, Baffo, meus irmãos.É uma honra estar neste palco hoje. Vocês são do caralho! Faz barulho que esta é a última”.O saldo? Acostumado a ouvir João Gordo cantar punk, foi bastante interessante vê-lo detonar num death metal super objetivo! ComMe And The Devil Blues (Robert Johnson) ao fundo, os três músicos agradeceram e partiram, saciando parte da fome e da expectativa. Emais estava por vir…

Seo motivooriginal da reunião do Emperorera o vigésimo aniversário de AnthemsTo The Welkin At Dusk (97), em meio a tamanha ansiedade, tudo bem adicionarmos meia década para celebrarmos um quarto de século da pedrada! Pancadaria programada para as 21:40, eram21:25 quandosurgiramIhsahn (vocal/guitarra), Samoth (guitarra) eTrym (bateria), com o apoio deOleVistnes (baixo, Shinning/Tristania) e JørgenMunkeby (teclados, Shinning),num recinto lotado ao som de Into The InfinityOfThoughts, usada como intro pormódicoscinqüenta segundos, até In The WordlessChamber, única na noite de Prometheus: The Discipline OfFire&Demise (01), mais recente trabalho e, portanto, a mais “jovem” tocada, mandar tudo pelos ares! Dali em diante, só “velharia”.

Uma música e jogo e platéia ganhos, com direito a um incrédulo fã perguntando a este que vos escreve: “São os caras mesmo?”, de tão longa a espera para assisti-los. O que viesse seria lucro (e que lucro!), com o frontman se dirigindo ao público pela primeira vez: “Boa noite, São Paulo? Finalmente estamos aqui! Esta é ThusSpake The Nightspirit”, puxando um bloco de cinco consecutivas do disco da turnê, de caraemendandoEnsorcelledByKhaos. E antes de The LossAnd Curse OfReverence, Ihsahn elaborou melhor o discurso:

“Estão se divertindo? Foram tantos anos… Acho que isso foi planejado por pelo menos três anos, com a pandemia e tudo mais. E, para nós, finalmente estamos aqui, passando pela América Latina e vindo ao Brasil, a São Paulo…”, e emocionado bateu no peito.Sob coro geral de “Em-pe-ror! Em-pe-ror”, agradeceu: “Muito obrigado, meus amigos! É sobre isso que é a próxima música! Estamos vindo do outro lado do mundo e é isso que nos une. Esta música é sobre isso e se chama The AcclamationOfBonds”, somada a WithStrength I Burn, a mais extensa da noite.

Curse YouAllMen!representouIX Equilibrium (99) e logo veio novo combo de um mesmo full length, agora de In The Nightside Eclipse (94), a começar porTowards The Pantheon, colada aThe MajestyOf The Night Sky. Batendo em uma hora de espetáculo, Ihsahn tornou se comunicar: “Ainda está tudo bem por aí? Gostaria de apresentar todos, mas, antes disso, este é o último show desta turnê latino-americana e gostaria de dizer um ‘Muito obrigado!’ a todos da equipe do Emperor. Por favor, aplausos para a equipe do Emperor. Todos vocês, os promotores, que fazem isso acontecer, e a todos vocês! Aplausos a vocês! Já estão prontos?” – e fizeram I Am The Black Wizards.

Mais gritos de “Em-pe-ror! Em-pe-ror” e o frontman solicitou reforço: “Muito, muito obrigado! Estão prontos para algo mais alto? Esta é a parte em que vocês aqui nos ajudam a começar a próxima música, ok? Vocês sabem qual é, não? Ok, vamos nessa: Inno A Satana”. Numa espécie de intervalo, Opus A Satanaecoava, a rigor uma versão orquestrada da anterior,então executaram um pedaço de Alsvartr (The Oath), seguida de YeEntrancemperium, esta por inteiro, retornando às duas primeiras do álbum da turnê. A saideira? Foi citada na penúltima interação dovocalista: “Muito obrigado, meus amigos! Foi uma experiência para todos nós e foi sensacional! Muito obrigado! Sabem? Valeu a pena a espera. Vamos fazer mais uma e partiremos com Cosmic Keys ToMyCreations& Times”.

The Wanderer rolando no som ambiente etodos tentandoassimilar o que tinham acabado de testemunhar…Na prática, o Emperor enlouqueceu a Audio em noventa minutos “Ihsahnos”, com o perdão do trocadilho, porém sem o que alguns consideram os exageros dogênero: pinturas norosto e encarnar um personagem ao se direcionar aos fãs, por exemplo. Seu líder, por sua vez, parece um hipster do Vale do Silício e se você cruzasse com ele no metrô, nem se daria conta de quem ele é!

Enfim, passaram o carro! Seria demais torcer por um retorno? Vai que, né? O próprio vocalista deu a deixa ao se despedir: “Obrigado, Brasil! Obrigado, São Paulo! Nós nos veremos da próxima vez! Vocês foram os melhores! Obrigado!”. Ele disse “próxima vez”?Sim, e ainda fomos embora escutando The Imperial March (John Williams), clássico de Star Wars: The Empire Strikes Back (80), jáno acesso à saída! Afinal de contas, era show do Emperor, captou?

 

Setlists

Lockdown

01)Archangel

02) Hymn Of Hate

03) Unholy Ceremony Heretic

04) Black DemonsReign

05) Solo De Bateria De Bruno Santin

06) Desprezo

07) Máquina Militar [Ratos De Porão Cover]

08) Raining Blood [Slayer Cover]

Outro: Me And The Devil Blues [Robert Johnson]

 

Emperor

Intro: Into The Infinity Of Thoughts [trechoinicial]

01) In The Wordless Chamber

02) Thus SpakeTheNightspirit

03) Ensorcelled ByKhaos

04) The Loss And Curse Of Reverence

05) The Acclamation Of Bonds

06) With Strength I Burn

07) Curse You All Men!

08) Towards The Pantheon

09) The Majesty Of The Night Sky

10) I Am The Black Wizards

11) Inno A Satana

Intro: Opus A Satana

12) Alsvartr (The Oath)

13) Ye Entrancemperium

14) Cosmic Keys To My Creations & Times

Outro 1: The Wanderer

Outro 2: The Imperial March [John Williams]

 
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