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Evergrey – Carioca Club– 22/06/24
Postado em 10 de julho de 2024 @ 00:02


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Fernando Yokota

A comunhão entre fãs fiéis e uma banda sólida!

A última passagem do Evergrey por São Paulo havia sido como o evento de encerramento do Summer Breeze 2023 no WavesStage, dentro do Auditório Simón Bolívar. Na ocasião, o vocalista e guitarrista Tom S. Englund brincou com um cidadão quase dormindo em pé: “Sei que vocês estão cansados, mas este é o último show neste final de semana!”. E mencionou uma curiosidadesobre o Summer Party junto ao Perturbator na Audio: “Tocamos lá para a uma da manhã, o que significa que tocamos duas vezes neste domingo. Estranho, não? Dois shows num dia!”.

Desta vez, foi apenas uma apresentação na cidade, somada a uma em Brasília dois dias antes e outra em Limeira na noite seguinte e ninguém parecia exausto na festa marcada para as 19:00,sem abertura,iniciada com três minutos de antecedência emcontagem regressiva sonora com “lembretes” avisando faltarem três, dois e um minuto e depois mensagens em intervalos de dez segundos até os dez restantes, um a um. Incrível como uma idéiatão simples elevou a expectativa para as entradas de HenrikDanhage (guitarra), Johan Niemann (baixo) e RikardZander (teclados).

Sentiu a ausência do baterista? Pois bem, SimenSandnes assumiu o posto de Jonas Ekdahl, que pediu o boné em 14/05 [https://www.instagram.com/p/C685biLO4no] declarando: “No curso dos últimos dois anos, minha paixão gradualmente migrou de excursionar e fazer shows ao vivo para o aspecto criativo de estar no estúdio”. Ele garantiu: “Para mim, é importante esclarecer que a falta de paixão de tocar ao vivo é a única razão da minha decisão. Não seria justo com a banda ou comigo mesmo continuar a fazer algo que não me anima ou não me traz felicidade”. Na boa? O novato se saiu super bem e, saltando no tempo, foi o último a deixar o palco, entregou um setlist em mãos a alguém sortudo, fez bolinha de papel com outro e jogou três baquetas feito um “bixo” empolgado!

Voltando à banda, desde a pandemia, foram lançados:os álbuns ao vivoBefore The Aftermath (22), em DVD e CD duplo, eFromDarkDiscoveriesToHeartlessPortraits (23); e três de estúdio, Escape Of The Phoenix (21), A HeartlessPortrait: The OrpheanTestament (22) e TheoriesOfEmptiness, que ganhou vida no dia sete deste mês. E só para descrever a conjuntura e relevância destes três trabalhos, novedas quatorzemúsicas do show foram deles extraídas. Ou seja, o grupo anda a mil por hora, se concentrou em material recente e levou bom público ao Carioca Club em data que concorria com: o Best Of Blues And Rock na área externa do Auditório Ibirapuera; The Obsessedno CityLights; e, por que não, Massacration e Matanza Ritual na Audio.

Focando no disco em divulgação para inaugurar o repertório, fizeram duas do citado TheoriesOfEmptiness: FallingFrom The Sky, com batidas servindo como convite a marchar rumo ao campo de batalha com os suecos; e Say,funcionando super bem, com baixo matador aliado a riffs cheios de ginga nas partes martelantes após o solo de guitarra, bem como seu início e fim. Em suma, ela é daquelas de judiar dos pescoços e lamentamos apenas não termos conseguido ouvir claramente os teclados… Já o povo,confortavelmente espalhado pela pista e nos camarotes, se esforçou para cantar a letra e,sobre os admiradores do quinteto, aliás, embora o número não tenha sido suficiente para fazer as vendas de ingressos caminharem a um terceiro lote, eles se mantêm fiéis!

A primeira interação de Tom? “Como estão todos em São Paulo esta noite? Aqueceram suas vozes? Vejamos… Repitam depois do baixo do Johan”, e puxou fantástico coro com significativo apoio coletivo mesmo aoterminarem MidwinterCalls, numa aula de como ter suaaudiência na palma da mão! Visivelmente satisfeito, soltou um “Do caralho!”, em português, e prosseguiu: “Vocês conhecem esta, certo? Quero ouvi-los cantar com suas melhores vozes” – Distance, flutuando de um começo pesado descendo a marreta na bateria para um quê de balada com suporte geral no refrão! Sabe o que foi interessante observar?O frontman indo além do papel de “apenas” tocar guitarra e cantar parasurgir como intérprete! Ah, por favor, não a confunda com …And The Distance.

Tom se comunicou na transição para a pesada Weightless, com o perdão do trocadilho, porém soouincompreensível e inaudível em meio aos instrumentos. Perfeitamente melódica sem ser enjoativa, será possível um dia não a tocarem sem gerar protestos? A entrega da massa agitando e chacoalhando a cabeça em anuência foi resposta definitiva. Nela, o líder apresentou o novo baterista justamente no momento em que ele brilharia na pedrada. Timing é tudo!

A próxima parada trouxe um elogio de Henrik: “Querem saber, galera? Ganhei meu dia com vocês! Obrigado!”, e vamos ficar devendo o complemento de Tom porque o som de seu microfone embolou. O fato foi que executaram Where August Mourn e, indo para o fundão da casa, percebemos melhor a não centralização da bateria, posicionada à direita do palco para os teclados ocuparem o outro lado. Chegando à metade do set e sutilmentefeita no baixo e nos teclados, A TheoryOfEmptinessteve seu diálogo disparado no sistema de som para compor o clima e preparar terreno para A SilentArc, mais longa da noitee paulada cavalar com iluminação espetacular!

Para a seguinte, uma proposta: “Ok, todos com seus celulares, peguem seus aparelhos! Todas as pessoas com telefones, virem deste jeito, apertem em ‘gravar’ e apenas filmem isto. É muito fácil! Vejo somente dez telefones, deve ter uns cinco mil aqui. Vamos tocar esta música agora e, durante o refrão, quero vê-los cantar o mais alto que seus pulmões agüentarem. E amanhã vocês vão compartilhar com as pessoas ao lado cantando, então filmem quem estiver próximo, ok? E não riam de seus amigos porque eles vão filmar vocês também, ok? Então, esta é Call Out The Dark. Vocês a conhecem, certo? Vamos detonar! Prontos? Prontos???”. Sim, você entendeu bem: ele é raiz e pediu para que a platéiafilmasse! Nada de lanternas acesas…

Ao concluírem Eternal Nocturnal, algo estranho aconteceu: todos saíram de cenavirtualmente sem se despedir com um “Muito obrigado! Ainda estão se divertindo? Muito obrigado! Esperamos vê-los em breve novamente” de Tom exatamente com uma hora no relógio e, como só deixariam o palco outra vez no final, interpretamos quetenha sido o fechamento do set regular. Na prática, A TouchOfBlessing marcou a retomada para o encore, ótima para pular, e foi difícil alguma viva alma ficar imune a ela sem se mexer. King Of Erros veio emendada até outra contextualização:

“Acabamos de lançar o novo álbum semana passada, certo? Então, quantos já o ouviram? Quantos o roubaram? Bom! Isso foi um teste! ‘Sim, eu o roubei!’. Muito obrigado por gritarem tanto aqui. Vamos tocar uma música deste álbum agora e realmente quero agradecê-los mais uma vez por terem vindo. Apreciamos, de fato! Estaremos no Manifesto Bar mais tarde, vamos ver se vocês caberão… Não vamos assinar coisa alguma aqui e pode ser que a gente o faça lá se vocês não estiverem bêbados demais! Muito, muito obrigado! Amamos vocês, galera! Se conhecem esta, cantem junto!” – Misfortune e, pela pegada, duração e aceitação, ela veio para ficar!

A saideira? SaveUs e, num belo gesto de fãs tão devotados que comungam da mesma energia que o Evergrey,alguém arremessou uma bandeira “metade sueca, metadebrasileira”com o nome do conjunto no meio a Johan, que a repassou ao vocalista. No frigir dos ovos, ao longo de uma hora e vinte e cinco minutos, foram: quatro de TheoriesOfEmptiness; três de A HeartlessPortrait: The OrpheanTestament; duas de The Atlantic (19) e Escape Of The Phoenix; e uma de The InnerCircle (04), Hymns For The Broken (14) e The StormWithin (16). Com isso, houve material dos seis playsmais atuais e uma faixa do quinto e,se você escuta os caras desde o comecinho da carreira, pode ter partido frustrado sem conferir conteúdo do débutThe Dark Discovery (98) a Recreation Day (03), todos preteridos, bem como MondayMorningApocalypse (06) a GloriousCollision (11).

Enfim, elogios à produtora pela tremenda sacada em não tardarem a trazê-los quatorze meses depois da performance no Memorial da América Latina para o princípio da promoção de um full-length recém-disponibilizado. Será que caberia um replay no desenlace da turnê? Afinal de contas, há tantos artistas aportando por aqui a todahora… A nova formação estaria ainda mais consolidada e azeitadae você pode apostar: sem dúvida alguma, a galera “colaria” no rolê!

 

Evergrey

01) Falling From The Sky

02) Say

03) Midwinter Calls

04) Distance

05) Weightless

06) Where August Mourn

07) A Theory Of Emptiness

08) A Silent Arc

09) Call Out The Dark

10) Eternal Nocturnal

Encore

11) A Touch Of Blessing

12) King Of Errors

13) Misfortune

14) Save Us

 
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