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Haken – Carioca Club– 01/10/23
Postado em 08 de outubro de 2023 @ 10:18


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Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Fernando Yokota

“Façamos o seguinte: da próxima vez, prometemos tocar algo do Visions, certo?”

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A promessa acima foi feita pelo próprio Ross Jennings como resposta a clamor generalizado por qualquer material do álbum após Celestial Elixir, saideira na estréia do Haken em São Paulo na Fabrique em janeiro/19. Ainda que não fossem obrigados a cumpri-la no retorno à cidade, não custaria muito e já adiantamos: não rolou! Nem por isso a apresentação deixou de ser bastante agradável e no mesmo Carioca Club em que, em outubro/17 os músicos ingleses, com exceção obviamente feita ao baterista Raymond Hearne, acompanharam Mike Portnoy na compilação de sua Twelve-StepSuite (entre outras mais), sobre os doze passos dos Alcoólicos Anônimos, divididos em cinco pérolasde obras consecutivas do Dream Theater, de SixDegreesOfInnerTurbulence (02) a Black Clouds& Silver Linings (09).

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Um dado curioso: desta vez o sexteto pautou a seleção em conteúdolançado durante e depoisda pandemia, ou seja, trabalhos que só agora estão conseguindo promover na estrada, sendo sete de Virus (20) e quatro de Fauna (23) – sim, onze das dezesseis escolhas. Uma pena também terem preterido músicas deVector (18), como: a excelente The GoodDoctor, favorita deste escriba; e Veil, que apostamos, na resenha da passagem anterior por aqui e publicada no site [https://onstage.mus.br/website/haken-290119-fabrique-club], ter entrado no setlist para ficar…

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Sem banda de abertura, a festa se inicioupontualmente às 19:30, conforme previamentedivulgado,ao som de uma intro não identificada e com decoração alinhada à arte da capa do play da turnê, mas focando na vegetação e não nos animais, tanto no backdrop quanto nas camisas camufladas e uniformizadas vestidas pelos citados Ross Jennings (vocal) e Raymond Hearne, além de Richard Henshall e Charles Griffiths (guitarras), Conner Green (baixo) e Peter Jones (teclados), fechando a formação por sero novato no país ao substituir Diego Tejeida desde 2021.

Taurus foi efetivamente a primeira pedrada, de cara com o volume baixo do vocal (problema rapidamente resolvido) e Ross nem ao menos esperou sua conclusão para falar ao público em um “São Paulo, deixem-me ouvi-los!”. Encerrada, coube um sutil “Boa noite, São Paulo!” de sua parte, antes de In Memoriam, até o término de SempiternalBeings oferecer discurso mais desenvolto: “Boa noite, São Paulo! É ótimo voltarmos! Quanto tempo se passou? Quatro anos? Até agora tivemos uma pandemia e duas Copas do Mundo? [nota: a rigor, só a do Catar] Beleza! Vamos tocar para vocês uma longa noite de música! Estão prontos? Esta nos leva de volta a TheMountain e se chama CockroachKing”, verdadeira demonstração de técnica e com vocais de apoio de todosnos coros do princípio e fim, exceto de Charles.

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Amostra singular de Affinity (16), The Architect foi uma marretada, porém em versão um pouco reduzida e mesmo assim beirando onze minutos, em típica decisão que, se você parar para pensar, às vezes não se justifica: retalhar uma composição para enxugar cerca de cinco minutos de um total de quase duas horas? Afinal de contas, as pessoas saem de casa para ver e escutar algo próximo do que estão acostumadas e, no frigir dos ovos, será que a economia fez tamanha diferença? Tampouco faria sentido escreverem material menos extenso por se tratar de prog metal. Agora, ese fosse sua predileta? Enfim, vida que segue…

Dando continuidade ao espetáculo, o frontman expressou gratidão: “Muito obrigado! Sabem, todas as vezes que vamos para casa depois de virmos aqui à América do Sul, sempre dizemos: as platéias sul-americanas são as melhores do mundo! Estou certo? Vocês não estão nos desapontando esta noite! Obrigado! Então, nesta parte do set, tocaremos para vocês uma canção de amor. Tudo bem? Ela se chama Lovebite”. E então vieram com uma dobradinha de Virus: Prosthetic, com começo de judiar dos pescoços alheios; e Invasion.

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Em nova abordagem, contextualizou: “Obrigado! Estão se divertindo? Estamos celebrando dez anos de TheMountain neste ano. Que tal? Decidimos tocar outra deste álbum!” – na prática, foi Pareidolia, superando uma hora ao vivo. Voltando ao mais recente full length, o vocalista anunciou: “Muito obrigado! Lançamos um disco novo este ano chamado Fauna. Queremos tocar outra música deste disco para vocês esta noite. Ela se chama ElephantsNeverForget”. Com o tempo voando, indicou a última do repertório regular:

“São Paulo, amamos vocês! Obrigado! Bem, estamos chegando mais e mais perto do final. Sabem, queríamos… É muito especial para nós virmos tocar aqui para vocês esta noite. E queríamos colocar quantas músicas épicas nossas fossem possíveis no set. Ouvimos que vocês gostam das músicas longas. Para fazermos a última, vamos retroceder até o primeiro disco. Ela se chama CelestialElixir”, única de Aquarius (10), talvez o momento mais tocante da noite e, em seu pedaço instrumental intermediário, foi bonito ver a quantidade de sorrisos nos rostos dos fãs gritando “Hey, hey, hey, hey!”de punhos cerrados. Partiram efusivamente aplaudidos ao concluí-la após o coro coletivo final.

No regresso para o encore, mandaram as cinco partes de MessiahComplex, sem interrupções, exatamente como em estúdio: Ivory Tower; A Glutton For Punishment; Marigold; The Sect; e EctobiusRex – o site Setlist.fm cravou uma introdução com o barulho de chuva de BecauseIt’sTheree sinceramente, não notamos. E como em 2019, Ross sequer aguardou a faixa acabar para as despedidas: “Obrigado, São Paulo! Vocês foram simplesmente incríveis! Esperamos vê-los novamente algum dia em breve. Obrigado!”. Educado, tornou a se comunicar, desta vez com as palavras derradeiras: “Amamos vocês, São Paulo! Obrigado! Vemos vocês na próxima! Boa noite!”.

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Sem uma outro oficial, a galera ia embora comAmandineInsensible, da cantora Sevdaliza, na discotecagem de fundo. Comparando com o début na Fabrique, repetiram apenas Cockroach King, The Architect e Celestial Elixir e, novamente, somente duas guitarras sem headstock foram utilizadas:idênticas pretas,lisas e sem troca – bem como o instrumento de Conner Green. O que faltou dizer a respeito da performance do Haken a não ser que o grupo permanecesoando impecável? E pelo amor de Dio, que não demorem mais quatro anos para pisarem em solo brasileiro. E que tal ressuscitarem o sensacional Vector e tocaremalguma coisa de Visions, comouma vez assegurado?

 

Setlist

01) Taurus

02) In Memoriam

03) Sempiternal Beings

04) Cockroach King

05) The Architect

06) Lovebite

07) Prosthetic

08) Invasion

09) Pareidolia

10) Elephants Never Forget

11) Celestial Elixir

Encore

12) Messiah Complex I: Ivory Tower

13) Messiah Complex II: A Glutton For Punishment

14) Messiah Complex III: Marigold

15) Messiah Complex IV: The Sect

16)MessiahComplex V: EctobiusRex

 
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