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Jonnata Doll & Os Garotos Solventes lançam clipe de Filtra-me
Postado em 03 de agosto de 2020 @ 22:35


Filmado antes da pandemia pelo diretor Thiago Mattar, do documentário musical O barato de Iacanga, o clipe mostra o vocalista Jonnata Doll mantido em cativeiro, vendado e amarrado durante uma sessão de shibari assistida por estranhos.

Ainda em 2019, a canção “Filtra-me” era apresentada ao vivo por Jonnata como parte da trilha sonora de Res Pública 2023, espetáculo teatral distópico que foi censurado por Roberto Alvim quando ainda era responsável pela Funarte, antes de tomar posse e ser demitido do cargo de secretário especial da Cultura por citar o ministro nazista Joseph Goebbels durante um pronunciamento oficial.

A faixa foi originalmente lançada no terceiro álbum de estúdio da banda, o “Alienígena”, lançado pelo Selo Risco em 2019 e produzido por Fernando Catatau.

Nessa nova apresentação da canção, os artistas Amauri Filho e Aileen Rosik, praticantes de shibari, colaboram no clipe como atores e consultores. O casal ficou conhecido do grande público após montar looks inspirados na técnica japonesa para ensaios fotográficos de Sabrina Sato e Geisy Arruda.

A técnica de shibari (ou kinbaku) remonta a séculos de história no Japão, tendo suas raízes no hojojutsu – uma arte marcial praticada pelos samurais no período Edo (1603-1868) –, que usava cordas de fibra natural para capturar, transportar e torturar seus prisioneiros. Com o final do período, a prática caiu em desuso e foi resgatada como manifestação artística e erótica já no final do século XIX, e vem sendo aprimorada desde então, reinventada por artistas ao redor do mundo.

Fotografado em preto e branco num porão abandonado no bairro Campos Elíseos, o trabalho dirigido por Mattar e produzido por Raphael Bottino (mesmo produtor de “Corazón”, clipe de Maluma com mais de 1 bilhão de visualizações) se distancia do universo pop, buscando referência na crueza dos trabalhos de fotógrafos da cena proto-punk americana e londrina como Robert Mapplethorpe, Mick Rock, Karen Knorr e Oliver Richon.

Jonnata, que simpatiza com essas referências setentistas, nunca tinha sido apresentado ao shibari.

“Well, well, well… Eu já tinha experimentado algumas coisas de BDSM na vida privada e em algumas festas, mas ser amarrado sempre ia de encontro com a minha suposta claustrofobia. Então, alguns dias antes da gravação do vídeo, fizemos um ensaio no mesmo porão que iríamos filmar e lá o Amauri [Filho] me colocou içado no teto de cabeça para baixo, sustentado por cordas enlaçadas em nós complexos que apertavam minha perna direita e meus antebraços torcidos para trás. O que mais doía era a queimação das rudes cordas raspando na pele, imaginei os porões da ditadura e o quanto conseguiria segurar um segredo. O sangue desceu para minha cabeça e senti um tipo de lombra agradável que me fez suportar de boa aquela situação invertida e acochada sem sombra de claustrofobia. Porém, no dia da gravação, as coisas foram diferentes. Havia uma galera se divertindo comigo, usando álcool e outras coisas para que o clima fosse o melhor, e aí fui fazendo várias tomadas que exigiam muito, mas nada tão diferente do que já faço em shows e em filmes como “Medo do Escuro”, do Ivo lopes. Então, depois de uma hora das primeiras gravações no cativeiro, bebi bastante água, dancei músicas de coragem e voltei para a locação dizendo: “Hey, ho, let’s go”. Dancei para os voyeurs encarando, provocando. E logo o Amauri voltou a me içar no teto baixo do porão sujo enquanto Aileen, sua esposa e cúmplice, começou a me tratar com carinho violento. Às vezes meu saco grande e murcho, devido a anos de ausência de cueca, escorregava para fora da minha calcinha e o casal tinha que guardar ele de volta para que “Filtra-me” não ficasse impróprio para o Youtube. Existe um limite de vinte minutos para que o shibari seja seguro, passando disso a pessoa pode sofrer algum dano. Os vinte minutos tinham passado, mas o diretor queria mais um take e o Amauri já tava querendo me colocar de volta no chão. Só que gritei para continuar, pois já tava ficando gostoso e não podíamos ter ido tão longe para parar a poucos passos da reta final. Não demorou e o Thiago conseguiu a cena, todos urrando de alegria. Acabou a filmagem e voltei para diversão”.

Para a cena final, onde Jonnata precisaria estar amarrado e içado de cabeça para baixo, o diretor estreante em videoclipes diz que confiou na experiência do casal de artistas.

“Eles já praticam shibari há um bom tempo e foram uma indicação de uma amiga. Estava muito confiante de que nada ia dar errado, e o resultado é que tudo saiu perfeito. Mas, mesmo assim, o Jonnata sofreu um pouquinho”, brinca Mattar.

O lançamento ocorre no Youtube em 3 de agosto de 2020, segunda-feira, dia em que se comemora o fim da censura no Brasil. Foi nesse dia, em 1988, que foi votado o texto da Constituição que trata desse tema.

BIOGRAFIA DO PRODUTOR | RAPHAEL BOTTINO

Formado em Direito, Raphael Bottino trabalha com produção audiovisual desde 2004. É produtor dos documentários Cidade Cinza (2013) e Paratodos (2016), além de conduzir como diretor e produtor o documentário A Viagem de Yoani (2015). É produtor executivo da 2ª temporada da série Quebrando o Tabu (2019) no GNT. Já produziu clipes de bandas da cena independente paulistana como Druques e Pitanga em Pé de Amora, bem como dos artistas internacionais Mario Bautista (feat. ALOK) e Maluma (feat. Nego do Borel), sendo que o clipe Corazón atingiu 1.4 bi de visualizações.

LINKS:

Produção executiva da 2ª temporada da série Quebrando o Tabu (2019) no GNT. Os 08 episódios tem entre os entrevistados o ator Terry Crews, o autor e finalista do Prêmio Pulitzer Andrew Solomon, o escritor Reza Aslan, os jornalistas Pedro Bial e Glenn Greenwald, os deputados federais Tabata Amaral e Sóstenes Cavalcante, a deputada estadual Janaína Paschoal, o líder indígena Davi Kopenawa e os ex-senadores Marina Silva e Eduardo Suplicy. Premiada pelo 2º ano consecutivo no NY Festival na categoria social issues.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=OtAIBt1Are8

Produção executiva do clipe Toda la Noche (2018), do artista Mario Bautista com participação de ALOK. O projeto Warehouse é uma ação da Budlight México  e da agência B!Ferraz, e o clipe atingiu mais de 1 milhão de visualizações em duas semanas de veiculação. Dirigido pela dupla mexicana Broducers.
Link: https://youtu.be/4M1LKhHTHYQ

Direção de produção e produção executiva do clipe Corazón (2017), do artista Maluma. O clipe atingiu mais de 1,4 bilhão de visualizações. Dirigido por Jessy Terrero.
Link: https://youtu.be/GmHrjFIWl6U

Produtor executivo de Paratodos (2016), documentário dirigido por Marcelo Mesquita. Lançado nos cinemas em 2016, com distribuição da O2 Play, atraiu grande atenção da imprensa e do público, e contou com um quadro de 3 episódios de 15 minutos no programa Caldeirão do Huck durante os jogos olímpicos. Licenciado para Netflix e NetNow.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=HZ1t5Gaf4MM

Diretor e produtor do documentário A Viagem de Yoani (2015), dirigido com Peppe Siffredi. Selecionado para a 38º Mostra Internacional de São Paulo, na competição Novos Diretores, além de festivais nos EUA, Holanda e Croacia. Lançado nos cinemas em abril de 2015, licenciado para o Canal Brasil  e para o Mubi .
Trailer: https://vimeo.com/107968863

Produtor e Produtor Executivo de Cidade Cinza (2013), dirigido por Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo. Distribuído pela O2 Play, selecionado em mais de 30 festivais no Brasil e no mundo, lançado nos cinemas em 2013, ficou em cartaz por 17 semanas. O Huffington Post o incluiu na lista dos 15 documentários a serem vistos em 2013, e foi licenciado para a HBO  e Netflix.
Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=yNSLpmcfy0g

Produtor Executivo de Choro [Bate Boca] (2012), da banda Pitanga em Pé de Amora. Dirigido por Kauê Zilli e Pepe Mendes, ganhador do prêmio de melhor videoclipe pelo Júri Popular do Festival Conexão Vivo Movida 2012.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=ntbRpNHHUvY

Produtor de set de Mesmo Lugar (2009) da banda TH6. Direção de Marcelo Mesquita.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=08OGvNUL5m8

Assistente de direção de Não Assim (2008), da banda Druques. Direção de Marcelo Mesquita, selecionado no 16º Vitória Cine Vídeo.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=pLOdfLQvSJQ

Produtor de Depois (2007), da banda Druques. Direção de Marcelo Mesquita.
Link: https://www.youtube.com/watch?v=V5gNmARJozU

BIOGRAFIA DO DIRETOR | THIAGO MATTAR

Graduado em Jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Thiago Mattar foi assistente de direção no curta-metragem “A Terra é Azul”, de Guilherme Nasser, e indicado ao Prêmio HQMIX 2011 pelo webdocumentário “Laerte”.

Durante o ano de 2014, atuou como curador das mostras “Curta Cinemateca” e “Mostra Primeira Exibição”, da Cinemateca Brasileira, oferecendo projeção nacional para jovens diretores, como João Paulo Miranda Maria (Seleção Oficial Cannes 2020).

Atuando como pesquisador de conteúdo e arquivo em produções para cinema e TV, colaborou com o diretor Marcelo Machado (Tropicália) no projeto Personagens da Paulista (SESCSP), na série Quebrando o Tabu – Temporada 2 (Spray Filmes/GNT) e na primeira campanha publicitária do WhatsApp no país (AlmappBBDO).

Em 2019, após uma extensa pesquisa sobre os lendários festivais de música Águas Claras, lançou o documentário musical “O barato de Iacanga” (disponível na Netflix), vencedor do Prêmio do Júri de Melhor Filme no In-Edit Brasil e do Prêmio do Público no festival Arquivo em Cartaz.

“Filtra-me” é seu primeiro videoclipe.

LINKS:

O BARATO DE IACANGA (2019)
https://www.netflix.com/br/title/81211691

A TERRA É AZUL (2012)
https://www.youtube.com/watch?v=jJk5DgPU2xg

LAERTE (2010)
https://www.youtube.com/watch?v=rIQE9U7tebA&t=6s

FICHA TÉCNICA

Filtra-me (composição: Jonnata Doll)

Produção: Raphael Bottino
Roteiro e Direção: Thiago Mattar
Produção Executiva: Raphael Bottino

Direção de Fotografia: Leonardo Portes
Direção de Arte, Figurino e Maquiagem: Clarissa Luz
1º Assistente de Direção: Clara Barbosa
2º Assistente de Direção: Jorge Antônio
Assistentes de Produção: Gabriela Brigagão, Lucas Fidelis e Renan Moraes
Assistente de Arte e Produção de Objetos: Luã Hora
1º Assistente de Câmera: Henrique Gun
2º Assistente de Câmera: Ricardo Lacerda
Logger: Lin Barros
Gaffer: Noel Filho
Fotografia Still: Vitor Jardim
Motoristas: Julio Rui, Geraldo
Câmera e Lentes: MR5, Asha Filmes, Alexandre Borges, Leonardo Portes e João Perussi
Luz: Noel Filho / Fábrica
Rádios: Aircam

Jonnata Doll & Os Garotos Solventes:
Jonnata Doll, Loro Sujo, Léo Breedlove, Edson Van Gogh e Felipe Maia

Elenco: Jonnata Doll, Joaquim Pedro dos Santos (Loro Sujo), Júnior Adriano Freire (Leo Breedlove), Edson Van Gogh, Amauri Filho e Aileen Rosik

Figuração: Jackie Capim Flor, Gabrielly Oliveira, Raphael Bottino, Lucas Prette Honorio, Gabriela Brigagão, Heloisa Etelvina, Tatiane Silva, João Aranha, Renan Moraes e Ivisson Cardoso

Pós-produção: Corvo Produções
Montagem: Duda Jiu
Finalização: Lin Barros
Color: Maria Cesarotti

Apoios: Ateliê Thomaz Rosa, André Betio, Edel-Stein, Pantynova

Filmado em São Paulo-SP (setembro, 2019)

Uma produção Tornado Filmes © 2020

selo RISCO
Selo fonográfico fundado em 2014 em São Paulo e hoje sob direção de Gui Jesus Toledo e João Bagdadi, atua como uma plataforma de suporte na viabilização fonográfica e difusão do trabalho de artistas da cena independente. Sua proposta é fomentar e investir na carreira desses artistas, por meio da colaboração em duas frentes principais: a gestão dos processos produtivos e a articulação com outros atores das cadeias criativa e produtiva da música. É casa de lançamentos de diversos artistas como: Luiza Lian, O Terno, Maria Beraldo, Tim Bernardes, Jonas Sá, Quartabê, Ana Frango Elétrico, Vovô Bebê, entre outros.

 
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