ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022
Website by Joao Duarte - J.Duarte Design - www.jduartedesign.com

MUSE / KAISER CHIEFS ::: 09/10/19 ::: GINÁSIO IBIRAPUERA
Postado em 03 de dezembro de 2019 @ 01:47


Texto: Gabriela Sarmento – G1

Não é de hoje que o Muse não lota seus shows no Brasil. Mesmo com a mudança para o Ginásio Ibirapuera — inicialmente a apresentação estava marcada para o Allianz Parque — era possível andar com certa tranquilidade na pista .

Mesmo assim, a energia da banda e do público, somada à estrutura e aos efeitos especiais, davam a impressão de que Matt Bellamy cantava para uma multidão em um estádio.

Só para relembrar: em 2015, a banda inglesa tocou no Allianz Parque, com espaços vazios e ingressos disponíveis.

No último domingo (6), o trio fez o último show do Rock in Rio 2019, mas também não viu a Cidade do Rock cheia. Muitas pessoas foram embora depois do Imagine Dragons.

Já em São Paulo, de um possível público de 55 mil no estádio, o número caiu para 10.200 (capacidade do Ginásio), e fechou em oito mil pessoas. Os ingressos estavam esgotados, segundo a assessoria.

Rock de ginásio
Mesmo em um lugar menor, o Muse trouxe toda a estrutura da turnê “Simulation theory” (2018) para os shows no Brasil.

Isso inclui também o palco em T, com elevador que permite que Bellamy surpreenda o público no começo do show, ao aparecer no lado oposto aos companheiros de banda, e o esqueleto androide inflável que surge no palco nas últimas músicas.

As luzes de led ajudam a dar o tom de ficção científica do show, motivado pelas letras do disco mais recente que falam sobre algoritmos e realidade virtual.

As luzinhas estavam presentes nos instrumentos, no figurino do balé, se é que se pode chamar assim, e nos óculos e nas jaquetas de Bellamy.

O painel do fundo do palco é bem aproveitado e mostra ora animações para introduzir músicas, ora imagens do show com efeitos de desenho ou múltiplos cortes das câmeras espalhadas pelo palco. Bem executado e bonito.

Formado por trompetistas dançarinos, o balé causa um leve estranhamento para um show de rock, mas no fim contribui (e muito) para a atmosfera futurista com seus passos coreografados e figurinos temáticos.

Coro e novidade no set
É principalmente nos hits que a sensação de estar em um espaço maior também se intensifica e isso acontece em “Uprising”, “Psycho”, “Plug in Baby” e “Starlight”, cantadas em coro pelo público.

As pessoas também vibraram quando o vocalista anunciou, depois de “Hysteria” (outra bem recebida), que a seguinte canção seria bem antiga, de 20 anos atrás.

A escolhida foi “Showbiz”, do disco homônimo de estreia da banda, fora do setlist do Rio.

O momento mais intimista acontece quando o baixista Chris Wolstenholme e o baterista Dominic Howard se juntam ao vocalista para tocar “Dig Down”, na ponta estreita do palco.

A sequência “Madness” e “Mercy” termina com uma chuva de papel picado bem “instagrámavel”. “Knights of Cydonia” encerra a apresentação de duas horas.

Abertura com Kaiser Chiefs
Kaiser Chiefs tocou em São Paulo nesta quarta (9), para abrir o show do Muse — Foto: Celso Tavares/G1Kaiser Chiefs tocou em São Paulo nesta quarta (9), para abrir o show do Muse — Foto: Celso Tavares/G1
Kaiser Chiefs tocou em São Paulo nesta quarta (9), para abrir o show do Muse — Foto: Celso Tavares/G1

Como bons britânicos, o quinteto entrou no palco pontualmente às 19h45 e o vocalista Ricky Wilson mostrou que poderia ser um bom agitador de plateia desde o primeiro momento no palco.

Ao entrar, não achou suficiente os gritos de recepção e pediu mais empolgação antes mesmo de cantar a primeira. A última passagem da banda pelo Brasil foi no Festival Cultura Inglesa em 2016.

No set curto com 10 músicas, o Kaiser Chiefs apostou em hits como “Ruby”, “I Predict a Riot” e “Oh my god” e até que conseguiram algum efeito na plateia. Do disco novo, “Duck”, eles cantaram “Record Collection”, que teve uma recepção menor.

Na missão de entreter o público que chegava, Wilson se esforçou com seus gritos, subiu em cima de caixas de som no palco e fez joguinho para saber qual dos lados do palco cantava mais alto algum dos seus “ôôôôs” da noite.

O microfone com fio também não foi poupado e o vocalista mostrou habilidade ao pegá-lo no ar algumas vezes. Já o pedestal não teve a mesma sorte. Fazia parte da rebeldia rock star de Wilson deixá-lo pra trás.

Perto do fim, ele perguntou “Vocês estão prontos para o Muse?”. As pessoas responderam sem hesitar, afinal, era por causa do trio inglês que estavam ali.

 
ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022