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Luna Kills – Entrevista Coletiva Online – 15/04/25
Postado em 24 de abril de 2025 @ 19:37


“Obviamente adoraríamos ir ao Brasil e visitar a América Latina!”

 Como na Finlândia o heavy metal é levado  extremamente a sério, em 14/07/22, tivemos a oportunidade de conversar com membros das três bandas finalistas do concurso Come To Latin America [https://onstage.mus.br/website/come-tolatinamerica-entrevista-coletiva-online-14-07-22].Participaram do bate-papo:todos os integrantes do Noira, ou seja,InkaHalme (vocal), OlliKeskinen (guitarra), Dorian Logue (baixo) e Pete Inkinen (bateria); LottaRuutiainen (vocal) e seu primo, Samuli Paasineva (guitarra), do Luna Kills; e Jussi Matilainen (vocal) e Toni Hinkkala (guitarra), do Where’s My Bible? – posteriormente declarado o vencedor e vindo tocar no FFFront [https://onstage.mus.br/website/wheres-my-bible-fffront-10-10-23] em outubro/23.

Transcorridos quase três anos após o primeiro contato com o Luna Kills, o grupo seguiu na ativa inteirado por Lassi Peltonen (baixo) e Jimi Kinnunen (bateria), lançou DEATHMATCH em 04/04 e sua frontwoman arrumou espaço na agenda para novamente participar de um evento remoto e pontualmente atender jornalistas brasileiros, apesar do horário ingrato de 23:00 em Kuopio, cidade “literalmente no meio da Finlândia”, conforme descrito por ela, seis horas à frente daqui, para nós numa tarde de São Paulo em que a temperatura começava a cair após longos meses de forte calor.

Ao longo de cinqüenta e dois minutos, Lotta esbanjou simpatia e tirou dúvidas sobre os mais variados temas elaborados por: Tamira Ferreira (Tramamos); Marcos Lopes (After do Caos); Marcos Almeida (A Ilha do Metal); José Carlos Queiroz (Papo Metal Podcast); Pedro Delgado (Rato de Show); Maicon Leite (Metal no Papel); Bruno Steffen (Porque! Metal); e o também finlandês Jules Näveri, vocalista da banda Rootbrain e, à época do concurso, uma espécie de embaixador do projeto em nosso país.

Até o anfitrião, Marcos Franke, quebrou o protocolo emendando suas questões e este repórter teve a honra de inaugurar as interações, originalmente com direito a duas perguntas.Porém, posteriormente, com um tempinho extra disponível, duas novas rodadas foram liberadas a quem quisesse fazer mais indagações e abaixo você poderá conferir os melhores momentos. Divirta-se!

 

Vagner Mastropaulo: É bom revê-la, Lotta! Não sei se você vai se recordar, mas tive a chance de falar contigo e as outras duas bandas na época do Come To Latin America, que, infelizmente, vocês acabaram não ganhando. Gostaria de saber como vocês pegaram o sentimento negativo por não terem vencido e o transformaram em algo positivo para seguirem adiante com a carreira normalmente.

LottaRuutiainen: Bem, para mim, não acho que estávamos competindo no sentido de que nos sentiríamos muito chocados se perdêssemos, pois música não é uma competição. Acho que, se uma banda melhor, ou uma banda que tenha uma melhor receptividade na competição, vence, eles ganham e é algo completamente validado por todos. Com pensamentos positivos, vamos adiante e a música não termina com competição. A música também não começa com competição. É algo que fazemos com paixão.

VM: E o que mais os influenciou para, como uma banda, escreverem as músicas do álbum novo?

LR: Bem, para o álbum DEATHMATCH… Você se refere a influências musicais ou gerais?

VM: Em todos os sentidos, seja musical ou liricamente. O que serviu de inspiração?

LR: Obviamente, quando escrevemos música, como eu disse, é uma paixão para nós. Então cada pedaço de música que já escrevemos na vida vem da paixão e do amor por música e auto-expressão. A maioria dos temas no álbum sãosobre as lutas relacionadas à saúde mental. Criei as letras e realmente não planejava escrever sobre tópicos obscuros e sombrios, mas escrevo sobre coisas que conheço. Na época em que estávamos escrevendo o álbum, tive lutas pessoais e um período difícil, então, para mim, foi realmente natural transferir esses sentimentos e emoções para as músicas. Sempre vi música como terapia para mim, então foi realmente natural colocar essas coisas no papel. Mas as canções vêm do amor e paixão profundos que temos por música.

VM: Fui checar e Before The Satellites (18) não está mais disponível no Spotify. O que houve?

LR: Sim, foi porque Before The Satellites está muito próximo da época do Tocornal[nota: primeiro nome da banda] e ele não é parte de nosso catálogo [https://tuonelamagazine.com/review-tocornal-before-the-satellites]. Quando estávamos escrevendo DEATHMATCH, realmente queríamos “pratos limpos”, um recomeço para a banda.Foi por isso.

VM: E qual foi a coisa mais maluca que já aconteceu a vocês com a banda tocando no palco?

LR: No palco? Acho que uma queda de energia. Seria algo maluco? Acho que nunca estivemos em situações super malucas. Provavelmente a pior coisa foi a energia ter sido cortada no meio de um set [risos].

VM: Por fim, uma pequena curiosidade… Não deu para evitar e acabei reparando que os nomes das músicas de vocês são sempre estilizados apenas em letras minúsculas ou totalmente em caixa alta. Algunsgrupos adotam o mesmo expediente, outros inovam, como, por exemplo, oParcels, que acabou de tocar no Lollapalooza brasileiro,e abole os espaços para separar as palavras nos títulos. O que tem rolado que as bandas vêm trocando os padrões atualmente? Por que fizeram isso?

LR: Pessoalmente, para nós, é só pela estética [risos]. Achamos que fica visualmente melhor se estiver tudo em maiúsculo ou em caixa baixa [risos]. Recebemos bastante feedback sobre isso: “Por que vocês têm que escrever as músicas assim?”. E apenas respondemos: “Porque fica bom!” [risos].

 

Agora um apanhado geral sempre dando o devido crédito aos colegas:

– a origem do Luna Kills, seus tempos de Tocornal e as mudanças de lá para cá (Tamira Ferreira):

LR: Essas duas bandas são projetos completamente separados. Como sempre falo sobre isso, aquela era meio que evoluiu para o Luna Kills, mas Tocornal e Luna Kills são bandas completamente diferentes, com estéticas e músicas distintas, tudo diferente. Vejo que a banda que comecei com Samuli em 2015 era o primeiro experimento com música e com formar uma banda e fazer música. O Luna Kills é mais… Fundamos o Luna Kills com um cenário mais profissional em mente. E tínhamos mais objetivos e ambições com relação à música.

 

– sobrelove user uma resposta a críticas externas; e quanto a pressões sobre a identidade da banda (Marcos Lopes):

LR: Sinto que sempre tivemos uma visão realmente forte sobre quem somos, não de um modo que sempre sabemos o que queremos fazer ou que tipo de música queremos escrever. Mas temos uma visão de quem somos como indivíduos e do que somos quando estamos fazendo a música que queremos fazer. Acho que a maior pressão ou luta vem quando pensamos que estávamos um pouco perdidos antes deste álbum porque nos sentíamos como se ninguém realmente conseguisse entender o que queríamos dizer com nossa música.

LR: E digo no sentido profissional, pois estávamos procurando por pessoas e profissionais com quem colaborar. Então lançamos o álbum e sentíamos que éramos um pouco incompreendidos por tantas pessoas… E elas realmente queriam que fôssemos algo que não somos. Acho que a pressão estava neles. Deveríamos mudar para um modo que não fosse natural para nós ou algo assim? Então ficamos realmente felizes por conseguirmos verdadeiramente nos expressar com este álbum e encontrar parceiros que entenderam quem nós somos, quem nós éramos e qual era nossa identidade.

 

– a receptividade do álbumentre os fãs (Marcos Lopes):

LR: A resposta tem, de fato,sido sensacional! Pessoalmente, eu não tinha muitas expectativas sobre como o álbum seria criticamente recebido, mas tem sido sensacional ver que o álbum tenha recebido boas resenhas e que as pessoas tenham gostado dele. E também que os fãs mais antigos tenham gostado dele e que a gente tenha ganho tantos fãs novos. Tem sido maravilhoso ver este álbum encontrar eco nas pessoas.

 

– a possibilidade de a banda vir ao Brasil em breve (Marcos Lopes):

LR: Obviamente adoraríamos ir ao Brasil e visitar a América Latina, mas ainda não há planos à vista. Veremos… [risos].

 

– o que mudou no Luna Kills do início até agora (Marcos Almeida):

LR: O que mudou no curso de nossa carreira até este ponto… Bem, muitas coisas mudaram, pois, quando começamos a banda, era puramente porque queríamos tocar em quantos shows fosse possível. Embora eu tenha dito que estávamos começando a banda com uma mentalidade mais profissional, ainda éramos muito jovens, então a “mentalidade profissional” era fazer muitos shows [risos]. Porém, ao longo dos anos, obviamente ganhamos mais e mais interesse na arte de fazer música e produzi-la. Então acho que isso mudou com o passar dos anos, os objetivos apenas se movem um pouco para frente a cada vez que lançamos um single ou fazemos um show porque realmente levamos isso super a sério. E temos padrões realmente altos para nós mesmos. Então acho que a maior coisa que sempre permanece se alterando para nós é que estamos movendo os objetivos adiante [risos].

 

– a mistura de estilos na sonoridade atual do Luna Kills (Marcos Almeida):

LR: Acho que estamos fazendo uma coisa meio crossover. Definitivamente estamos misturando muitas influências pop, como dance, e também um pouco de drumandbass. Na verdade, quando fazemos as músicas, não pensamos sobre misturar coisas diferentes. Fazemos música que soe natural para nós, então é algo sobre o qual não pensamos com freqüência quando estamos compondo. Mas é divertido visitarmos essas canções, lançá-las e então você meio que se entender: “Oh, sim, meio que misturamos estes gêneros de algum modo”. Mas acho que, no panorama atual da música, temos muitas bandas que mais ou menos fazem essa combinação de gêneros junto com o metal. Então é algo que definitivamente nos influenciou também.

 

– a importância love u quanto ao direcionamento das faixas seguintes no álbum (José Carlos Queiroz):

LR: Na verdade, love u foi a primeira música que gravamos e fizemos para o álbum e, quando a estávamos fazendo, realmente não sabíamos se iríamos lançar um álbum, um EP ou algo assim. Mas quando recebemos a sinalização para fazermos um álbum inteiro, love u foi a faixa que definiu a vibe e o humor para o restante do álbum porque foi um tipo de música que não havíamos feito antes. Ela é cheia de energia, tem esse refrão com gritos e eu diria que ela foi concebida a partir de puraraiva, sabe? [risos] Ela definitivamente ditou a atmosfera para o resto das músicas e como o álbum se desdobraria. Ela também apresenta um elemento pesado de sons de vídeo-game e elementos eletrônicos e então ela também foi realmente crucial para o resto do álbum.

 

– o processo de composição de slayurenemies(José Carlos Queiroz):

LR: Definitivamente é a música mais pesada do Luna Kills! Tem umaestória por trás dessa música,um pouco engraçada e não tão engraçada assim porque, no estúdio, estávamos com a esperança de gravar… Acho que foi na terceira sessão de gravação do álbum – gravamos o álbum em três ou quatro sessões. Faltava uma música para nós e tínhamos mais um dia para terminarmos no estúdio. Os caras estavam dizendo que seria tudo bem se fizéssemos só três músicas, mas eu estava obstinada em fazer mais uma faixa [risos]. E, na verdade, tive meio que um ataque de pânico…

LR: Achei um riff que o Samuli havia escrito meio ano atrás, comecei a gritar o primeiro verso naquele riff e aí o enviei de volta a eleporque pensei que aquilo soava meio maluco.Ele embarcou na idéia assim que recebeu a parte dos gritos, fizemos a música naquela noite em mais ou menos seis horas e, no dia seguinte, fomos ao estúdio e a gravamos. Mas, sim, ela é definitivamente pesada e acho que é por causa da frustração e o momento de ataque de pânico que tive foi o que concebeu a música. Então foi uma música realmente divertida e ela foi montada muito rapidamente, muito embora as circunstâncias sob as quais a música veio não fossem tão leves e agradáveis [risos]. Mas, no final, ela valeu muito a pena.

 

– as alternâncias nas linhas vocais, especialmente em faixas como LEECH e feverdream (Maicon Leite):

LR: Definitivamente, o modo como uso minha voz varia com as emoções que a música está transmitindo. Então,quando estou cantando, pensando em como escrever melodias, ou cantando os versos no estúdio, sempre volto à emoção à qual a letra está se referindo. Para mim, definitivamente significa transmitir a estória que quero contar dentro da canção porque acho que também é importante.Muito embora você não entenda a letra, você pode agarrar a emoção que quero que sinta a partir da música em si. Então, para mim, treino minha voz para ser… Não pensei nisso, sobre querer aprender novas técnicas, mas, para mim, é simplesmente sobre transmitir as coisas certas nos momentos certos.

 

– o fato de o álbum parecer ter sido feito para ser tocado ao vivoe o impacto desituações pessoais quando Lotta escreve ou grava uma faixa nova (Maicon Leite):

LR: As experiências são parte crucial da composição. Geralmente escrevemos as músicas diretamente em nossos computadores, mas depois vamos para nosso espaço de ensaios e as tocamos ao vivo porque, para nós, é muito importante que possamos tocar cada música ao vivo, além de elas oferecerem uma boa experiência ao vivo porque somos uma “banda ao vivo” por completo. Então isso é uma parte muito grande em nossa composição.

 

– momentos ou artistas em particular que inspiraram Lottaa buscar a música como carreira e a querer estar num palco (Bruno Steffen):

LR: Não sei da parte da carreira [risos]… Acho que isso veio um mais tarde na vida, mas, quando eu era criança, eu assistia a shows antigos do Nirvana no YouTube, bem religiosamente, na verdade. Acho que Kurt Cobain e Nirvana foram aprimeira fagulha em mim para eu querer ser uma estrela do rock ou algo assim. Esta é minha resposta [risos].

 

– o fato de as letras irem fundo em experiências pessoas e questões de saúde mental (Bruno Steffen):

LR: Para mim, através do contexto da música, expressar esses sentimentos não é duro ou não me faz sentir tão vulnerável no palco. Vai soar bem cliché, mas é, de fato, um momento de empoderamento para mim: compartilhar esses momentos através da música e talvez ver como a platéia reage a isso, sua resposta e como eles percebem a música, emoções e sentimentos. Para mim, é mais difícil falar sobre elas em entrevistas ou algo assim [risos]. Porque, para mim, é mais difícil colocar todas as experiências em palavras e, às vezes, isso quase faz com que eu me sinta meio envergonhada mais tarde porque escrevi tais letras e tenho dificuldade em explicar o que tudo significa. Mas, através da música, é como eu disse, é quase como terapêutico para mim.

 

– a jornada e a evolução da banda, de Before The Satellites a DEATHMATCH (Jules Näveri):

LR: Obviamente, é sensacional! Quando pensamos em todas as coisas que lançamos e escrevemos antes, ao longo destes seis anos, realmente somos nossos melhores e piores críticos com relação à composição [risos]. As balizas, os objetivos seguem se movendo… Ao longo desses anos, acho que estávamos buscando a música que queríamos “fazer direito”, sabe? Então não é que tenhamos escrito música ruim, é apenas um pouco diferente, mas estávamos aprendendo como produzir músicas, como queríamos que elas soassem, aprendendo como escrever as músicas que queríamos escrever. Tudo isso levou a este álbum e aos poucos singles antes dele para que pudéssemos encontrar a saída perfeita que realmente expressasse o que queríamos fazer musicalmente.

LR: Acho que fizemos muitas músicas de muitos gêneros diferentes [risos].DEATHMATCH é oapogeu de todas essas coisas que se duplicaram em todos esses anos escrevendo música, atuando e tudo mais. Sinto que… Como eu disse, também é realmente sensacional como o álbum tem sido recebido porque, de fato, não tínhamos tantas expectativas. Estávamos pensando que foi um pouco de “gosto adquirido”, não gostar de algo a princípio, mas começar a apreciar depois de tentar algumas vezes, porque o disco tem muitos detalhes excêntricos [risos]. Na verdade, foi sensacional ver que as pessoas estavam curtindo o álbum tanto quanto nós quando o estávamos escrevendo e quando estávamos ouvindo o trabalhoque havíamos feito.

 

-sobre Lotta ter dirigido e editado alguns dos clipes da própria banda (Tamira Ferreira):

LR: Sendo completamente honesta, venho tendo essa sensação de quando você acidentalmente se torna realmente importante em seu local de trabalho [risos]. Obviamente, adoro fazer todo o design gráfico, fotografia, videografia e edição. Amo! Faço isso o tempo todo. Obviamente seria realmente legal terceirizar às vezes, mas, sabe… No atual estado mundial, estamos tendo dificuldades financeiras em todos os gêneros musicais com o streaming sendo mais permanente do que a venda dos álbuns. Então, obviamente, muito deste tipo de trabalho recai sobre mim porque sei fazê-lo [risos]. Mas, com isso dito, é realmente importante para mim que a visão que temos para a banda, visualmente e nos áudios, merchandising e redes sociais fique dentro desta visão. E também sei que, se tenho os meios certos para fazer, então estou contente em fazer, desde que eu possa e que as horas me ajudem no dia.

 

– como Lotta começou no mundo da música e encontrou sua voz (Tamira Ferreira):

LR: Bem, para mim, na verdade, cantar foi meio tarde porque eu não tinha amigos que quisessem tocar música ou estar numa banda. Comecei no violino, na verdade,quando estava no terceiro ano.Convenci minha mãe a me deixar ir… Tínhamos aulas de música na Finlândia, na escola fundamental, você podia se matricular numcurso que era mais voltado à música. Então estive nessas aulas, acho que do terceiro ao sétimo ano e, neste período, escolhi o violino. E amo cantar… Acreditando em meus pais, eles dizem que eu cantava antes de falar [risos]. Então tem sido há bastante tempo para mim, mas quando eu estava no ensino médio, realmente comecei a ansiar por fazer algo com meu vocal porque eu sempre sonhei em cantar numa banda ou ter um grupo de amigos que tivessem uma banda.

LR: Então apenas fiz aulas de canto por um tempo e cantava em karaokês em todos os lugares onde eu estivesse [risos]. E o guitarrista de nossa banda, o Samuli, ele é meu primoe me convenceu, em 2015, a me juntar a ele em seus “esforços rock ‘n’ roll”. Eentão o resto é história! Começamos a construir nossa jornada musical juntosa partir daí. Mas acho que, com relação a cantar e a como minha voz começou a se formar, foi através de música ao vivo e através desta banda. Porque eu estava fazendo aulas de canto, mas nunca consegui achar o modo de usar minha voz. Tenho vocais muito fortes e uma voz realmente alta, se puder colocar desta forma [risos]. E nunca a encontraria se não fosse por esta banda fazer tantos shows ao vivo como fizemos e fazemos agora.

 

– a cena atual na Finlândia (Tamira Ferreira):

LR: Acho que, como tudo, ela evolui aqui também. Na verdade, acredito que estamos vendo um ressurgimento da cena death metal na Finlândia. Acho que mais e mais jovens realmente estão curtindo death metal. Acabei de ver um documentário sobre jovens formando estes tipos de bandas, então acho que todos os tipos de subgêneros estão indo muito bem na Finlândia. E não acho que a Finlândia algum dia vá se livrar do metal e de todos seus subgêneros. Vi a subida de estilos alternativos de metal aqui na Finlândia e produção mais moderna de metal. E acho que isso vem um pouco da cena norte-americana porque, na Finlândia, não tínhamos muito metalcore. E agora, você consegue ouvir as influências do metalcore americano nas bandas que estão fazendo esse tipo moderno de coisa. Mas a cena está indo muito bem, eu diria, e espero que mais e mais jovens se juntem e rumemaos shows de death metal [risos].

 

– as três maiores músicas para karaokê em todos os tempos, segundo Lotta (Pedro Delgado):

LR: A primeira é Nothing Breaks Like A Heart(Mark RonsonFeat. MileyCyrus), uma música sensacional e amo cantá-la, então é minha escolha número 1; a escolha número 2 é (YouMake Me FeelLike A) Natural Woman (Aretha Franklin), também maravilhosa para se cantar; e a terceira é Break Stuff, (LimpBizkit). São essas três.

 

– os melhores momentos da criação de DEATHMATCH, desde sua concepção até agora (Pedro Delgado):

LR: Bem, acho que, muito embora a estória sobre slayurenemies tenha sido um pouco sinistra, sobre como ela veio a surgir, acho que, quando a fizemos,tínhamos a sensação de termos escrito uma música cativante e agradável. Este foi um dos melhores momentos porque a quantidade de dopamina que recebemos por completarmos essa música um dia antes no estúdio foi sensacional [risos]. Então isso é algo do qual me lembrarei com carinho sobre fazer este álbum. E acho que as últimas músicas que escrevemos, que foram LEECH, SADIST e burnthe world with me… Ao fazermos essas três músicas, sabíamos que eram as últimas para o álbum.

LR:Sabíamos que gostávamos das outras músicas do álbum e gostávamos das que estávamos escrevendo, que eram essas três. E o clima quando as estávamos escrevendo era tão alegre e sem pressão. Penso sobre isso com muito carinho. Foi há um ano ou algo assim. E a última canção que, de fato, terminamos de escrever foi burnthe world with me. Então, o momento em que dissemos que tínhamos acabado foi uma sensação maravilhosa porque sabíamos que ali não teríamos que escrever outra música para o álbum [risos]. Foi isso, foramesses momentos.

 

-o processo criativo para a arte de capa do álbum (Bruno Steffen):

LR: Sou eu na capa. Quando eu estava pensando no conceito do álbum, obviamente somos muito inspirados em vídeo-games. E nessa época, acho que estava jogando Cyberpunk 2077. Então isso definitivamente estava inundando um pouco a minha mente. E eu queria que a capa do álbum fosse um pouco misteriosa e que tivesse todos esses elementos cibernéticos. E também que o conceito das mãos em preto deveria representar um pouco o aspecto da depressão ou algo que te pegasse, segurasse seu rosto ou algo assim. Na verdade, eu mesma fotografei a capa do álbum, a editei e fiz tudo. Então, para mim, isso foi realmente um processo divertido, tentar me pintar e tirar fotos [risos]. Este é o conceito.

 

– futuras colaborações com outros músicos que Lotta desejaria fazer (Marcos Lopes):

LR: Acho que com o Paledusk, uma banda japonesa. Eles são, de fato, energéticos e fazem coisas realmente loucas! Então eu adoraria ver que tipo de colaboração poderíamos fazer juntos. Esta seria uma e é realmente muito difícil responder esta pergunta porque há muitos grandes artistas com quem eu adoraria colaborar. Sabe, um nome que vem à cabeça é Don Broco, banda britânica que faz um rock sensacional influenciado por new metal. E também acho que seria maravilhosoconseguir uma colaboração com Rob Damiani, o vocalista da banda.

 

– em qual festival específico ou país o Luna Kills gostaria de tocar (Marcos Lopes):

LR: Acho que na França, que tem um festival chamado Hellfest. Já vi vídeos insanos de lá! Seria um sonho para mim porque esse festival parece sensacional! Fora ele, acho que adoraria visitar o mundo inteiro se possível, de qualquer modo, porque tocar música ao vivo e viajar é o melhor que há. Então espero que possamos alcançar tantos novos países, festivais e experiências quanto possível.

 

– sobre DEATHMATCH sair pela Sharptone Records, mais direcionada ao deathcore e metalcore– no Brasil, o play também sai pelo selo, mas em parceria com a Shinigami Records (Marcos Franke):

LR: Bem, certamente acho que não somos deathcore [risos]. Mas, na verdade, foi uma estória engraçada com a Sharptoneporque, quando estávamos escrevendo here for the drama [nota: single de 2022], e, de fato, estávamos no estúdio a gravando,eu falava sobre Don Broco e seu álbum AmazingThingssaiu. Realmente amamos o disco e é rock moderno,não é super pesado, mas é realmente experimental. E estávamos divagando que, fosse qual fosse a gravadora que tivesse essa banda, eles provavelmente entenderiam nossa música e nossa visão. Checamos e era a Sharptone Records…

LR: Então, a partir deste momento, ficamos com essa coisa em nossas cabeças, que a Sharptone provavelmente entenderia a visão por trás de nossa música. Aí meio que fizemos piada sobre isso eoque havíamos manifestado virou realidade, pois alguns anos se passaram, estávamos em contato com a Nuclear Blast e eles nos puseram em contato com a Sharptone Records. De fato, eles enxergaram a visão por trás da música e do que estávamos fazendo. Então acho que nos encaixamos com a Sharptone e eles têm uma variedade maravilhosa de diferentes tipos de bandas. Eles são mais extremos, com bandas deathcore, há bandas de metalcore e as que são voltadas ao rock moderno. Então acho que a gravadora é realmente uma grande combinação e um bom encaixe para nós.

 

-como Lotta encontra tempo livre após fazer tantas coisas pela banda (Marcos Franke):

LR: Não me faça esta pergunta [risos]. Quando você tem que fazer muitas coisas, obviamente não tem muito tempo livre e freqüentemente me refiro à nossa paixão por esta banda e por música de todas as formas. Você quer fazer, você quer ser melhor nisso, você quer se desenvolver. Obviamente, não recomendo. Provavelmente não é saudável fazer uma coisa com tamanha intensidade, energia e paixão o tempo todo, mas felizmente às vezes temos um pouco de tempo livre e há momentos em que temos pequenos intervalos para descanso. Particularmente, não sou o tipo de pessoa que é, de fato, super extrovertida quando não tem a ver com música ou tocar em shows, fazer eventos. Então há meu computador e meu Play Station, que estão disponíveis antes da hora de dormir [risos]. E está ótimo para mim: escrever música e jogar vídeo-games.

 

– a mentalidade do “faça você mesmo” no Luna Kills e em outras bandas por trás de seus próprios vídeos, músicas em si, sessões de fotos, imagens (Marcos Franke):

LR: Acho que é algo bom se você puder fazer muitas coisas dentro da banda porque a indústria e o mundo mudaram tanto… É algo bom que você pode fazer. Pessoalmente, também acho que os músicos deveriam ter paz para fazer música. Sabe, você não tem que ser, você não precisa ser alguém que faz tudo. A longo prazo, não acho que seja saudável não terceirizar as coisas. Então acho que seria muito realmente bom se todos pudessem terceirizar essas coisas. Mas quando você está começando uma banda nova, é realmente bom e vital que alguém esteja lá para talvez delegar as coisas ou talvezfazer algumas das coisas extras que vêm com estar numa banda. Sim, você precisa de algumas destas habilidades para seguir em frente, mas eu também desejaria que as bandas novas, de fato, pudessem fazer música porque, como músicos, essas canções são a prioridade e elas deveriam ser abraçadas.

 

– a cena metal especificamente em Kuopio (Jules Näveri):

LR: Eu diria que Kuopio está fazendo um trabalho realmente legal com os jovens porque as organizações juvenis aqui em Kuopio oferecem espaços gratuitos de ensaios para bandas novas e para os jovens irem lá experimentarem tipos diferentes de instrumentos. Então isso é uma coisa realmente boa da cidade para defender a cultura e os hobbies porque, você sabe, ter um instrumento e ir a aulas é realmente caro atualmente. Então é bom que eles possam oferecer esse tipo de coisa para os jovens desenvolverem novas habilidades. E talvez, se a guitarra não for seu lance, mas sim a bateria, você não tenha que comprar primeiro a guitarra e depois a bateria [risos], sabe? Então isso é realmente importante.Quanto a nós, também estivemos nos espaços gratuitos de ensaios e recebemos retorno das bandas mais antigas. Então acho que, em toda a Finlândia, temos esse suporte legal para jovens músicos, mas acho que Kuopio ainda seja um pouco mais pé no chão com esse tipo de coisa.

 

– as considerações finais de Lotta:

LR: Antes de tudo, obrigada a todos que fizeram perguntas. Obrigada por participarem e por pedirem para eu estar aqui e falar sobre a banda. Foi muito legal fazer isso porque não conversávamos havia muito tempo. E para todo mundo que estiver lendo e provavelmente não ouviu o álbum, apenas gostaria que o escutassem e, amando-o ou odiando-o, que ele despertasse algum tipo de emoção em vocês porque este é o real significado em escrevermos música: fazer vocês sentirem algum tipo de emoção quando estão escutando nossa música. Espero que a gente possa visitar a América Latina algum dia e talvez fazer alguns shows por aí. Vamos levar isso em conta para o futuro.

 

Se você for versado em inglês e quiser se aprofundar no universo do Luna Kills, recomendamos o décimo episódio em formato podcast com a galera do HausOf Cult [https://hausofcult.podbean.com], basicamente, um bate-papo de trinta e cinco minutos comLotta em 07/04. E aliando resenhas a outras entrevistas, numa rápida pesquisa pela internet, encontramos os seguintes links para sua apreciação:

Meet The Band: Luna Kills

https://www.rocknytt.net/cd/89188-luna-kills-before-the-satellites

REVIEW: LUNA KILLS – DEATHMATCH

https://darkzen0710.wixsite.com/darkzenmetalangels/interview-lotta-ruutiainen

 

Agora é hora de invadir o Instagram de Lotta [https://www.instagram.com/lucyalienne] com mensagens do tipo “Come toBrazil!”. Bora?

 

DEATHMATCH (25) – 34’22”

01)love u – 3’21”

Official Music Video (04.04.25) – https://www.youtube.com/watch?v=6Vie_zC5KAY

02) LEECH – 3’53”

Official Music Video (14.01.25) – https://www.youtube.com/watch?v=6y3OuEv40BE

03) SADIST – 3’39”

OfficialVisualizer (04.04.25) – https://www.youtube.com/watch?v=IdokkH7xSgQ

04) sugar rush – 3’08”

Official Music Video (04.12.24) – https://www.youtube.com/watch?v=AhecM7inma8

05)slayurenemies – 2’48”

Official Music Video (01.10.24) – https://www.youtube.com/watch?v=4AE04q9HdWo

06)hallucinate – 3’28”

OfficialVisualizer (04.04.25) – https://www.youtube.com/watch?v=SqszPNsf3uE

07) WAVES – 3’06”

Official Music Video (15.03.25) – https://www.youtube.com/watch?v=PxtSHnOqdvg

08)getmad – 3’10”

OfficialVisualizer (04.04.25) – https://www.youtube.com/watch?v=eARGovQSmmY

09)burnthe world with me – 4’14”

OfficialVisualizer (04.04.25) – https://www.youtube.com/watch?v=5M6N3wTGAZo

10)feverdream – 3’35”

OfficialVisualizer (04.04.25) – https://www.youtube.com/watch?v=Xa67Ha8Ty1Q

 
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