Fotos e texto: Edu Guimarães
Marina Sena é, sem dúvidas, um dos nomes de destaque do atual cenário musical nacional. Aquele cenário que respira não mais graças às rádios, mas sim pelas redes sociais e aplicativos de música usados pelos velhos – como eu – e principalmente pelos jovens, como é o público que lotou a Praça da Moça, no centro de Diadema, na última sexta-feira, 8, quando a cidade do Grande ABC comemorou 64 anos de emancipação.
A música produzida pela cantora de 27 anos é como muitos dos sucessos que enchem os celulares das novas gerações: traz referências e influências variadas, mas não cabe especificamente num estilo. Chamar de música pop resolve a questão, seja pro bem – pela diversificação – ou pro mal –pela falta de uma característica sonora marcante.
De todo modo, isso não tem importância para quem é fã. O que importa é estar diante do seu ídolo, principalmente em um evento com entrada gratuita. Muitas vezes, são apenas em eventos como estes que fãs podem ver artistas ao vivo, já que os ingressos caríssimos de festivais “instagramáveis” são proibitivos para a maioria.
Por isso, todo evento proporcionado pelo poder público que traga arte e entretenimento às pessoas deve ser parabenizado. Independentemente dos gostos pessoais.
Tendo como base o repertório de seu segundo disco solo, “Vício Inerente” (2023), Marina subiu ao palco com o jogo ganho, com o perdão da referência manjada. “Sonho Bom” foi a primeira música, seguida do sucesso “Me Toca”, do álbum, “De Primeira” (2021).
Na maior parte do show Marina é acompanhada por bailarinas que a ajudam a manter o controle do palco e do público. Ter uma equipe de dançarinos parece ter se tornado obrigatoriedade para artistas pop. Geralmente em coreografias supostamente sensuais, mas que passam longe disso. Fica a dúvida se é para dar dinâmica ao show ou preencher o vazio do espaço e das letras, algo constante nesse mundo de “sentar e dar sarradas” que se tornou o pop brasileiro.
Por falar nisso, o show seguiu com “Dano Sarrada”, “Por Supuesto”, “Partiu Capoeira” e “Ombrim”, canção do Rosa Neon que ajudou a projetar Marina Sena no cenário independente. Marina apresenta atualmente uma versão mista dessa faixa, com uma primeira parte mais reggae, onde a banda de apoio ganha destaque, e segunda parte com os irritantes batidas eletrônicas do tal piseiro.
A receptividade da plateia foi gigante e visivelmente emocionou a cantora que, em muitos momentos, comentou sobre o prazer de estar ali. Marina retribuiu com muita simpatia, animação e o convite para que vários fãs subissem ao palco em “Que Tal”, transformando o espaço numa grande festa, já próximo ao final do show.
Marina transborda energia e essa entrega encontra eco no público formado principalmente por adolescentes e jovens na casa dos 20 anos.Hoje surfando a crista da onda do sucesso, o tempo dirá se a cantora mineira vai conseguir encontrar um caminho para se diferenciar nesse balaio da música pop brasileira. Veremos.
Repertório
- Sonho Bom
- Me Toca
- Tudo Pra Amar Você
- Me Ganhar
- Dano Sarrada
- Por Supuesto
- Olho no Gato
- Partiu Capoeira
- Ombrim
- Pelejei
- Mande um Sinal
- Mais de Mil
- Que Tal
- Voltei pra Mim
- Tudo Seu
