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Monsters of Rock 30 anos ::: 19/04/25 ::: Allianz Parque
Postado em 25 de abril de 2025 @ 21:16

   Texto e Fotos: Flavio Santiago

Há três décadas, o Monsters of Rock marcou a história da música pesada no Brasil. Desde a primeira edição em 1994, com nomes como Slayer, Black Sabbath e Kiss, o festival tornou-se sinônimo de excelência quando o assunto é heavy metal e hard rock.

Ao longo dos anos, vimos desde o retorno  do Iron Maiden com Blaze Bayley em 2001, passando pelo reencontro com o Deep Purple, até edições mais recentes que mantiveram viva a chama do classic metal no país.

Em 2025, no Allianz Parque, o Monsters comemorou seus 30 anos com uma escalação lendária. Foi um desfile de ícones, de histórias e de momentos únicos, deixando clara a importância desse festival na formação de gerações de fãs.

Fui com o coração cheio de expectativa e saí com a alma lavada.

Abaixo, compartilho a minha experiência, banda por banda, música por música, emoção por emoção.

Stratovarius

Abrindo as atividades do palco ainda pela manha os finlandeses do  Stratovarius começaram em alta velocidade. Timo Kotipelto (vocais) ainda tem pulmões de aço, e Matias Kupiainen (guitarra) manteve a chama técnica de Tolkki viva.

A abertura com “Forever Free” já fez o público erguer os punhos, e logo na sequência “Eagleheart” trouxe um coral de de vozes. “World on Fire” e “Speed of Light” deram uma amostra da fase mais moderna da banda, mas foi com “Paradise” e “Survive” que o público entrou num transe power metal.

Destaque para o solo de teclado que antecedeu “Black Diamond”, com Jens Johansson mandando ver como nos velhos tempos. Antes de encerrar com “Hunting High and Low”, Timo saudou o público e agradeceu aos fãs por terem chegado cedo para vê los, um show marcante e que mostrava que o dia apenas estava começando.

SETLIST
Intro to Stratovarius
Forever Free
Eagleheart
World on Fire
Speed of Light
Paradise
Survive
Eternity
Black Diamond (preceded by keyboard solo)
Unbreakable
Hunting High and Low

Opeth

Dando sequência aos shows  e com uma mudança de aura com  os suecos do Opeth,  Mikael Åkerfeldt, sempre sarcástico, comentou: “Somos a  banda mais nova aqui e a única banda triste entre tantos hinos épicos… mas pelo menos somos bonitos.”

Abriram com “Master’s Apprentices”, que já trouxe os riffs hipnóticos e a bateria precisa de Martin Axenrot.

A transição para “In My Time of Need” emocionou muita gente — vi lágrimas nos olhos ao meu redor. “Ghost of Perdition” e “Sorceress” trouxeram o peso progressivo que define a banda, enquanto “Deliverance”, no final, foi um verdadeiro ritual sonoro e segundo Mikael Åkerfeldt um hit da banda que nem ele entendia o porque do sucesso devido a complexidade e tempo da música

Show primoroso e que deixou um gosto de “quero mais”

SETLIST

Seven Bowls(Aphro dite’s Child song)
§1
Master’s Apprentices
§3
In My Time of Need
Ghost of Perdition
Sorceress
Deliverance

Queensrÿche

A volta do Queensrÿche ao Brasil foi um presente para os fãs. O setlist foi um verdadeiro “best of” voltado aos apreciadores da fase clássica. Todd La Torre mostrou por que é considerado um sucessor digno de Geoff Tate, atingindo notas agudas com precisão absurda.

Faixas como “Operation: Mindcrime” e “Eyes of a Stranger” foram recebidas com emoção e nostalgia.

A execução de “Screaming in Digital” e “The Mission” mostrou o lado mais teatral e progressivo da banda, enquanto “Empire” trouxe um momento de catarse coletiva.

Destaque: A energia de “Take Hold of the Flame” e a entrega da banda demonstraram que o Queensrÿche está mais vivo do que nunca.

SETLIST

Queen of the Reich
Operation: Mindcrime
Walk in the Shadows
I Don’t Believe in Love
Warning
The Needle Lies
The Mission
Nightrider
Take Hold of the Flame
Empire
Screaming in Digital
Eyes of a Stranger

Savatage

Retorno triunfal. A palavra que define a apresentação do Savatage. Iniciando sua nova turnê mundial no Brasil, a banda trouxe de volta clássicos não tocados desde os anos 90 e 2000.

O destaque emocional foi, sem dúvida, “Believe”, com a aparição virtual de Jon Oliva no piano e vocais — um momento de pura emoção, com lágrimas visíveis na plateia e na própria banda.

Zak Stevens mostrou por que é tão querido, com uma performance enérgica e comunicativa. “Gutter Ballet” e “Edge of Thorns” foram recebidas com euforia, enquanto “Hall of the Mountain King” encerrou com uma explosão de energia e nostalgia.

Destaque: A homenagem a Criss Oliva durante o solo de “Believe” foi um dos momentos mais comoventes de todo o festival.

SETLIST

The Ocean
Welcome
Jesus Saves
The Wake of Magellan
Dead Winter Dead
Handful of Rain
Chance
Gutter Ballet
Edge of Thorns (Fan invades stage during solo, while Zak is kicking soccer balls into the crowd)
Believe
Sirens
Hall of the Mountain King

Europe

Joey Tempest segue um verdadeiro frontman: voz, carisma e presença. Começaram com a inesperada “On Broken Wings” e foram direto para o hit “Rock the Night”. “Carrie” fez casais se abraçarem, e em “Superstitious” eles encaixaram um trecho de “No Woman No Cry”, o que causou uma onda de surpresa e aplausos.

O show foi uma aula de como envelhecer com estilo. Durante o solo de bateria em “Cherokee”, a banda se sentou na beira do palco para interagir com fãs nas primeiras filas. “The Final Countdown”, claro, fechou o set com todos os celulares para o alto.

SETLIST

On Broken Wings
Rock the Night
Walk the Earth
Scream of Anger
Sign of the Times
Hold Your Head Up
Carrie
Last Look at Eden
Ready or Not
Superstitious (with Bob Marley and the Wailers’ “No Woman No Cry” )
Cherokee (Drum Solo intro)
The Final Countdown

Judas Priest

O Metal God Rob Halford entrou como uma entidade. Começaram com “Panic Attack”, já mostrando que o novo álbum Invincible Shield tem peso e qualidade. O set misturou hinos como “Breaking the Law”, “Sinner”, “Love Bites” e a novíssima “Crown of Horns”.

Antes de “The Green Manalishi”, Halford fez o público repetir os famosos “Yeah! Yeah! Yeah!”, criando um clima épico.

Glenn Tipton apareceu brevemente no telão durante “Victim of Changes”, e muitos fãs se emocionaram. “Painkiller” fechou com violência sonora.

No bis, “Electric Eye” e “Living After Midnight” garantiram que ninguém saísse com voz.

SETLIST

Panic Attack
You’ve Got Another Thing Comin’
Rapid Fire
Breaking the Law
Riding on the Wind
Love Bites
Devil’s Child
Crown of Horns
Sinner
Turbo Lover
Invincible Shield
Victim of Changes (Glenn Tipton briefly up on screen)
The Green Manalishi (With the Two Prong Crown)
(Fleetwood Mac cover) (Introduced after Rob Halford led the audience in vocal exercises (famous Yeah Yeah Yeah…))
Painkiller
Encore:
The Hellion
Electric Eye
Hell Bent for Leather
Living After Midnight

Scorpions

Celebrando 60 anos de estrada, os alemães mostraram que ainda sabem comandar uma multidão. Após um vídeo de introdução emocionante, entraram com “Gas in the Tank” e “Make It Real”. “The Zoo” teve solos estendidos de Matthias Jabs e Rudolf Schenker que deixaram todos boquiabertos.

O medley de clássicos dos anos 70 (“Top of the Bill”, “Steamrock Fever”, etc.) foi um presente para os fãs das antigas. “Send Me an Angel” e “Wind of Change” trouxeram isqueiros e lanternas para o ar.

Klaus Meine agradeceu diversas vezes ao público com seu português simpático. “Still Loving You” e “Rock You Like a Hurricane” encerrando ao som de  um coro ensurdecedor.

O Monsters of Rock 30 anos não foi apenas um festival.

Foi uma celebração de gerações, de guitarras afiadas, de vozes que ecoam por décadas. De Stratovarius a Scorpions, cada banda trouxe algo único. Saí do Allianz com a certeza de ter presenciado um marco. Se o rock está envelhecendo, está fazendo isso com muito mais dignidade e paixão que qualquer outro estilo.

Nos vemos no próximo!

SETLIST:

Intro (60th anniversary tour video package)
Coming Home (first verse on tape)
Gas in the Tank
Make It Real
The Zoo (extended solos)
Coast to Coast
Top of the Bill / Steamrock Fever / Speedy’s Coming / Catch Your Train
Bad Boys Running Wild
Send Me an Angel
Wind of Change
Loving You Sunday Morning
I’m Leaving You
New Vision
(Bass/Drum jamming and Drum Solo)
Tease Me Please Me
Big City Nights
Still Loving You
Encore:
Blackout
Rock You Like a Hurricane

 
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