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Odin’s Krieger Fest ::: 03/06/18 ::: Tropical Butantã
Postado em 24 de junho de 2018 @ 19:17


Texto : Renata Penteado

Fotos:  Sérgio Scarpelli Photos

Agradecimentos: Erick  Tedesco / Powerline

Odin’s traz o calor das tabernas para noite de inverno em São Paulo

O Odin’s tem acontecido anualmente no Tropical Butantã, sempre trazendo coisas incríveis como vestimentas da era medieval, artefatos de época e Hidromel. E, ah, como venderam hidromel… Como em dezembro de 2017, no andar de cima havia vários stands de comércio de objetos, mas esse ano havia até espadas, com a área bem movimentada, dificultando o caminhar. Outro mimo para os afortunados com ingressos dos camarotes era o open bar, para quem quisesse se fartar de hidromel e ver o show de lá. A casa abriu por volta das 14 horas e as pessoas foram entrando e curtindo toda aquela vibe antes dos sensacionais shows que estavam por vir. Compondo o line-up: Confraria da Costa, Terra Celta, Metsatöll e a tão esperada Faun, duas bandas nacionais e duas européias.

Com a casa enchendo e as pessoas bem animadas, coube à Confraria da Costa dar o pontapé inicial no baile, com sua pegada “pirata”, trazendo alegria e levando os presentes a um mundo por onde se podia viajar através de suas mensagens. Fundado em Curitiba em 2010, o grupo mostrou influências de blues, folkjazz, música cigana e erudita. Suas composições são em português e trazem reflexão cínica e irônica sobre o homem, a sociedade, o alto mar e os meandros da vida e da morte. Dentro dessa temática, seus shows são enérgicos e performáticos e a banda possui três discos lançados: o homônimo Confraria da Costa (2010), Canções de Assassinato (2012) e Motim (2015). Em sua formação: Ivan Halfon (vocalviolãobanjoflauta), Luiz Pantaleoni (contrabaixo, baixo elétricovocal de apoio), Abdul Osiecki (bateriavocal de apoio), Marco Polo (violino), Ânderson de Lima (guitarravocal de apoio) e André Nigro (percussão). Os instrumentos diferentes e o entusiasmo emanado pelo grupo envolviam a todos e é algo melhor experimentado do que resenhado, simplesmente indescritível. Era como estar num convés de navio em uma festa pirata.

Então veio o Terra Celta e o que dizer sobre músicos fantásticos que vieram em seu próprio ônibus para o festival? A banda folk rock formada em Londrina em 2005 faz música irlandesa e celta com letras em português, geralmente humorísticas, e costuma subir ao palco vestida a caráter, ou seja, com trajes celtas típicos. Além de tocar músicas irlandesas, eles também pesquisam sobre o assunto, frequentando shows e festivais de música celta na Europa. E toda esta experiência foi trazida ao show e misturada com música brasileira, gerando um tempero especial e incomparável.

Além de tocar violinogaita de fole e nyckelharpa, Elcio Oliveira é um frontman entusiasmado e conseguiu colocar todos pra dançar, pular e curtir as músicas, cujas letras, aliás, as pessoas sabiam de cor e cantavam bem alto, fato que, somado ao alto volume vindo das caixas de som, dificultava as conversas. Ele iniciou o show dizendo que estavam abrindo os portais sagrados da Terra Celta, onde não havia discórdia. Também fez o ritual de purificação, pedindo para todos se abaixarem a fim de receber a “benção”. Após o ato, todos estavam preparados para a festa, e com Elcio sempre dançando e até arriscando umas reboladas, não havia como ficar triste. Completando o time, Eduardo Brancalion (guitarraviolão e bouzouki), Bruno Guimarães (baixo), Alexandre “Arrigo” Garcia (acordeão), Edgar Nakandakari (banjobandolimclarinete, tin whistlegaita de fole e hurdy gurdy) e Luís Fernando Nascimento Sardo (bateria e percussão).

A seguir, vindos da Estônia e na estrada por mais de vinte anos, finalmente o Metsatöll fincava os pés em solo brasileiro, fazendo uma mescla de folk com trash metal. Com seis discos lançados, eles têm um repertorio bastante variado, mas para esta apresentação, a escolha foi por músicas mais recentes. O mais incrível em festivais como o Odin’s está na aparentemente invisível, porém intensa, troca entre culturas, escancarada quando nos deparamos com grandes diferenças e a beleza de tudo isso. Músicos que para nós são como personagens de filmes sobre vikings ou algo parecido dando um espetáculo com suas vozes fortes, cantando em seu idioma. Seus membros são: Markus Teeäär (vocal e guitarra), Raivo Piirsalu (baixo), Tõnis Noevere (bateria) e Lauri Õunapuu (multi–instrumentista), este já conhecido por roubar a cena através de seu talento, tocando o kannel, talharpa e torupill, uma gaita-de-fole estoniana.

Fechando o evento, a banda mais esperada. Com o palco enfeitado com folhagens, o clima de floresta trouxe mais vida e alegria para o momento tão especial. Ao entrarem, já disseram um “Olá, São Paulo! Como vai?”, com todos os instrumentos suaves ao mesmo tempo, logo na primeira música do Faun. A dança do acasalamento de Neil Mitra (samplista) foi um momento bem divertido para as pessoas e o clima celta definitivamente tomou conta, com todos em comunhão. Vindos de Munique e formados por Fiona Rüggeberg (vocal e multi-instrumentista), Oliver Sa Tyr (vocal e harpa), Rüdiger Maul (baterista e percurssão), Stephan Groth (vocal e multi-instrumentista) e Laura Fella (vocal e multi-instrumentista), o Faun trouxe músicas que formaram uma mistura de emoções, com a fantasia conseguindo superar a realidade, nos transportando e nos fazendo crer que estávamos em um mundo calmo e perfeito, onde as pessoas são boas e o mal inexiste. E foi assim até o fim.

Sobre o evento como um todo, também foi interessante ver que as pessoas interagiam através de posts no Facebook, antes e após o festival, tanto para se encontrarem como para compartilharem vídeos e fotos, trocar experiências e, é claro, pedir por mais. O único senão, por incrível que pareça, é que o serviço oferecido pelo bar ainda tem muito a melhorar, pois não faz sentido esperar quarenta minutos por uma simples porção de batatas fritas. E que venha o próximo Odin’s!

 

Setlists

Confraria da Costa

01) Rússia Reversa

02) És Cadavérico!

03) The Basso

04) À Deriva

05) Oh! Garrafa

06) Balada DosMortos

07) Lagartos

08) Coisas Piores

09) Cia De Canalhas

10) Polka Do Diabo

11) Motim

12) Canções De Assassinato

 

Terra Celta

01) Bella Ciao

02) Glennuigh Hall

03) O Quadrado

04) Velho Bêbado

05) Forró Bretão

06) Gaia

07) Até O Último Gole

08) Piratas E Rum

09) Tortuga

10) Game Of Thrones

11) Tortuga

12) Era Uma Vez

13) Um Outro Lugar

14) Terra Celta

15) Ressaca

 

Matsatöll

01) Külmking

02) Metslase Veri

03) Must Hunt

04) Küü

05) Kivine Maa

06) Vaid Vaprust

07) Saaremaa Vägimees

08) Tõrrede Kõhtudes

09) Roju

10) Merehunt

11) Veelind

12) Kuni Pole Kodus, Olen Kaugel Teel

13) Tuletalgud

14) Vimm

15) Metsaviha 2

16) Lööme Mesti

17) Minu Kodu

 

Faun

01) Andro

02) Wind & Geige

03) Alba

04) Walpurgisnacht

05) Hymne Der Nacht

06) Drehleier Intro

07) Blaue Stunde

08) Odin

09) Pearl

10) Zeitgeist

11) Feuer

12) Iduna

13) Rhiannon

Encore

14) Wenn Wir Uns Wiedersehen

15) Diese Kalte Nacht

 
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