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Odin’s Krieger Fest – Tropical Butantã – 02/12/17
Postado em 30 de dezembro de 2017 @ 18:29


Texto : Renata Penteado e Vagner Mastropaulo

Fotos por: Sérgio Scarpelli Photos

Agradecimentos: Erick Tedesco / Powerline

Gradativamente vamos tendo mais e mais festivais segmentados. Duas semanas após a primeira edição do Dark Dimensions Folk Festival, no Carioca Club dia 19 de novembro, o Odin’s Krieger Fest voltou a rolar no Tropical Butantã, mantendo a veia folk, mas com um quê de música pirata (no bom e original sentido do termo) e quatro bandas nacionais: Eldhrimnir, Lothlöryen, Confraria Da Costa e Terra Celta, além dos escoceses do Alestorm fechando a noite. A parte estranha foi a seqüência de atrasos, já a partir do credenciamento de imprensa, que gerou o famoso efeito cascata e que fez as bandas pisarem no palco, em média, trinta minutos após o horário previamente divulgado.

A atmosfera de diversão já rolava na fila, com algumas pessoas vestidas a caráter socializando e tirando fotos com quem não estava fantasiado. Foi nesse espírito de interação que as portas da casa se abriram às 14:30, com distribuição de um tapa-olho para quem quisesse entrar no clima da festa. Já dentro da casa, havia quem portasse seus copos-chifres para tomar hidromel, vendido pelos próprios fabricantes a dez reais a dose e a cinqüenta a garrafa, na parte do fundo dos camarotes, onde foram montados stands para o comércio de artigos medievais e era possível encontrar de tudo um pouco: roupas, canecas, chifres, acessórios e até toucas de duendes com orelhas.

Meio que passando o som com os fãs já na casa, o Lothlöryen abriu o festival às 15:20, tocando sete músicas em quarenta e cinco minutos. Formado em 2002, o grupo originalmente se chamava Neverland, e o nome atual remete a uma floresta élfica de grande destaque no mundo fictício de Arda, em O Senhor Dos Anéis, de J.R.R. Tolkien. Com Daniel Felipe nos vocais, Leko Soares e Tim Alan nas guitarras, Marcelo Godde no baixo, Léo Godde nos teclados e Marcelo Benelli na bateria, o conjunto de Machado (MG) apresentava figurino variado: Felipe, ao melhor estilo pirata e dando veracidade à proposta do evento, usava bandana, casaco, calças largas e uma inacreditável pochete; Leko vestia camisa social preta; Marcelo escancarava ser fã de Cannibal Corpse; Tim homenageava alguma banda de nome ininteligível, provavelmente norueguesa; Léo usava uma estampa preta e lisa; e Marcelo uma regata. Com um “Boa tarde! Yahoey!”, Felipe fez as saudações e afirmou que este era o último show do conjunto no ano. Com guitarras pesadas e voz grave, …A Journey Begins botou o barco no mar, animando toda a tripulação da casa, seguida de Heretic Chant, durante a qual a bandana de Felipe se foi, embalada pelo peso da música e o balançar de sua cabeleira, e de God Is Many, na prática, as três primeiras do mais recente álbum do grupo de folk metal, Principles Of A Past Tomorrow, de 2015.

Antes de The Bard’s Alliance, o vocalista foi só elogios: “Muito bom ver vocês quebrando tudo. Viemos de Minas Gerais. Às quatro da manhã, já na estrada, e uma das coisas que mais faz valer a pena é ver vocês aí, batendo cabeça”. Recado captado pela pista, que abriu a primeira roda da noite. Quase perto do final da apresentação, o animado tecladista foi pular junto a Felipe em There And Back Again. Quase não tocada ao vivo, Unfinished Fairytale foi a saideira e Leko fez uma revelação bem sacana: “Galera, por favor, hoje é um dia especial. É o último show do Léo com a gente. Ele vai trocar de sexo e está saindo da banda. Então, a última salva de palmas para ele se lembrar do Lothlöryen!”

Às 16:20 e fazendo a janela de atrasos cair de quarenta para trinta minutos, o Eldhrimnir deu as caras em um palco bastante escuro, apenas com iluminação central, e com os seguintes membros: Luan Unelmoija (vocalista e multi-instrumentista), Dênnys Silva (percussão), Rafael Gomes “Ruanitto” (violão) e Francisco Carvalho “Naorek” (violino, bandolim e flauta). O grupo de Santa Isabel (SP) enfrentou sérios problemas técnicos no começo de seu show quando, na real, só se ouviam percussão, violino e o alto vocal de Luan, que surpreendeu ao cantar Blau Wie Das Meer, cover do Mr. Hurley & Die Pulveraffen, em alemão mesmo! Com um som não tão metal, se comparados aos Lothlöryen, e mesmo auto-definidos como folk metal em seu perfil no Facebook, sua pegada era muito mais pirata, a começar pelo título de seu único álbum lançado, Yahoey, em perfeita personificação pirata com o vocal rouco de Luan, trazendo um clima mais que especial para as canções.

Abrindo a temporada de singelas homenagens, o vocalista bradou: “Todo mundo com os dedos do meio ao alto, todos nós, para aqueles que não bebem e que ficaram em casa! Eu quero todos nós, com os dedos ao ar, até o fim desta música:” Andarilho Pinguço, na qual só se ouviu o bandolim em sua metade e o violão em seu final. Então, com todos os instrumentos audíveis, o som do vocal foi engolido. Alheio ao que se escutava na pista, antes de Vamos Festejar, Luan resolveu demonstrar todo seu apreço por sua cidade natal: “Esse som vai para Santa Isabel, cidade do caralho que não serve para porra nenhuma! Esse som, nós fez [sic] lá, e agora vamos mandar ela se foder”, arrancando risadas em massa. Finalizando as honrarias, antes de Terra de Naul, Luan pediu por gritos ao “Deus Raul” (ao menos foi isso que a galera entendeu e passou a gritar de volta).

Já do meio para o final do show, o figura em forma de vocalista foi claro: era a hora de tocar a que todos queriam ouvir, garantindo que abriria a pista ao meio, como Moisés: “Vamos abrir! Essa é a tal da luta de convés. Vamos fazer a maior luta de convés no mundo nessa porra aqui! Até porque quem criou essa porra foi nós [sic] mesmos. Essa música se chama Aliança Pirata! Yahoey!”, com as pessoas se empurrando e dançando ao mesmo tempo. Finalizando o show, Wonderlust King, cover do do Gogol Bordello, contou com a participação especial de Daniel Felipe, vocalista do Lothlöryen, e foi introduzida por um trecho de Mexico, do Alestorm, além de Drunken Sailor, uma sea shanty, traduzida para o português como uma ‘celeuma’, ou seja, um tipo de canção de trabalho, de uso comum e de acompanhamento para execuções repetitivas, como as de marinheiros em navios mercantes. Ao tentar mais uma luta de convés, a banda estourou o tempo e encerrou sua apresentação distribuindo algumas camisetas aos fãs, após nove músicas em quase cinqüenta minutos.

Mantendo o atraso em meia hora, a Confraria da Costa iniciou seu show às 17:40, com À Deriva, escancarando de vez a tônica rock pirata do festival. Com Ivan Halfon (vocais, violão, banjo e flauta), Anderson Lima (guitarra), Luiz Panteleoni (baixo elétrico e contrabaixo), Abdul Osiecki (bateria), Richard Lemberg (violino), Jhonatan Carvalho (sax e trompete) e André Nigro (percussão), o grupo de formado em Curitiba em 2010 tocou dez músicas em curtos quarenta e cinco minutos, deixando gosto de quero mais e tendo que mutilar quatro canções do set que haviam executado na perna curitibana do festival: The Basso, Balada Dos Mortos, Eu Já Esqueci Mais Do Que Um Dia Você Vai Saber e Coisas Piores Acontecem No Mar. Foi curioso observar Ivan referir-se à platéia como ‘tripulação’ e ‘marujos’ e cantar utilizando o microfone consagrado por Elvis Presley e mais recentemente adotado por James Hetfield. O show prosseguiu com a dançante e engraçada Rússia Reversa (trechos como “seus direitos são de esquerda” e “cortina de ferro aberta” são simplesmente geniais) após Ivan se dirigir ao público pela primeira vez: “Tripulação, nós somos a Confraria da Costa! Do caralho, mais uma vez aqui no Odin’s, voltando a Sampa” e em És Cadavérico!, o som já estava perfeitamente equalizado.

E se até então, as linhas vocais de Ivan às vezes sutilmente lembravam as Jimmy London, do Matanza, tocando flauta em Canto Dos Piratas, a semelhança foi com Ian Anderson, até pelo visual. Polka Do Diabo, com apropriadas luzes vermelhas, foi apresentada como “uma música nova que a gente tocou no Odin’s no começo do ano, mas ela ainda não está gravada, então acho que para muita gente ela ainda vai ser inédita. É como se eu estivesse batendo na porta de vocês num domingo de manhã e falando: ‘Vocês têm um minutinho para a palavra do diabo?’. É isso aí, a festa é de Odin, mas esta polka é do diabo”. Então o vocalista tirou sarro com os evil horns: “Podem fazer, Deus não está vendo”. E se antes as associações ao Matanza eram superficiais, como não pensar no conjunto carioca ao ouvir Cia De Canalhas? Possivelmente, a admissão ao Clube Dos Canalhas do Matanza dá um belo desconto para a filial curitibana, e vice-versa. A esta altura, o som estava tão cristalino que fez Ivan admitir: “Beleza! Agora quero agradecer a dois canalhas que estão no som e fazendo muita diferença hoje aqui: o Geladeira e o Aba, com o melhor som que a gente já fez aqui no Odin’s! Está do caralho”. E, durante sua execução, quando você pensa que já viu de tudo em shows de rock/metal, você se surpreende com a pista fazendo um trenzinho (com gente no meio), se divertindo de modo inusitado!

Caminhando para o final do set, o violino deu graça especial a Oh! Garrafa, precedida de um brinde a um fã, que recebeu um CD, e antes de Canções De Assassinato, Ivan garantiu: “Agora cabeças vão rolar”, com a pista sentada (embora não em total adesão), como em um show do Slipknot, e pulando juntos. Para encerrar, Ivan seguiu simpático e sincero: “Valeu, tripulação! Ouso dizer que foi a melhor vez que a gente tocou aqui no Odin’s em São Paulo. Infelizmente, a gente já vai acabar, hoje foi curtinho. Vamos tocar a saideira e depois tem muita coisa boa. Sempre bom tocar em São Paulo, valeu!”. Então a banda fez uma leve menção ao tema de The Godfather antes de iniciar Preparar.. Apontar.. Fogo!!, com um pedido por uma roda “abissal e descomunal”, por parte do vocalista, em seu final: “Vamos abrir a roda com classe, elegância e requinte”, atendido com a maior roda do evento.

Às 19:00, baixando o atraso para apenas vinte minutos, o Terra Celta, assim como o Eldhrimnir, optou por iniciar seu concerto com um cover, tática que novamente caiu feito uma luva, desta vez com Rose Tattoo, do Dropkick Murphys. A partir daí o que se deu foi a surpresa do dia: dada a resistência de alguns fãs de metal a certos estilos de música, quando você iria imaginar que uma banda tocaria um forró num festival e falaria de amor sem ser escorraçada? A atitude do conjunto folk rock de Londrina transbordava positividade em tudo dito pelo vocalista e violinista Elcio Oliveira, também responsável pela gaita de fole e pela nyckelharpa (se você não faz idéia do que se trata, é mais fácil buscar vídeos e imagens na internet para uma melhor visualização). Completando o conjunto, com um verdadeiro arsenal de instrumentos: Alexandre “Arrigo” Garcia (acordeão), Edgar Nakandakari (banjo, bandolim, tin whistle, clarinete, gaita de fole e Hurdy Gurdy), Eduardo Brancalion (guitarra, violão e bouzouki), Bruno Guimarães (baixo) e Luís Fernando Nascimento Sardo (bateria e percussão).

De cara, Elcio deu a senha para a festança: “Bem-vindos a mais uma edição do Odin’s Fest! Vamos pular feito cabritos!”, então convidou a todos para entrar “em uma terra sagrada e mágica, onde não existe raiva, fúria, ira, inveja, rancor ou discussões no Facebook”, prosseguiu falando em “purificação na passagem dos portões”, para concluir com um pedido inovador que “consiste em você mentalizar tudo aquilo que tem, em sua vida, que está pesando, te deixando triste, angustiado, com medo, nervoso, estressado e dando piti! Concentrem-se nisso e o que faremos será nos abaixarmos para levar tudo isso com a gente, para baixo. Porque, quando renascermos, renasceremos com uma fênix  cheia de amor e energia para pular! Então, São Paulo, abaixe-se aí! E mentalizem!”.

Novos elementos foram incorporados em O Porco, com trecho de Cowboy Fora Da Lei, do saudoso e eterno Raulzito, com mais explicações de Elcio, tanto para a música anterior quanto para a seguinte: “Quem já conhece a gente, deve saber da nossa proposta: o amálgama do Terra Celta é a mistura da música celta e folclórica da Escócia, Irlanda, Bretanha e Galícia com a música brasileira. Misturamos a música caipira e agora a gente vai fazer um forró para vocês dançarem. E não é qualquer forró, e sim o que a gente chamou de Forró Bretão, Parte 2, um combinado de algumas canções européias, com uma canção brasileira bastante famosa e que fala de uma determinada feira, composta por um cara que tocava só um pouquinho de acordeão, chamado Sivuca. A gente começa com uma valsa para vocês formarem os casais. Vocês podem dançar em casal, sozinhos, em grupo, o importante é balançar o esqueleto e dançar”. Então Elcio garantiu que Gaia, a seguinte, era sobre “a dissonante relação do ser humano com a natureza. Esta música recebe o mesmo nome da deusa da mitologia grega que representa a mãe natureza e o grande planeta Terra”. Perto de seu final, e ainda sobre o tema, Elcio soltou a mensagem mais profunda e mais bem recebida de todo o festival: “Dizem que devemos deixar um planeta melhor para os nossos filhos e isso é uma grande idiotice! Porque o que devemos mesmo é deixar filhos melhores para o nosso planeta”, devidamente aplaudido.

Até O Último Gole e Música, Piratas & Rum mantiveram o clima de diversão e antes de Tortuga, o carismático vocalista foi cuidadoso o suficiente para agradecer a todos os envolvidos na organização do festival (incluindo os técnicos de som e iluminação), ressaltando que tocavam por amor à cultura e à verdade que existe dentro de cada um, e não por dinheiro, além de explicar: “Tortuga é uma região no Caribe onde Jack Sparrow e seus asseclas se embebedam de rum e cortejam belas donzelas. Geralmente eu peço para as pessoas liberarem o pirata que há dentro delas, mas hoje vocês já vieram com ele preparado, então não se comportem bem durante esta música”, que teve até um trechinho da trilha sonora do filme. Ressaca foi dita como a saideira, porém, ao seu término, o vocalista brincou garantindo que, se todos pedissem por mais uma, eles tocariam, só que tinha de ser algo espontâneo para não parecer manipulado. Sem sair do palco, aos gritos por mais, Elcio tirou sarro: “Já que VOCÊS pediram, nós vamos ter que tocar mais uma”, que seria “uma conclusão de tudo que aconteceu esta noite: Terra Celta tocando Terra Celta”, faixa que vem encerrando os shows da banda e que estará em seu próximo álbum. Após uma hora e cinco minutos de uma divertida apresentação, restou a curiosidade em ouvir ao vivo a engraçadíssima Surdos Nós Vamos Ficar e outras canções que estavam programadas, mas que precisaram ser cortadas em função do adiantado da hora.

Encerrando o festival, o Alestorm começou sua apresentação às 20:40, com decoração simples: seu bandeirão e um pato (sim, um PATO!) amarelo inflável com mais de dois metros de altura centralizado no fundo do palco. Ao som da trilha sonora de Blazing Saddles (Banzé No Oeste, em português), filme dirigido por Mel Brooks em 1974 e cantada por Frank Laine, Máté Bodor (guitarra), Elliot Vernon (teclados e vocais guturais), Gareth Murdock (baixo) e Peter Alcorn (bateria) vieram ao palco, capitaneados por Christopher Bowes (vocais e keytar,  ‘controlador’ em português), que de cara já saudou os fãs pedindo por mãos para cima em Keelhauled, vestindo camiseta com um hilário “I got lost in the Gay Dolphin”, alusão à Gay Dolphin Gift Cove, a autoproclamada “maior loja de souvenirs dos Estados Unidos”, localizada em Myrtle Beach, Carolina do Sul, com 2400 metros quadrados (o resto de seu figurino? Kilt xadrez vermelho, boné e papete!!!).

Após um boa noite oficial, o conjunto formado em 2004 tocou a canção que leva seu próprio nome, do álbum da turnê, No Grave But The Sea, lançado em maio deste ano, com Elliot auxiliando nos vocais mais agressivos. Foi curioso observar que, mesmo com um refrão como “Rum, cerveja, buscas e hidromel, estas são as coisas de que um pirata precisa”, a proporção entre água e cerveja no palco estava equilibrada, mostrando que os escoceses até podem gostar de farra e bebedeira, mas não na hora do show, em atitude super profissional! Dando continuidade ao concerto, Christopher tornou a se dirigir aos fãs: “Boa noite, Brasil! Como vocês estão, meus amigos? Nós somos o Alestorm. Vocês estão prontos para festejar e escutar músicas sobre piratas? Esta será muito legal: Magnetic North”, seguida por Mexico, com seu dançante começo com trilha de video game e toda a banda colaborando com os vocais de apoio, à exceção do baterista. A chamada de The Sunk’n Norwegian foi outro impagável momento: “Amigos do Brasil, quem aqui gosta de beber cerveja? Quem aqui gosta de enfiar pizza no próprio rabo? A próxima música é sobre beber cerveja e enfiar pizza no próprio rabo”.

Um pouco mais rápida do que sua versão de estúdio, Nancy The Tavern Wench viria com uma nova proposta: “Então, São Paulo, e se a gente desacelerasse um pouco? Vocês gostam de músicas lentas? Quem aqui pensa que músicas lentas são uma merda? Fodam-se! Porque vamos tocar uma lenta e todos vão adorar, cantar junto e ficar pelados!”, finalizada com Rumpelkombo e seus três segundos de duração, fazendo inveja às músicas do S.O.D. Então o vocalista perguntou se seu público estava pronto para uma batalha épica: “Amigos, esta é 1741 (The Battle Of Cartagena)”. Hangover trouxe o técnico de som da banda, Joel Peters, no violão, e bexigas de pato na pista, com Christopher perguntando quem havia ficado bêbado na noite passada. Pegleg Potion foi classificada como uma canção sobre “tomar banho de banheira”, fez o vocalista perguntar se havia banheiras no país e foi tocada com todos posicionados ao lado do baterista, à frente do pato gigante, forçando-o para trás, enquanto um roadie empurrava-o de volta. Dando prosseguimento às apresentações hilárias, antes de Bar Ünd Imbiss Christopher perguntou: “Temos alemães aqui hoje? Esta é sobre ir para a Alemanha, beber muita cerveja, comer muita salsicha e matar todo mundo”. Captain Morgan’s Revenge faria outro Moisés surgir no festival, com o vocalista pedindo para que o “Mar Vermelho” na pista, agora com lotação acima da metade da casa, se abrisse, e Shipwrecked seria a última antes do encore.

Voltando ao palco, Drink fez a casa explodir após Christopher apresentar a banda e dizer: “Estão prontos para festejar mais uma vez? Beleza! Vocês todos conhecem a próxima. Quero ver todos vocês enlouquecerem. Vamos beber!”, e o pique foi mantido com o discurso final: “Temos péssimas notícias: infelizmente chegamos ao final do show. Só temos mais uma música e é chegada a hora de vocês saberem como nos sentimos em relação a todos vocês”, antes de o vocalista levantar os dedos médios e começar Fucked With An Anchor, cantada por todos com um mar de dedos médios levantados em reciprocidade à banda. Finalizando, Christopher fez o último pronunciamento fofo da noite: “Obrigado, São Paulo! Fomos o Alestorm. Veremos vocês novamente quando voltarmos ao Brasil. Nesse meio tempo, vamos todos ficar bêbados e transar com garotas bêbadas. Fodam-se”. Após uma hora e vinte minutos de espetáculo, tudo terminou às 22 horas, com a banda se despedindo e tirando o último sarro ao som do tema de abertura de Mr. Blobby, da BBC. Zoeira do começo ao fim!

Atrasos à parte, todas as bandas fizeram o que delas se esperava e os fãs agora aguardam pela próxima edição do festival. Quanto ao Alestorm, mesmo que Christopher não seja um primor de vocalista, ninguém deu a mínima e, embora Máté Bodor tenha mais habilidades do que aparenta, não há nenhum virtuoso na banda. Mas e daí? O que importou foi que a diversão prometida foi entregue. Afinal de contas, o que mais esperar de um conjunto que tirou onda o tempo todo e que posta em sua página oficial no Facebook que: são de Banana Islands, Serra Leoa (embora sejam oficialmente de Perth); tocam DSBM, ou depressive suicidal black metal (e não pirate metal ou folk metal); e são vencedores do Northern Irish Grammys, na categoria ‘melhor nova banda de metal pirata’ de 2013?

 

Setlists

Lothlöryen

01) … A Journey Begins

02) Heretic Chant

03) God Is Many

04) My Mind In Mordor

05) The Bard’s Alliance

06) There And Back Again

07) Unfinished Fairytale

 

Eldhrimnir

01) Blau Wie Das Meer (Mr. Hurley & Die Pulveraffen Cover)

02) Vida De Capitão

03) Andarilho Pinguço

04) Vamos Festejar

05) Terra De Naul

06) Aliança Pirata

07) Longa Estrada

08) Wonderlust King (Gogol Bordello Cover)

09) Drunker Sailor (Sea Shanty)

 

Confraria Da Costa

01) À Deriva

02) Rússia Reversa

03) És Cadavérico!

04) Canto Dos Piratas

05) Polka Do Diabo

06) Motim

07) Cia De Canalhas

08) Oh! Garrafa

09) Canções De Assassinato

10) Preparar.. Apontar.. Fogo!!

 

Terra Celta

01) Rose Tattoo (Dropkick Murphys Cover)

02) Glennuigh Hall

03) O Porco

04) Forró Bretão – Parte 2

05) Gaia

06) Até O Último Gole

07) Música, Piratas & Rum

08) Tortuga

09) Ressaca

10) Terra Celta

 

Alestorm

01) Keelhauled

02) Alestorm

03) Magnetic North

04) Mexico

05) The Sunk’n Norwegian

06) No Grave But The Sea

07) Nancy The Tavern Wench

08) Rumpelkombo

09) 1741 (The Battle Of Cartagena)

10) Hangover [Taio Cruz Cover]

11) Pegleg Potion

12) Bar Ünd Imbiss

13) Captain Morgan’s Revenge

14) Shipwrecked

15) Drink

16) Fucked With An Anchor

Fotos na página oficial do evento por: Sérgio Scarpelli Photos

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.1551827251574086.1073741858.581900048566816&type=3

 
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