ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022
Website by Joao Duarte - J.Duarte Design - www.jduartedesign.com

Orquestra Petrobrás Sinfônica–Guns N’ Roses Sinfônico – Teatro Bradesco – 16/07/22
Postado em 15 de agosto de 2022 @ 00:28


Texto por: Vagner Mastropaulo

Fotos: Renato Mangolin

Você já viu uma orquestra “passar o carro” ao vivo? Deveria assistirà Petrobrás Sinfônica…

 

Agradecimentos a: Ricardo Cândido (Arranjador da Orquestra Petrobrás Sinfônica) e Catharina Rocha (Equipe de Comunicação da Orquestra Petrobrás Sinfônica)

 

Já publicamos, aqui no site, duas resenhas da Orquestra Petrobrás Sinfônica tocando Queen, ambas tendo a biopicBohemianRhapsody como mote, e uma executando o Black Albumdo Metallica na íntegra, somado a umas bonus tracks, e não poderíamos ter ficado de fora doconcerto voltado ao Guns N’ Roses. Inicialmente marcado para 21:00, os quinze minutos de atraso não afetaram a performance com o recinto lotadoem um agradável final de sábado.

Enquanto observávamos os trajes mais informais de seus membros, a vestir camiseta ou blusa preta e calças jeans sem rigidez no controle de cores, o regente Felipe Prazeres fez as honras da casa: “Boa noite, galera! Boa noite para todo mundo! Sejam muito bem-vindos aqui ao Teatro Bradesco! Teatro Bradesco com o carinho que sempre nos recebe. Não é a primeira vez que a gente toca aqui. Fizemos já Michael Jackson aqui, se não me engano, Los Hermanos também. E outro dia foi o Dia do Rock, né? Quando foi?”. E tão logo a platéia cravou o “Treze”, ele já apontou a correção imediata: “Não, não, não, não, não! É HOJE! É hoje aqui em Sampa. O dia é hoje, galera! Cadê o barulho?”.

E retomou: “Encerrando a nossa turnê, que começou lá em Brasília e depois fomos a BH, Vitória e Recife [nota: e Curitiba, fora o Rio de Janeiro em 23/07] e encerrando com chave de ouro porque, sem a menor sombra de dúvida, São Paulo é o lugar mais bacana de se tocar”. Devidamente aplaudido, prosseguiu: “A gente já tocou Queen, Metallica e depois pediram esse show do Guns aqui, que eu me lembro, e a gente está trazendo isso aqui para vocês hoje. Amanhã a gente toca também aqui para os pequenos, o Mundo Bita Sinfônico. Ainda temos ingressos, tragam seus filhos e suas filhas porque é diversão garantida, mas hoje é rock e sempre dou aquele spoiler, né? Do que vai ser nosso show, dessas misturas que a Orquestra Petrobrás Sinfônica faz, sem a menor fronteira em relação ao repertório, mostrando que uma orquestra sinfônica está aberta para qualquer tipo de ritmo e manifestação”.

Surgiram explicações técnicas: “Aí a gente traz, é claro, a família das cordas aqui, né? Com violinos, violas, cellos e baixo; madeiras, metais e a percussão; e, é claro, a alma do rock não pode faltar, que é a bateria do Bruno Gafanhoto. E, é claro, sons elétricos aqui para misturar, o cello elétrico, que dá a pegada da base e também tem solo, como Mateus Ceccato. Vou pedir para ele mostrar um pouquinho o som do violoncelo elétrico. Mostra aí, Mateus”, primeiro na versão limpa, e então: “Agora distorce aí para a gente ver”, emsubstancial ganho de peso, enlouquecendo a massa.

O maestro manteve o clima descontraído: “Vocês acham que só o Guns tem Slash? A gente tem o nosso Slash aqui também, que toca muito, o Ricardo Amado!Mostra esse solo aí, ‘Slash’!”, empolgante! Felipe continuou: “Vou mostrar só mais uma família, a mais extensa da orquestra, a família da percussão, que reúne vários instrumentos diferentes e há dois que vou mostrar aqui para vocês: o primeiro é o vibrafone, que já vai dar um spoiler de uma música que a gente vai tocar e que vocês vão descobrir já, já. Toca aí, Lourenço”, puxando o início de Paradise City.

Em sua última interação inicial, o regente disse o que viria: “E para fechar minha apresentação aqui e a gente começar, de fato, a tocar, mostra o som do tantã, Lourenço”. Feito! “Dito isso, galera, sejam bem-vindos, daqui a pouco volto a falar com vocês e WelcomeTo The Jungle”, curiosamente abrindo a noite, assim como o lado A de Appetite For Destruction (87), primeiro full length do Guns.

Na seqüência, mandarambroncacom covers,Ain’t It Fun(Dead Boys) e Live And Let Die (Paul McCartney And Wings).Então o anfitrião anunciou a próxima: “E aí, galera, vamos animar um pouco? Vamos animar mais? Depois desta agora, uma dúvida: vamos tocar aqueleParadise City, que foi o spoiler do início do show?”,incrivelmente rápida em conclusão apoteótica, enquanto este repórterreparava nas lindas luzes projetadas no teto e nas laterais doteatro, tornando tudo ainda mais belo.               Respirando e com o logo da banda estampado em sua camiseta, que ou era cinza ou um dia foi preta e velha de guerra, o maestrovoltou a se comunicar: “Vou pegar um arzinho aqui, tá? Não quero falar muito, só pegar um arzinho… Vamos tocar uma coisa mais tranqüila agora. Daqui a pouco a gente acelera tudo de novo e aí depois a gente toca outra lenta de novo. Vamos começar com o solo do nosso Ricardo Amado, mais conhecido como ‘Slash Amado’. Vai, Ricardo, sem spoiler porque vocês vão reconhecer na hora esta aqui. Vambora”: Since I Don’tHaveYou, e emendada veio Shadow OfYour Love, certamente a grandesurpresa, originalmente um lado B do single doze polegadas de It’sSoEasy/Mr. Brownstone (87).

O espectador atento já identificara o padrão, pois, quando Felipe se dirigia à platéia, algum clássico estava a caminho: “E agora, de novo! Todo mundo se lembrando daquela época, né? Faz tempo já… Para vocês, não sei. Tudo bem! Tem muita música que o pessoal também não sabe a letra, mas preciso que vocês cantem alguma coisa. Vamos tocar uma agora que vocês vão reconhecer, é lenta e dá tempo. Patience, bora? Vamos ver qual instrumento aqui vai fazer o assovio do Axl Rose. Vamos lá!”.Com novos aplausos a“Slash Amado” em seu final, ela coincidentemente durou apenas um segundo além do que em Lies (88) – tais marcações estão indicadas logo abaixo!

E chegara a hora de dar os devidos créditos: “Sempre lembrando os nossos arranjadores, né? Partiu da cabeça deles todo esse trabalho que foi feito com a banda, mas transferir isso para uma orquestra sinfônica e distribuir entre os instrumentos, são eles: Itamar Assiere, Jessé Sadoc, Gilson Santos e o último, que toca aqui com a gente, é o Ricardo Cândido, uma salva de palmas para ele!”. Com os talentos devidamente reconhecidos, a festareacelerou: “Bora animar? Tá bom, né? Vamos tocar outra rápida agora: YouCould Be Mine. Vamos lá!”, o momento em que o citado Bruno Gafanhoto mais sentou a mão na bateria!

Último cover resgatado, este de The Rolling Stones e integrando a trilha sonora de Entrevista Com O Vampiro (94),Sympathy For TheDevil veio colada, antes de nova intervenção do homem a empunhar a batuta: “É a Petrobrás Sinfônica, galera! Quebrando tudo aqui em São Paulo! Mas está faltando uma música… Qual música está faltando, hein? O quê? Fazendinha? Não, Fazendinha é amanhã! SweetChild O’ Mine?”, imediatamente puxada por Ricardo Amado e cantada pelos presentes,com todosbatendo palmas de pé no fim!

A mais longa do set fecharia sua parte pré-bis: “E aí, galera? Vamos tocar mais uma? Essa dá para cantar, vamos lá? NovemberRain, bora?”, a passar voando lindamente rearranjada, porém aqui cabe elogios à fonte: Axl já fizera um excelente trabalho, apenas deixando quicando na frente do gol. Possível ponto alto! O jogo estava ganho, o que viesse seria lucro e o barulho era tamanho que mal se escutavao regente:

“Faz barulho! Querem ouvir mais uma? Mas vai ter que ser uma que a gente já tocou, é um problema? Pode ser…? Vamos tocar uma que a gente já tocou, mas quero animação agora, hein? Porque a gente tocou lá no início essa aqui. Vamos lá? Paradise?Bora, de novo?”. Todos já assistiam de pé e, ao seu término, foi a primeira vez que este escriba testemunhou auto-votos tão sinceros: “Muita luz, muita saúde, muita música e muita arte! Porque a gente merece! Vamos lá, galera!”.

Pensa que acabou? “Bora mais uma? SweetChild? Todo mundo em pé, não senta não!”. Um arregaço e bem mais cantada!Sob calorosaovação em gritosde despedida, Felipe era só alegria: “Obrigado! Vai! Obrigado! Valeu, galera! Viva São Paulo! Show de bola! Obrigado!”. Espetáculo encerrado às 22:40, cravando uma hora e vinte e cinco minutos transcorridos num piscar de olhos!

Das onze no repertório, quatro foram covers e o álbum mais contemplado foi o mencionado Appetite For Destruction (87), deixando de lado apenas o controverso ChineseDemocracy (08). Agora é esperar para ver o que a Orquestra Petrobrás Sinfônica vai aprontar no futuro e conferir qual banda será a escolhida para eles detonarem novamente!Como diz seu condutor, “Bora”?

 

“Setlist” (entre parênteses, o nome do respectivo arranjador)

01) Welcome To The Jungle – 4’19” (JesséSadoc)

02) Ain’t It Fun [Dead Boys Cover] – 5’10” (ItamarAssiere)

03) Live And Let Die [Paul McCartney And Wings Cover] – 3’02” (Ricardo Cândido)

04) Paradise City – 6’03” (Ricardo Cândido)

05) Since I Don’t Have You [The Skyliners Cover] – 4’48” (Gilson Santos)

06) Shadow Of Your Love – 2’48” (Gilson Santos)

07) Patience – 5’57” (Gilson Santos)

08) You Could Be Mine – 5’06” (Ricardo Cândido)

09) Sympathy For The Devil [The Rolling Stones Cover] – 7’30” (ItamarAssiere)

10) Sweet Child O’ Mine – 5’32” (JesséSadoc)

11)NovemberRain – 9’02” (Ricardo Cândido)

Bis

12) Paradise City – 5’58” (Ricardo Cândido)

13)Sweet Child O’ Mine – 5’26” (JesséSadoc

 
ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022