ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022
Website by Joao Duarte - J.Duarte Design - www.jduartedesign.com

Orquestra Petrobrás Sinfônica – Queen –Bohemian Rhapsody– Espaço Das Américas– 30/01/20
Postado em 16 de fevereiro de 2020 @ 23:58


Por: Vagner Mastropaulo

Desculpa para tocar Queen é desculpa para escrever sobre Queen!

 Segundo o poeta maranhense Ferreira Gullar, falecido em dezembro/16, “A arte existe porque a vida não basta”. Em tempos tão soturnos, com a difícil situação no país, nos resta resistir e nada melhor do que beber direto na fonte da primeira arte, a música, ainda mais quando combinam seu formato clássico ao rock!Em 29/06 do ano passado, tivemos a oportunidade de ouvir e assistir à Orquestra Petrobrás Sinfônica fazer não somente uma apresentação no estádio do Palmeiras, mas duas, tocando Queen no sábado e Metallica no dia seguinte, ambas no formato Hall, com o palco montado no gol norte e fechando um fim de semana de uso da estrutura com performances de Jorge Aragão e Fundo de Quintal, na quinta-feira, e o Encontro Marcado de 14 Bis e Sá &Guarabyra,na sexta. Sete meses depois, o espetáculo retornou à cidade, mas em local fechado e com melhor acústica, o Espaço das Américas, e esta não foi a única alteração, pois: os lugares agora eram marcados; não se utilizou o telão no fundo do palco (com o cartaz do filme), apenas os laterais; retirou-se o intervalo que dividia o concerto em dois atos; e até o perfil dos presentes era outro, mais compenetrado e homogêneo desta feita, com mais casais e menos idosos e crianças, possivelmente devido ao fato de ser um meio de semana.

Outra mudança residiu no que foi tocado ao fundo até que a orquestra viesse ao palco: saíram clássicos originais do rock e vieramoito interessantíssimas versões jazzy / vintage(listadas no final do texto) que ouvimos a partir do acesso ao recinto às 20:00,entrecortadas por anúncios de futuros shows. Passado o controle de entrada, mais duas novidades: a chance de tirar uma foto frente ao banner com o pôster de BohemianRhapsody e, chamando muitomais atenção, um piano tocando sozinho, como emPica Pau, OMarujo Intrépido (ShipA’Hoy Woody, de agosto/69, disponível no YouTube). Por ali passando em três momentos, ouvimos SweetChildO’Mine, Hotel California e o tema de O Fantasma Da Ópera (seria ele ao piano?). Outro ineditismo foi a patrocinadora daorquestra divulgar setetrabalhos por ela gravados com quatro títulos cada (também listados abaixo)em displays montados perto do bistrô, com orientadoras. Já o ‘set do Queen’manteve a ordem das quinze faixas (com trocas no bis devido a novos pedidos). Só não há como cravar que a quantidade de trinta e um músicos no Allianz Parque tenha sido a mesma (o release do evento totalizava quarenta e seis pessoas), uma vez que em junho ficamos bem colados a eles, com ingresso pago do bolso, e agora respeitamos a áreadestinada à imprensa, com perda visual de detalhes, mas significativo ganho na observação do público e melhora sonora.

Por fim, cronometramos os arranjosde novo,por curiosidade e pela precisão no dever de resenhar e, antes de entrarmos na parte musical em si, permaneceu o dresscode: calçados confortáveis, jeans e camisas ou blusas pretas, exceto pelo regente, Felipe Prazeres, de gravata epaletó preto, assim abrindo os trabalhos quase às 21:20, vinte minutos após a previsão oficial: “Boa noite a todos! Que bom que todo mundo chegou, com essachuva aí que veio, né? No Rio também choveu bastante, mas a gente chegou, graças a Deus está todo mundo aqui para curtir esse show-concerto, essa mistura dos dois estilos, e a gente está super feliz de tocar neste espaço, o Espaço das Américas. A Orquestra Petrobrás Sinfônica esteve aqui no ano passado tocando com o Nando Reis e foi um sucesso também. E que espaço bonito, né? Para tocar, mostrar música e uma orquestra sinfônica e que bom ver tanta gente aqui para ver uma. Vocês obviamente sabem o que vamos tocar, a trilha sonora do filme BohemianRhapsody, na verdade uma desculpa para tocar Queen, para tocar os sucessos do Queen.E nesse filme realmente tem tudo que há de melhor na história dessa banda, que fez parte da minha vida e de outras gerações, e faz parte até hoje,da dessa molecada também, que se amarra em ouvir porque é muito bom”.

Prosseguindo, destacou a missão: “Um dos objetivos desta orquestra, com este repertório, é aproximar a orquestra sinfônica e mostrar que existem inúmeras possibilidades de fazer tanto Queen quanto Metallica, que a gente já feztambém, ou Thriller, do Michael Jackson, que a gente já tocou, e obviamente tocar músicas de concerto, como Beethoven, Tchaikovski, Mahler… Beethoven faz 250 anosem 2020, vamos tocá-lo bastante e tenho certeza que o público de São Paulo também vai ouvir muito o grande mestre. Mas hoje é dedicado ao Queen e queria mostrar um pouquinho a vocês rapidamentecomo é que foi feito isso aqui, como os arranjadores distribuíram boa parte da obra do Queen. A gente vê aqui: o naipe de cordas, com violinos, violas, violoncelos e contrabaixos; o naipe de madeiras, representado pela flauta, oboé, clarineta e fagote; os metais logo atrás, com trompa, trompete, trombone e tuba; e a percussão, com tímpano, bateria e percussão. Porém a gente também traz elementos de uma banda de rock, para incorporá-los à orquestra. Temos nosso aniversariante de hoje e queria pedir uma salva de palmas ao nosso baterista. Parabéns, Gafanhoto, vai comemorar em grande estilo”, como este escriba, a celebrar ‘menos’ um ano de vida na data do show.

Mais explicações vieram: “Há dois instrumentos elétricos aqui também. Temos váriosviolinos acústicos, mas um é elétrico, o do Ricardo Amado. Mostra aí Ricardo”, que o fez soar como uma guitarra ao executar trecho de BohemianRhapsody. Felipe continuou: “E um violoncelo elétrico também, do Mateus Ceccato. Parece um negócio comprido assim, mas faz a maior sonzeira. Toca aí, Mateus, sem distorção e depois com distorção, para a gente ouvir”. Até que chegou a hora de destacar os ‘vocais’: “Como Freddie Mercury não está aqui, a voz dele vai passar por estes instrumentos, o violino elétrico e o cello elétrico, por vários naipes da orquestra, mas em especial, nas músicas que vamos tocar, passará pelo oboé e pela clarineta, dois instrumentos que ficam lado a lado e são bem parecidos, e o legal numa orquestra sinfônica é a gente ficar cada vez mais atento. Francisco, dá uma palhinha do oboé, por favor”, pedido atendido por José Francisco Gonçalves, que emulou o vocalistaemLove OfMy Life. O condutor retomou: “E ao lado dele, a clarineta do Cristiano Alves”, em amostra de Crazy Little ThingCalled Love.

Antes de arrematar, o regente fez inusitada propaganda: “Isso que é legal galera, essa diversidade e as possibilidades desta orquestra, que vai tocar Balão Mágico neste sábado às 11:00 no Teatro Opus. Hoje vamos tocar Queen, já tocamos Metallica, vamos tocar Beethoven, a gente toca de tudo! Então fiquem agora com BohemianRhapsody! Vocês podem filmar e fotografar. Queria agradecer mais uma vez à Petrobrás porque são trinta e dois anos conosco. E a gente espera sinceramente que vocês saiam daqui ainda melhores do que vieram, tá? Agora eu não interrompo mais e, quando chegar We Are The Champions, a gente está perto do fim. Eu vi que alguns aqui começaram a cantarLove OfMy Life e em alguns momentos eu vou virar para vocês, que serão naipe de percussão e coro. Então, por favor, não se acanhem. Normalmente é assim: a gente começa a tocar e fica todo mundo meio acanhado, meio em silêncio. Daqui a pouco está todo mundo se esgoelando aqui. Não sei se vai ser assim aqui hoje, a gente espera que sim. Então, com vocês, a Orquestra Petrobrás Sinfônica e BohemianRhapsody. Valeu, galera! Vambora”.

Enquanto todos ainda se ambientavamAnotherOneBites The Dust puxou a fila de hits, seguida pela portentosa NowI’mHere, concluída com a originalidade de um solo de bateria. Em Don’t Stop Me Now, tímidos burburinhos começavam a brotar na platéia, incomparáveisa quando Felipe Prazeres cumpriu a promessa e se viroupedindo as tradicionais palmasemRadio Ga Ga. A participação coletiva permaneceu em UnderPressure, com o público marcando o ritmo em mais aplausos no início, até a alegre KeepYourselfAlive remeter a tempos distantes se comparados aoposterior estrelato do Queen. Na Classic Rock268, de novembro/19, Henry Yates cita a gravaçãoda demo que incluía a canção,o primeiro single do quarteto: “Um golpe de sorte. Eles foram contratados pelo estúdio De Lane Lea para testar suas instalações à prova de som e foram pagos com horas de estúdio que resultaram na demo”. E mesmo para a gravação de Queen (1973),com a faixa abrindo o lado A, a realidade não melhorara, segundo Brian May na mesma matéria: “Recebíamos uma ligação confirmando que Bowie ou alguém tinha terminado mais cedo, então conseguíamos uma brecha entre três e sete da manhã, quando vinha o pessoal da limpeza”.O jornalista ainda destacou críticas pesadas da revista NME, classificando o play como “um balde de urina velha” e revelando que a inspiração do cantor para o débutfulllengthfora a revista Harpers& Queen, voltada à alta sociedade britânica.

Já perto do meio do set, a tocante Who WantsTo Live Forever foi deixada para um momento tão sensível quanto o de sua utilização em BohemianRhapsody e o da abertura da segunda parte do belíssimoA Melhor Juventude (2003) – La MeglioGioventù, no original em italiano – filme dirigido por Marco TullioGiordana,com sessões Espaço Itaú Frei Canecaem cópias restauradas e dividido devido à sua extensão superior a seis horas. Os mais puristas não ignorarão a inclusão da faixa na trilha de Highlander (1986), ou o fato de ela ser a quinta música mais tocada em funerais no Reino Unido… Mudando o tom,Crazy Little ThingCalled Love soou um pouco mais acelerada do que em estúdio, manteve a sutil pegadarockabilly, foi sonoramente aplaudida e nela pudemos observar o ‘pessoal do fundão’ filmando-a e curtindo-a de pé.

Mais longa do set, por motivos óbviosBohemianRhapsody foi um show à parte, começou com vocais sussurrados até se encorparem e foi bem engraçado ver alguns gatos pingados se levantarem em reação à sua partemais ‘pesada’, imediatamente após “Beelzebubhas a devilputaside for me, for me, for me!”. Um mais exaltado chegou a banguear a cabeça e fazer os chifrinhos do metal! Sobre a composição mais icônica do grupo, uma parceria entre a citadaClassic Rock e o site LouderSoundorganizou uma enquete levando em conta as 189 músicas do Queen e, após tabulação dos quase cinqüenta mil votos, listaram as cinqüenta primeiras. A número 1?BohemianRhapsody, sem surpresas… ‘ao vivo’, ela também foi campeã de audiência, indubitavelmente a mais aplaudida da noite (o ranking encontra-se em: https://www.loudersound.com/features/the-50-best-queen-songs-of-all-time).

I WantTo Break Free cumpriu seu papel de trazer leveza à atmosfera e Love OfMy Life, que já nasceu com potencial para a orquestração em A Night At The Opera (1975), foi tão aplaudida que fez os músicos se erguerem em retribuição à ovação.The Show Must Go On tornou a deixar o clima mais denso e o empenho proveniente do palco foi reconhecido.SomebodyTo Love foi o contraponto da seriedade anterior e We Will Rock You teve participação generalizada com palmas e fortes ‘pisões’ nos tablados. Sobre este autêntico hino, o mais curto da noite, vale a pena resgatar seu registro ‘acelerado’ gravado em 1977 e que integra a edição deluxe de On Air (2016), com seis CDs, três dos quais com entrevistas. A versão rápida está no segundo deles, The BBC Sessions, logo após a ‘normal’, e o terceiro CD traz uma pérola para nós, brasileiros: a intro e sete músicas do show dos ingleses no Morumbi em 20/03/81. Ironicamente, no exato momento em que esta parte dotexto era redigida, quis o destino que a gravação emNews Of The World (1977) ecoasse no Estádio da Luz enquanto os capitães de Benfica e Famalicão tiravam o cara e coroa,antes da partida de ida da semifinal da Taça de Portugal!??!?! Pode isso, Freddie? Como havia sinalizado o regente, concluindo o repertório fizeram We Are The Champions, com o“…ofthe world” derradeiro cantado em alto e bom som pela galera.

Para o bis, como tudo era festa, cometemos a deselegância da aproximação do palco, apenas pelo dever jornalístico de melhor detalhar qual camiseta o regente exibia por baixo de sua camisa azul clara, e constatamos não ser a capa de Queen II (1974), trajada no estádio do Palmeiras, e sim um modelo com o brasão que ilustra Greatest Hits II (1991). Ele até tentou ir embora, deixando o palco após um: “Valeu, galera! Vamos embora, já deu!”, mas é claro que ninguém arredou o pé. Retornando, recuperou a brincadeira: “E aí, galera? Acabou! Vamos jantar, tomar um chopp… vocês querem ouvir mais? Mas tem que ser algo que a gente já tocou. Vamos tocar o tema, agora para cantar mesmo, com a galera toda aqui. Vambora, vamos repetir BohemianRhapsody”, que nunca é demais, não sem antes ele amarrar seu cadarço. E não é que o povo resolveu cantar mesmo? Tanto que arrancou um beijo de Felipe antes do verso final “Anywaythewindblows”. E o leilão foi reiniciado: “O que vocês querem ouvir? Love OfMy Life? Não vamos tocar porque essa é outra mais lenta. Uma mais rápida! Superfantástico? Não, Balão Mágico é depois. Radio Ga Ga? Não ouvi muita adesão… UnderPressure? Vambora!”

As tratativas finais também foram divertidas: “A saideira? Vamos tocar a saideira. E agora, qual será? Como é que é? Enter Sandman? Metallica? Não! Não está aqui na partitura… Enter Sandman? Que é isso… Unforgiven? I WantTo Break Free? Boa, vamos tocá-la. Vambora”,bem cantada. Então vieram os agradecimentos finais cravando quase noventa e cinco minutos de apresentação: “Valeu, galera, obrigado! São Paulo é o melhor público! O melhor público é São Paulo! O melhor, vocês são muito legais. Valeu, tchau! Obrigado!”. E já que tudo não passou de uma mera desculpa para tocar Queen, seria demais sonhar com uma segunda parte e esperar por arranjos inéditos assinados por Itamar Assiere e Alexandre Caldi? Seria uma ótima escusa para pesquisar, ler e escrever mais sobre a banda. Por fim, se em outra máxima de Ferreira Gullar, “Os mortos vêem o mundo pelos olhos dos vivos”, vivos seguemFreddie e o Queen, ao vivo pela arte da Orquestra Petrobrás Sinfônica e nossos ouvidos.

 

“Setlist”

21:18 até 22:33

01) AnotherOneBites The Dust – 3’26” [3’32” em The Game (1980)]

02) NowI’mHere – 4’06” [4’10” em Sheer Heart Attack (1974)]

03) Don’t Stop Me Now – 4’03 [3’28” em Jazz (1978)]

04) Radio Ga Ga – 3’29” [5’41” em The Works (1984)]

05) UnderPressure – 3’50” [3’55” em Hot Space (1982)]

06) KeepYourselfAlive – 3’31” [3’46” em Queen (1973)]

07) Who WantsTo Live Forever – 5’53” [4’53” em A KindOf Magic (1986)]

08) Crazy Little ThingCalled Love – 2’42” [2’41” em The Game (1980)]

09) BohemianRhapsody – 6’19” [5’52” em A Night At The Opera (1975)]

10) I WantTo Break Free – 4’00” [3’18” em The Works (1984)]

11) Love OfMy Life – 4’53” [3’35” em A Night At The Opera (1975) / 4’58” em Live Killers (1979)]

12) The Show Must Go On – 4’32” [4’31” em Innuendo (1991)]

13) SomebodyTo Love – 5’17” [4’54” em A Day At The Races (1976)]

14) We Will Rock You – 2’03” [2’01” em News Of The World (1977)]

15) We Are The Champions – 3’20” [3’00” em News Of The World (1977)]

Bis – 22:34 até 22:52

16) BohemianRhapsody – 6’16” [5’52” em A Night At The Opera (1975)]

17) UnderPressure – 3’39” [3’55” em Hot Space (1982)]

18) I WantTo Break Free – 4’00” [3’18” em The Works (1984)]

 

Playlistjazzy/ vintageda espera:

Don’tYouForgetAbout Me – Stella Starlight Trio [SimpleMinds Cover]

PurpleRain – Urselle [Prince Cover]

SweetDreams (Are MadeOfThis) – 48th St. Collective [Eurythmics Cover]

Holding Back The Years – The CooltraneQuartet [SimplyRed Cover]

Tainted Love – Stella Starlight Trio [Gloria Jones Cover]

TakeOn Me – Eve St. Jones [A-Ha Cover]

Material Girl – Cassandra Beck [Madonna Cover]

EveryBreathYouTake – Karen Souza [The Police Cover]

 

Pesquisando sobre os artistas, outros nomes surgiram por ‘aproximação’, com mais covers do rock clássico, e talvez valham a audição: Jamie Lancaster, Michelle Simonal, Sarah Menescal, Jazzystics, Anakelly, Ituana, Dual Sessions, George White Group e Dinah Eastwood

 

Displays interativos com outros trabalhos da Orquestra Petrobrás Sinfônica

01) Arca Sinfônica (2015) – A Casa; O Leão; O Pato; O Ar (O Vento) – todas de A Arca De Noé, de Vinícius De Moraes

02) O Clássico É Rock (2016) – Flores (Titãs); Me Adora (Pitty); Relentless Game (FarFrom Alaska + Scalene); Vida Passageira (Ira!)

03) O Clássico É Pop (2016) – Coração Radiante (Grupo Revelação); De Janeiro A Janeiro (Roberta Campos); Na Sua Estante (Pitty); Rindo À Toa (Falamansa)

04) Ventura Sinfônico (2017) – Samba A Dois; Último Romance; Cara Estranho; Deixa O Verão – todas do Los Hermanos’

05) O Clássico É Samba (2017) – Coração Leviano (Paulinho Da Viola); Futuro Prometido (Sorriso Maroto); Grades Do Coração (Grupo Revelação); Meu Lugar (Arlindo Cruz)

06) O Clássico É Reggae (2017) – Andei Só (Natiruts); Minha Felicidade (Roberta Campos); Onde Você Mora? (Cidade Negra); Segue O Baile (BRAZA)

07) Tributo A Cartola (2018) – Alvorada; As Rosas Não Falam; Que Sejas Bem Feliz; O Mundo É Um Moinho – todas de Cartola

 
ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022