Texto: Simone Barbosa
Fotos: Flavio Santiago
Peter Hook and The Light fizeram uma apresentação inesquecível na Áudio Club em São Paulo em plena terça-feira, com ingressos esgotados. A banda trouxe uma dose dupla de nostalgia ao tocar na íntegra os álbuns Substance do New Order e Substance do Joy Division, dois marcos na história da música alternativa.
A ultima apresentação de Hook foi em 2016 na mesma Áudio , portanto era certeza que o publico repetiria a dose e lotaria mais uma vez .
A atmosfera da noite foi de pura nostalgia e celebração. A banda entregou performances poderosas e fieis às gravações originais, com Hook trazendo a mesma energia que marcou suas performances nos anos 80. O público, composto em sua maioria por fãs de longa data, reagiu com entusiasmo, cantando junto a cada faixa icônica.
Hook veio acompanhado por sua nova banda o The Light que é composto por por David Potts (guitarra), Paul Kehoe (bateria), Martin Rebelski (teclados) e Paul Duffy (baixo),
A primeira parte do show foi dedicada ao álbum do New Order, onde clássicos como “Blue Monday,” “Bizarre Love Triangle,” e “True Faith” ressoaram pelo clube. As linhas de baixo inconfundíveis de Peter Hook, combinadas com os sintetizadores e a bateria eletrônica, trouxeram de volta a sonoridade única que o New Order popularizou, de quebra os fãs puderam conferir o hit do Monaco “What do you Want from Me?”
Após a execução do set de New Order a banda se retira do palco e após 15 minutos retornam para a execução do set dedicado ao Joy Division e nesta segunda parte, foi a vez do Substance do Joy Division, onde músicas como “Love Will Tear Us Apart,” “Transmission,” e “She’s Lost Control” fizeram o público vibrar. A emoção estava evidente tanto na banda quanto nos presentes, com Hook demonstrando sua profunda conexão com essas canções, que ainda carregam o peso do legado de Ian Curtis.
O lado dos samples e batidas é substituido por instrumentos e com um som mais orgânico Hook arrebatou de vez ao publico na Audio, destaco aqui ” Warsaw e Atmosphere também como momentos chave dessa segunda parte do show.
A produção do show foi impecável, mas admito que em alguns momentos o vocal de Peter Hook estava um pouco mais baixo ou sem alcance mas nada que comprometesse a apresentação que capturou perfeitamente a essência dos anos 80, transportando todos de volta a uma época em que essas músicas moldaram a cultura musical.
Em resumo, o show foi uma celebração brilhante de dois dos álbuns mais influentes do pós-punk, e uma demonstração do impacto duradouro que Peter Hook e suas bandas tiveram na música.
Uma noite memorável para todos que tiveram a sorte de garantir um ingresso e como Hook disse recentemente em uma entrevista “Toda vez que eu toco Joy Division para você ou em qualquer canto, eu sempre lembro daquelas palavras que Ian [Curtis] costumava me dizer: ‘nós vamos tocar em todo lugar e eles vão nos amar’.”
E nós amamos!!!
Até um breve retorno…