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Projeto Finally Home – Acústico Shaman Immortal/Origins – Blue Note– 31/10/23
Postado em 19 de novembro de 2023 @ 16:01


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Belmílson Santos

Bianchi, Quesada, Mancini e Di Sarno desnudam o saboroso lado B do Shaman

Quando se pensa em “Shaman”, a associação imediata é à santíssima “quadrindade”: André Matos, LuisMariutti, Hugo Mariutti e Ricardo Confessori. Após o falecimento do Maestro do Rock, há até que estabeleça relação diretaa Alírio Netto e a parte estranha do processo é que poucos se recordamque, dos quatro músicos, apenas o baterista permaneceu no line-up em dois discos que sucederamReason (05). Em Immortal (07) e Origins (10), completavam a formação: Thiago Bianchi (vocal), Leo Mancini (guitarra), Fernando Quesada (baixo) e Júnior Carelli (teclados) e a única substituição entre eles ao vivo foi Fabrizio Di Sarno no lugar do último. Adiantando, na apresentação em si, Quesada largou as quatro cordas e deu uma mãozinha (ambas, na verdade) a Leo nos violões.

Com os prestadores de serviço maquiados a caráterna noite de Halloween, o setlist não teve nada de travessuras, só “gostosuras” acústicas. Ecomo “Jesus” é a figura mais gente fina do metal nacional, sua participação divina/especial estava garantida no evento, conforme previamente divulgado, ea proposta era: “Após 15 anos, ex-integrantes da banda Shaman se reúnem para comemorar e relembrar a época dos álbuns Immortal e Origins com um show acústico em apresentação única que vai ficar para a história”, de acordo o postagem no site da TRM [https://trmpress.com.br/site/finally-home-anuncia-participacao-de-luis-mariutti-e-cica-moreira-em-show-no-blue-note-em-sao-paulo-nesta-terca-feira-31], que cravava oito do total de vinte composições dos plays. O ponto era: quais? E onde os demais convidados se encaixariam?

Programado para as 20:00, quem freqüenta o Blue Note já sabia: este é o horário em que se apagam as luzes e brotam anúncios no telão. Pois bem, o protocolo rolou dez minutos depois e música mesmo, somenteàs 20:18, ao som de Renovatti como intro. Velas ao piano contribuíam para reforçar a atmosfera, Finally Homesequer começara direito eQuesada deixou o clima leve ao fazer as honras: “Olha, eu sei que falaram para não fazer barulho, mas a gente quer agora muito barulho! Sejam bem-vindos!”. Sem se conter, Bianchi berrou um “Metal, porra!” e esbanjoubom humor ao concluí-la: “Vamos deixar os jazzistas desesperados! Vem comigo!”.

Immortal foi primorosamente arranjada, ainda mais com a ajuda coletiva nas palmas e Thiago finalmente se alongou: “Blue Note… Nunca imaginei falar isso ao fim de uma música: ‘Blue Note!’. A gente trouxe o barulho, os gritos e toda a atmosfera do metal a esta casa incrível. Fomos recebidos de braços abertos e como é bom estar em casa. Só amigos, estórias e minha mãe”. Enquanto pequenos ajustes eram feitos, ele retomou: “A gente fez um clima emocionante agora aqui, meio denso e tal. Vamos fazer o contrário: libélulas loucas voando por aí: The YellowBrick Road”, em versão um tanto enxugada.

Com liberdade, Fernando contextualizou a noite e soltou um spoiler: “Boa noite a todo mundo. A gente está aqui com nosso projeto Finally Home, comemoração de quinze anos de Immortal e Origins, dois álbuns da banda Shaman que a gente fez junto. É um baita prazer estar aqui, a gente tem tanta estória. A gente foi a uns vinte e cinco, trinta países rodando juntos, foi uma vida, né? Dez anos rodando juntos. E queria agradecer pela presença ilustre hoje aqui também de LuisMariutti, fundador do Shaman”. Ao detonarem na complexa Ego, Pt. 2, o vocalista chegou a ser aplaudido com ela em execução e evidentemente no final! Leo brincou quanto aos agudos: “Thiago voltando a ser o apito para cachorro. Para deixar o cachorro puto!”. E como coração de mãe não se agüenta, jamais erra e o ambiente estava super descontraído, Dona Maria Odette Bianchi gritou: “É o melhor!”.

Primeiro de dois covers consecutivose sem Fabrizio, emSilentLucidity, o produtor e diretor executivo Alex Batista assumiu a“percussão” e Leo se encarregoudos graves famosos na voz de Geoff Tate. Sai Queensrÿche e entra Queen com The Show Must GoOn, comQuesada no vocal e, ao violão, Alê Costa, fundador da Cacau Show, auxiliando Leo – e vale lembrar que a faixa é familiar ao guitarrista, uma vez que ele se ocupa das seis cordas noconjunto de Jeff Scott Soto quando ele vem ao país e ocasionalmente faz apresentações com clássicos de Freddie Mercury e companhia.

Chamar de “solo” o lindo interlúdio criadopor Fabrizio é quase uma ofensa, porém, na falta de um termo preciso, foi como ele preparou terrenopara a próxima,deste modo retratada por Thiago: “Essa música é de nosso tempo na banda que nos alçou à cena metálica brasileira e mundial chamada Karma. Essa música se chama I’mYours”, do álbum LeaveNow!!! (06) e só com a dupla no palco. Marcando a volta do quarteto, In The Dark contou com LuisMariutti, foi a única com baixo tocada e seria chover no molhado tentar explicar o quanto ele foi reverenciado. É melhor deixá-lo dar o recado:

“Valeu, muito obrigado aí! É um prazer a gente estar fazendo esta união aqui, eu como a pessoa que deu o nome de ‘Shaman’ à banda e, depois de tantos anos, a gente teve tantos percalços, tantas estórias acontecendo com esse nome. E acho que nada é mais legal do que a gente mostrar essa união, mostrar que o Shaman sempre foi um Shaman só. A gente está aqui hoje para mostrar isso para todo mundo, que essa união prevaleça e o metal brasileiro seja cada vez mais forte. Valeu! Obrigado!”.

Em S.S.D. (Signed, Sealed And Delivered), surgiua convidada definitiva:Ciça Moreira. Ainda adolescente, sobraram-lhe competência e personalidade: “Boa noite, Blue Note! Que responsa, hein, gente? É uma honra, de verdade, para mim. Nunca imaginei que, com dezessete anos, estaria aqui dividindo o palco. Muito obrigada, é uma honra, gente! Vocês são foda, uma inspiração para minha carreira. Muito obrigada!”. Bastou um grave, o jogo estava ganho… Grata surpresa!

Caminhando para o fim, fizeram One Life e a saideira foi assim descrita por Bianchi: “A gente vai encerrar com algo que está acontecendo no mundo agora. Tem um véu infernal em cima do mundo e essa música se chama Inferno Veil. Vamos terminar com metal aqui no Blue Note, porra!”, de fato, a mais pesada do repertório, na medida do possível, é claro. Foram ovacionados de pé!

Em suma, excluindo-se belo “solo” de teclado, o “time”atuou no 5-3-2-1: cinco de Immortal, três de Origins, duas releituras e a música do Karma.A quem tinha tempo livre, o grupo ofereceu a possibilidade de interação na varanda lateral após o espetáculo, mas tivemos de partir, perdendo a oportunidade. Indo embora, a reflexão era: ocorrerão outros shows como este, explorando trabalhos menos conhecidos do Shaman? Dia 14/01 tem Shamangra na Audio! Ótima chance de se descobrir.

 

Setlist

Intro: Renovatti

01) Finally Home

02) Immortal

03) The Yellow Brick Road

04) Ego, Pt. 2

05) Silent Lucidity [Queensrÿche Cover] [Com Alex Batista]

06) The Show Must Go On [Queen Cover] [Com Alê Costa]

07) Solo De Fabrizio Di Sarno

08) I’m Yours [Karma Cover]

09) In The Dark [Com Luis Mariutti]

10) S.S.D. (Signed, Sealed And Delivered) [Com Ciça Moreira]

11)One Life

12) Inferno Veil

 
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