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São Paulo Metal Fest – Carioca Club – 14/04/23
Postado em 24 de abril de 2023 @ 15:02


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Gustavo Diakov (Sonoridade Underground)

Pontualidade (quase) 100% respeitada, estilos variados, bom público e uma leve treta…

Em sua primeira edição, o São Paulo Metal Fest reuniu seis bandas de respeito, sendo quatro estrangeiras e duas nacionais, tendo o Moonspell de headliner em regresso à cidade e ao Carioca Club desde a vinda de abril/18. Na prática, foram sete horas de metal e satisfação garantida para o bom público a prestigiar o evento marcado pela pontualidade praticamente em toda a noite, exceto por um atraso involuntário de dezessete minutos dos portugueses e aí reside a “treta” acima. Se você é dos ávidos por confusão, pule diretamente para a parte final da resenha sobre eles, caso contrário, fique por aqui, afinal de contas, ninguém se deu conta do ocorrido até Fernando Ribeiro soltar o verbo após Todos Os Santos, na prática a penúltima do set. Mas tudo em seu devido tempo!

Formado por Rafael Lourenço(vocal/guitarra), Mozart Santos (guitarra),Paulo Henrique Abreu (baixo), Vinícius Borges (teclados) e Luiz Gustavo Lima(bateria), ou simplesmente Daum, Mozão, Abreu, Banzai e Tavinho, se você preferir, a New Democracy abriu os trabalhos pautando o set em The Plague (22), de onde extraíram quatro faixas, e ainda trouxeram um cover de AngelsDon’tKill(ChildrenOfBodom), de brinde. Obviamente, por terem começado ainda às 18:32 de uma sexta-feira, o público ainda estava chegando, mas quem por lá esteve constatou facilmente que o grupo de Varginha soa bem mais “rasgado” ao vivo do que em estúdio e o barato foi verificar como fazem para encaixar o som dos teclados em meio às pedradas.

Simplificando, mandaram Black Blood, BloodOnNile e CreationOfMySkin,esta cheia de groove e com nuances de Machine Head, até a releitura dos finlandeses. A saideira foi The Way We Die e, na hora da fotografia, o espirituoso Rafael brincou com o fato de o sistema de som inesperadamente disparar Another Day In Paradise: “Legal é o Phil Collins, hein? Contraste!”. Por WhatsApp, conversamos rapidamente com Dauma respeito de os caras terem feito a passagem de som segundos antes de começarem o show tocando um trecho de The Plague:

“Chegamos em cima da hora. Moramos a quatrocentos quilômetros daí e, como temos outras ocupações profissionais, não conseguimos pegar folga o dia todo e tivemos que sair ao meio-dia, porém, aconteceu uma chuva muito forte que atrasou o carregamento do carro. Enfim, no final deu tudo certo, não atrasamos ninguém, conseguimos chegar às 18:00 e terminar a montagem dos equipamentos, uma vez que nossos técnicos de som já estavam na casa desde as 16:00 e já foram adiantando as coisas. Começamos e terminamos o show no horário cravado. Foi um desafio, o pessoal ficou com medo de atrasarmos, mas no final deu tudo certo [risos]”.

Muito se passou desde dezembro/19, quando vimos o Hatefulmurder na Fabrique antes do AngelusApatrida [https://onstage.mus.br/website/angelus-apatrida-151219-fabrique] – entre outras coisas, a maldita pandemia –  e não é que Angélica Burns (vocal), Renan Campos (guitarra), Felipe Modesto (baixo) eThomás Martin (bateria) estão soando ainda mais viscerais ao vivo? Após curta intro sem título,elaborada para o festival e que lembrou DemonicRefusal(Testament) eThe Heretic Anthem(Slipknot), devido à contagem regressiva com três vezes o seis (expediente já adotado pelo ButtholeSurfers em Strawberry, mas com eco), Reborn já foi uma voadora no lustre daquelas de judiar do pescoço, seguida deWorshippersOfHatred, resgatandoNo Peace (14), até Angélica pedir sutil colaboração:

“Quero fazer uma pergunta a vocês: estão cansados? Não, peraí… Acho que não ouvi direito: vocês estão cansados? Agora sim! A parada é a seguinte: quero ver vocês abrindo um wallofdeath agora. Separa! Isso… Agora!” – solicitação prontamente atendida a preparar terreno para Silence Will Fall. Sucessora também em RedEyes (17), a faixa-título manteve a energia em alta, bem como MyBattle, do mesmo play, chegando à nova fala da excelente frontwoman trazendo novidades: “Do caralho, São Paulo! Muito obrigada, gente! Estamos chegando à reta final do show e a próxima música é nova. A gente acabou de lançar e ela se chama Psywar”.

A porretada derradeira foi CreatureOfSorrow, cravando exatamente meia hora com gostinho de quero mais e, também por WhatsApp, trocamos uma idéia com Renan sobre o curioso fato de uma banda carioca ter tocado no Carioca Club: “Nunca tínhamos tocado lá, primeira vez na casa.  Adoramos integrar o line-up desse festival, senti que o Hatefulmurder era talvez a banda mais ‘thrash’ do evento e adorei isso [risos]!”. Aproveitando o ensejo, o questionamos acerca da intro: “Ela não está em disco nenhum e foi criada só para esse show de tinta minutos!”. Que voltem logo a São Paulo!

Um minuto antes do horário estabelecido e formado por Alejandro Ruiz (vocal), Juan Acevedo e Alejandro Bravo (guitarras), Mario Urra(baixo) e Mauricio Basso (bateria), o WeightOfEmptiness foi a primeira banda internacional a pisar no palco ao som de Mütrümtun (The Calling) como intro, colada a Defrosting, sua sucessora em WitheredParadogma (23). De cara, o que se destacava era o vocalista cantando encapuzado e cobrindo metade do rosto com pintura preta, criando um interessante efeito ao esbugalhar os olhos! Oriundos de Buin, na grande Santiago, os chilenos seguiram detonando com Chucao, sempre na fronteira do doom e do prog com um death metal muitíssimo bem recebido.

RepresentandoConquering The DeepCycle (19), foi praticamente impossível não acompanhá-los nos gritos de “I feel” no refrão deWolves. Encerrada, Alejandro se comunicou, mas imagine a dificuldade em entender a fala num gutural com sotaque em espanhol… Só deu para entender um engraçado “Vamos a detonar essa porra!”, em portunhol mesmo, e o anúncioda composição a batizar o quinteto. Também do début AnfractuousMoments For Redemption (17), encerraram seus trinta minutos com Unbreakable, assim apresentada, agora sem empostar a voz: “Muito agradecidos a vocês! Estamos muito feliz! Hoje terminamos aqui o giro com o melhor público, o de São Paulo!”.

Enquanto o dedilhado final de The Awakening ecoava pela casa como outro, um fã soltou uma homenagem num “¡Viva Chile!” em alto e bom som! Para não passar batido, conversamos com Juan Acevedo por WhatsApp e o abordamos sobre terem tocado por aqui após estrearem em setembro/22 no C.I.A.M., na Vila Carrão, e também pedimos uma análise geral: “Para nós, realmente foi uma honra e um prazer estarmos no São Paulo Metal Fest.

Foi nossa segunda vez em São Paulo e também no Brasil, uma experiência incrível, possivelmente um grande passo em nossa carreira. Temos muita vontade de voltar novamente ao Brasil porque, nos seis shows que vimos junto ao Moonspell em Porto Alegre, Curitiba, Limeira, Brasília, Belo Horizonte e São Paulo, as pessoas gostaram do nosso show e também desfrutamos muito do público que nos apoiou”.

Regressando ao país e ao recinto após por lá tocarem em abril/19 abrindo para o Exhumed[https://onstage.mus.br/website/beyond-creation-exhumed-190419-carioca-club], o BeyondCreation de Simon Girard (vocal/guitarra), Kevin Chartré (guitarra), Hugo Doyon-Karout (baixo) e Michel Belanger (bateria), novamente causou excelente impressão apresentando, na ordem: duas de EarthbornEvolution (14), três de Algorythm (18) e duas de The Aura (11), a começar por uma intro desconhecida, Fundamental Process e EarthbornEvolution.

Intercalando as faixas, Simon se dirigia aos fãs, só que, pelo quarto show consecutivo, o volume dos vocais era baixo, dificultando a audição além de “Esta se chama In Adversity” – o que dava para constatar era a absurda destreza do quarteto, mesmo sem o titular das baquetas, Philippe Boucher.Sob gritos efusivos de “Bey-ondCre-a-tion! Bey-ondCre-a-tion!”, vieram elogios: “Que ótima energia a de vocês! Obrigado! Estão se divertindo? Quatro anos desde que viemos aqui. É ótimo estarmos de volta. Esta se chama EtherealKingdom”. Com ÀTravers Le Temps Et L’Oubli ao fundo, o líder anunciou Algorythmnum clamor: “Chacoalhem as porras de suas cabeças!”.

Ainda houve tempo para mais interações: “Ainda estão aí? Querem mais? Temos mais duas músicas para vocês esta noite”. Em seguida apresentou os companheiros, agradeceu ao Cynic pela turnê e retomou: “Também é uma grande honra estarmos aqui para celebrar as vidas dos incríveis músicos Sean Reinert e Sean Malone”, ambos falecidos em 2020 e respectivamente ex-baterista e ex-baixista do conjunto norte-americano. Ele concluiu: “Façam barulho para eles. Certo! Então vamos voltar ao nosso primeiro álbum, que saiu em 2011. Quero ver vocês se mexendo, esta é Coexistence”.

A saideira dos mestres do technicaldeath metal? OmnipresentPerception! Nem os apelos populares por “One more song! One more song!” deram jeito e os canadenses partiram mesmo ao som de Elevation Path de outro. A título de curiosidade, foi interessante notar Simon, Kevin e Hugo com instrumentos sem headstock e sobrou carisma ao frontman, tirando fotos com quem pedisse, circulando pela pista desde o show da New Democracy. Como se tudo isso não bastasse, os três se responsabilizaram pela venda do próprio merchan (como Felipe e Angélica, também cuidando desta parte para o Hatefulmurder) e ainda deixaram um recado na mesinha durante seu set: “Wewillbebackafterthe show!”. Precisam é voltar para um show todo só deles, pois cinqüenta e dois minutos foram pouco, ainda mais escassos do que os setenta de 2019.

Estreando no Brasil, o Cynic de Paul Masvidal (vocal/guitarra), Max Phelps(guitarra), BrandonGiffin(baixo), Ezekiel Kaplan (teclados) e Matt Lynch (bateria) veio ao palco disparando um estranho ruído grave e contínuo como “intro”, irritante o suficiente por ter ficado alto nas orelhas por quase quatro minutos. Contextualizando o repertório extremamente intrincado, as oito primeiras foram de Focus (93), tocado na íntegra! A partir daí, pérolas dos outros três full lengths e uma do EP Carbon-BasedAnatomy (11). Como na atração anterior, havia parcela significativa dos presentes exclusivamente para vê-los, a ponto cantarolarem a melodia de VeilOf Maya, lembrando, bem de leve, o gesto dos fanáticospor Rush em YYZ no DVD Rush In Rio (03).

A partir daí, por vezes entrecortadas por curtas falas pré-gravadas para a devida ambientaçãoe conforme esperado, vieram: Celestial Voyage, The EagleNature, Sentiment, I’mBut A WaveTo… (majoritariamente cantada por Phelps), UroboricForms (hipnotizante como se Frank Zappa fizesse metal), Textures (instrumental e extremamente aplaudida) eHowCould I (outra com Max no controle vocal). E se a audição de Focus aponta para um trabalho de death metal, algo natural até pelos tempos de Masvidalno Death, chegando a gravar Human (91) junto a Sean Reinert, uma veia mais prog metal se ressaltavaao vivo, mesmo com adição do citado Max Phelps, um ex-DeathToAll com passagem pelo extinto Via Marquês em setembro/14.

Encerrado o disco, o líder permaneceu no palco, tentando acender o que, a princípio, parecia ser uma vela e, na verdade, tratava-se de um incenso. Após certo esforço, a tarefa foi concluída a contento e, ao fundo, uma imagem dos dois Seans surgiu no telão. Emocionante!Ese o BeyondCreation já dera aula de técnica, o Cynic fez o que parecia impossível: elevou o nível de destreza. Ah, está lembrado da coincidência do trio canadenses das cordas? Masvidal, Phelps, Giffin e até Kaplan, em eventuais contribuições na guitarra, todos também empunhavam instrumentos sem headstock!

Continuando o set, KindlyBentToFreeUs,Adam’sMurmur, Aurora, Box UpMyBones e EvolutionarySleeper (esta prontamente identificada), até o aviso final de Masvidal, em rara interação: “Esta é nossa última música!”: In A MultiverseWhereAtomsSing, cravando uma hora e dezessete impressionantes minutos!Antecipando: os tais “dezessete minutos” foram a razão da polêmica com o Moonspell… Enfim, qual a chance de eles retornarem ao Brasil? Puta show!

Se as cortinas haviam sido cerradas em todos os intervalos prévios, ironicamente elas permaneceram abertaspara a atração principal, talvez para agilizar o processo, até o Moonspell de Fernando Ribeiro (vocal), Ricardo Amorim (guitarra), Pedro Paixão (teclados/guitarra), Aires Pereira (baixo) e HugoRibeiro (bateria) vir ao palco à 00:17, com atraso involuntário dos mesmos dezessete minutos acima citados. Entraram com Mr. Crowley de intro, a de Ozzy Osbourne mesmo, não o cover presente na edição limitada de DarknessAnd Hope (01), e já emendaram The GreaterGood, curiosamente a única de Hermitage (21), o trabalho em divulgação, e Extinct, com direito a um fã mostrando ao baixista uma bandeira da Madeira, local onde o venezuelano foi residir em 1990 aos dezessete anos. Concluída, o primeiro discurso mais elaborado do frontman:

“Boa noite, São Paulo! Boa noite, Brasil! Espero que não estejam muito cansados. É uma honra e um privilégio estar aqui, de volta ao Carioca Club, para esta festa magnífica de metal, aqui mesmo em São Paulo. Somos o Moonspell, estamos fazendo trinta anos, tecnicamente trinta e um, de carreira, esta é a última data desta aventura latino-americana e não poderíamos escolher um lugar melhor para terminar esta parte, esta fase da turnê de trinta anos do Moonspell, aqui no Carioca, em São Paulo. ‘É nóis!’. Vamos entrar, pela primeira vez, na máquina do tempo que nos leva até o ano de 1996. O disco se chamava Irreligious e nesse tempo a galera ficava muito animada com uma pequena dose de Opium”.

Finisterra, a ótima In AndAboveMene FromLoweringSkies vieram coladas, as duas primeiras com Fernando Paixão à guitarra, retornando aos teclados, de onde não mais sairia, para a cadenciada e não menos sensacional ScorpionFlower, infelizmente sem a bela contribuição de Anneke Van Giersbergen, comoem Night Eternal (08). Praticamente no mesmo combo, fizeram: a dançante Nocturna;Breathe (UntilWe Are No More), com Fernando cumprimentando fãs dos dois lados do gargarejo e depois no centro; e a pedrada Em Nome Do Medo, até ele novamente se dirigir à platéia para anunciar Todos Os Santos, fala que ficaremos devendopor ter sido sobreposta pela guitarra e o som embolado dos microfones do vocalista – o problema que persistiu pelo festival inteiro.O que deu para ouvir, graças ao silêncio de todos, foi a revelação quanto à “treta” do título desta resenha:

“Muito obrigado, São Paulo! Infelizmente vieram nos dizer que só temos tempo para mais dois temas, mais duas canções. Geralmente não gosto de fazer isso, mas hoje o Moonspell tem trinta e um anos de carreira, vou falar uma coisa para vocês entenderem. Para nós, não é sobre grana ou fama, é sobre respeito, algo que a banda Cynic não mostrou hoje ao festival, ao Moonspell ou às outras bandas. Todas cumpriram com o horário, menos a banda Cynic, que veio e tocou por vinte minutos a mais. Por isso, o Moonspell… Eu estava para anunciar Vampiria, mas não vai haver Vampiria, Mephisto e Lanterna Dos Afogados”, fora um complemento impossível de captar devido ao burburinho formado num “Ei, Cynic, vai tomar…! Ei, Cynic, vai tomar…” –é necessário completar?

Mas quais rolaram então? “Por isso, é muito difícil me despedir, temos tempo para tocar duas músicas. Vamos tocar a que nos dá força. Estou muito zangado, mas amanhã passa e a vida continua. Muito obrigado, São Paulo! Agora, esta é nossa Alma Mater”, com nova sessão de cumprimentosaos heróis que restavam na primeira fila, agora com uma bandeira de Portugal enrolada no braço direito de Fernando. A saideira? “Com todo o coração, vamos dedicar esta canção a Aires Pereira, que celebra hoje seu aniversário: cinqüenta anos! Vocês vão viver sob o feitiço do Moonspell com Full MoonMadness e, da próxima vez que viermos a São Paulo, fiquem tranqüilos, vai ter Lanterna Dos Afogados, Mephisto, Vampiria e quem sabe uma magia a mais. Até logo, Brasil! Até logo, São Paulo!”.

Com Road ToNowhere (Talking Heads) de outro, a apresentação bateu em uma hora e vinte e um minutos, preterindo apenas Sin/Pecado (98) e The ButterflyEffect (99) e beirando 01:40 da manhã. Partindo, uma reflexão: para os caras, deve ser muito legal tocarem material como na dobradinhaEm Nome Do Medo e Todos Os Santos, com letras em português, sabendo que aqui a mensagem será entregue sem necessidade de tradução! Por fim, um palpitebaseado no feeling: prepare- se, pois o São Paulo Metal Fest veio para ficar!

 

Setlists

New Democracy– Varginha (MG) [18:32 – 19:01 / 29’]

Intro: Gate To The Past

01) Black Blood

02) Blood On Nile

03) Creation Of My Skin

04) Angels Don’t Kill [Children OfBodom]

05) The Way We Die

 

Hatefulmurder – Rio de Janeiro (RJ) [19:15 – 19:45 / 30’]

Intro: [sem nome e desenvolvida para a ocasião]

01) Reborn

02) Worshippers Of Hatred

03) Silence Will Fall

04) Red Eyes

05) My Battle

06) Psywar

07) Creature Of Sorrow

 

Weight Of Emptiness – Buin (Chile) [19:59 – 20:30 / 31’]

Intro: Mütrümtun (The Calling)

01) Defrosting

02) Chucao

03) Wolves

04) Weight Of Emptiness

05) Unbreakable

Outro: The Awakening

 

Beyond Creation – Montreal (Canadá) [20:58 – 21:50 / 52’]

Intro: [sem título]

01) Fundamental Process

02) EarthbornEvolution

03) In Adversity

04) Ethereal Kingdom

Intro: À Travers Le Temps Et L’Oubli

05) Algorythm

06) Coexistence

07) Omnipresent Perception

Outro: Elevation Path

 

Cynic – Miami (EstadosUnidos) [22:27 – 23:44 / 77’]

01) Veil Of Maya

02) Celestial Voyage

03) The Eagle Nature

04) Sentiment

05) I’m But A Wave To…

06) Uroboric Forms

07) Textures

08) How Could I

09) Kindly Bent To Free Us

10) Adam’s Murmur

11) Aurora

12) Box Up My Bones

13) Evolutionary Sleeper

14) In A Multiverse Where Atoms Sing

 

Moonspell – Amadora (Portugal) [00:17 – 01:38 / 81’]

Intro: Mr. Crowley [Ozzy Osbourne]

01) The Greater Good

02) Extinct

03) Opium

04) Finisterra

05) In And Above Men

06) From Lowering Skies

07) Scorpion Flower

08) Nocturna

09) Breathe (Until We Are No More)

10) Em Nome Do Medo

11) Todos Os Santos

12) Alma Mater

13) Full Moon Madness

Outro: Road To Nowhere [Talking Heads]

 
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