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Sleeping with Sirens :::16/08/18 ::: Tropical Butantã
Postado em 04 de setembro de 2018 @ 18:19


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Fernando Yokota

Agradecimentos: Costábile Salzano Jr / Radio Corsário

Meio de semana, leve garoa e noite fria de meio de inverno… Nada disso afastou os fãs mais fiéis do Sleeping With Sirens do Tropical Butantã, para a única data do quinteto de Orlando, Florida (hoje residentes de Grand Rapids, Michigan) no Brasil. Significa que a casa lotou? Nem metade… uma pena para quem curte o som dos caras e não compareceu. Já dentro do recinto, na última hora até o início do show, foi interessante testemunhar a recepção do jovem público (pouco acima dos 20 anos, na média, levando-se em conta as mães-parças acompanhando suas filhas) para algumas músicas da playlist no som ambiente, em especial para: Nightmare, do Avenged Sevenfold, e King For A Day e Bulletproof Love, ambas do Pierce The Veil, mas a primeira com participação do próprio Kellin Quinn, vocalista do Sleeping With Sirens, que voltava à cidade após passagens pela Clash Club e pelo Carioca Club, ambas em agosto de 2015 (para os mais curiosos, a última hora dessa playlist encontra-se disponível no final da resenha).

Sem banda de abertura e com o bandeirão da capa de Gossip no fundo do palco, I Like It Loud deu início à apresentação pontualmente às 21:30, fugindo do clichê de abri-la com a faixa um do álbum de trabalho (na real, Gossip, a canção, sequer foi tocada, em decisão que causou espanto por ter figurado no set da Cidade do México, cinco dias antes). Jogo ganho logo com as primeiras pancadas do baterista Gabe Barham (de boné e camiseta preta sem mangas com os dizeres “Repent Sins”) em sua caixa, com fãs em histeria coletiva e cantando junto a Kellin Quinn (único a usar uma camisa preta de mangas compridas, sobre camiseta também preta). Do meio para o final da música, o baixista Justin Hills (outro de boné e camiseta preta sem mangas, do Scorpions), equilibrou seu instrumento, de ponta-cabeça, em apenas uma das mãos. Completavam o grupo, os guitarristas Jack Fowler (usando camiseta preta de Marilyn Manson também sem mangas e boné) e Nick Martin (de camiseta branca e colete jeans com patches do Bad Religion e do rosto em caveira do Crimson Ghost do Misfits às costas). Um breve “Deixem-me ver suas mãos para cima hoje à noite” foi a primeira interação de Kellin com a plateia, seguida de “Somos o Sleeping With Sirens, dos Estados Unidos da América. Muito obrigado!” e um “Vamos!”, tudo antes de Go Go Go, mantendo a energia em alta com os músicos em frenética movimentação e explosão de luzes no palco. Seguindo a comunicação entre faixas, o vocalista agradeceu novamente a todos “por estarem aqui hoje à noite” e cantarolou versos a partir de “Maybe I’m Better Off Dead”, prontamente ajudado pelos fãs, evidenciando qual seria a próxima, terceira consecutiva de Madness.

Após sutil reparo no suporte de bateria, em meio a agudos gritos femininos de trilha sonora, Empire To Ashes foi a primeira de Gossip no set e trouxe um quê dançante ao concerto, seguida por Hole In My Heart, com Kellin sentado na borda do palco em seu início, deixando seu rosto escondido por suas madeixas na altura dos ombros, único membro sem cabelos curtos. Então foi a vez de Nick se dirigir aos fãs, em agradecimento, coincidentemente logo após uma fã mais afoita soltar um “Seu gostoso” para o vocalista, que, alheio ao elogio, fez o discurso mais intimista da noite, no primeiro momento em que expôs seu rosto: “Brasil, é um prazer enorme estarmos aqui hoje à noite. Que incrível oportunidade é ser um homem de um lugar pequeno. O que quero dizer é: Jack vem da Flórida, Nick vem da Califórnia, Justin vem de Michigan, Gabe de Michigan e eu de uma pequena cidade chamada Medford, no Óregon. Se alguém tivesse me dito, sete anos atrás, que eu estaria aqui hoje à noite com vocês, eu não teria acreditado nem por um segundo. O que me encanta é que nossa música transcende culturas, barreiras linguísticas, e cá estamos. E alguma besteira que eu escrevi no meu quarto significa algo para vocês, algum riff que ele criou no violão significa algo para vocês. Estou dizendo isso agora porque, meus amigos, por um motivo ou outro, nossa música os manteve vivos. E quero dizer que todos vocês nos mantêm vivos. Esta se chama One Man Army”, tocada em belíssima versão desplugada, apenas com a ajuda do violão de Nick, que, ao seu término cravou um “Vocês são lindos, obrigado”, seguido por: “Vamos tocar algumas músicas acústicas para vocês, beleza?, puxando o começo de Scene Two: Roger Rabbit, durante a qual Kellin saltou para o pit dos fotógrafos, aproximando-se dos fãs na pista Premium, deixando Nick sozinho no palco. Ao seu término, ao voltar para perto de seu companheiro, o cantor explicou o ocorrido: “Eu só quis ficar um pouco mais perto de todos vocês”.

Continuando a parte acústica, Nick pegou um lindo violão azul, mas acabou por sair do palco, retornando com o mesmo violão utilizado nas canções anteriores. O vocalista explicou: “Peço desculpas. Deveríamos tocar uma música, mas vamos tocar uma diferente, se for tudo bem para vocês. Uma que tocamos na turnê acústica que acabamos de fazer nos Estados Unidos: 2 Chord e ela é para vocês”. Sabe qual era a tal canção não tocada? Gossip, que entrou nesse momento do setlist no México, tocada em formato acústico com o lindo violão azul, como pode ser visto em vídeos no YouTube. Uma pena ter sido limada… Com Kellin mandando muito bem e ajudado pela emotiva platéia, era chegada a hora da última no formato voz e violão, apresentada de modo bem simpático, para não dizer ‘fofo’: “Acho que todos podemos nos identificar com isso, acho que todos nós somos diferentes, únicos. O que nos une é o que faz a música tão poderosa e importante. Então, se você se sente diferente ou como um errante, se você sente que este espaço é o quarto de vocês, a área de vocês e essas pessoas são seus amigos, então levantem as mãos agora e façam um coração assim [nota: pedindo um S2, prontamente atendido]. Somos sortudos por estarmos aqui, cantando juntos, fazendo música, curtindo isso juntos. Amo todos vocês. Esta é The Strays”, que, após sua metade, contou com a volta dos outros músicos para o palco, a fim de terminá-la com uma bela turbinada.

Caminhando para o último terço da apresentação, Kellin perguntou se todos estavam se divertindo e anunciou: “Temos apenas mais três músicas e vamos iniciar a contagem, então vamos detonar, Brasil, esta é Trouble”, com começo ao vivo de bumbo e caixa que soou como Paradise City. Congratulations, única de Feel no set, foi, sem sombra de dúvida, a mais pesada da noite. Ficou a questão: será que a participação de Matty Mullins, do Memphis May Fire, em sua versão de estúdio (como retribuição à parte cantada por Kellin Quinn em Miles Away, de Challenger, do próprio Memphis May Fire, no ano anterior), contribuiu tanto assim para seu ganho em peso? Durante sua execução, uma bandeira do Brasil foi jogada ao palco, perto de Nick, recolhida por um roadie antes que alguém nela pisasse. Por fim, com melodia de respeito, Legends foi cantada em uníssono, até que todos os integrantes do Sleeping With Sirens deixassem o palco sem nada dizer.

Voltando para o encore, Gabe exibiu a bandeira anteriormente lançada e If I’m James Dean, You’re Audrey Hepburn (única de With Ears To See And Eyes To Hear no show) foi o arregaço que incendiou de vez o Tropical Butantã e Justin chegou a abrir um espacate quase completo no palco (não se sabe como!). If You Can’t Hang (única de Let’s Cheers To This) seria a penúltima, manteve a energia elevada, com o público cantando em alto e bom som, e trouxe o momento mais tocante da noite, por parte dos fãs, que deram um show dentro do show antes da estrofe iniciada por “I met a girl at twenty-three”, atendendo a um pedido de Kellin: “Se vocês têm um celular, levantem seus aparelhos para iluminar o salão, do fundo até a frente e de lado a lado. São Paulo, muito obrigado por virem para cá hoje à noite”, e o que se viu foi um mar de lanternas clareando toda a casa, em um lindo gesto. Por fim, Kick Me foi um verdadeiro pé na porta, com o perdão do trocadilho, e seu final contou com o vocalista indo mais uma vez para o pit dos fotógrafos, levando à loucura, mais uma vez, os fãs que estavam no gargarejo. Ao retonar ao palco, iniciaram-se os acenos de despedida e a chuva de palhetas, baquetas, toalhas e munhequeiras para os fãs, ao som de Back In Black, do AC/DC. A lamentar, somente a apresentação não ter durado sequer oitenta minutos e o fato de terem retirado Iris, cover do Goo Goo Dolls, do set (além de Gossip).

Ao sair da casa, via-se a correria de alguns fãs para perto da van que levaria o conjunto para o hotel. Rapidamente os seguranças agiram e montaram uma barricada de isolamento, de forma que os membros do grupo pudessem entrar no veículo, quando fosse a hora certa. Ansiosas, algumas fãs passaram a gritar quando um mero segurança surgiu pela saída, provocando risos imediatos e despertando curiosidade em quem estava em um bar do lado oposto à saída lateral do Tropical. Vinte e cinco minutos após o encerramento do espetáculo, os músicos finalmente deixaram a casa e Kellin acenou e mandou beijos enquanto seus companheiros ocupavam seus assentos. E foi assim que, de fato, encerrou-se a segunda passagem do Sleeping With Sirens pelo país, em data única, fazendo a alegria dos presentes, como a do simpático Igo Sena (sim, Igo, sem ‘r’), um corajoso e disposto fã roraimense de 36 anos, que nos abordou na hora do burburinho com a van e nos revelou ter levado o dia todo para vir de Boa Vista a São Paulo. Isso é que é amor à música e à banda!

 

Setist

01) We Like It Loud

02) Go Go Go

03) Better Off Dead

04) Empire To Ashes

05) Hole In My Heart

06) One Man Army (Acústica)

07) Scene Two: Roger Rabbit (Acústica)

08) 2 Chord (Acústica)

09) The Strays (Acústica até sua metade)

10) Trouble

11) Congratulations

12) Legends

Encore

13) If I’m James Dean, You’re Audrey Hepburn

14) If You Can’t Hang

15) Kick Me

 

Playlist da última hora antes do show:

Nightmare (Avenged Sevenfold); King For A Day (Pierce The Veil, com participação de Kellin Quinn); My Curse (Killswitch Engage); Eternally Yours (Motionless In White); Knives And Pens (Black Veil Brides); Dez Moines (The Devil Wears Prada); White Washed (August Burns Red); Drop = Dead (Beyond All Recognition); Vice Grip (Parkway Drive); Red Cold River (Breaking Benjamin); Clarity (Protest The Hero); Cutthroat (Blessthefall); My Life For Hire (A Day To Remember); Hiatus (Asking Alexandria); Bulletproof Love (Pierce The Veil); Follow You (Bring Me The Horizon); e mais uma antes desta última que nem o Shazam conhecia…

 
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