ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022
Website by Joao Duarte - J.Duarte Design - www.jduartedesign.com

Summer Breeze Open Air –Hot/Ice Stages – Memorial Da América Latina – 26/04/24
Postado em 01 de junho de 2024 @ 03:30


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: Flavio Santiago

Se em 2023 cravamos que o festival vinha para ficar, 2025 deverá ter mais variedade na platéia

Graças a Dio, o Summer Breeze vingou no Brasil! Chegando à sua segunda edição novamente no Memorial da América Latina e fazendo a “alegria”da vizinhança com tanto “barulho” bom, as maiores novidades foram: a inclusão de um terceiro dia, na sexta-feira; e, em vez de nove bandas no Ice e no Hot Stages a partir das 11:00, foram oito por dia, com o tempo extra da apresentação “excluída”distribuído entre as atrações destes palcos principais.

Outras mudançasforam: a não utilização do Auditório Simón Bolívar como Waves Stage, realocado para sua área externa; e a eliminação do show de fechamento por láindo perto de 23:00,exclusivamente para quem adquirira o Lounge, imprensa e convidados – assim, a performance mais tardia desta vezfoi a do WithinTemptation, encerrada às 21:59 do sábado.Já o calor permaneceu e não há como prever como estará o meio ambiente em 03 e 04/05da já confirmada edição 2025 (com “warm-up”na véspera), em função das conseqüências de ações humanas na natureza, culminandona triste situação testemunhadano Rio Grande do Sul quando publicávamos esta matéria…

No geral, a sexta-feira teve “cara de hard rock”, o sábado, mais cheio, foi “o dia das mulheres” e o domingo teve estilos abrangentes, embora tenha contido dois pilares do thrash, Overkill e Anthrax, e um do death metal, o Carcass. Por fim, notamos uma variedade bem maior de pessoas vindas de estados como Goiás, Pernambuco, Bahia, Piauí, Paraíba, Pará e Acre, para citarmos sete mais distantes dos tradicionais Rio de Janeiro e Minas Gerais, ambos representados, além de Paraná, Santa Catarina e de cidades do interior de São Paulo.

Também vimos bandeiras de Chile, Colômbia, Argentina, Uruguai, Peru, Bolívia, México e até Panamá,Espanha e Suécia e pode apostar: ano que vem veremos um evento ainda mais internacional e bem mais variadono quesito bangers de outros estados brasileiros. E não demorar para termos alguma data esgotada… Enfim, como foi o primeiro dia?

 

Nestor – 50’ – Ice Stage

Programado: 11:00 – 12:00 – Real: 11:01 – 11:51

Tobias Gustavsson (vocal), JonnyWemmenstedt (guitarra), Marcus Âblad (baixo), Martin Johansson (teclados) e Matthias Carlsson (bateria)

 

Historicamenteé “normal” esperarmos um artista nacionalinaugurar o palco principalnum festival por aqui, mas a responsabilidade de ser a primeiraatração do Summer Breeze2024 coube ao Nestore a impressão geral era a de mais gente interessada desde o princípio em relação a 2023. De igual mesmo, só o clima quente, pois até a intro foi diferente: uma narração adaptada da Lei De Jante, consistindo em dez regras formuladas pelo escritor dinamarquês-norueguês AkselSandemose para o romance satírico A FugitiveCrosses His Tracks (33), EnFlyktningKrysserSittSpor no original, das quais oito foram proferidas no sistema de som.

Em suma, os suecos deFalköpingnão se intimidarame pautaram o set em Kids In A Ghost Town (21), de onde tiraram nove das dez músicas tocadas, incluindo um cover de Whitney Houston encontrado na trilha sonora de 13 GoingOn 30 (04), que, por coincidência, passou na Sessão Da Tarde em 23/04, na semana do próprio festival! A “forasteira” foi o single Victorious, de 29/03, jamais executada ao vivo antes.

Da deluxeedition do play, só faltaram a intro A Fanfare For The Reliabel Rebel,We’reNot Ok,Tomorrow (com participação da cantora inglesa Samantha Fox), It Ain’t Me e A Losing Game. E a julgar pela nova amostragem, TeenageRebel (24) vem com tudo em 31/05. Ah, o segundo singlefoi prometidopara 13/04, embora eles não tenham revelado o título, mas reserve as datas na agenda e, enquanto espera ansiosamente, assista aos clipes de On The Run, Signed In Blood e 1989, todas apresentadas, além da mencionadasVictorious, Tomorrow e It Ain’t Me. Eles são diversão garantida!

Na prática, sobrou técnica e carisma e, se objetivo era presentear a platéia com material inédito, a iniciativa foi retribuída quando Tobias ganhou uma bandeira do Brasil customizadacom o logo do Summer Breeze, idêntica à vendida no merchan.Entre Signed In Blood e Firesign, ele foi sincero: “Eu só queria contar uma rápida estória. Começamos em 1989, continuamos como qualquer banda por seis anos, lançamos dois EPs, mas nada realmente aconteceu e a vida se meteu no meio: estudos, namoradas…”.

E concluiu brincando: “Demos uma pausa na banda e: Marcos se tornou um policial; Martin é um diretor escolar hoje em dia;Matthias faz filmagens na televisão sueca;eu sou um fodido comum na vida;Jonny é um prostituto; e hoje, em São Paulo, somos rock stars!”. Na boa? Cinqüentaminutos foram pouco e o hard rock dos caras angariouadmiradores por aqui, especialmente com a ida do frontman até o pit para cumprimentar fãs e precisando que um bombeiro fizesse “escadinha” para ele voltar ao palco na citada Firesign… Figuraça! Estréia mais do que satisfatória!

 

Setlist

Intro: Narração Da Lei De Jante [AkselSandemose]

01) Kids In A Ghost Town

02) Stone Cold Eyes

03) These Days

04) Perfect 10 (Eyes Like Demi Moore)

05) On The Run

06) Victorious

07) Signed In Blood

08)Firesign

09) 1989

10) I Wanna Dance With Somebody (Who Loves Me) [Whitney Houston]

Outro: Jump [Van Halen]

Confira galeria de fotos abaixo:

 

Flotsam & Jetsam – 59’ – Hot Stage

Programado: 12:05 – 13:05 – Real: 12:02 – 13:01

Eric “A.K.” Knutson (vocal), Michael Gilbert e Steve Conley (guitarras), Bill Bodily (baixo) e Ken Mary (bateria)

 

Pense neste contexto: você tem uma banda consolidada na cena metal com quarenta e três anos de carreira, quatorze álbuns (I Am The Weapon, o décimo quinto, está a caminho para este ano e a faixa-título já tem clipe disponívelno YouTube) e, de repente, pinta a chance de tocar num festival e estrear num país com apenas uma horinha à disposição, na qual conseguiram inserir dez músicas: qual seria sua escolha? Focar nas novas? Pautar o repertório nas antigas? Mesclar?

O Flotsam And Jetsam, de onde saiu Jason Newsted para se juntar ao Metallica depois de gravar o début Doomsday For The Deceiver (86), balanceou: sete dos três primeiros álbuns, sendo seis do citado primeiro play e de seu sucessor, No Place For Disgrace (88); e uma de cada um dos três últimos full-lengths, Flotsam And Jetsam (16), The EndOfChaos (19) e Blood In The Water (21). Agradou? Sim, especialmente quem os acompanha há décadas, mas sabe quando fica um sabor agridoce? É fato, antes tarde do que nunca, porém o timing correto pode ser crucial às vezes.

A solução? Voltarem exclusivamente para seu público em longa noite repleta de seu material numa casa fechada. Até porque, antes da saideira No Place For Disgrace, o próprio A.K. prometeu: “Acho que temos tempo para mais uma. Todos ainda estão se divertindo? Beleza! Adoro vocês, galera! Não serão outros quarenta anos até voltarmos. Vamos voltar ano que vem e no próximo, no próximo, no próximo e no próximo…”.

E quanto à temperatura? Deixemos o frontman revelar como se sentia após SheTookAnAxe: “Obrigado! Vamos fazer algo agora de nosso disco mais novo. Ela vem do Blood In The Water, essa capa aí no telão. Está quente! Nunca vou vestir couro no Brasil novamente! Estou cozinhando! Ok, estão prontos? Esta é uma música chamada Brace For Impact”, um petardo!

Se você esteve por lá ou viu fotos, curtiu a camiseta do Batman usada pelo guitarrista Steve Conley? Tinha um motivo e ele estava alinhado à discreta intro disparada antes de Hammerhead: Batman Theme, composta por Danny Elfman, ex-líder doOingoBoingo – e se você cogitava assistir à versão do grupo sem ele no Espaço Unimed, o OingoBoingoFormerMembers, saiba que cinco das sete datas foram para o brejo, restando Porto Alegre e Florianópolis como opções mantidas, porém antes das trágicas chuvas na capital gaúcha…

Ah, se você ouviu Jump como outro, a mesma pós-show do Nestor, sacou que foi algum “áudio vazado” ou erro desta vez, pois não faria muito sentido uma banda de thrash raiz optar por Van Halen… Ou faria? Agora é rezar para o grupo de Phoenix regressar em breve para tirarmos todas as provas de seu real potencial matador!

 

Setlist

Intro: Batman Theme [Danny Elfman]

01) Hammerhead

02) Desecrator

03) Prisoner Of Time

04) Dreams Of Death

05) She Took An Axe

06) Brace For Impact

07) Suffer The Masses

08) Iron Maiden

09) I Live You Die

10) No Place For Disgrace

Confira galeria de fotos abaixo:

 

Edu Falaschi – 1h22’ – Ice Stage

Programado: 13:10 – 14:25 – Real: 13:05 – 14:27

Edu Falaschi (vocal), Roberto Barros e Diogo Mafra (guitarras), Raphael Dafras (baixo), Fábio Laguna (teclados) e Jean Gardinalli (bateria)

 

Indo para a terceira atração do primeiro dia, notávamos o volume do som não tão insuportavelmente alto como em 2023, ainda que os graves reverberassem no corpo. E se havíamos tido a impressão de pista mais cheia para o Nestor do que no começo do ano passado para o Voodoo Kiss, embora no Hot Stage, e esvaziamento para o Flotsam And Jetsam, a galera tornou a comparecer em massa para acompanharEduFalaschi!

Fizemos  uma cobertura recente dele [https://onstage.mus.br/website/edu-falaschi-tokio-marine-hall-27-01-24] e, para o festival, além da redução normal de setlist, as principais alterações foram: Jean Gardinalli no posto de Aquiles Priester; apenas os guerreiros armados decorando o palco, sem toda a linda parafernália extra; a ausência dos backing vocals de Fábio Caldeira e Juliana Rossi; e rever Roberto Barros, recuperado e de volta ao lugar brilhantemente ocupado por Victor Franco no Tokio Marine Hall – e depois dando uma força ao Noturnall antes de Bruce Dickinson passar o carro no Vibra São Paulo!

Começando a festa cinco minutos antes do horário anunciado ao dispararemQuetzalcóatl como intro emendada a Live And Learn e se estendendo por mais dois além do programado até Nova Era, Edu conseguiu compactar treze músicas (incluindo a bela e longa Eldorado, de dez minutos!) em uma hora e vinte e dois minutos, mantendo-se fiel ao repertório mostrado em 27/01, porém comunicando-se mais brevemente. Conforme esperado, choveram músicas de sua fase no Angra –foram dez, fora duas de sua carreira solo e um cover.

Após Spread YourFire, com Edu ao violão, ele dedilhou WishYouWereHere (Pink Floyd) e MakeBelieve (Angra), mais para checar seu funcionamento, apresentou os companheiros, anunciou Rebirth, mas, devido a um problema técnico no instrumento, precisou ganhar tempo e espertamente improvisou PegasusFantasy acompanhado por bumbo e teclados, até porque a galera já a havia pedido pouco antes, com pouco além de uma hora no relógio.

Entre WaitingSilence e HeroesOfSand, respectivamente a terceira e quarta, Edu fez revelação interessante: “Hoje é o dia do hard rock basicamente, né? Estilo que amo!Cresci ouvindo Ratt, Poison, TNT, DefLeppard, Guns N’ Roses, SkidRow… Aí falei para o pessoal da produção: ‘Pô, cara, a gente tem três dias aí para escolher, né? Me põe do dia do hard rock, por favor!’”. Solicitação atendida, ele caiu feito luva, agradou em cheio à platéia, que ainda iria poder conferir sua ex-banda no sábado! E partiu ovacionado anunciando nova turnê celebrando a gravação de DVD para Rebirth em 03/08 no Tokio Marine Hall.Bora?

 

Setlist

Intro: Quetzalcóatl

01) Live And Learn [Angra]

02) Acid Rain [Angra]

03) Waiting Silence [Angra]

04) Heroes Of Sand [Angra]

05) Sacrifice

06) Millennium Sun [Angra]

07) The Temple Of Hate [Angra]

08) Eldorado

09) Bleeding Heart [Angra]

Intro: Deus Le Volt! [Angra]

10) Spread Your Fire [Angra]

11) Pegasus Fantasy [MAKE-UP]

12) Rebirth [Angra]

Intro: In Excelsis [Angra]

13) Nova Era [Angra]

Outro: Recognizer [Daft Punk]

Confira galeria de fotos abaixo:

 

Black Stone Cherry – 1h03’ – Hot Stage

Programado: 14:30 – 15:45 – Real: 14:36 – 15:39

Chris Robertson (vocal/guitarra), Ben Wells (guitarra), Steve Jewell (baixo) e John Fred Young (bateria)

 

O Black Stone Cherry e os fãs brasileiros tentam estreitar relações desde o Maximus Festival de 2016, mas a estréia já foi sem Ben Wells, na ocasião substituído por Joe Hottinger (Halestorm) e, portanto, debutando por aqui no Summer Breeze tanto quanto o baixista Steve Jewell, verdadeira jóia nos vocais de apoio, com o perdão do trocadilho, na vaga de Jon Lawhon. A urucubaca aumentou quando, em janeiro/20, foram anunciadas três datas consecutivas no país para o final de setembro, então veio a pandemia e, primeiro as apresentações foram remarcadas para agosto/21, depois para 2022 sem confirmação de mês e posteriormente canceladas…

Na prática, com a confirmação para o festival, ainda não temos uma passagem dos caras pelo Brasil em noite só deles e ainda assim é melhor vê-los por uma horinha e três minutos do que perdê-los, certo? Certíssimo! Porém a bruxa seguiu solta e os problemas técnicos que os assombraram foram tantos que, num dado momento, este repórter não dava mais conta de tomar notas, baixando a cabeça para registrar o dano no celular quando o reparo seguinte já estava em andamento… De cara, para você ter uma noção, eles já tiveram de improvisar uma jamapós a intro até Steve terminar de se arrumar.

Quer mais? Na abertura oficial com a deliciosa pancada Me And Mary Jane, caiu um prato do kit de John Fred Young e Chris Robertson trocou de guitarra, visivelmente emputecido, para voltar a usar a original depois de resolvido o problema e após solar. A galera? Nem aí e insana… Em Burnin’ foram necessários um ajuste na correia do baixo, a retirada de um microfone na bateria e a recolocação de um prato. Não parou por aí: no final da pedrada Again, trocou-se a caixa; e, em Nervous, houve novo conserto na bateria. Na boa? Desistimos de identificar do que se tratava… Tudo isso em quatro músicas e sequer dezoito minutos!

In MyBlood marcou o começo da bonança, o roadie que tanto trabalhara até então deu uma força na percussão e, antes da ótima Like I Roll, Ben comentou a zica: “Muito obrigado, galera! Quero dizer uma coisa: não há nada como voar milhares de milhas para vir ao Brasil e tocar para estas pessoas lindas, tirando o fato de cada parte de nosso equipamento resolver dar pau… Não sei o que foi isso! Mas é rock ‘n’ roll, certo? É tudo real e vamos dedicar esta música a todos vocês no calor aqui hoje. Muito obrigado por estarem aqui prontos para se juntar a todas estas ótimas bandas”.

Com tudo resolvido, o melhor ficou para o final: Blind Man; a bola de segurança Blame It On The Boom Boom;White TrashMillionaire; e LonelyTrain. E não custa informar que Shooting Star e Screamin’ At The Sky, cuja capa no telão era decoração única, constavam no setlist de palco respectivamente antes e depoisda mencionada Blind Man, provavelmente limadas devido ao urgir do tempo. O grupo certamente mereciao prestígio de bem mais gente do que odos fãs que já possuem por aqui e, mesmo com todas as complicações,ninguém se abateu. Pelo contrário, lutaram contra todas as circunstâncias e, para quem não conhecia seu potencial, saíramcomo um dos grandes candidatos a“revelação” do festival, como o H.E.A.T. em 2023, e, quiçá, a uma das melhores apresentações deste ano.

Porém, o“problema” de vindas escassas em meio a outros artistas é que, embora exista quem os aprecie de coração, o quarteto de Edmonton, Kentucky, não consegue formar público em massa para assistirmos a uma ótima banda em estúdio e ainda melhor ao vivo. Assim, produtores ficam inseguros em bancar o cachê e o ciclo não se rompe. E pode ser que a gente nunca tenha a chance de conferir RainWizard, Hell And High Water, Please Come In, Soulcreek, Such A Shame,AllI’mDreamin’ Of e a maravilhosa Stay, pérolas apenas dos três primeiros álbuns, simplesmente porque passou o momento de fazerem um show pautado em Black Stone Cherry (06), Folklore And Superstition (08) e Between The Devil& The Deep Blue Sea (11). Como para o Jetsam And Flotsam, timing pode sertudo.

 

Setlist

Intro: Rock And Roll Part 2 [Gary Glitter]

01) Me And Mary Jane

02) Burnin’

03) Again

04) Nervous

05) In My Blood + Island Jam + In My Blood

06) Like I Roll

07) Cheaper To Drink Alone + Solo De John Fred Young + Cheaper To Drink Alone

08) When The Pain Comes

09) Yeah Man

10) Blind Man

11) Blame It On The Boom Boom

12) White Trash Millionaire

13) Lonely Train

Confira galeria de fotos abaixo:

 

Exodus – 1h12” – Ice Stage

Programado: 15:50 – 17:05 – Real: 15:51 – 17:03

Steve “Zetro” Souza (vocal), Gary Holt e Lee Altus (guitarras), Jack Gibson (baixo) e Tom Hunting (bateria)

 

Se as áreas premium e comum estavam sossegadas para o Black Stone Cherry, elas lotaram para o Exodus, mesmo com o grupo vindo ao Brasil a cada dois anos em média recente aproximada. A verdade foi que público e banda não estavam para brincadeira já a partir do hino BondedByBlood e vamos falar sério: deve ser maravilhoso ter uma carta dessas na manga para abrir seu show, mesmo com o som baixo, ouvindo-se só a caixa e as guitarras ao fundo – já o vocal, quase nada…

A perfeita Blood In, Blood Out a sucedeu e, enquanto notávamos a capa de Persona Non Grata (21) no telão, decidimos sair da frente para checar como estava o som lá atrás e concluímos: tão ruim quanto… A partir de And ThenThereWereNone e sua rifferama dos infernos, instrumentos e voz iam gradativamente se nivelando na pista comum e aproveitamos para ficarpor lá a fim de fugir um pouco da muvuca e tomar um ar…Até Piranha vir com tudo!

BrainDead teve declaração sincerade Zetro: “Quero agradecer a São Paulo e ao Summer Breeze por convidarem o Exodus aqui hoje. Muito obrigado, galera! Temos uma história muito, muito longa com vocês, amamos esta história e adoramos vir ao Brasil para tocar para fãs tão maravilhosos de heavy metal. Façam barulho! Beleza, agora vamos a um disco que normalmente não tocamos o tempo todo, um álbum chamado PleasuresOf The Flesh, e acho que vou dedicar esta a todos na platéia!”.

Quando nos divertíamos com a bem-humorada camiseta de Gary Holt, a mesma dos tempos de Slayer e o “Kill The Kardashians” estampado, veio uma seqüência matadora: Deathamphetamine, a mais extensa do set, passando de oito minutos e com baixo acentuado de Jack Gibson; Prescribing Horror, um pouco mais lenta; e The Beatings Will Continue (UntilMorale Improves). A Lesson In Violence foi sensacional como sempre e, em Blacklist, o vocalista agarrou um banner arremessado com um “BondedBy Thrash” escrito, o logo do conjunto e seus membros como personagens de South Park – seria apenas o primeiro do festival…

Encerraram o massacre: Fabulous Disaster; The Toxic Waltz, com um provocativo snippet inicial de Raining Blood (Slayer); e Strike Of The Beast! Não restou pedra sobre pedra e pode anotar que, mantida a estimativa, os caras estarão por aqui outra vez até 2026, pois o frontman se despediu prometendo: “Nos veremos ano que vem com um álbum novo do Exodus!”. Tomara que cumpram!

 

Setlist

Intro: Let It Go [Def Leppard]

01) Bonded By Blood

02) Blood In, Blood Out

03) And Then There Were None

04) Piranha

05) Brain Dead

06) Deathamphetamine

07) Prescribing Horror

08) The Beatings Will Continue (Until Morale Improves)

09) A Lesson In Violence

10) Blacklist

11) Fabulous Disaster

12) The Toxic Waltz [Snippet De Raining Blood (Slayer)]

13) Strike Of The Beast

Confira galeria de fotos abaixo:

 

Sebastian Bach – 1h12’ – Hot Stage

Programado: 17:10 – 18:25 – Real: 17:10 – 18:22

Sebastian Bach (vocal), Brent Woods (guitarra), Clay Eubank (baixo) e Andy Sanesi (bateria)

 

Se o SkidRow foi a quinta atração dos palcos principais em 2023 por volta de 15:10, Sebastian Bach foi a sexta entrando duas horas mais tarde, com a debandada do público do thrash e uma estrondosa batida na caixa em volume absurdo que assustou geral antes do show… Ao entrarem, algum estagiário foi demitido, pois a imagem no telão era a capa de Screamin’ At The Sky, do Black Stone Cherry, substituída pela arte, ou falta dela, de (HoldOn) To The Dream, single deste ano, ainda com What Do I GotToLose? em andamento!

Eram sete anos e meio longe do Brasil e “Tião” espremeu dezoito músicas (ou pedaços delas, e ainda faltou o hitIn A DarkenedRoom) em setenta e dois minutos e teve de tudo: composições da carreira solo; versões a cappella; covers inusitados decididos de improviso e com cara de ensaio; e chuva dos clássicos que o projetaram. A embalagemfoi 100% saudosista e, comparadaaorepertório do Skid Row no festival, setecoincidiram: Slave To The Grind, The Threat, Big Guns, 18 And Life, Piece Of Me, Monkey Business e Youth Gone Wild. Agora, será que, de fato, dá para sonhar com uma reunião? Com Erik Grönwalldeixando o grupo original de Sebastian, não teria passado da hora de todos pararem de fazer biquinho, apararem arestas e se juntarem? Talvez jamais aconteça…

Resumindo, o vocalista deu aos fãs o que eles queriam ouvir, professou seu amor pelo Brasil e apresentou versões de sua ex-banda um tanto mais cruas – e quase punk, por que não? Ele acelerou Big Guns, Sweet Little Sister e SlaveTo The Grind transformando-as em versões mais diretas, talvez para acomodar sua voz, que, se não é mais a mesma (e como poderia ser?), também não desapontou apoiada nas performances de uma talentosa base reformulada neste ano: Brent Woods (guitarra), que depois tocaria com Gene Simmons; Clay Eubank (baixo); e Andy Sanesi (bateria).

Por outro lado, você já teve a oportunidade de assistir a um ensaio aberto de uma peça com atores profissionais? Embora seja algo a ser levado a sério, é bastante diferente do “para valer” ao vivo com o espetáculo e casa cheia. Há interrupções e correções, não necessariamente as cenas são passadas na ordem cronológica, decisões são tomadas de supetão e até a opinião da platéia e seus pedidos são levados em consideração. Pois bem, foi mais ou menos assim a apresentação…

Por exemplo, num só combo pré-Here I Am, Sebastian: cantarolou I Love It Loud (Kiss); citou ter vindo ao Brasil pela primeira vez em 1989 (a estréia foi no Hollywood Rock de 1992); e errou a conta ao afirmar, em espanhol, ter sido “trinta e quatro anos” atrás, para então corrigir a matemática em inglês. Depois: saiu cantando Hollaback Girl (GwenStefani) do nada antes de 18 And Life; interrompeu SlaveTo The Grind, fazendo seus colegas recomeçarem-na; admitiu ter bagunçado o setlist ao puxar American Metalhead (anunciada e grafada como BrazilianMetalhead no setlist de palco) e Monkey Business como nona e décima; deixou Brent decidir pela inversão de TheThreat e RattlesnakeShake para reparar o erro; e se perdeu na duração do show“enchendo-o delinguiça” com trechos de Tom Sawyer (Rush) e ChildrenOf The Damned (Iron Maiden), ambas fora do repertório oficialmente programado, para chegar finalmente à saideira YouthGone Wild.

Por fim, divertido foi, mas, mesmo extremamente bem-humorado, Tião podia ter sido um pouco menos porra-louca e se distanciado da fronteira entre descontração e desordem… Enfim, para terminaremos numa boa: alguém sabe onde comprar um par das calças igual às usadas por ele? Puta tom vermelho brilhante legal pra cacete!

 

Setlist

01) What Do I Got To Lose?

02) Big Guns [Skid Row]

03) Sweet Little Sister [Skid Row]

04) Here I Am [Skid Row]

05) 18 And Life [Skid Row]

06) Piece Of Me [Skid Row]

07) Everybody Bleeds

08) Slave To The Grind [Skid Row]

09) American Metalhead [PainmuseuM]

10) Monkey Business [Skid Row]

11) The Threat [Skid Row]

12) Rattlesnake Shake [Skid Row]

13) Wasted Time [Skid Row] [A Cappella]

14) By Your Side [A Cappella]

15) I Remember You [Skid Row]

16) Tom Sawyer [Rush]

17) Children Of The Damned [Iron Maiden] [A Cappella]

18) Youth Gone Wild [Skid Row]

Confira galeria de fotos abaixo:

 

Mr. Big – 1h17’ – Ice Stage

Programado: 18:30 – 20:00 – Real: 18:31 – 19:48

Eric Martin (vocal), Paul Gilbert (guitarra), Billy Sheehan (baixo) e Nick D’Virgilio (bateria)

 

O Mr. Big em si estreava no festival, mas ano passado Billy Sheehan tocou pelo Winery Dogs e Eric Martin juntou forças com outros vocalistas no Avantasia de Tobias Sammet, gerando a piada que determinados artistas como ele e Jeff Scott Soto se apresentam com tamanha freqüência por aqui (e ninguém está reclamando!) que já possuem Bilhete Único, Carteirinha do SUS e CPF… Paul Gilbert, de gravata e de fato, fazia seu début no Summer Breeze para uma pista premium lotada e com o nome da banda na pele do bumbo de Nick D’Virgilio.

A capa de LeanInto It (91) no telão era um indício, mas será que eles fariam como na Colômbia, três dias antes, e o tocariam na íntegra? Por ora, AddictedToThat Rush e a maravilhosa TakeCover respectivamente representaram Mr. Big (89) e Hey Man (96) e fizeram a alegria da galera, com homenagem do vocalista antes da segunda: “Muito obrigado! Tem sido um longo dia para a banda, é um grande prazer estarmos aqui hoje, com o espírito e o amor de nosso saudoso e querido irmão e membro da banda, Pat Torpey. Aí vai sua batida icônica, mande ver Nick!”.

Com direito ao uso da furadeira na hora do solo de guitarra, Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song) efetivamente abriu LeanInto It e já soltamos o spoiler: o disco foi quase feito por inteiro, com os sacrifícios de VoodooKiss, A Little Too Loose e Road ToRuin. E com meia hora de setemNeverSayNever, a idéia de resgatarem o play acabou se revelando ótima para quem possuía ligação afetiva com ele, porém, posicionado entre os palcos Ice e Hot, este escriba observava uma parcela de fãs descobrirem não gastar tanto assim de Mr. Big, simplesmenteindo embora dali… Aí fica a dúvida: por que foram tão para a esquerda da pista? Só para terem mais trabalho de voltar e incomodar quem queria ficar por ali numa boa?

Após a bela balada Just Take My Heart, executada com o baixo de pescoço duplo de Billy, vieram elogios e uma revelação: “Beleza, esta próxima… Vocês são a melhor platéia no mundo inteiro!Vocês sabem disso, certo? Vocês têm a maior energia e pegada! Esta próxima que vamos fazer foi uma das primeiras músicas que Paul, Billy e eu escrevemos juntos e ela se chama MyKindaWoman”. Encerrando o full-length, To Be WithYouteve Gilbert ao violão e Eric o acompanhou no instrumento em Wild World – se não há como compará-lo ao titular das seis cordas, também é verdade que ele está longe de passar vergonha ao “arranhar” no violão.

Caminhando para o final do repertório e sem querer ser exigente em demasia, vieram cinco longos minutos de um dispensável solo de guitarra… Pense como fã: não era melhor terem limado esta parte e mantido uma das três excluídas de LeanInto It? Somando-se a quase três minutos de intros, não cabiam Voodoo Kiss e Road ToRuin? Não reclame, pois após a cacetadaColorado Bulldog, foi a vez de Billy Sheehan solar e, assumindo a incoerência da parte deste que vos escreve, sua exibição de técnica foi super legal, mesmo tendo beirado outros quatro minutos! Talvez tenha sido interessante devido à minoria de baixistas mostrarem destreza sozinhos e, sendo realista, o objetivo prático dos dois solos foi poupar um pouco o gogó do frontman.

Fechando um grande show, dois covers recuperados de Mr. Big Live (92): Shy Boy (Talas) e Baba O’Riley (The Who), com Mr. Martin mostrando uma bandeira do Brasil entregue por algum fã e mandando um “Viva Brasil!”. A única ponta de tristeza no coração foi termos “queimado” a possívelúltima vinda do trio a São Paulo, em sua turnê de despedida, num festival ao invés de uma noite própria, com ao menos meia hora adicional de música e, quem sabe, Shine, dentre outras escolhas girando em sua cabeça neste momento. Anote aí, em 12/07 vem Ten, décimo álbum dos caras.E será que vão parar de verdade?

 

Setlist

Intro 1: Blitzkrieg Bop [Ramones]

Intro 2: ??? [nem o Shazam pegou]

01) Addicted To That Rush

02) Take Cover

LeanInto It (91)

03) Daddy, Brother, Lover, Little Boy (The Electric Drill Song)

04) Alive And Kickin’

05) Green-Tinted Sixties Mind

06) CDFF-Lucky This Time [Jeff Paris]

07) Never Say Never

08) Just Take My Heart

09) My Kinda Woman

10) To Be With You

 

11) Wild World [Cat Stevens]

12) Solo De Paul Gilbert [Snippets De Nothing But Love e Technical Difficulties (Racer X)]

13) Colorado Bulldog

14) Solo De Billy Sheehan

15) Shy Boy [Talas]

16) Baba O’Riley [The Who]

 

Confira galeria de fotos abaixo:

Biohazard – 69’ – Sun Stage

Programado: 20:30 – 21:50 – Real: 20:35 – 21:44

Billy Graziadei (vocal/guitarra), Evan Seinfeld (vocal/baixo), Bobby Hambel (guitarra) e Danny Schuler

 

Com direito a apenas um repórter para fazer a cobertura de todo o festival, alguns sacrifícios se fizeram necessários e abrimos mão de Gene Simmons fazendo auto-covers para focarmos em material autoral e assistirmos ao regresso do Biohzard a São Paulo após longos nove anos e meio desde a participação no MatanzaFest na Audio em dezembro/14. Bastou o dedilhado inicial de FailedTerritory, usada como intro, se encerrar para as primeiras batidas de Urban Discipline (curiosamente durando ao vivo os mesmos exatos cinco minutos e trinta e quatro segundos de estúdio) já abrirem uma roda imensa e a missão principal de todos a partir daí passar a ser simplesmente sobreviver…

Como decoração no Sun Stage, o “garoto mascarado” da capa de StateOf The World Address (94) “corria” para dentro do palco, um de cada lado. Numa saraivada de clássicos, fizeram ShadesOfGrey, Tales From The Hard Side, WrongSideOf The Tracks (quando finalmente a galera deu um leve respiro no circle pit) e Black And White And RedAll Over, concluída com um pedido de Evan: “Levantem o sinal da paz. O que mundo precisa é de paz!”. Resgate de certo modo surpreendente, Retribution veio com tudo e já adiantamos: só rolaram músicas dos três primeiros álbuns,Biohazard (90),Urban Discipline (92) e o citado StateOf The World Address.

Interações impagáveis de Billy, como: “Oi, galera, tudo bem? Quem quer porrada esta noite? É ‘nóis’!”; “São Paulo, faz barulho!”; “Eu falo português, mas não sei isso!”; e “São Paulo, obrigado por todo o amor de vocês ao Biohazard. Nós amamos São Paulo! Meus filhos, casamento foi aqui. Minha esposa está aqui, minha família do Brasil e vocês”; “Vocês são do caralho!”; “Calma! Fica fria! Relaxa, paulistanos!”; e “Mais grande”, esta última para estimular a roda, temperaram, oferecerem leveza à performance e aproximavam ainda mais público e banda.Five BlocksTo The Subwayainda foi dedicada por ele à “classe operária” e, depois de How It Is, Billy e Evan ressuscitaram uma experiência nada agradável vivida pela banda após estrearem no país num Hollywood Rock:

 

Billy: O Biohazard vem aqui há quase trinta anos e provavelmente vão me prender por dizer isto, mas na primeira vez que viemos aqui em 1996, os merdas dos agentes federais despacharam o Biohazard de volta aos Estados Unidos dizendo: ‘Nunca mais voltem ao Brasil!’. Querem saber? Dissemos: ‘Fodam-se!’ e voltamos!

Evan: Sim, os agentes federais disseram que não éramos mais bem-vindos…

Billy: E vamos continuar voltando desde que vocês nos convidem. Para vocês, que nos apoiaram desde o começo… Esta música é para vocês! Esta é Down For Life.

 

Quando Evan tentou, em espanhol, pedir para o povo saltar, Billy o interrompeu tirando onda: “O México é daqui a três dias. Estas são as pessoas da maior nação da América do Sul! Não só isso, mas eles têm o melhor time de futebol do mundo! Se a Argentina tem Maradona, eles têm Pelé! Quando chegarmos ao México você pode tentar falar espanhol” – mais adaptado ao país, impossível! E sentenciou: “São Paulo, todo mundo pula!”, para Victory. Ainda houve tempo para: Love Denied, dedicada por Evan “à próxima geração, nossos filhos, os filhos de vocês e ao futuro deste mundo”;We’reOnlyGonna Die (FromOurOwnArrogance), cover do BadReligion; e Punishment.

Sobre esta última, aliás, se no Rio de Janeiro, um sinalizador verde foi aceso durante a abertura dos Raimundos, foi nela que um vermelho foi aceso aqui! Pelo menos era espaço aberto, mas se a moda pegar, um Carioca Club ou Fabrique da vida podem virar Boate Kiss… A saideira foi HoldMyOwn, sem choro e nem vela ou pedidos da galera por “One more song!” atendidos. Porém, antes dela, uma promessa de Evan: “Se for tudo bem por vocês, vamos terminar o restante desta turnê e fazer um álbum do Biohazardnovinho em folha!”. Que seja! E que voltem logo para cá!!!

 

Setlist

Intro: FailedTerritory

01) Urban Discipline

02) Shades Of Grey

03) Tales From The Hard Side

04) Wrong Side Of The Tracks

05) Black And White And Red All Over

06) Retribution

07) Five Blocks To The Subway

08) How It Is

09) Down For Life

10) Victory

11) Love Denied

12) We’re Only Gonna Die (From Our Own Arrogance) [Bad Religion]

13) Punishment

14) HoldMyOwn

Em breve, a cobertura dos dias dois e três…

Confira galeria de fotos abaixo:

 

GALERIA DE FOTOS DEMAIS SHOWS:

CULTURA TRES:

 

DR SIN:

 

 

MASSACRATION:

 

 

TYGERS OF PAN TANG:

 

 

THE 69 EYES:

 

 

GENE SIMMONS:

 

 

 

 

 
ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022