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Summer Breeze Open Air – Hot/Ice / Sun Stages – Memorial Da América Latina – 30/04/23
Postado em 14 de maio de 2023 @ 15:34


Texto: Vagner Mastropaulo / Flavio Santiago / Gilberto Kazuo

Fotos: Flávio Santiago

Se o primeiro dia do Summer Breeze no Brasil já foi quente, seu fechamento foi fogo!

Quando postamos a matéria sobre o Dia 1 do Summer Breeze, evitando alongar a introdução, deixamos de discorrer sobre o excessivo volume saindo das caixas de som, especialmente no Hot Stage. Quem não era dos precavidos, sempre portando protetores auriculares, certamente sofreu, pois, sem exagero, em certos momentos,tudosoava tão saturado que praticamente só se escutava baixo e bumbo, engolindo voz e guitarras. Para a segunda e última data da maratona, fizemos questão de conversar com quem estevedo meio para o fundo da pistana véspera e atéassistimos a trechos de apresentações por lá,onde o cenário mudava: instrumentos e vocais cristalinos e equalizados, ainda obviamente altos, embora não ensurdecedor como perto do pit dos fotógrafos.

 

Feita a ressalva e focando nas atrações, diferentemente do sábado, o Krisiun levou número maior de fãs se comparado ao Voodoo Kiss! Sério mesmo, havia bem menos espaço logo às 11 da manhã – 10:59, na verdade, quando o trio de irmãos passou a detonar! Se você já os assistiu ao vivo, sabe bem: eles nunca decepcionam e você vai ouvir algumas frases padronizadas como: “foda pra caralho”; “representando o metal nacional, doa a quem doer”; e “orgulho de ser brasileiro” – não exatamente nesta ordem e sem tom de crítica da parte deste escriba. É assim, faz parte e ponto final.

Terminada SwordsIntoFlesh, Alex Camargo arrancou risadas ao esbanjar sinceridade: “Tocar de manhã é foda! Quem já passou na padaria e tomou uma cachaça aí? Quem já passou na padaria e fumou um baseado aí?”. Sensacional! Em Combustion Inferno, constatamos que reparos foram feitos no som “estourado”, mesmo na área frontal, e voltando atenção às pedradas, não faltaram clássicos como: Ravager, a abertura, aliás; a ótima BloodOf Lions; ApocalypticVictory, mais antiga do set; e a saideiraHatredInherit – antes dela teve um cover de Ace OfSpades!

Tudo isso sem deixar de lado faixas do excelente MortenSolis (22), trabalho em divulgação, como a mencionada SwordsIntoFlesh e Necronomical. Em suma, death metal de pontaem atuação “foda pra caralho”, “representando o metal nacional, doa a quem doer” edespertando o “orgulho de ser brasileiro”, sim! Viu como as transcrições não foram inseridas pejorativamente? Ah, e se “O Krisiun está aqui!”, longa vida a eles!

 

Mantendo o pique, embora na pegada mais tradicional do autêntico heavy metal germânico, o Grave Digger agitou sob o calor do meio-dia, ainda mais quente do que na véspera! Com vinte e dois álbuns no catálogo, como montar um setlist? Em onze músicas, nove deles foram contemplados: do mais recente, SymbolOfEternity (22), ao début Heavy Metal Breakdown (84), com a faixa-título de saideira e ponto alto das escolhas só de alto nível!De um jeito meio rústico, sobra carisma a Chris Boltendahl, um headbanger como você, com quem seria divertidíssimo se sentar à mesa de um bar e jogar conversa fora sobre bandas e shows – a única diferença é que ele comanda a festa, a propósito, aberta por um “coveiro” e causando impacto imediato!A lamentar apenas a personificação ter quebrado a magia ao retirar a máscara aindana saída lateral do palco…

   Em Dia De Los Muertos, vestido a caráter em figurino certamente adquirido em alguma turnê pelo México, o mesmo roadie regressou com um cowbell e foi até a galera no gargarejo – devia estar quente para um cacete debaixo daquelas roupas! Talvez inspirado no parceiro, não é que o frontman também resolveu dar o ar da graça? Beirando três minutos de Excalibur, posou para selfies ao desceraté o gradil de proteção da escultura Mão, de Oscar Niemeyer,famosa pela veia da palma esquerda com “sangue” escorrendo em alusão ao livro As Veias Abertas Da América Latina, do uruguaio Eduardo Galeano. Mais clássicos? Que tal Rebellion (The Clans Are Marching)? Outro puta show!

 

OH.E.A.T. talvez tenha sido a grande revelação do festival. Do “Wetraveled 1000 milestobewithyou” no telão, com a distância corrigida para 6868 milhas,aos últimos segundos do show, sobrou energia aos suecos, especialmente ao agitado Kenny Leckremo, que chegou a se enrolarnuma bandeira do H.E.A.T. B.R.A.Z.I.L.Fan Club entre as duas últimas. Na boa, ele foi um tormento positivo aos fotógrafos por não parar quieto, praticamente impossibilitando a tarefa de registrá-lo!

Promovendo Force Majeure (22), curiosamente o play de maior incidência no repertório foi o antecessor, H.E.A.T. II (20), com quatro entre as onze tocadas (fora o rápido solo de guitarra). Na prática, devido à pandemia, como ambosnão puderam ser divulgados a contento, a mescla caiu de bom tom e não custa lembrar que o disco do ano passado marcou a volta do citado vocalista, após gravar os dois primeiros full lengths, H.E.A.T. (08) e Freedom Rock (10), e dar lugar a Erik Grönwall, que se despediu emH.E.A.T. II e se apresentara na tarde anterior à frente do SkidRow! Confuso?

A opção foi falar pouco,emendar faixas e Kennysoou sincero após Hollywood: “Sabem, eu ia falar sobre o quão sensacional é estar aqui com vocês nesta tarde, pela primeira vez na América do Sul para o H.E.A.T, mas agora, esperem… Não vou falar dessa porra porque hoje é o dia de vocês, hoje é algo pelo qual esperamos muito, pela vida toda. Para vocês, fãs do H.E.A.T. de longa data, somos fãs de vocês! Já vimos vocês e esperamos demais por vocês, Brasil!”.

   Durante 1000 Miles, mais antiga e única do début de 2008, o vocalista desceu ao pit, deu a volta em frente da galera e passou ao lado do bar até voltar pelos fundos do palco! Um maluco!!Caminhando para o final e causando comoção, Living On The Run foi prontamente identificada e por terem arrepiado todo o setlist de palco em cinqüenta minutos, sobrou tempo para a “bonus track” A Shot At Redemption, de Tearing Down The Walls (14), assim pegando ao menos uma composição de cada trabalho. E que sacada bem-humoradausaremThe HeatIsOn, de Glenn Fry, como intro, hein? Diversão garantida e merecem um retorno só para eles!

 

Fundado em 2006, o BuryTomorrow era o grupo mais novo dos palcos principais (tirandojustamente seu antecessor, o H.E.A.T., e o The Winery Dogs, embora o trio seja formado por nomes consagrados). E se, sejamos sinceros, sua escalação deu uma esvaziada no Ice Stage, talvezdevido à concorrência com Finntroll e Vixen, os ingleses agradaram a parcela mais jovem do público com seu metalcore vigoroso, com Boltcutterlogo de cara, extraída de The Seventh Sun (23), recém-lançado em 31/03 e cuja capa projetava-se no telão de fundo e estampava até as palhetas jogadas aos fãs!

Encerrada, vieram as palavras iniciais de Daniel Winter-Bates: “Esta é nossa primeira vez em São Paulo e em seu lindo país! Meu Deus! Sei que o sol está aí quente desde que começamos a tocar e há algum tipo de presságio nisso, certo? Prefiro a chuva, mas foda-se! O que esperamos é a energia e a movimentação de vocês além da barreira, preciso de crowdsurfing, que se divirtam e se mexam. Podem fazer isso por mim?”.

Resumindo, foram seis dos dois trabalhos mais atuais e dois singles que saíram entre ambos, totalizando oito das onze. Levando em conta que a mais antiga foi a faixa-título de Earthbound (16), quem curte os primeiros CDs talvez tenha se decepcionado. De todo modo, há esperança, pois entre Choke e a saideira DEATH (EverColder), o vocalista prometeu retornar como headliner em turnê na América do Sul, certamente contemplando o restante do material!

No mais, de diferente e quem sabe se inspirado em Chris Boltendahl, seu irmão e baixista, DavydWinter-Bates, também foi até a Mãode Niemeyer em Cannibal! Fechando o repertório em cinqüenta e um minutos, não ficou claro porque abriram mão dos demais nove a que ainda tinham direito, pois pelo menos mais uma caberia… Agora só resta saber quando rolará o tal regresso.

  Rumando à primeira banda mais voltada ao thrash do dia, dá para afirmar categoricamente que o Testament empilhou arregaços e, em menos de quinze minutos, três pedradas jáestouravam na orelha: RiseUp, The New Order e The Preacher, além da intro Catacombs! Passou num piscar de olhos e, como o tempo urgia, o bom e velho Chuck Billy de guerra foi sucinto: “Como estão indo, meus amigos? A próxima música é do álbum TitansOfCreation. Dêem uma conferida, ela se chama ChildrenOf The Next Level” – nada de perder tempo com boas vindas…

De The Gathering (99), uma dupla consecutiva: D.N.R. (Do NotResuscitate) e 3Days In Darkness – se ainda não ouviu o play, corra, pois eletraz Dave Lombardo na bateria! Em seguida, executaram: The FormationOfDamnation, uma das faixas-título prediletas do frontman, segundo revelação própria; e Over The Wall, a abertura do primeiro play, The Legacy (87). E o que tocaram bem quando notamos as ilustres presenças de Fernanda Lira e Tainá Bergamaschi, ambas da Crypta, no pit dos fotógrafos e por ali curtindo os hinos como fãs comuns? Justamente Into The Pit! Haja concidência…

Prestando um pouco mais de atenção aos detalhes, além de extremamente técnico, é super engraçado observar Steve Di Giorgio tornar a tarefa de tocar baixo algo tão trivial a ponto de fazer caretas o repertório inteiro! Pelo menos desta vez, ele o fez sem o bermudão e a papete, como fizera no extinto Via Marquês em setembro/14, junto ao DeathToAll. Em poucas palavras, o cara é foda!

A última? Alone In The Dark! E não poderíamos encerrar sem destacar a fenomenal performance de Chris Dovas, membro do SevenSpires (banda que inclui AdrienneCowan, backing vocal do Avantasia), substituindo ninguém mais, ninguém menos do que o incrível Gene Hoglan e o mencionado e não menos assombroso Dave Lombardo! Quer uma curiosidade final? Alex Skolnick fez o show todo usando uma só palheta, jogada a algum sortudo da primeira fila!

 

Nas vezes anteriores em que o The Winery Dogs veio a São Paulo, o fez em shows próprios no Carioca Club e Tropical Butantã, em julho/13 e maio/16. Pois é, mal dava para acreditar que levaram sete anos para voltar, ainda que com a pandemia atrapalhandoaí no meio. A dúvida então era saber se o super trio funcionaria tão bem num festival e o fato de RichieKotzen, Billy Sheehan e Mike Portnoy terem aglomerado tantos perfis diferentes (de fãs do hard rock do Mr. Big ao prog metal do Dream Theatere de infinitos projetos do batera), deixando o espaço bem mais cheio do que o Testament no outro palco, por exemplo, provou que mais gente tinha a mesma curiosidade!

Sendo objetivo, sim,funcionam! Porém, foi no mínimo estranho vê-los em ambiente aberto, à luz do dia e com set de menos de uma hora… Em conversa ao lado deste repórter, havia quem, lá para o final do show, estivesse curtindo, mas afirmasse: “Sabe o que falta? Refrão!” – ponto de vista interessante e rende um belo debate. Desencanados, a própria intro, Atomic, de George Clinton, já era um deboche, e com onze composições escolhidas, os caras jogaram no 4-3-4: quatro de III (23), do começo ao meio; três de Hot Streak(15); e quatro de The Winery Dogs (13), mais para o final.

E é impressão ou Captain Love tem um quê de DeepPurple até a entrada do vocal de Kotzen? Ele, aliás, talvez seja o galã à frente do microfone mais reservado já visto e impressiona como sua voz por vezes lembra a de Chris Cornell, especialmente em Elevate (isso para não mencionarYouCan’tSave Me, de sua carreira solo… Ave Maria!) – derradeira amostra de técnica do grupo. I’m No Angel trouxe certa apreensão, porém nada relacionada à performance e sim pelos primeiros pingos sentidos, receio logo dissipado e garantindo a totalidade do evento sem chuva!

Enquanto isso, ao lado, um imenso bandeirão do Kreator mantinha o suspense, porém canhões de chamas haviam sido testadosantes! E, viajando um pouco, reparamos o baixo número de pessoas filmando, fenômeno que certamente passa pela idade do público, graças a Dio.Agora, poder guardar para o final uma seqüência como a citadaI’m No Angel, Desire, Oblivion e Elevate é brincadeira, né? Aceita uma última dica? Portnoy é capa da ModernDrummer americana de maio, em matéria de doze páginas! Se encontrar para o download, é certeza de bom conteúdo! Divirta-se!

 Afastado de São Paulo desde que foi headliner do Liberation Festival em novembro/18, o Kreator era uma das maiores certezas de qualidade em todo o Summer Breeze e seus fãs, sedentos, souberam transformar a ansiedade em apoio incondicional! Sejamos sinceros, a esta altura da carreira, Mille e companhia se saírem com algo tão fantástico como HateÜberAlles (22) é digno de se tirar o chapéu. E foi justamente com sua faixa-título (preste bastante atenção à sua letra, atualíssima!) que o quarteto começou a passar o carro.

Alternando composições recentes a clássicos, não restou pedra sobre pedra já a partir do backdrop caindo e cinco canhões de fumaça e dez soltando fogo darem claro indício de que o show seria incendiário, com o perdão do trocadilho.Há de se destacar também a decoração do palco, elevando o nível a outro patamar e trazendo sentido ao bandeirão usado para promover suspense. O que houve foi uma expansão criativa na arte da capa do play em divulgação, praticamente em 3D, com bonecos pendurados e um belo monstro atrás do também monstruosoVentor na bateria!

Clássicos como People Of The Lie, Phobia e FlagOfHate (com a eterna brincadeira da bandeira) não poderiam faltar, fora PleasureToKill, a saideira, todas muitíssimo bem combinadas a pedradas como EnemyOfGod, SatanIs Real e ViolentRevolution. Teve até a faixa que marcou a estréia do baixista francês Frédéric Leclercq em estúdio com os caras: 666 – World Divided, do single homônimo.

Assim resumido, muito se perde do real poderio do grupo, mas para os mais oldschool ali presentes, foi o grande nome do dia e impressionava como quatro pessoas conseguiam fazer tanto barulho bom ao mesmo tempo e de modo coeso! Em português claro? São uma bola de segurança seja onde for e no formato que calhar: em festival; como headliner e só eles; à luz do dia; de noite; em ambiente fechado; aberto… Tanto faz, pois Kreator é simplesmente foda! Vai uma recomendação aí? Confira StateOfUnrest, single colaborativo entre os caras e o Lamb OfGod disponibilizado em 10/02! Uma pena terem participado em dias diferentes, já pensou se tivesse rolado ao vivo?

 

E se no show do The Winery Dogs já houve aperto no Ice Stage, quem não guardou caixão para ver o Avantasia sofreu para conseguir um local digno para assisti-los… Exatamente como para o citado trio, a pergunta era: cabem num festival? Na verdade, a última vinda, em junho/19, foi no FreePass Metal Festival, mas como atração principal e em ambiente fechado. Já num espaço aberto e com limitação de tempo era a primeira vez e os fãs compareceram em massa!

No palco é aquele entra-e-sai de cantoresde renome participando do mega projeto, figuras do porte de Ralf Scheepers (Primal Fear), Ronnie Atkins (PrettyMaids), Bob Catley (Magnum) e Eric Martin (Mr. Big) – e aí brota uma questão: como o grupo dinamarquês e o inglês jamais vieram ao Brasil? Até os vocalistas de apoio às vezes ganham papel importante: AdrienneCowan em Book OfShallows e especialmente emFarewell; Chiara Tricarico (do MoonlightHaze) em The StoryAin’t Over eLost In Space; e Herbie Langhans (ex-SeventhAvenue) em ShelterFrom The Rain.

Com quinze estonteantes minutos, ou seja, ainda em Reach Out For The Light, alguns curiosos desertavam quando veio a primeira fala elaborada de Tobias Sammet: “Absolutamente sensacional! Sabíamos que haveria algo especial aqui. Geralmente tocamos em arenas indoor aqui, mas dissemos ‘Ok! Temos uma oferta para o primeiro Summer Breeze no Brasil e é claro que estamos dentro. Vamos tocar e fazer um puta baile com as pessoas em São Paulo’. Maravilhoso! Vamos nos divertir muito e agora vamos fazer uma música do álbum novo, A Paranormal EveningWith The MoonflowerSociety. Esta se chama The WickedRule The Night” – única do play e ambas as deste parágrafo foram com Ralf Scheepers.

The Scarecrow trouxe Ronnie Atkins, que ficou para Book OfShallows. Para The StoryAin’t Over, o convidado foi Bob Catley e, em Dying For An Angel e Avantasia, Eric Martin deu o ar da graça – será que ele alugou um puxadinho e por aqui ficou desde as datas solo de 22/03 a 13/04? Brincadeira à parte, perto de uma hora de espetáculo,ShelterFrom The Rain rolou sem Tobias (sua única ausência foi para “dar uma mijada” – palavras próprias), mas Ralf Scheepers, Herbie Langhans e Bob Catleyderam conta do recado!

Caminhando para o final, Farewell foi co-protagonizada por Adrienne Cowen, Lost In Spacenão contou com Herbie Langhans nos vocais de apoio e o medley SignOf The Cross / The SevenAngels trouxe simplesmente todos ao palco! Com oitenta e seis minutos no relógio, a galera parecia satisfeita, mas a sensação de ter visto o Avantasia“pela metade” pairava no ar se formos comparar o set às três horas e dez minutos na Audio em 2019. Mesmo assim, ninguém reclamou!

Como na véspera, os minutos finais do headliner do Ice Stage foram sacrificados em função do din-din. Patrocínio é coisa séria e se o ignoramos no sábado, num misto de “hora de ir ao banheiro” comdesconhecimento do que aconteceria, desta vez prestamos um pouco mais de atenção ao telão para a divulgação do jogo Diablo IV, com lançamento marcado para 06/06. Complementando o efeito visual do trailer, e sendo quatro em cada pit dos fotógrafos, perfilaram-se oito encapuzados que bem poderiam integrar alguma banda se tocassem instrumentos. Abaixo do telão e entre cada bloco dos mascarados, uma “mulher diabo” (quem sabe a musa de Jimmy London?) fazia uma performance num elevador hidráulico. Sendo 100% honesto, e que os leitores nos perdoem, como este escriba não tem o menor interesse em jogos online eo organismo humano é uma máquina maravilhosamente azeitada, a tal “hora de ir ao banheiro” se manifestou novamente. E boa sorte a quem for jogar…

 

Encerrando a festa, o Parkway Drive    chegou a mil por hora e, de bate-pronto, o que chamou atenção foi notar todos os membros de preto, exceto Winston McCall, de branco. Glitch, do trabalho em promoção, Darker Still (22), abriu a caixa de ferramentas e, para Prey, ele pediu para que todos pulassem. Na boa, batendo em vinte horas acumuladas de cobertura, tudo que este escriba queria era um cantinho para chamar de seu e a última coisa a fazer seria justamente pular… Os fãs? Nem aí, pareciam uma horda de coelhos! Ainda em sua execução, simpático, ele saudou a todos: “Ei, São Paulo! Somos o Parkway Drive da Austrália, como estão? Fazia um tempinho… Vamos nos divertir”.

Para Carrion, asolicitação foiampliada: “Desculpem-me, meu português é muito ruim! Vocês se divertiram hoje? É claro que sim! Vamos continuar… Curtam, cantem, dancem, pulem, o que for para se divertirem. Esta é velha e, se alguém já nos viu nesta cidade antes, ela pode levá-los um pouco de volta ao passado!”.Alternando suas curtas e agradáveis interações a pedradas, fizeram The Void, Soul Bleach, Vice Grip, Dedicated(com quatorze labaredas: oito frontais e seis atrás – o título não dizia que a conclusão “foi fogo”?) e Sleepwalker, até chegarem à alucinante IdolsAndAnchors, prontamente identificada a ponto de gerar um coro, de Horizons (07), produzido por um dos maiores nomes do metalcore, Adam Dutkiewicz (KillswitchEngage) – preste atenção ao trampo das guitarras na faixa! A propósito, o début Killing With A Smile (05), ignorado no set, também leva sua assinatura.

O apelo por uma roda na pista comum para Karma foi facilmente atendido e ela foi seguida da ótima Shadow Boxing e da linda balada Darker Still, dizeres nas costas do colete do frontman, aliás, puxada com Luke Kilpatrickao violão e Ben Gordon sinalizando paraacenderem as lanternas dos celulares. Checando se a platéia ainda tinha energia a oferecer para BottomFeeder, Winston gargalhou de si mesmo com a tremenda resposta positiva: “É claro! Pergunta estúpida!”. A saída pré-encore, sem brincadeira, durou vinte segundos e já vieram com Crushed, até o carismático vocalista dar a triste notícia: “Temos mais uma música, mais uma música para vocês. Se vocês já nos viram antes, sejam bem-vindos novamente. Se estão nos vendo pela primeira vez, sejam bem-vindos para sempre! Vamos juntos nessa e, se sabem a letra, perfeito! Se não, ela é bem fácil! Todos juntos, é sobre isso que ela é. Manda ver, Jeff!” – era Wild Eyes, com direito a um renovado coro.

Sintetizando, a performance foi muito boa, embora curta, e não ficou claro porque encerraram o set com setenta e seis minutos se o combinado os reservava uma hora e quarenta e cinco minutos. Sendo sincero, após um total dequarenta e uma atrações em aproximadamente quarenta e seis horas de eventos espalhados em quatro palcos por dois dias, acabar mais cedo do que o esperado não foi de todo ruim, desde que você não fosse um ardoroso fãs dos australianos, é claro!

 

Por fim, cobrindo o primeiro Summer Breeze inteiro em solo brasileiro com um fotógrafo e um repórter, o foco foi no Ice e HotStages, em função do início de um show ser imediato ao término do anterior. Se a primeira edição do Summer Breeze fora da Alemanha era um teste, foi aprovado! Em breve, um link com os dois headliners do WavesStage: Apocalyptica no sábado e Evergrey no domingo, pois como não havia concorrência de horários, foi o que pudemos conferir “do lado de lá da ponte”. Que venha 2024!

 

SUN STAGE

O segundo dia de Sun Stage começou muito bem, dia ensolarado e um bom publico chegou cedo para curtir o ultimo e derradeiro dia do Summer Breeze , os responsáveis para abertura dos trabalhos foram o Velvet Chains, formado em Las Vegas, o grupo vem ganhando espaço no mercado americano de maneira vertiginosa. Por lá, participaram de grandes festivais ao lado de monstros sagrados do Rock como Alice Cooper, Mudvayne, Slipknot e Ghost, além de uma agenda robusta de apresentações solo. No Brasil, no qual obtiveram números expressivos nas plataformas de streaming, eles chegam pela primeira vez esta semana, depois de uma vibrante noite no Chile, ao lado do The Winery Dogs.

A trajetória do Velvet Chains começou em 2018, cuja estreia discográfica aconteceu três anos depois. Icarus botou o conjunto no mapa do rock, e de lá, eles não saíram mais. Atualmente, o grupo conta com o fundador e baixista Nils Goldschmidt, Laurent Cassiano e Larry Cassiano nas guitarras, Jason Hope na bateria e o vocalista Ro Viper.

O show foi uma excelente oportunidade para a banda mostrar seu trabalho ao público brasileiro que aprovou o show.

A próxima atração foram os paulistas do Project 46 que botaram o Sun Stage abaixo e com certeza teriam espaço cativo nos palcos principais, fizeram um show com muito punch e vigor, o público ensandecido abriu grandes moshpits logo cedo , Caio o vocalista é um ótimo  frontman e tem os fãs nas mãos o que torna o show bem divertido de se assistir, musicas como Erro+55, Redéas e Acorda pra vida foram verdadeiros petardos

Destaque ainda para a dupla de guitarras: Jean e Vinicius que dão um show a parte e conferem muito peso e performance ao show, quem sabe na próxima edição a banda não figure entre as atrações principais

Um dos shows mais aguardados pelos fãs foi o dos finlandeses do Fintroll, desde cedo era possível ver alguns fãs caracterizados com orelhas e maquiagens ao estilo da banda , a espera foi compensada por um show vigoroso e muito agitado, a banda que tem o ultimo trabalho lançado em 2020 (Vredesvävd ) focou o repertório neste álbum e no Nattfödd no qual tocaram 3 músicas de cada, com um tempo escasso devido a programação do festival a banda deixou os fãs com um gostinho de quero mais, que provavelmente ficará para a proxima passagem do grupo pelo país

Destaque para as músicas: Under bergets rot, Ormfolk e Midvinterdraken que encerrou o show com chave de ouro

Uma das bandas que dispensam apresentação é o Napalm death, veterana na cena de metal extremo o grupo liderado por Barney Greenway tomou de assalto o Sun Stage e fez um dos melhores e mais brutais shows desta edição, mesmo sem a presença do baixista e carismático Shane Emburry que infelizmente não veio ao Brasil por motivo de doença o quarteto fez um show visceral e enérgico, sempre com os discurssos certeiros entre uma música e outra Barney inflamou o o público e ao som de petardos  como: Suffer the Children, Scum, Nazi Punks Fuck Off (cover Dead Kennedys) e Siege of Power para encerrar como um soco na cara dos fãs

Como diria os fãs: Napalm Death nunca decepciona e sempre entrega shows acima da média e esse não fugiu a regra.

Stratovarius – Gilberto Kazuo (ig@weplayheavymetal)

O show do Stratovarius foi um evento inesquecível não apenas para os fãs do grupo, mas para quem curte metal em geral. A banda mesclou bem o repertório com músicas do seu último álbum, Survive (22), com os clássicos de sua longa carreira. Clássicos como Black Diamond, Eagleheart e Hunting High AndLow foram cantados em uníssono por todos que sentiram falta dos finlandeses depois de cerca de três anos e meio desde a passagem pelo Carioca Club em novembro/19.

O vocalista Timo Kotipelto cativou a platéia com sua presença carismática e voz inconfundível e o baixista Lauri Porra divertiu bem a galera com um solo de baixo regado à tradicional piada infame acerca de seu próprio sobrenome. Foi uma bela apresentação que encerrou com chave de ouro o Sun Stageda primeira versão tupiniquim do Summer Breeze!

Summer Breeze Open Air – Setlists Hot/Ice Stages– Memorial Da América Latina – 30/04/23

 

Krisiun – 58’

Programado: 11:00 – 11:55 / Real: 10:59 – 11:57

Alex Camargo (vocal/baixo), MoysesKolesne (guitarra) e Max Kolesne (bateria)

Intro: Dawn Sun Carnage (Intro)

01)Ravager

02)SwordsIntoFlesh

03)Combustion Inferno

04)ScourgeOf The Enthroned

05)BloodOf Lions

06)Necronomical

07)ApocalypticVictory

08)DescendingAbomination

09)Ace OfSpades [Motörhead]

10)HatredInherit

 

Grave Digger – 57’

Programado: 12:00 – 13:00 / Real: 12:02 – 12:59

Chris Boltendahl (vocal), Axel Ritt (guitarra), Jens Becker (baixo) e Marcus Kniep (bateria)

Intro: The SiegeOfAkkon

01)Lawbreaker

02)HellIsMyPurgatory

03)BalladOf A Hangman

04) Dia De Los Muertos

05) The House

06)The DarkOf The Sun

07)HighlandFarewell

08)HealedBy Metal

09)Excalibur

10)Rebellion (The Clans Are Marching)

11) Heavy Metal Breakdown

 

H.E.A.T. – 59’

Programado: 13:05 – 14:05 / Real: 13:06 – 14:05

Kenny Leckremo (vocal), Dave Dalone (guitarra), Jimmy Jay (baixo), JonaTee (teclados) e Don Crash(bateria)

Intro: The HeatIsOn [Glenn Fry]

01) Back To The Rhythm

02)DangerousGround

03) Rock YourBody

04) Come Clean

05)Redefined

06) Hollywood

07)OneByOne

08)Solo De Dave Dalone

09)BegBegBeg

10) 1000 Miles

11) Living On The Run

12) A Shot At Redemption

Outro: Sister Christian [Night Ranger]

 

BuryTomorrow – 52’

Programado: 14:10 – 15:10 / Real: 14:09 – 15:01

Daniel Winter-Bates (vocal gutural), Kristan Dawson e Ed Hartwell (guitarras), DavydWinter-Bates (baixo), Tom Prendergast (teclados e vocal limpo) e Adam Jackson (bateria)

01)Boltcutter

02) Black Flame

03)AbandonUs

04)Earthbound

05) The Age

06) LIFE (Paradise Denied)

07) Begin Again

08)Heretic

09)Cannibal

10)Choke

11) DEATH (EverColder)

 

Testament – 55’

Programado: 15:15 – 16:15 / Real: 15:15 – 16:10

Chuck Billy (vocal), Alex Skolnick e Eric Peterson (guitarras), Steve Di Giorgio (baixo) e Chris Dovas (bateria)

Intro: Catacombs

01)RiseUp

02) The New Order

03) The Preacher

04)ChildrenOf The Next Level

05) D.N.R. (Do NotResuscitate)

06) 3 Days In Darkness

07) The FormationOfDamnation

08) Over The Wall

09)Into The Pit

10)Alone In The Dark

 

The Winery Dogs – 57’

Programado: 16:20 – 17:20 / Real: 16:21 – 17:18

RichieKotzen (vocal/guitarra), Billy Sheehan (baixo) e Mike Portnoy (bateria)

Intro: Atomic [George Clinton]

01)Gaslight

02)Xanadu

03)Captain Love

04) Hot Streak

05)Breakthrough

06) The OtherSide

07) Stars

08)I’m No Angel

09)Desire

10)Oblivion

11)Elevate

 

Kreator – 59’

Programado: 17:25 – 18:25 / Real: 17:26 – 18:25

Mille Petrozza (vocal/guitarra), SamiYli-Sirniö (guitarra), Frédéric Leclercq (baixo) e Ventor (bateria)

Intro: Sergio CorbucciIsDead

01)HateÜberAlles

02) People Of The Lie

03)EnemyOfGod

04)Phobia

05)SatanIs Real

06)HordesOfChaos (A Necrologue For The Elite)

07) 666 – World Divided

08)FlagOfHate

Intro: The Patriarch

09)ViolentRevolution

10)PleasureToKill

Outro: Apocalypticon

 

Avantasia – 1h26’

Programado: 18:30 – 20:00 / Real: 18:30 – 19:56

Tobias Sammet (vocal), SaschaPaeth e Oliver Hartmann (guitarras), Michael “Miro” Rodenberg (teclados), Felix Bohnke (bateria) e AdrienneCowan, Herbie Langhanse Chiara Tricarico (vocais de apoio) / Participações especiais dos vocalistas Ralf Scheepers, Ronnie Atkins, Bob Catley e Eric Martin – e se você souber o nome do baixista, divida conosco, pois não era André Neygenfind

01)TwistedMind

02)Reach Out For The Light [Com Ralf Scheepers]

03) The WickedRule The Night [Com Ralf Scheepers]

04) The Scarecrow [Com Ronnie Atkins]

05) Book OfShallows [Com Ronnie Atkins /Adrienne Cowen]

06)The StoryAin’t Over [Com Bob Catley]

07)Dying For An Angel [Com Eric Martin]

08)Avantasia [Com Eric Martin]

09)ShelterFrom The Rain[Sem Tobias Sammett] [Com Ralf Scheepers / Herbie Langhans / Bob Catley]

10)Farewell [Com Adrienne Cowen]

11)Lost In Space [Com Chiara Tricarico] [Sem Herbie Langhans Nos BackingVocals]

12)SignOf The Cross / The SevenAngels [Todos No Palco]

 

Parkway Drive – 1h16’

Programado: 20:05 – 21:50 / Real: 20:03 – 21:19

Winston McCall (vocal), Jeff Ling e Luke “Pig” Kilpatrick (guitarras), Jia “Pie” O’Connor (baixo) e Ben “Gaz” Gordon (bateria)

01)Glitch

02)Prey

03)Carrion

04)The Void

05)Soul Bleach

06)Vice Grip

07)Dedicated

08)Sleepwalker

09)IdolsAndAnchors

10)Karma

11)Shadow Boxing

12)Darker Still

13)BottomFeeder

Encore

14)Crushed

15)Wild Eyes

 

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