ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022
Website by Joao Duarte - J.Duarte Design - www.jduartedesign.com

Symphony X – Tokio Marine Hall – 30/07/22
Postado em 21 de agosto de 2022 @ 15:47


Texto: Vagner Mastropaulo

Fotos: “Gustavo Diakov (Sonoridade Underground)”

Na passagem do Symphony X pelo desativado Tropical Butantã em 03/08/19,prestes a acabar o show numa pausa dramática em The Odyssey, ao agradecer aos fãs, Russell Allen protocolarmenteverificou: “Ei, sabem de uma coisa? Vamos seguir voltando se vocês nos quiserem. Enfim…”. Você pode imaginar areação: estrondosaanuência de praticamente cada alma viva, a ponto de ele dar uma olhadela em direção ao camarote mais próximo do palco, buscando o empresário Paulo Baronpara um singelo recado: “Tá vendo? Agora é só trazer a gente de volta!”. Foram necessáriostrês anos eele manteve a palavra!

Evidentemente, duas apresentações nunca são idênticas, sobretudo com uma pandemia entre ambas, porém, o setlist não foi tão diferente: levemente embaralharem a ordem;When All Is Lost e Kiss Of FiresubstituíramIconoclast;e agora vieram ao Tokio Marine Hall, embora a marcação original de29/08/20 reservasse o retorno ao mesmo recinto de outrora.E, se anteriormente, a abertura ficara a cargo do VersOver, de Bebedouro, desta feitaa Opus Vdeu as caras primeiro.Mas como havia acontecido na cobertura de Tarja Turunen na casa, este escriba só teve o acesso liberado à pista premium às 20:32, com Universe Of Truths, Pt. 1 em andamento.

Oficialmente programados para as 20:00, apuramos com o vocalista Paulo Lima,por WhatsApp e via assessoria de imprensa, que tudo começara quinze minutos atrasado com Get Out Of My Way e Ichtus Factor, as duas de Universe Of Truths (20), disco central em divulgação. Do que pudemos ouvir in loco do conjuntointeirado por Dio Lima (o tecladista que acompanhou a perna inicial da Rebirth 20th Anniversary Tour do Angra em junho e julho), Lucas Araújo (guitarra), Tiago Moreira (baixo) e Miguel Muniz, (baterista-prodígio de dezesseis anos vestindo camiseta número 11 do Boston Celtics), conferimosUniverse Of Truths, Pt. 2e Railroad OfFaith, em estúdio com participação de Zak Stevens. A saideira?A New Empire Rise, single cuja capa era estampada na pele do bumbo e com clipe lançado em 13/07, Dia Mundial do Rock (apenas no Brasil!), cravando quarenta minutos de set.

Em rápida conversa, novamente pelo aplicativo,o frontman do quinteto paulistanodescreveu a experiência: “Para nós, abrir o show do Symphony X foi um sonho se tornando realidade. Poder mostrar nosso trabalho a um público do qual nós praticamente fazemos parte foi uma sensação indescritível, principalmente pelo fato de nos terem recebido tão bem! Foi um grande dia que sempre ficará marcado para nós!”.

A rigor, o horário de entrada deDiogo Nunes (vocal), Rogério Oliveira (guitarra), Fabio Carito (baixo) e Leandro Tristane (bateria) era 20:50 e passava de21:05 quando Marching To The Light foi usada como intro, sucedidaporPuppets Of Faith e Rebellion, como em Until The Sunrise Again (21). Visando poupar tempo, Diogofoi sucinto: “Boa noite, São Paulo! Nós somos o Trend Kill Ghosts. Essa próxima música se chama When The Sunrise Again”. Ao seu término, ele elaborou um tanto melhor a interação: “É uma honra imensa estar aqui esta noite com vocês, não só por estar tocando aqui com os gigantes do Symphony X, com nossos amigos do Opus V, mas porque a gente está tocando num palco muito especial e para uma galera aqui bem animada. Muito foda, galera, valeu! Essa música é do nosso primeiro disco e ela se chama Deceivers”, numa veia bem Helloween.

De bate-pronto, e não que existauma competição, mas notava-se nível superior de produção e decoração além do bumbo: backdrop com nome do grupo e dois banners laterais com cruzes e peças num tabuleiro de xadrez. À vontade, o vocalista permanecia se comunicando: “Valeu, São Paulo! A gente tem a honra de acompanhar o Symphony X pela turnê aqui pelo Brasil. Bom demais! Ontem Limeira, hoje São Paulo e amanhã Fortaleza. Pensa na alegria dos meninos, né? [risos] E vocês, estão curtindo? Vamos seguindo com o nosso show: essa música é do nosso último álbum e ela se chama Prisoners In OurMinds”, com Roland Grapow no full length.Nova contextualização? “Valeu! Lindo demais, galera! Bom demais! É isso aí, hoje o show tem que ser bem rápido. E vocês gostam de música rápida? Essa é do nosso novo álbum e se chama Like Animals”.

Simpático, para Poisoned Soul, ele anunciou quem faria a voz gravada por Marina La Torraca no play: “Essa próxima música é muito especial para mim. É uma música muito pessoal e gostaria de chamar ao palco uma amiga minha, muito querida.Ela que é a mais nova diva do heavy metal aqui no Brasil, para cantar essa comigo. Com vocês, a cantora e líder do Allen Key, Karina Menasce”,ajudando a esquentar a noite antes de outro Allen, o Russell, mandar ver! – lembrando que a banda da artista abriria para o Shaman na Audio no dia seguinte. Beirando quarenta minutos de repertório,Diogo agradeceu e, desprevenido, foi informado que teria depararpor ali:

“Valeu, galera! Karina Menasce. É isso aí, galera! A gente vai chegando ao final do nosso show. Aqui passa rápido… Acabou? Pô, achei que a gente iria ter tempo de tocar mais uma música, mas infelizmente vamos ter que cortar um tempinho porque está muito corrido. Mas junta aí, galera, para a gente tirar aquela fotinho. Valeu!”. Por WhatsApp, direta e informalmente averiguamos que se tratava de Phoenix e aproveitamos para colher uma declaração deleacerca da performance: “Foi um momento incrível em nossa carreira. Estrear em um dos palcos mais icônicos de São Paulo, dividindo-o com nossos ídolos, foi uma experiência inesquecível! E o público foi sensacional, nos abraçou do início ao fim. Foi uma energia indescritível!!!”.

    Agendada para às 22:00, a chegada de Russell Allen (vocal), Michael Romeo (guitarra), Mike LePond (baixo), Michael Pinnella (teclados) e Jason Rullo (bateria) foi pontual – ou três minutos configuram demora? Exatamente como em Underworld (15), Overture foi a intro, colada a Nevermore e, numa tacada, executaram: Evolution (The Grand Design), única de V: The New Mythology Suite (00); Serpent’s Kiss, repleta de groove; e Sea Of Lies, representando The Divine Wings Of Tragedy (96), imediatamente reconhecida na linha de baixo de LePond e efusivamente cantada pelo povo. Somente com vinte e três minutos decorridos, o vocalista se dirigiu aos presentes pela primeira vez, para um salãoconfortavelmente cheio, pois a galera deixara para entrar pouco antes do Symphony X, sendo possível se deslocar tranqüilamentenas pistas:

“Como estão todos por aí esta noite? Eu me sinto bem aqui! Adorei! Faz muito tempo desde que estivemos aqui, sabem? Tempo demais, digo isso todavez! Mas nos sentimos abençoados, todos nós, por podermos estar juntos em 2022 e num show de heavy metal sob a benção dos deuses! Cá estamos, certo? Juntos esta noite. Somos uma banda há vinte e cinco anos, sabem? É muito tempo! Sabem, nós brincamos e tal, mas sei que nossa música significa muito para nós e também para vocês. São tempos bem complexos, mas somos seres humanos muito sinceros e, de fato, agradecemos por vocês virem nos ver para celebrar esta marca em nossa carreira, então muito obrigado! E digo isso toda noite: não poderíamos ter feito uma música sequer ou turnê, qualquer coisa, sem uma coisa, ou a mais importante. Não conseguiríamos ter feito sem vocês”, honestamente aludindo a Without You.

De Iconoclast (11), emendaramWhen All Is Lost, também prontamente identificada na linha de teclado de Michael Pinnella, outra com significativo apoio popular e cantoria solo deRussell ainda durante a linda composição. Na seqüência veio Kiss Of Fire, concluída com nova interlocução do carismático cantor: “Estão se divertindo até agora? Beleza!Vamos dar uma acelerada. Estão prontos? Let’s Run With The Devil”, com direito a uma provocação em meio a palmas e pedido por energia a partir de gritos da platéia. No balaio, comparou a audiência a algumas nos Estados Unidos e checou se aqui era, de fato, a “capital mundial do heavy metal”, até o time completo retomar suas posições para encerrá-la.

Com um estrondo involuntário no palco, o frontman se divertiu: “Cacete! Acho que quebramos algo! Meu Deus! Vocês estão bem por aí? Sim? Está quente aqui. Estou suando pra caramba! Está tão quente aqui dentro que me sinto como se fosse botar fogo no mundo”, referindo-se a Set The World On Fire (The Lie Of Lies), com suporte coletivo, especialmente no refrão. Numa saída temporária, foi breve: “Muito obrigado! Boa noite!”. E após quase cinco merecidíssimos minutos de intervalo até o regresso para o encore,obviamente viria um mini-discurso:

“Vocês se importam se eu falar um pouco? Têm certeza? Realmente têm certeza? Beberei por isso! Antes de eu continuar ou, antes de nós continuarmos, preciso saber uma coisa: o quão bem vocês se sentem por estarem aqui esta noite num show ao vivo? Foi realmenteduro para nós, como músicos, e sei que para vocês, como fãs, sabem? Música é o grande unificador, junta todos nós. Não importa quem somos, de onde vocês vêm, todos compartilhamos esta noite juntos, livres para criarmos uma linda memória juntos!”. E propôs um brinde: “Para a música, o amor, a amizade, meus amigos, para todo o sempre! Agora preciso da ajuda de vocês para trazer essa banda sensacional da qual tenho a honra de estar à frente todas as noites. Podem fazer isso?”.

Na prática, clamou por barulho, apresentou seus colegas e a si próprio e arrematou: “Estamos muito felizes que vocês vieram. Esperamos que estejam se divertindo. Deus abençoe todos vocês e suas famílias, da nossa família para as de vocês. Nós voltaremos. Não consigo acreditar que Deus foi tão bom que nos deixou voltar e tocar para vocês.Enquanto Ele nos permitir,até a próxima vez de nos encontrarmos, meus amigos, curtam The Odyssey”, épica; de ponta a ponta com a massa na retaguarda auxiliandoRussell, que trocou a letra citando a cidade e não Ithaca em “I miss the rolling hills of São Paulo”.

Perto do final do hino, ele tinha depreparar o desfecho: “Conseguimos! Que jornada! Vocês são ótimos, mas estes caras aqui atrás de mim também são sensacionais”. Sobo coro de “Sym-pho-ny X! Sym-pho-ny X”, prosseguiu: “Amo e odeio este momento porque é quando temos que dizer adeus a vocês. Vocês sabem, certo?”. O público? Sem arredar pé, berrava: “One more song! One more song!”. Comovido, o frontman explicou: “Adoraríamos, mas temos que levantar às quatro da manhã e temos apenas quatro horas até lá. Obrigado, Paulo!”, direcionando a brincadeiraa Paulo Baron. Continuou: “Temos que ir para o próximo show. Mas quero dizer a vocês que realmente nos divertimos esta noite e, sinceramente, foi uma experiência sensacional termos voltado depois de todo esse tempo e termos visto todos vocês aqui. Isso significa muito para nós. Nós estamos muito inspirados para terminarmos nosso novo álbum e voltarmos para ver vocês assim que pudermos”.

Então deram caboda faixa do trabalho de 2002 e se o Emperor utilizaraThe Imperial March, clássico de Star Wars: The Empire Strikes Back (80) no som ambiente para se despedir na Audio em 20/05 (afinal de contas, era o Emperor, captou?), o Symphony X optou por outra obra do genial John Williams sinalizando para todos irem embora: The Battle Of Yavin, do filme prévio, Star Wars: A New Hope (77), no lugar deWho Wants To Live Forever (Queen) do show de 2019. No relógio, meia-noite em ponto, uma hora e quarenta e cinco minutos de um senhor espetáculo! E aí, Russell, nós nos vemos em 2023?

 

Setlists

Opus V

01) Get Out Of My Way

02) Ichtus Factor

03) Universe Of Truths, Pt. 1

04) Universe Of Truths, Pt. 2

05) Railroad Of Faith

06) A New Empire Rise

 

Trend Kill Ghosts

Intro: Marching To The Light

01) Puppets Of Faith

02) Rebellion

03) When The Sunrise Again

04) Deceivers

05) Prisoners In Our Minds

06) Like Animals

07) Poisoned Soul [Com Karina Menasce]

 

Symphony X

Intro: Overture

01) Nevermore

02) Evolution (The Grand Design)

03) Serpent’s Kiss

04) Sea Of Lies

05) Without You

06) When All Is Lost

07) Kiss Of Fire

08) Run With The Devil

09) Set The World On Fire (The Lie Of Lies)

Encore

10) The Odyssey

Outro: The Battle Of Yavin [John Williams]

 
ONSTAGE - Official Website - All Rights Reserved 2017-2022