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Watain – Entrevista Coletiva Online – 11/05/22
Postado em 05 de junho de 2022 @ 19:33


“Quando vejo alguém do Brasil com o nome de ‘Vagner’, penso imediatamente em Wagner ‘Antichrist’, do Sarcófago!”

 

Agradecimentos a: Marcos Franke (Nuclear BlastSouth America)

 

A convite de Marcos Franke e da Nuclear Blast South America, participamos de outra coletiva online, desta vez em 11/05, uma quarta-feira, com tudo começando pontualmente às 16:00 de São Paulo, 21:00 em Uppsala, cidade-natal do Watain, após Gerard Werron, representanteda gravadora, fazer as honras da casa.

Batendo o recorde de duração dos eventos remotos de imprensa propostos pelo selo, o vocalista e baixista Erik Danielsson, usando uma bela camiseta do Bathory, respondeu perguntas de dezoito jornalistas em quase duas horasde um bate-papo que impressionantemente voou, sendo este ansioso escriba o segundo a interagir.

As traduções das indagações em inglês e espanhol ficaram respectivamente a cargo do anfitrião Marcão e de Samuel Acevedo e, respeitando os colegas, eis seus nomes e veículos, na ordem da palavra:

Clovis Roman (Acesso Music); Sabrina Romero (Truenos Metálicos – Córdoba, Argentina);Jose Carlos Queiroz Junior (Papo Metal Podcast); Marcelo Vieira (Rock Brigade);Gustavo Maiato (representando site próprio);Lucas David (Metal Na Lata);Maria Goé (Headbangers News);Orlando Fuchs (Hummingbird Press – Bogotá, Colômbia);Felipe Pino (ResistanceWebzine – Santiago, Chile);Xavier Vilaró (Metal Friends – Barcelona, Espanha);Hector Gutierrez (Metal World – Buenos Aires, Argentina); Melissa Rodriguez (Metal World United – Caracas, Venezuela);Marcos Almeida (A Ilha Do Metal);Jorge Polito (El Lado Oscuro – Montevidéu, Uruguai);Jonatan Gore (LuciferRising);Ticho Mendoza (Rock Legacy – Santiago, Chile); e Miller Arias (Hammerheart – Bogotá, Colômbia).

A pauta obviamente percorreuThe Agony& Ecstasy OfWatain, recém-lançado sétimo full length dos suecos, a rigor, disponibilizado em 29/04 e, tendo direito a duas perguntas, as escolhas genéricas foram direcionadas: à relação entre o furioso trabalho e a pandemia; eà,até aqui, mais recente passagem do grupo por São Paulo, em 18/01/19, tocando no Carioca Club:

 

Vagner Mastropaulo: Como a pandemia afetou o processo de composição para o álbum novo? Pergunto porque, quando comecei a ouvir as músicas,percebi logo de cara que vocês soam mais putos do que nunca! E não sei se foi por causa da pandemia…

Erik Danielsson: Antes de tudo, quando vejo alguém do Brasil com o nome de “Vagner”, imediatamente penso em Wagner “Antichrist”, do Sarcófago! [risos] Precisava dizer e, bem, é um prazer te conhecer, Vagner! Começamos a escrever The Agony& Ecstasy OfWatain por volta de quando a pandemia veio com tudo e honestamente não estávamos tão putos com ela, de forma alguma. Na verdade, estávamos bastante gratos por sermos capazes de compor música enquanto o mundo estava num estado muito diferente, meio que um estado anormal, sabe? Diferente do ritmo normal do mundo, todo mundo, em todo lugar que você lesse, em todos os jornais ou na internet, todoscom quem você falava só estavam focando em doenças e mortes, todas estas grandes questões estavam entrando na mente das pessoas comuns – pessoas estas que, caso contrário, estariam pensando em trabalho, família, dinheiro ou qualquer coisa normal em que as pessoas pensam.

Enfim, muitas pessoas estavam focando em assuntos que, nós, como uma banda de black metal, sempre estivemos compondo a respeito ou nas quais nos inspiramos. Então, para nós, a pandemia foi um cenário realmente bom, interessante e meio inspirador para se estar ao escrever um álbum. Acho que ela teve um grande impacto no álbum, um impacto bom, com certeza: tivemos tempo para ensaiar muito e passar bastante tempo juntos na banda, sabe?Não estávamos sempre em turnê ou o que fosse e sim realmente passando um tempo juntos como uma banda durante todo esse período. E isso foi algo ótimo e acho que realmente afetou a força do álbum, como uma experiência comunal. Acho que o fato de soarmos putostem mais a ver com o fato de haver tanta energia e fogo por coisas sempre passando por essa banda, sabe?

Black metal é uma arte que é construída a partir dessas energias estáticas, sabe? Tem sido sobre isso, como se áreas quase estivessem chacoalhando, sabe? Algumas pessoas talvez façam isso porque estão putas, mas, para nós, acho que é mais por estarmos repletosde algo que é extremamente poderoso, preenchidos por algo extremo e violento por si só, mas não necessariamente violento voltado a outras pessoas, mas violento no sentido de ser uma força muito poderosa que estamos tentando entregar. Então acho que tem mais a ver com isso do que com o fato de que havia uma pandemia porque ela realmente nunca nos emputeceu. Acho que foi mais um tempo de foco para nós.

 

VM: Assisti ao show no Carioca Club [https://onstage.mus.br/website/watain-180119-carioca-club-sp] em janeiro/19. Quais lembranças você tem relacionadas a esta apresentação, ao período passado aqui e também à cidade de São Paulo?

ED: Tenho muitas memórias de São Paulo! Fui aí pela primeira vez em 2005 junto com o Dissection para trabalhar como roadie deles e acabamos ficando em São Paulo por uns onze dias, acho, porque deu algo errado com a turnê que eles tinham na América Latina. Não me recordo bem, mas acabamos permanecendo aí por um bom tempo e ficar junto com o Dissection em São Paulo por onze dias significa um monte de aventuras, sabe? [risos] Isso foi legal, conhecemos muitas pessoas ótimas e, é claro, passamos bastante tempo na Galeria do Rock em várias lojas de discos, coisas assim. Fomos a Santos por um tempo, não para irmos à praia, mas para procurarmos os membros do Vulcano, que é de lá. Estávamos como detetives tentando encontrá-los, mas não conseguimos [risos].

Enfim, o show que fizemos em 2019 foi especial para nós porque foi o primeiro, não apenas da turnê latino-americana que estávamos fazendo, mas também de um giro maior que continuou depois. Fomos ao México e então fizemos Austrália e Ásia, era uma turnê com dois meses de duração e a data em São Paulo era a primeira, então me recordo que estávamos um pouco tensos: “Como vamos fazer isso? Merda!Temos dois meses de total insanidade pela frente”. Então foi bom e me lembro que todas as vezes que estivemos no Brasil e na América Latina, de modo geral, sempre foi algo muito inspirador:você é sempre muito bem tratado, você sempre se sente muito bem-vindo e temos platéias selvagens e apaixonadas! Então foi perfeito e acho que foi o modo perfeito de se começar uma turnê!

 

VM: Muito obrigado! Esperamos vê-los pelo Brasil em breve!

ED: De nada! Até!

 

E como estranhamente ninguém averiguou quando ocorreria um possível retorno do trio completado pelo guitarrista PelleForsberg e o baterista HåkanJonssonao continente, encerrando a conversa, o entrevistado soltou o spoiler mais desejado da tarde, a cereja do bolo:

 

ED: Gostaria de dizer mais uma coisa, se for tudo bem, porque fiquei um pouco surpreso que ninguém perguntou se vamos voltar à América Latina ou não, numa turnê do Watain em breve, e nós vamos! Eu estava falando hoje com nosso agente e, na verdade, ele está muito próximo de fechar uma turnê para dezembro! Então parece que dezembro será quando voltaremos, ainda neste ano, o que é bem legal!

 

Agora é esperar para ver, pois serão longos meses de agonia até o êxtase com o Watain, com o perdão do trocadilho! Enquanto isso, curta o play:

 

The Agony& Ecstasy OfWatain– 49’28”

01)Ecstasies In Night Infinite– 4’00”

02)The Howling – 4’08”

03)Serimosa – 5’26”

04)Black Cunt– 5’25”

05)Leper’s Grace – 4’12”

06)Not Sun Nor Man NorGod – 1’25”

07)Before The Cataclysm – 7’22”

08)WeRemain – 6’13”

09)Funeral Winter – 4’30”

10)Septentrion – 6’47”

 
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